quarta-feira, 30 de junho de 2010

Daqui e dali... João Lopes de Matos

José Saramago – o homem
Era uma vez um homem (já não é, já morreu) que nasceu em 1922, num lugarejo chamado Azinhaga, a quem puseram o nome próprio de José (como o pai) e o último apelido de Saramago, alcunha ou apelido de família, porque era comum nesse tempo as pessoas não terem um nome completo tão bem definido como agora. Sorte a dele, porque, de contrário, teria ficado conhecido apenas por José de Sousa.

Este “Saramago” é o dedo do destino a salvá-lo de ter um nome corriqueiro, como a “Sócrates”, este vocábulo o salvou de ter um nome mais banal.
Pois este Saramago, ao que tudo indica, veio ao mundo, dotado pelos pais ou por Deus (nós não somos todos dotados da mesma maneira) de uma inteligência, uma força de vontade, um génio, uma perseverança, uma capacidade de trabalho, um feitio, uma teimosia, fora do comum. Apetrechado destes atributos, meteu-se à vida.
Nasceu num lugar recôndito, mas o pai conseguiu fazer-se polícia (ou fizeram-no, talvez por não ser burro, ser bem comportado e ser talvez salazarista – conditio sine qua non). E, em virtude disso, o pai rumou a Lisboa, para onde mais tarde levou a família. O rapaz, a princípio, não se portou mal: estudou o que pôde ou o que o mandaram estudar e terá sido talvez (nos meus juízos guio-me pela probabilidade mais forte ou pela maior verosimilhança) salazarista como o pai e como eu próprio fui até aos 16 anos.
Mas ao rapaz, chegado a uma certa idade, deu-lhe (quem houvera de dizer) para começar a ler, a ler, a ler, e nunca mais parou. E, ainda mais raro, começou a interrogar-se (e a interrogar os outros) sobre tudo o que lia. Foi irreverente, teve vários ofícios, e um dia (com toda a probabilidade) começou a ler o Soeiro Pereira Gomes, o Alves Redol (como ele, do Ribatejo) e começou a acreditar num paraíso (para todos) na terra, já que não consta que tenha até aí pensado muito num paraíso (para todos) num outro mundo (celestial).
A certa altura fez-se membro do partido comunista, por acreditar que com ele atingiria a felicidade para todos (na terra). Foi já como militante do PC que entrou na revolução de 25/4.
E, logo de seguida, mal nos habituáramos à liberdade, os comunistas pensaram chegada a manhã libertadora e igualitária para todos. E quiseram chegar lá através da via (ditadura do proletariado) consagrada por Marx e, sobre tudo, por Lenine, para não falar de Estaline, que era querido às escondidas e não querido em público.
Esta maré passou-a ele (Saramago) como director do D.N.. E deixou-se levar pelo forte querer de construir rápido um mundo melhor (nisto não era original, pois desde Cristo que os cristãos o tentam conseguir, aliando-se ao poder (Roma), constituindo eles o poder (Idade Média) e recorrendo a meios que nem ao Diabo lembram (a Inquisição deliciou-se com o fogo do inferno a queimar os hereges).
Pois Saramago, em 1975, bem aconselhado pelos camaradas legítimos (os trabalhadores manuais e não só), tornou-se sectário, expulsou os indignos do mundo novo, fez trinta por uma linha, até que ele próprio foi expulso. Ainda lutou no Alentejo pelos desígnios anteriores: trabalhou numa UCP, conversou, conviveu, delirou. E isto numa altura em que os ventos já apontavam fortemente noutra direcção.
Caíu em si, isolou-se, leu, estudou, percorreu o país, e decidiu fazer-se escritor (aquilo que havia escrito até aí já lhe dava alguma esperança de sucesso). E começou por contar a história dos alentejanos, com quem convivera tanto tempo, num estilo na esteira de Soeiro Pereira Gomes, de Alves Redol e tantos, tantos outros, que tiveram as suas primícias literárias no chamado neo-realismo.
E não é que fez uma obra tão bela (literaria e tematicamente) que até a Câmara de Lisboa (de Cruz Abecassis ) lhe reconheceu o mérito e lhe deu um prémio? Escreveu logo de seguida “O Memorial do Convento” e a aceitação geral foi excelente.
Curioso: - num país ortodoxo, conseguiu impôr-se com uma escrita heterodoxa. E continuou a afirmar-se comunista, numa teimosia (ou coerência) próprias de um Salazar, um Hitler, um Cunhal, um Estaline.
Mas a sua esperança num mundo igualitário esfumava-se a cada dia que passava: - a derrocada das “democracias” de Leste, a agonia de Cuba, a viragem para o capitalismo da China, o extremismo da Coreia do Norte.
E então começou a procurar outra via: o Cristianismo e a sua majestática organização, a Igreja Católica. E que viu ele? - O Papa e os cardeais vestidos de ouro, apoiados embáculos de ouro, com cruzes de ouro ao pescoço, vestidos de modo inteiramente desadequado dos tempos actuais. Além disso, passam o tempo com rezas, ladainhas, persignações, julgando que Deus gosta dessas lenga-lengas, desses rituais, esquecendo-se que Este talvez preferisse que a Ele se chegasse pelo amor entre todos.
Pensava que a máxima comunista – de cada um segundo as suas capacidades a cada um segundo as suas necessidades - pudesse ter uma versão cristã, através do espírito de dádiva e de abnegação, que são indubitavelmente apanágio do Cristianismo.
Desiludido, deixou-se de intermediários e questionou directamente Deus e a sua doutrina.
Mas encontrou uma parte dos livros santos que lhe provocou muitos engulhos: o Velho Testamento, onde ele via um Deus que infundia medo, mais que amor, que agia a seu bel-prazer, do qual os humanos tudo aceitavam por Deus poder fazer o que lhe desse na real gana.
E então Saramago concluiu: - Deus, se Tu és isto, então desculpa, não existes. Nós somos apenas, como Tu dizes: - pó, terra, cinza e nada.
E, nesta indagação e luta, morreu. Afirmou-se sempre comunista por aquela dita razão cega da coerência, porque quis continuar a acreditar no paraíso para todos, para não dar parte de fraco e porque não queria ser considerado um arrependido.
E optou por aquilo que é terreno e passageiro, não eterno. Optou, porque, como dizem os cristãos e dizem os existencialistas, o Homem é livre e, sobretudo, livre de decidir.
Decidiu mal, Saramago? Se Deus existe, Deus já lho disse. Porque só o juízo de Deus interessa, não o de homens banais como somos todos nós (ainda que alguns sejam Papas, Cardeais, Ministros ou Secretários).
João Lopes de Matos

