terça-feira, 29 de novembro de 2011

Daqui e dali... Camilo Lourenço

As nossas "cabecinhas douradas"
Somos um país fantástico. Durante anos tivemos 1º ministros e Presidentes que se calaram enquanto os portugueses (Estado incluído) se endividavam alegremente. Fazendo orelhas moucas a quem ia avisando que vivíamos acima das nossas posses.
De repente, confrontados com o inevitável (e o inevitável é um brutal corte de despesa em tempo recorde), ei-los a botarem faladura como se não fosse nada com eles: Eanes fala em suavizar a austeridade e em estimular a economia; Soares esqueceu-se do que fez em 83-85 e anda por caminhos "alternativos"; Sampaio fala em diálogo e repete que há vida para além do défice (vê-se ); Cavaco esqueceu-se do "monstro" e quer poupar a Administração Pública ao inevitável Valha-nos Deus: porque não falaram quando a Troika por cá andou a negociar o ajustamento? Medo de levar "sopa"?
Eanes, Soares, Sampaio e Cavaco têm obrigação de saber que só se pode distribuir o que se tem. O que se produz. Ora nós não temos. Em condições normais, isto é se aquelas "cabecinhas douradas" tivessem cumprido o seu dever, este ajustamento (de passarmos a viver segundo a produtividade), seria feito em cinco ou seis anos. Para não provocar solavancos sísmicos na economia. Mas eles não fizeram o seu papel. E é bom recordar-lhes isso agora. Até porque as suas declarações podem ter o efeito pernicioso de convencer o português comum de que temos alternativas: menos sacrifícios e mais tempo. Não temos. E se não percebermos isso agora, daqui a uns meses estaremos a receber os mesmos (humilhantes) ultimatos da Grécia. Aos poucos começo a perceber o pessimismo de Vasco Pulido Valente quanto ao futuro do país. Jornal de Negócios

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Associação das Mulheres Contra a Violência (AMCV)

Açores aplicam multas a pais de estudantes problemáticos

Os pais dos estudantes das escolas do básico e secundário dos Açores podem vir a pagar multas, caso os seus filhos faltem às aulas ou se envolvam em casos de indisciplina. As famílias que não cumpram o pagamento destas contra-ordenações podem mesmo perder direito aos apoios da acção social. Estas medidas fazem parte do novo estatuto do aluno na região autónoma, que ontem foi publicado em Diário da República. Público

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Apelo à greve


Henrique Monteiro

Daqui e dali... Henrique Raposo

Caro funcionário público, quer trocar?

Caro funcionário da República, hoje sou apenas o portador de uma mensagem do meu primo (sim, as bestas reacionárias também têm primos). O meu primo trabalha numa empresa que, como tantas outras, enfrenta imensas dificuldades. A hipótese da falência deixou de ser uma coisa longínqua e, por arrastamento, o desemprego passou a ser um cenário possível. E é assim há muito tempo. Há muito tempo que este pesadelo está ali ao virar da esquina. Portanto, a mensagem do meu primo começa assim: V. Exa. está disponível para trocar o seu vínculo-vitalício-ao-Estado por um contrato-ameaçado-pela-falência-e-pelo-desemprego? Quer trocar 12 meses certíssimos por 14 meses incertos?

Depois, o meu primo gostava de compreender uma coisa. Se a empresa dele fechar, ele cairá no desemprego e terá de procurar emprego novo. Mas se a repartição pública de V. Exa. fechar, o meu caro funcionário da República irá para o "quadro de excedentários". Por que razão V. Exa. tem direito a esta rede de segurança que mais ninguém tem? Porquê? Em anexo, o meu primo gostava de propor outra troca: V. Exa. está disponível para trocar a ADSE pelo SNS? Sim, porque o meu primo tem de ir aos serviços públicos (SNS), mas V. Exa. pode ir a clínicas e hospitais privados através da ADSE. Quer trocar? E, depois de pensar na ADSE, V. Exa. devia pensar noutro pormenor: a taxa de absentismo de V. Exa. é seis vezes superior à das empresas normais, como aquela do meu primo. E, ainda por cima, o meu primo não tem uma cantina com almoços a 3 euros, nem promoções automáticas. Mas vai ter de trabalhar mais meia-hora por dia.

