Hélder Rodrigues disse...
Desculpe, mas o AMOR não se diz... DÁ-SE!
cumprimentos.
3 de Julho de 2007 23:25
Caracol disse...
Diz-se o amor durante séculos de literatura, porque havíamos agora de remeter-nos ao silêncio?
4 de Julho de 2007 9:58
João Lopes de Matos disse...
Prof. Helder: Obrigado pela participação.
"Dou-lhe" a resposta de Caracol.
4 de Julho de 2007 11:18
João Lopes de Matos disse...
O problema está, sobretudo, em saber o que o amor é, a que impulsos obedece (morais, religiosos, dons divinos, biológicos, humanistas) e gostava que me "dessem" a vossa opinião, que eu depois darei a minha. Por enquanto ponho mais perguntas que "dou" respostas.
4 de Julho de 2007 12:59
vitorino ventura disse...
Aos Amores!
Em primeiro lugar, caro João Lopes de Matos, acho que as melhores respostas são as suas perguntas...
Que melhor resposta encontrará de Amores do que as dúvidas, as constantes interrogações sobre de onde vem e para onde vai, em líbido, perante todas _ _ impossibilidades de verbalizar tão completamente os maiores sentimentos?
Vem-se... o amor. Caetano Veloso usa o reflexo e lembra que a palavra dá uma volta sobre si mesma.
Esses sentimentos sofrem depois todo um jogo de antinomias que Camões leu melhor do que ninguém, dada impossibilidade de racionalmente o entendermos.
A que causas frias obedece? Que suores quentes desperta? Não sei, mas o que é, em ilegibilidade, entre a causa e a consequência, faz-me mais camoniano ou, com Rui Reininho, leitor de uma lírica come on & Ana, do que de uma revista científica, já que a poesia mais nos aproxima da sua transcendência.
vitorino almeida ventura
4 de Julho de 2007 21:36
Zaratustra disse...
caro João Helder Caracol Vitorino,
O amor pode não implica necessariamente uma dualidade entre partes. Pelo contrário, o amor é quase sempre unidireccional.
Para mim, o amor, reside numa esperança insuportável de sentir e partilhar e fica-se apenas por um gesto muito longe da verdade.
e sabeis porquê?
porque o amar é uma estratégia para viver.
Talvez um dia postarei sobre isso.
Caro João, Sobre presente passado futuro, tenho uma opinião bastante diferente da sua. Ficará para uma próxima.
É um prazer tertuliar convosco.
4 de Julho de 2007 22:43
Hélder Rodrigues disse...
Tem razão "Caracol" quando afirma que o amor se diz durante séculos de literatura... porém, não se trata de definições (dizer não é necessariamente definir). Na verdade, O amor não é concreto, objecto,substantivo, mas sim um "estado de alma", um sentir, que o artista (escritor, pintor, músico...) procura, de algum modo, exprimir com a beleza, a harmonia, a "força" semântica que puder... Estou assim, de acordo com V.V., no que concerne ao "jogo de antinomias"... basta (re)v(l)er um dos célebres versos de índole petrarquista do nosso Camões: "amor é fogo que arde sem se ver..." e estou igualmente de acordo, pelos mesmos motivos, quanto à "impossibilidade de verbalizar" tal sentimento. Ora, em meu entender, o prezado dr. João L. Matos, o que nos mostra são meras definições "compartimentadas", contextualizadas de uma "coisa" que, por si só, não tem definição. Daí, o meu primeiro (inofensivo) comentário, que é, de resto, um verso (excluindo, naturalmente, o "desculpe, mas") de um poema que faz parte do meu livro de poesia "A Palavra na Boca". E só nesta perspectiva de DÁDIVA, no sentido poético (artístico) é que entendo o amor. Cordiais saudações.
Hélder
4 de Julho de 2007 23:30
João Lopes de Matos disse...
Continuo com uma postura um tanto diferente: Claro que com qualquer tipo de amor uma pessoa vibra, escorrem-lhe as lágrimas, sorri-se, escreve, fala. Mas porquê as reacções? Que mal há em tentar compreendê-las? Não é isso uma atitude digna do homem: -tentar compreender-se? Conhece-te a ti mesmo - dizia Sócrates. Mais uma vez, obrigado a todos.
5 de Julho de 2007 12:47
Continuo com uma postura um tanto diferente: Claro que com qualquer tipo de amor uma pessoa vibra, escorrem-lhe as lágrimas, sorri-se, escreve, fala. Mas porquê as reacções? Que mal há em tentar compreendê-las? Não é isso uma atitude digna do homem: -tentar compreender-se? Conhece-te a ti mesmo - dizia Sócrates. Mais uma vez, obrigado a todos.
5 de Julho de 2007 12:47
(...)
Alma a que todo um deus prisão tem sido,
veias que a tanto fogo humor têm dado,
medulas que na glória têm ardido,
.
seu corpo deixará, não seu cuidado;
hão-de ser cinza, sim, mas com sentido;
pó hão-de ser, mas pó enamorado.