A voz da experiência

Henrique Monteiro

Candidatura ao Parque de Ciência e Tecnologia deve ser aprovada dentro de três meses

Dentro de três meses deverá ser conhecido o resultado da candidatura do Parque de Ciência e Tecnologia. Um projecto que deverá ser desenvolvido em parceria entre as cidades de Bragança e Vila Real.
A candidatura está a ser analisada, mas segundo Mário Rui Silva, da comissão directiva do Programa Operacional Regional do Norte, tudo indica que venha a ser aprovada.
A candidatura está a ser analisada. Numa primeira abordagem tem condições para ser ganhadora. Estamos apostados que no âmbito de uma rede de parques de ciências e tecnologia no interior, estamos solidários que esta rede deve ter um ponto em Bragança e outro em Vila Real. No prazo de dois, três meses, teremos uma decisão, que prevejo positiva.”
Este responsável revela ainda que foi necessário proceder a alterações ao projecto inicial para promover uma gestão conjunta dos dois espaços.
O projecto inicial foi objecto de uma avaliação técnica mas entendeu-se que por uma questão de massa crítica não era desejável haver um com uma gestão autónoma em Vila Real e outro em Bragança. O projecto foi remodelado”, explicou.
O projecto do Parque de Ciência e Tecnologia está orçado em 22 milhões de euros e deverá ser financiado em 80% por fundos comunitários.
Brigantia

terça-feira, 29 de junho de 2010

Socratweiler raivoso

Daqui e dali... Fernando Sobral

José Sócrates confessou a sua mágoa: "sinto-me sozinho a puxar pela confiança e pelas energias do País". Há dramas assim: há seres incompreendidos que acabam orgulhosamente sós. A tragédia de Sócrates é que não entende que o País está disposto a libertá-lo do seu cansaço. Quer que ele descanse, como mostram as sondagens. Mas, no fundo, o seu poder foi a solidão. Em vez de escutar os outros, Sócrates sempre preferiu ouvir-se a si próprio. Em vez do diálogo, preferiu as certezas absolutas. Rodeou-se de um corpo de pajens que o serviram com deliciosas curvaturas de espinha. É certo que a sua solidão foi a de um Rei Sol: ciente das suas certezas, tentou ao longo de anos que elas se transformassem no dogma do País. Fosse na economia, no sector financeiro, nas empresas de media ou na cultura. No fundo Sócrates ambicionava o absolutismo ou, pelo menos, uma versão pobre do bloco hegemónico de Gramsci. Ou seja, um poder que se confundisse com o Estado e onde tudo estivesse subordinado aos interesses de quem o detinha. Esteve perto de o conseguir, é verdade.
Sócrates está só porque esteve sempre mal acompanhado. Por companhias que escolheu. O "jogging" solitário que tem feito foi em nome do seu prazer. Não foi em prol do País. Com Sócrates, o País empobreceu. Não só economicamente mas, também, social e culturalmente. Sócrates sonegou as energias do País para as colocar ao seu serviço. A sua herança é um ovo oco. Sócrates está só e acabará só. No dia em que sair de S. Bento, ninguém verterá uma lágrima por ele. Fernando Sobral, JN

