segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Daqui e dali... Camilo Lourenço

Mário Soares diz que a manifestação de militares “deve impressionar”. Mais do que a outra manifestação, promovida pelos sindicatos. Porque estes fazem parte do “jogo político e social”, ao contrário dos militares.

Eu também acho que temos de nos “impressionar”. Mas não com os militares. O que me impressiona é os políticos, como Soares, assistirem à pressão de certos militares sobre o poder político sem dizerem o óbvio: o seu lugar é nos quartéis. O que me impressiona é Soares não lembrar aos militares, incluindo a “avis raras” como Vasco Lourenço e Otelo Saraiva de Carvalho (Oscar…?), que Portugal é uma Democracia. E que regimes democráticos não precisam de tutelas… a não ser dos eleitores. E que ou os militares se integram no grupo dos eleitores, ou têm de ser responsabilizados.

Voltando a Otelo, cujas ligações às FP-25 tiraram-lhe quaisquer credenciais democráticas, não se pode tolerar que diga que se forem ultrapassados certos limites, com perda de mais direitos, a resposta pode ser um golpe militar. E não é tolerável que Otelo (que se safou da prisão graças a uma amnistia promovida por Soares), diga que “os militares têm a tendência para estabelecer um determinado limite à actuação da classe política” e que bastam 800 homens para derrubar o Governo e tomar o poder.

É altura de pôr um travão a figuras como Vasco Lourenço e Otelo. E isso tem de ser feito por pessoas com o peso de Soares… e pelos tribunais. Nesse sentido, “impressiona-me” que a PGR não tenha aberto um processo a Otelo. Porque as suas declarações são uma ameaça ao Estado de Direito.

P.S. – Cavaco quer o BCE a funcionar como “lender of last resort”. Já leu o Tratado de Lisboa? Jornal de Negócios

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