Para terminar, o meu primo está muito curioso sobre uma coisa: das milhares e milhares de famílias que deixaram de pagar a prestação da casa ao banco, quantas pertencem a funcionários públicos? Quantas? Eu aposto que são pouquíssimas. Portanto, eu e o meu primo voltamos a colocar a questão inicial: V. Exa. quer trocar? V. Exa. quer vir trabalhar para uma empresa real da economia real que pode realmente entrar em falência e atirar os empregados para a realidade do desemprego? V. Exa. quer trocar a síndrome do funcionário público pela síndrome do desemprego?
Expresso

Público

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Bombeiros de Carrazeda com nova ambulância oferecida por empresa inglesa

Os Bombeiros Voluntários de Carrazeda de Ansiães possuem, desde o último sábado, uma nova ambulância de socorro, que foi adquirida com a ajuda da Symington Family Estates.
Esta empresa inglesa detém no Douro quase um milhão de hectares de vinha, num total de 26 quintas, e há seis anos que apoia a aquisição de equipamentos para instituições sociais da região.
Neste caso comparticipou com 40 mil euros uma viatura que custou 56 mil.
A nova ambulância reveste-se de extrema importância para os bombeiros de Carrazeda, pois como diz o presidente Carlos Fernandes, a anterior já sofreu um grande desgaste: “O carro que temos e devia fazer as funções que este vai fazer é o que temos no 112. Temo-lo há 12 ou 13 anos, com equipamento da época, que já não satisfaz em termos de socorro. Tivemos esta feliz oferta, com a sociedade civil a sobrepor-se às funções do Estado. Mas continuamos a à espera que o Estado nos troque a ambulância do INEM.”
Por outro lado, a nova ambulância está altamente equipada, o que pode permitir um socorro mais eficaz:
É um carro que permite, em caso de necessidade, que o doente seja acompanhado por médicos e enfermeiros e ser intervencionado a caminho do hospital”, explica. O apoio da Symington Family Estates aos Bombeiros Voluntários de Carrazeda de Ansiães insere-se numa política da empresa de comparticipação de equipamentos para instituições sociais dos concelhos onde possuem quintas:
A decisão clara da nossa empresa é dar equipamento. Não gostamos de dar fundos, porque não se sabe para onde vai o dinheiro. Os bombeiros disseram que custa x, e cá está o equipamento.”
Apesar de reforçada com a nova ambulância, a corporação de bombeiros de Carrazeda continua a ter necessidade de novas viaturas, como é o caso de um carro de desencarceramento:
Com a abertura para breve do IC5, o tráfego vai aumentar exponencialmente na nossa zona. E há carros de fogo que precisam de ser substituídos. Mas vamos ter de aguardar por candidaturas ao QREN.” As necessidades dos BV de Carrazeda de Ansiães manifestadas pelo presidente da associação humanitária, no dia em que foi benzida a nova ambulância, cuja compra foi comparticipada em pouco mais de 70 por cento pela empresa Symington Family Estates.
Antes dos Bombeiros de Carrazeda, esta empresa produtora de vinhos no Douro tinha já participado na compra de ambulâncias para as corporações do Pinhão, São João da Pesqueira e Provesende; e na aquisição de novo equipamentos para o hospital de Alijó e Cruz Vermelha de Sabrosa.
CIR/Brigantia

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Oficina Domiciliária

A autarquia de Carrazeda de Ansiães avançou com um programa de apoio à população local mais desfavorecida e mais idosa. A ideia é executar pequenas reparações em domicílios, por técnicos especializados e mediante identificação e apreciação dos casos considerados mais graves. A aquisição de uma viatura está nos planos de desenvolvimento deste projecto. B