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Novo ordenamento do território

Henrique Monteiro

Auto-estrada Transmontana pode vir a ter portagens

Afinal, poderão vir a ser cobradas portagens na Auto-estrada Transmontana, entre Bragança e Vila Real.
O primeiro-ministro, José Sócrates, propôs ontem a cobrança de portagens “em todas as sete SCUT”, e naquelas que venham a ser realizadas.
No entanto, o chefe de Governo defendeu, em declarações à Lusa, que os residentes ou os que tenham “actividade económica registada” na área atravessada pela via fiquem isentos de pagamento.
Para José Sócrates, esta é “a melhor forma de responder a todas as preocupações, de igualdade e de justiça”.
O primeiro-ministro entende que, pela sua parte, “o que é importante é que na A23 ou que na futura auto-estrada transmontana, nas auto-estradas do interior ou naquelas em que não há alternativa, como por exemplo no Algarve, aqueles que aí vivem não paguem a auto-estrada”, afirmou José Sócrates.
Brigantia

Movimento propõe referendo regional à Linha do Tua

O Movimento Cívico pela Linha do Tua desafia os autarcas dos concelhos atravessados pela via-férrea e aos alcaides espanhóis, até Puebla de Sanábria, a unirem-se numa só voz para defender a reabertura, modernização e prolongamento da linha do Tua.
Aquele movimento acredita ainda ser possível parar a construção da barragem do Tua.
O Movimento Cívico da Linha do Tua, enviou vários documentos para os autarcas de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Murça, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança, e para os alcaides de Pedralba de la Pradería e de Puebla de Sanábria, com o intuito de os desafiar a reunirem para que a defesa da linha centenária seja feita a uma só voz.
Daniel Conde considera que é tempo de sacudir o marasmo e fazer perceber aos autarcas que é preciso pensar no futuro da região e não apenas nos respectivos concelhos. “O objectivo é sacudir de vez o marasmo que acontece na linha do Tua tanto na zona do vale como na parte encerrada até Bragança e pensando até no prolongamento até à Puebla de Sanábria” afirma.
Queremos convidar os autarcas a reunirem-se e a pensar e a pensar no futuro da região como um todo e não apenas no seu quintal” refere, argumentando que “reabrir a linha do Tua não seria uma obra muito cara e iria trazer desenvolvimento para a região”.
Outro desafio do movimento vai no sentido de que os autarcas defendam um referendo regional definitivo sobre a reabertura, modernização e prolongamento da Linha do Tua, desde a estação do Tua até ao lago da Sanábria, passando pelo renovado aeroporto de Bragança e pela estação de Alta Velocidade da Puebla de Sanábria, na nova linha Madrid - Ourense - Vigo.
Há que ouvir a voz do povo e eu penso que aqui seria unânime em querer a reabertura, prolongamento e modernização da linha do Tua” afirma, confiante. “Lisboa não teria outro remédio se não ceder à vontade da população”.
Ao lançar estes desafios, o movimento pretende que tenham o mesmo sucesso da coligação de autarquias que finalmente convenceu "Lisboa" a reabrir o troço Pocinho - Barca d'Alva na Linha do Douro.
Num dos documentos explicitamos lá o exemplo que houve com a reabertura da linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva em que foi a vontade dos autarca locais que fez com que se avançasse com a reabertura deste troço” lembra. “Não podemos estar à espera que Lisboa pense se é ou não rentável para a região reabrir a linha do Tua”. Para os autarcas seguiu também a proposta de afixar cartazes explicativos sobre as verdadeiras consequências, caso avance a construção da barragem do Tua.
O Movimento Cívico da Linha do Tua espera por respostas dos autarcas até ao final deste mês.
CIR/Brigantia

terça-feira, 22 de junho de 2010

Carrazeda de regresso à Idade Média

Encenação histórica no castelo de Ansiães foi o ponto alto das festividades que convidaram o público a recuar no tempo
Decorria o período entre 1383-1385, o Castelo de Ansiães é tomado de assalto pelas tropas castelhanas lideradas por João Rodrigues Porto Carreiro.
As hostes do país vizinho chegaram munidas de artilharia pesada e com vontade de conquistar o castelo, fazendo ameaças de morte ao povo de Ansiães. Depois de um período de troca de munições, os homens leais ao Mestre de Avis, sob o comando de Vasco Pires de Sampaio, propuseram aos castelhanos a realização de várias provas para mostrarem a sua valentia. Quem vencesse todas as lutas ficaria com o a fortificação.