(Francisco de Quevedo)
5 de Julho de 2007 23:27
5 de Julho de 2007 23:27
caracol disse...
Diz-se do indizível. Deixa-nos, como sempre, surpreendidos. Pelo inesperado do tema, pela provocação latente nas suas tão interessantes questões.
E quantos dias depois me atrevo a dizer algo mais? Será hoje? E porque me fico em tão grande bloqueio de palavras? Acabarei por dar razão aos que dizem do amor que se não diz?
Diz-se. Diz-se. Diz-se. Forcemos a protecção dos poetas e continuemos a dizê-lo, ainda que não tenhamos as palavras. Digamo-lo como quem o faz, digamos tudo, que de mais nada falamos toda a vida.
6 de Julho de 2007 23:05
Alzira disse...
AMOR: EXACTIDÃO ABSOLUTA QUE NOS CONDICIONA
Amor? Dizer o amor?
Tantas e tantas maneiras!
Falar, calar, olhar, sentir, rir, chorar…….
Amor? - Uma atitude!
Atitude? – Trono.
Trono? – Mundo.
Mundo? – Nós.
(AMOR AO MEU MARIDO)
ANTI ANTI-MOVIMENTO
Quando me progrido na aura do teu sentimento,
E desperto de cabelos entrelaçados, molhados com teu suor
Repito que ser tua, é a minha majestade.
E celebro-te!
Senhor!
Reino!
Detentor dos meus gemidos!
Nobreza perene insensatamente mergulhando
No mar do teu curso…
Anti anti-movimento entre um espaço que não deixamos existir…
Inscrição perpétua.
(AMOR AOS MEUS FILHOS)
PLENITUDE
A ti, Lara,
Feto, criança, mulher!
Espaço que nunca ninguém conseguirá preencher!
A ti Rui,
Feto, criança, homem!
Espaço que nunca ninguém conseguirá preencher!
AINDA A PLENITUDE
A minha dividiu-se
E de mim, sairam
Aqueles que eu amo
Que me Preenchem e me Completam
Mesmo eu sabendo que cada um é ele próprio…
AINDA MAIS A PLENITUDE
Nascemos!!
De tão desejados que fomos, aparecemos no Mundo
para mudar o Mundo… , …
Perto de nós, todas as flores se escondem!!
O sol dar-nos-á chama em todos os caminhos que
idearmos!!
(AMOR PERDIDO)
QUESTÃO
O fardo de me quedar a deixar-me a ti
Que me recheaste inteira os espaços
Extinguiu todas as minhas forças
E fez-me sentir escrava do mundo que descobri.
Que amor é este,
Que de tão forte
Me fez cair?
(AMOR UNIVERSAL)
METADES
Sou metade do que sinto
Metade do que dou
Metade do que eu me sinto eu te dou…
Escrevo a minha metade
E espero a outra
(AMOR AOS IRMÃOS)
INTENÇÃO
Mano,
Vida,
Luz,
Brilho,
Atalho a cores…
Viagem. Opção.
Nuvem que desmaia a lua.
Dia.
Curva.
Volta ao mundo
(todo, o instante).
Ver. Rir.
Querer chorar, continuando a ser.
(AMOR À MÃE)
MÃOS DE MÃE
Os meus cabelos vivam mãos suaves:
- Dorme…Sonha
(Quando eu era criança…)
Ventre que me gerou
Olhos que me olharam
Nasci,
Para ser parte de ti…
Dia da Mãe em 1979
(AMOR AOS AMIGOS)
BEM-QUERER
Se me pedirem para sorrir,
Chorarei…
Não posso ser alheia à alegria de constatar que o
meu sorriso afortuna Alguém!
(AMOR DESAMOR)
ACASO
Já dissemos tantas vezes a palavra
Amor
Que ele consumiu-se, finalmente
Sim, porque todas as palavras se acabam
Morrem por não existir
E fica, assim, uma pessoa
Procurando nos ombros algum resto da palavra
Que por acaso
- Só por acaso -
Tivesse ficado esquecida…
(OU SIMPLESMENTE O QUE EU PENSAVA AOS 14 ANOS)
OMNIPOTENTE
Conhecer o amor
É não saber defini-lo.
Alzira Lima de Jesus Castro Pinto
7 de Julho de 2007 22:23
João Lopes de Matos disse...
Estava eu entretido a fazer um comentário quando, dada a minha pouca habilidade, o texto desapareceu no computador.
Estava eu entretido a fazer um comentário quando, dada a minha pouca habilidade, o texto desapareceu no computador.
E eis que volto e dou com a maravilha de um novo comentário -texto.