Nomeação da UNESCO promoveu região do Douro a "cartão de visita" de Portugal

A Comissão Nacional da UNESCO fez hoje um balanço "positivo" dos dez anos do Douro Património Mundial e rejeita qualquer possibilidade de desclassificação do território.
Em declarações à Lusa, Clara Bertrand Cabral, especialista de programa/cultura da Comissão Nacional da UNESCO, acredita que a inscrição na lista do Património Mundial tornou o Douro mais conhecido internacionalmente, atraiu mais turistas e ajudou a desenvolver toda a economia da zona.
O Alto Douro Vinhateiro (ADV) foi classificado em 14 de dezembro de 2001 como Paisagem Cultural Evolutiva Viva e Clara Cabral considera o território como um "bom cartão de visita de Portugal", pelas suas paisagens, vinhos, gastronomia e acolhimento.
Com 25 mil hectares, inseridos na Região Demarcada do Douro, o ADV engloba 13 municípios, nomeadamente Alijó, Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Vila Real, Sabrosa, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Lamego, Armamar, Tabuaço, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.
Dez anos depois, este ainda é um território de contrastes entre as lixeiras, as más construções e os empreendimentos turísticos de luxo, entre as grandes empresas produtoras de vinho e os milhares de vitivinicultores que perderam 60 por cento do seu rendimento nos últimos 15 anos.
Sobre este Douro pairam ainda receios de uma repreensão ou desclassificação por parte da UNESCO e que ganham eco a cada aniversário. Este ano, o início da construção da Barragem na foz do rio Tua veio intensificar estes temores.
Clara Bertrand Cabral admitiu que qualquer bem classificado pode ser desclassificado mas, para já, não há qualquer informação nesse sentido.
"Nunca ouvi de que o Douro pudesse ser desclassificado, não sei de onde vem essa ideia porque aqui não temos qualquer informação sobre isso", salientou.
Além do mais, explicou que qualquer processo de desclassificação "é longo", "passa por várias fases" e, antes de se concretizar, "qualquer bem tem que passar para a lista do património mundial em perigo".
"E nunca se falou sequer que o Douro pudesse ir para essa lista. Portanto não sei de onde vem essa ideia", acrescentou.
"As queixas que temos recebido do Douro, e recebemo-las também de outros sítios que são Património Mundial, são reencaminhadas a quem de direito, aos gestores e às tutelas", sublinhou.
O conceito de Património Mundial implica que um bem patrimonial de um país tem um valor excecional tão grande que possa ser partilhado com todas as pessoas.
"Portanto, inscrever [um espaço] na lista é uma maneira de mais pessoas poderem ficar a conhecer e ele ser dessa forma partilhado", frisou.
RTP

domingo, 20 de novembro de 2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O saudosista

Daqui e dali... Camilo Lourenço

Mário Soares diz que a manifestação de militares “deve impressionar”. Mais do que a outra manifestação, promovida pelos sindicatos. Porque estes fazem parte do “jogo político e social”, ao contrário dos militares.

Eu também acho que temos de nos “impressionar”. Mas não com os militares. O que me impressiona é os políticos, como Soares, assistirem à pressão de certos militares sobre o poder político sem dizerem o óbvio: o seu lugar é nos quartéis. O que me impressiona é Soares não lembrar aos militares, incluindo a “avis raras” como Vasco Lourenço e Otelo Saraiva de Carvalho (Oscar…?), que Portugal é uma Democracia. E que regimes democráticos não precisam de tutelas… a não ser dos eleitores. E que ou os militares se integram no grupo dos eleitores, ou têm de ser responsabilizados.

Voltando a Otelo, cujas ligações às FP-25 tiraram-lhe quaisquer credenciais democráticas, não se pode tolerar que diga que se forem ultrapassados certos limites, com perda de mais direitos, a resposta pode ser um golpe militar. E não é tolerável que Otelo (que se safou da prisão graças a uma amnistia promovida por Soares), diga que “os militares têm a tendência para estabelecer um determinado limite à actuação da classe política” e que bastam 800 homens para derrubar o Governo e tomar o poder.

É altura de pôr um travão a figuras como Vasco Lourenço e Otelo. E isso tem de ser feito por pessoas com o peso de Soares… e pelos tribunais. Nesse sentido, “impressiona-me” que a PGR não tenha aberto um processo a Otelo. Porque as suas declarações são uma ameaça ao Estado de Direito.

P.S. – Cavaco quer o BCE a funcionar como “lender of last resort”. Já leu o Tratado de Lisboa? Jornal de Negócios

Sessão Pública de Esclarecimento - Documento Verde da Reforma da Administração Local

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Câmaras do Nordeste Transmontano vão perder dezenas de cargos de chefia

As câmaras do distrito de Bragança podem vir a ficar sem nenhum director de departamento e menos de metade dos 53 chefes de divisão que actualmente exercem funções nos doze municípios. Essa é a proposta do Governo que consta do documento verde da reforma da administração local. Bragança e Mirandela são os mais penalizados.
Esta alteração tem a ver com o novo critério proposto para determinar o número máximo de dirigentes municipais de acordo com a tipologia de município. Nesta proposta do governo, apenas os municípios que tenham mais de 40 mil habitantes podem ter na sua estrutura um director de departamento.
Critério que não é atingido por nenhum concelho do distrito de Bragança, pelo que os actuais 12 directores de departamento que actualmente exercem funções em cinco câmaras do distrito terão de passar para outras funções.
Também para os cargos de nomeação de chefe de divisão ou equiparados, há novas regras. Municípios que tenham até 5 mil habitantes, podem ter um chefe de divisão. Entre 5 e 10 mil habitantes, na autarquia podem ser nomeados 2 chefes de divisão e 3 pessoas podem ser nomeadas como chefes de divisão nos municípios que tenham entre 10 e 30 mil habitantes, sendo que nos concelhos com população superior a 30 mil habitantes podem ter um chefe de divisão por cada 10 mil habitantes.
Caso a proposta venha a ser aprovada, dos 53 chefes de divisão, repartidos pelas 12 autarquias do distrito de Bragança, passam a ficar apenas 24 nesse cargo.
Os municípios mais afectados com esta alteração são os que têm o maior número de habitantes. Bragança tem actualmente 11 dirigentes municipais (3 são directores de departamento e 8 chefes de divisão) ficará reduzido a apenas 3 chefes de divisão. A seguir vem Mirandela que tem agora 9 dirigentes municipais (4 directores de departamento e 5 chefes de divisão), ficará apenas com 3 lugares para chefe de divisão que nem sequer chega para a eventual despromoção dos directores de departamento. Macedo de Cavaleiros vai ficar sem os 2 directores de departamento e dos 5 chefes de divisão, apenas poderá ficar com 3.
Carrazeda de Ansiães também tem 2 directores de departamento e 1 chefe de divisão. Com esta proposta, fica reduzido a apenas 2 chefes de divisão na sua estrutura orgânica. Torre de Moncorvo fica sem o actual director de departamento e dos 5 chefes de divisão passará a contar com apenas 2.
Alfândega da Fé também sofre uma redução significativa. Passa de 7 chefes de divisão para apenas 2.
Outro corte drástico acontece em Vimioso. Actualmente com 6 chefes de divisão ficará apenas com 1. Mogadouro passa de 6 chefes de divisão para 2.
O município de Vinhais passa de 4 cargos de chefes de divisão para apenas 2 e Freixo de Espada a Cinta que agora conta com dois, terá, segundo esta proposta, apenas um chefe de divisão. O município de Vila Flor é o único que não terá alterações porque também não tem nenhum chefe de divisão na sua estrutura.
Diga-se que no caso da extinção dos 12 lugares de directores de departamento, e caso venham todos a passar para chefes de divisão, o corte no salário mensal pode rondar os 500 euros.
CIR/Brigantia
Público

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Portugal é dos menores produtores agrícolas

Portugal é um dos menores produtores agrícolas da União Europeia (UE), com uma parcela de apenas 0,4 por cento nos cereais e de 2,6 por cento no leite, segundo dados hoje divulgados pelo Eurostat.
Segundo o gabinete de estatísticas da UE, a França é o principal produtor de cereais, com uma fatia de 23 por cento, de carne avícola (14 por cento) e de bovino (19 por cento), estando a Alemanha e o Reino Unido entre os três grandes na maioria das categorias, que incluem também a produção de queijo e de carne de porcino.
Em Portugal produziu-se ainda, em 2010, segundo o Eurostat, 0,8 por cento do queijo da UE.
No que respeita à produção de carne, a de aves representa 2,4 por cento do total europeu, seguida pela de porcino (1,7) e de bovino (1,2 por cento).
Sol

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Queridos defuntos
(o Pombal que resta em mim)

Já há algum tempo que a minha ida ao Pombal se traduz numa dor imensa.