E apetece-me calar-me por estar tudo dito. E diz-se ou não o amor?- Já não sei. Mas queria pôr outras questões: Porque não falaram no amor a Deus relacionado com o amor ao próximo, problema por mim posto? - Tantos crentes e nada? E o amor puramente humanista como se fundamenta? Porquê não "tentar definições"? Estuda-se literatura ou lê-se apenas literatura? Para quê falar de correntes literárias? - Classicismo, romantismo, realismo, neo-realismo, etc., tudo desnecessário? Para quê estudar? Porque não apenas sentir? Tentar explicar para quê?
7 de Julho de 2007 23:51
7 de Julho de 2007 23:51
.
Anónimo disse...Ao ler Alzira Castro Pinto, senti afundar-me.
Senti que ainda há pessoas com uma sensibilidade
que fazem os outros descer à terra.
Senti que há muito a aprender,
Senti um exemplo.
-----------------------------
Eu não me digo...
mas acrescentei-me ao lê-la.
8 de Julho de 2007 11:12
3 comentários:
Caro «Anónimo» que «não se diz, mas acrescenta-se»,
Agracia-me as suas palavras…e acrescentaram-me!
Dentro de seu anonimato, tem, certamente, a «sensibilidade» que prega!
Quando me refiro ao «anonimato» é quando esconde sentimentos de raiva sem alguma motivação! Porque, a haver motivação, haveria identificação…
Insurjo-me sobre o anonimato da crítica negativa e oportunista: sobretudo quando serve para empurrar uma Pessoa para o fundo do rio, quando ela nos estende a mão em pleno estado de afogamento… Falar bem é realçar o que há de bom! E há tanta coisa boa, meu Deus! Também tenho críticas negativas a fazer: objecção!, quando sinto que não posso ou não devo, por intuitos distintos, não as faço, ou resto-me por um círculo fechado – FECHADO aos conflitos negativos. Sei que nem tudo o que se pensa é para ser cantado, apenas pronunciado, levemente pronunciado…ou calado.
Tive bons professores: ensinaram-me a valorizar o bom e … apenas não fazer o mal. E agora, com a fortuna deste Blog, mais um professor me ensina:
Caro Dr. João,
«AMOR A DEUS RELACIONADO COM O AMOR AO PRÓXIMO»:
1. Acreditar na «Justiça Divina»,
2. na certeza de que o Bem tem sempre Retorno;
3. Esperar reencontrar quem me fez prosperar, quando consumirmos a vida terrena (custa-me pensar que o nosso fundamento termina aqui…mesmo não sendo omnipotente).
AMOR AO PRÓXIMO:
1. Dizer quando não está certo, mas ser digna quando o digo!;
2. Usar de assertividade e aceitar a assertividade quando o faço;
3. Procurar o que há de bom naquilo que de mal foi feito.
4. Incentivar a produção (de sentimentos, de actos…).
5. Recompensar (com um Sorriso? Olhar?) o que faz bem.
6. Descobrir com ambos.
7. Dar.
8. Saber receber.
9. Simplesmente…estender a mão.
AMOR A DEUS:
1. Como que o «fogo que arde e não se vê» (perdoem-me o plágio deste paralelo), sente-se nos momentos em que olhamos e não vemos nada. Vácuo… Vazio… Contudo Aquela presença, ali…
Alzira Lima de Jesus Castro Pinto
«O amor puramente humanista como se fundamenta?»
Em pequenos actos, com a pontualidade da urgência.
Se não tivermos mais, podemos doar o nosso sangue, ou apenas alimentar um sorriso!
Alzira Lima de Jesus Castro Pinto
Aos amores! (2)
Caríssimos:
Concordo com todas as noções e com nenhuma. Todas elas são da nossa verdade parcial para uma coisa maior, esse mistério em transcendência que é o amor... Seja homo, hetero, bi... Seja uno, duo, em triângulo ou gang bang... Seja uni (mesmo em espelho), seja bi, em boomerangue, ou multidireccional... Até (a)o bi tri que não chegou do FCP!
Além da morte, mesmo! Mas seja!, como na canção "Às vezes, o amor", do último álbum de Sérgio Godinho Ligação Directa: ‹‹ — se tudo tem um fim/porquê dar ao amor guarida?/Mesmo assim/dá princípio ao começo/se morreres só te peço:/da morte volta sempre em vida››.
Acho muito bem a procura — como direi? —, científica: de João Lopes de Matos. Só que (mal dos meus olhos!) prefiro a série Poirot às CSI, que hei-de fazer? A frieza da técnica e do seu jargão não chegam a aquecer-me as células cinzentas!...
vitorino almeida ventura
Post Scriptum: Cumprimento todos os participantes pela agudeza e respeito às contribuições dos Outros. Em outros comentários a outros post’s, não achei tão bem. — Se acham que o senhor Carlos Fernandes (por exemplo, que parece não ser _ meu amigo do Pombal) diz coisas com que não concordam alguns, porque não o demonstram esses com argumentos em vez de usarem atitudes vexatórias ou se colocarem em bicos de pés, a partir de uma suposta superioridade moral que só mais reforça que a branca de neve está em casa dos sete anões?
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