De voltar aos lugares

onde falo com fantasmas, quase todos-todos empacotados numa armazém de subsolo.

Meu Deus, como estou longe!,

escutando vozes no Deserto.

Daqui e dali... Carlos Fiúza

Sonhar Português

Era uma vez um povo que sempre sonhou que um dia ainda viria a ser rico.
Esse povo olhava “para fora” e sonhava: Tenho o mesmo direito, ou não?
E um dia os seus “pares” (vindos dessa Europa que ele pensava ser rica) bateram-lhe à porta… e ele escancarou-a.
Não mais couves com batatas”, sonhou; “não mais um punhado de azeitonas e uma côdea de pão bolorento…
Como que por milagre…
… os antigos “caminhos de cabras” deram lugar a quilómetros de belíssimas estradas (com três faixas para cada lado e separador central) … a enxada e o velho jumento foram substituídos por um “todo-o-terreno” topo de gama… as traineiras (essas latas inúteis) foram “abatidas” e encostadas aos cais, lá apodrecendo aos poucos.
Para quê plantar, semear, pescar… o supermercado da esquina tinha todos esses produtos e a preços bem convidativos.
O Escudo dera lugar ao Euro… o futuro estava, assim, assegurado!
E esse povo (que já se pensava feliz) continuou a sonhar…
Em quê já não sabia… mas sonhava!
E para sonhar melhor, comprou uma casa de férias na praia… trocou de carro, de hábitos… de ALMA!
E continuou a sonhar, a sonhar muito (não em como pagar as casas, os créditos que se acumulavam) … mas a sonhar/pensar o quão “trabalhoso” é não fazer nada!
Pois se os bancos lhe ofereciam “dinheiro barato” (quase de borla!) … se o incentivavam, até, a ter a sua própria piscina, era porque o seu “sonho” era exequível… era, mesmo, um “direito adquirido”.
Mal sabia esse povo que o ato de sonhar anda quase sempre de mãos dadas com a não ação.
E porque o não sabia, continuou a sonhar, a pensar até que se o moleiro era pago por fazer o pão, ele devia ser pago por sonhar.
Não era ele um sonhador?!
Não havia nada de desperdício no seu sonhar…
Não é verdade que nem todo o ato de sonhar corresponde a uma ação?
Se aceitamos (e pagamos) a um escritor, a um metalúrgico, a um político que primeiro sonham e só depois executam (quando executam), porque não aceitar (e pagar) a quem apenas sonha?
Não comanda o sonho a vida (como sempre lhe disseram)?
E assim esse povo “descobriu” que o ato de sonhar é, muitas vezes, semelhante ao ato de nada fazer ou mesmo ao não existir.
Como o ato de dormir… porque mesmo a dormir os sonhos são imagens criadas no cérebro.
E assim…
… o dormir e o sonhar se completavam!
Os “biliões” (ou os milhares de milhões, como um dia ouviu na televisão) passaram a povoar os seus sonhos…
Até que um dia, com os credores quase a baterem-lhe à porta e os mercados financeiros a fecharem-se-lhe, leu (casualmente) num dicionário:
BILIÃO = Mil milhões = Um milhão de milhões”.
Achou isto estranho, um autêntico “absurdo aritmético” e não conseguiu compreender:
Como é que um “bilião” é um “milhão de milhões”?
Outro dicionário lho esclareceu:
Bilião, ou antes bilhão – mil milhões (1.000.000.000) segundo o sistema português, francês, italiano e americano OU um milhão de milhões (1.000.000.000.000) segundo o sistema inglês e alemão”.
Os “zeros” cegaram-no e pensou: “Porquê ter um bilião com 9 (nove) zeros quando posso optar pelo sistema inglês ou alemão e ter o mesmo bilião com 12 (doze) zeros?”
E assim, por mera “engenharia aritmética”, mudou de sistema… e passou a sonhar que tinha muito mais “dinheiro” (como os ingleses e os alemães) … para alguma coisa lá estavam os zeros.
De novo “rico”, esse povo continuou a sonhar… e a gastar!
Não foram as maiores ações da Humanidade fruto do sonhar/pensar?
O IRS, o IVA e a Inflação não nasceram do sonho/pensamento? Como o Holocausto?
Capitalismo e mercados financeiros não são entraves ao “sonho”?
Não são os “indignados” de hoje (ou os indigentes do amanhã) uma pústula no “sonhar” dominante?
Mas…
… sobre isso o melhor é nem sonhar/pensar!
O presente diz-nos que todos os malefícios que assolam a humanidade tiveram a sua génese no sonho/pensamento… em muitas noites de insónia!
Foi assim em Hiroshima… como o foi no Darfur… como já o tinha sido antes com o “arianismo”!
Finalmente esse povo acordou e (já dolorosamente desperto) pela última vez SONHOU que o mais “racional” era… DEIXAR DE SONHAR!

E assim aconteceu!

Carlos Fiúza

terça-feira, 8 de novembro de 2011

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Daqui e dali... Henrique Raposo

O bullying de Sócrates sobre Seguro

O humor involuntário do socratismo continua. De maneira quase hilariante, esta sarna política - que nos levou à bancarrota - está agora a fazer política de terra queimada. A gentinha socrática, que devia ser a primeira a assumir as suas responsabilidades perante o OE'12, anda por aí a gritar e a corroer a liderança de Seguro. E nem sequer interessa saber se Sócrates ligou ou não aos seus peões parlamentares . Porque esses peões estão a trabalhar - há muito tempo - no sentido do PS roer a corda, isto é, no sentido do PS roer o acordo com a troika. O socratismo está a fazer bullying sobre Seguro há muito tempo.

Não é por acaso que temos assistido a um espetáculo cómico: os meninos socráticos têm colocado em causa a dimensão do buraco descomunal que este governo herdou do governo anterior. E percebe-se porquê. O socratismo só tem esta estratégia na manga, só lhe resta dizer que "não senhor, não há cá buraco nenhum, nós até deixámos o país em condições, estava tudo bem, não havia buraco". Sucede que esta estratégia tem vários problemas. E o principal é este: o buraco socrático foi confirmado pelo Banco de Portugal e pelo INE. Não é uma invenção de Passos (que, claro, tomou estas medidas porque tem uma vontade enorme de ser popular, ora essa). Não estamos - repare-se - no domínio das diferenças de opinião, mas no campo da honestidade perante a realidade. Ante este facto, ante este buraco de 3,4 mil milhões, os socráticos só tinham uma opção séria: apresentar alternativas que evitassem o corte nos subsídios. Mas os leãozinhos de Sócrates não entram neste debate, porque isso significaria a aceitação do facto, porque isso era o mesmo que dizer "sim, o nosso querido líder deixou um buraco descomunal". Portanto, esta fauna socrática continua a fazer aquilo que sempre fez: distorce factos, evita a realidade, e grita. Grita muito.

Moral da história? Os socráticos querem que Seguro vote contra o OE'12, porque uma abstenção de Seguro representa (representará?) um PS que aceita como verdadeiro o buraco orçamental deixada por Sócrates, porque uma abstenção de Seguro representa (representará?) uma condenação tácita da herança de Sócrates. E esta gentinha socrática não aceita isto. Porquê? Porque esta fauna não está a defender o país. Está a defender, isso sim, o seu dono, essa pessoa genial que anda a pavonear os fatos Armani pelos melhores restaurantes de Paris.
Expresso

domingo, 6 de novembro de 2011

Acorrentados pararam obras da barragem de Foz-Tua duas horas - JN

Acorrentados pararam obras da barragem de Foz-Tua duas horas - JN

Activistas acorrentados pararam obras da barragem de Foz-Tua duas horas

Meia dúzia de activistas acorrentaram-se este domingo de manhã aos portões de acesso às obras de construção da barragem de Foz Tua, em Alijó. Uma iniciativa que visou protestar contra a construção deste aproveitamento hidroeléctrico, da responsabilidade da EDP, que, alegam, ameaça o Douro vinhateiro.

A iniciativa, que apanhou de surpresa os trabalhadores, começou cerca das 9 horas da manhã deste domingo e acabou cerca das 11 horas. A GNR esteve no local mas não precisou de usar a força para obrigar os manifestantes a desmobilizar.

Seis activistas, que disseram agir individualmente, acorrentaram-se aos portões de acesso à obra, impedindo maquinas e camiões de entra e sair, enquanto outros colocaram cartazes com frases como "barragens afunda património - Douro Vinhateiro em risco" e "barragens afundam biodiversidade".

A GNR esteve no local, tomou conta da ocorrência, mas não necessitou de usar a força. Os manifestantes acabaram por abandonar o protesto, sem querer prestar declarações à Comunicação Social, e permitir a normal actividade dos trabalhadores, que ao fim-de-semana se concentram, essencialmente, na construção de um túnel.

O dirigente do Núcleo da Quercus em Vila Real, João Branco, esteve no local para se solidarizar com os activistas, que segundo disse "foi organizada por um grupo de cidadãos independentes de todo o país que decidiram manifestar a sua indignação pela destruição do Douro Património Mundial".

De resto, este tem sido um dos argumentos das organizações ambientalistas, contestando que a construção da barragem de Foz Tua pode ditar a retirada daquele título da UNESCO ao Alto Douro Vinhateiro, atribuído em Dezembro de 2001.

A barragem de Foz-Tua está a ser construída a pouco mais de um quilómetro da confluência do rio Tua com o rio Douro, entre os concelhos de Carrazeda de Ansiães e Alijó e deve começar a funcionar em 2015, representando um investimento de 305 milhões de euros. Texto e foto: Eduardo Pinto, JN

sábado, 5 de novembro de 2011

Rostos Transmontanos - exposição

Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães

Souto de Moura vai projectar central hidroeléctrica do Tua

O galardoado arquitecto português Eduardo Souto Moura vai conceber a central hidroeléctrica da barragem de Foz Tua, no Nordeste Transmontano, com o desafio de harmonizar a edificação com a paisagem do Douro Património da Humanidade.

De acordo com informação fornecida pela EDP à Agência Lusa, esta será a primeira vez nas barragens portuguesas que uma central de produção de energia terá a assinatura de um profissional de renome, contratado propositadamente para o efeito.

Com a entrega do projecto a Souto Moura, a EDP "procura garantir a melhor integração possível na paisagem do Alto Douro Vinhateiro, conseguindo em simultâneo uma obra de arte arquitectónica de referência internacional capaz de funcionar como mais um pólo de atracção para a região".

O arquitecto vencedor do prémio Pritzker 2011 será o responsável pela concepção do edifício a instalar junto à foz do rio Tua, no âmbito da nova barragem que a EDP está a construir a cerca de um quilómetro da confluência do rio Tua com o rio Douro, entre os concelhos de Carrazeda de Ansiães (Bragança) e Alijó (Vila Real).

O empreendimento faz parte do Plano Nacional de Barragens e tem sido alvo de contestação, nomeadamente por alegados impactos na paisagem protegida do Douro Vinhateiro, classificado Património da Humanidade.

A barragem deverá estar concluída em 2015 e representa um investimento de 305 milhões de euros.

A EDP estima também que esta obra vá gerar quatro mil postos de trabalho, directos e indirectos.

O projecto prevê ainda a criação de uma solução integrada de transporte, que assegure a mobilidade quotidiana e turística, em alternativa aos 16 quilómetros da linha ferroviária do Tua que vão ficar submersos pela futura albufeira.

Entre as contrapartidas para a região pelos impactos da barragem está também a criação de uma agência de desenvolvimento regional, em parceria com as cinco autarquias da área de influência do empreendimento, nomeadamente Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Mirandela, no distrito de Bragança, e Alijó e Murça, no de Vila Real. JN

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Shi (Poesia),
filme do coreano Lee Changdong

Vencedor na última edição do Festival de Cannes do prémio para Melhor Argumento, curiosamente, não foi a narrativa primeira de Mija, uma avó boom de 66 anos,

que me seduziu, na criação do seu neto, co-violador de uma colega suicida, num subúrbio da Coreia do Sul. Não.

Nem a frequência de um curso de poesia, pela recordação de um professor que uma vez lhe dissera que um dia ela se faria poeta. Claro qeu o sonho se cumpria,

buscando a beleza nos pequenos nadas do quotidiano, mas

não foi isso que mais me tocou. Foi, sim, o início do Alzheimer,

em que primeiro a avó se esquecia dos substantivos, não passando à fase seguinte da doença em se perder dos verbos.

Post Scriptum: Vi também um concerto da banda Osmavati, de Aveiro, que me impressionou pela abertura da klezmer music... yidish, música judaica profana, para as Américas e para as suas influências ciganas do Centro da Europa, cujo ponto alto foi a canção "Bubamara" de Goran Bregovic, imortalizada no filme Gato preto, gato branco de Emir Kusturica.

TGV vai parar a menos de 50 quilómetros de Bragança até 2015

Em 2015, Bragança vai ter uma paragem do TGV a menos de 50 quilómetros. As obras do AVE, o comboio de alta velocidade espanhol, já chegaram a Puebla de Sanabria, ali do outro lado da fronteira.
José Fernandez Blanco, alcaide da Puebla, confirma que agora é preciso apostar nas comunicações com Bragança.
Apesar da crise, conseguiremos que as comunicações entre Bragança e Puebla de Sanábria seja uma realidade. O comboio de Alta Velocidade está adjudicado até à província de Ourense, a 20 quilómetros de Sanábria. Em 2015 teremos uma estação de Alta Velocidade e combiná-la-emos com o aeródromo de Bragança.”
O responsável espanhol diz que, depois disso, será fundamental tornar o percurso entre Bragança e Puebla de Sanábria mais rápido.
Claro, não podemos demorar quase uma hora a chegar a Bragança. Sem uma ligação em que demoremos 35, 40 minutos, não vale a pena.” Nesta altura, as obras já começaram no terreno.“As obras até Pedralva, a 12 kms da Puebla, estão a 20 por cento. Os movimentos já estão a realizar-se.”
Apesar de o Governo português ter cancelado o projecto do comboio de alta velocidade, Bragança terá uma estação a menos de uma hora de distância.
A linha irá ligar Ourense a Madrid
. Brigantia

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Beta Movement - Colour Mixing System (demo)

A Beta Movement - Colour Mixing System (demo) by abetamovement

A BETA MOVEMENT, os 2 músicos do núcleo criativo, decidem avançar com audições para a voz principal. Durante o processo algumas vozes ficam ligadas ao projecto, em participações especiais, como nas gravações da Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, mas apenas em Julho de 2011 se junta Marcela Freitas, (ex Papercutz) conferindo ao projecto a solidez na fórmula das canções expostas à manipulação digital.

Inicia-se assim uma nova era, durante este ano 2011, estando já agendada a entrada em estúdio para a gravação de um segundo EP ou, caso ainda se reúnam as condições, do primeiro registo discográfico do projecto.

A BETA MOVEMENT, colectivo do Porto, nasce em 2008, aberto à experimentação, edifica do conceito um movimento inexistente.

O EP ABETAMOVEMENT, lançado em Março 2010, em edição de autor, disponível na CD-GO, reflecte o embrião da sonoridade desenvolvida até então pelo colectivo, de estrutura dinâmica, pronunciada, movimentos dançáveis de performance indie-rock.

Projecto vencedor da categoria ALTERNATIVO Rock Rendez Worten (RRW) 2010. Seleccionado por figuras como Henrique Amaro (Antena3), Miguel Cadete (Blitz) e Sónia Tavares (The Gift), votada pelo público e apadrinhada pelo Miguel Guedes (Blind Zero). “AMERICAN LOVE” e “PINK RIBBON”, foram os temas gravados para a compilação RRW 2011, uma edição de 5000 exemplares, disponível nas lojas Worten.

Nomeados entre vários projectos de todo o mundo, no Alternative Top20 da Music World Radio, UK, presentes na grelha durante 15 semanas consecutivas atingiram por 3 vezes o 3º Lugar da listagem, como resultado, tiveram direito à review no website da MWR

“…The music is easy on the ears and you hear something different from each play…A Beta Movement are slowing gaining ground with their acoustic, electro style...”

Pedro Cordeiro – Guitarra A&E/ Voz

Secundino Oliveira – Programação/ Teclados/ Baixo/ Drum Pad/ Voz

Marcela Freitas – Voz