Este episódio da história da região foi encenado, no passado sábado, no Castelo de Ansiães, no âmbito da Festa na Idade Média, organizada pela Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães (CMCA).
Durante a recriação deste momento histórico, os actores interagiram com o público presente, dando mais vivacidade ao momento e tornando-o mais real. As pessoas que se encontravam na assistência aderiram aos pedidos dos actores, batendo palmas para incentivar as tropas portuguesas e apupando os castelhanos.
Depois de alguns combates, os portugueses venciam os homens de armas de Porto Carreiro, que se mostraram fracos para combater perante a valentia das tropas leais ao Mestre de Avis.
Depois da limpeza ao nívelda vegetação, as muralhas do castelo vão sofrer uma intervenção de fundo. Os actores conseguiram cativar o público, que se manteve na assistência até terminarem as lutas, que deram a vitória aos portugueses, que expulsaram os castelhanos do castelo de Ansiães.
A par da encenação dentro e fora das muralhas, o “Ansiães na Idade Média”, também decorreu nas ruas da vila e na zona envolvente à Fonte das Sereias e ao pelourinho, com diversas iniciativas alusivas à época, desde as danças sarracenas e encantamento de serpentes aos saltimbancos. Para tornar a festa ainda mais característica não faltaram os comes e bebes nas tabernas do burgo aromatizados à época medieval.
Este foi o primeiro ano que a CMCA organizou esta iniciativa, tendo em vista a dinamização do castelo de Ansiães. “Queremos dar outra dinâmica ao castelo, apesar de não querermos centrar tudo nas muralhas, pelo que descentralizamos as actividades que também decorreram na parte antiga da vila, com o devido enquadramento da época”, frisou o presidente da CMCA, José Luís Correia.
Para receber esta iniciativa, o castelo de Ansiães foi alvo de uma intervenção ao nível da limpeza da vegetação. No entanto, este patrimó­nio classificado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), necessita de uma intervenção mais profunda, nomeadamente ao nível da consolidação das muralhas. “Deram-nos conhecimento que está inventariado o que é preciso fazer no castelo de Ansiães e está a caminho a solução, visto que já foi feita uma candidatura nesse sentido”, garantiu o edil.
O objectivo da autarquia é dar continuidade a esta iniciativa, que já cativou os carrazedenses, visto que esta festa é realizada no contexto específico da história de Ansiães. Jornal Nordeste

Reginorde altera calendário para atrair mais visitantes

A Reginorde 2010 assume este ano o conceito de feira e festa, aproveitando a presença dos emigrantes que passam férias na região.
A feira das actividades económicas de Trás-os-Montes acontecia sempre na última semana de Maio, mas desta vez, a organização decidiu mudar a calendarização para meados de Julho, com um orçamento de 200 mil euros.
A Reginorde deixa o mês de Maio e passa para Julho.
De 10 a 17
, foi a nova data escolhida pelo conselho consultivo da Associação Comercial e Industrial de Mirandela.
Uma escolha que tem em conta as condições climáticas, mas também por ser um mês que já conta com muitos emigrantes na região.
Em Julho, Mirandela é palco de outros eventos aos quais nós podemos dar continuidade” explica Jorge Morais. Por outro lado, “temos mais gente pois há pessoas oriundas de outros concelhos e de outros países” acrescenta.
Para além disso, a organização do certame fez questão de aproximar a data à realização de uma série de eventos em Mirandela, como o Jet Ski e as festas da cidade, e Jorge Morais confessa que, este ano, pretende-se dar ao certame um novo conceito de feira e festa.
Durante o dia é a feira porque a entrada só é permitida a profissionais e durante a noite, com os espectáculos, o acesso é a todo o público em geral” afirma.
Nesse sentido, a organização aposta nos espectáculos que absorve 100 mil dos 200 mil euros do orçamento.
Os Ídolos, Santa Maria, Rui Bandeira, José Malhoa, são algumas das figuras para a edição deste ano, cujos bilhetes de acesso variam entre os dois e os cinco euros.
Jorge Morais conta ter cerca de duas centenas de expositores, distribuídos por três pavilhões e este ano com a novidade dos profissionais poderem visitar a feira de forma gratuita durante a tarde. (...) CIR/Brigantia

quinta-feira, 17 de junho de 2010

As fiáveis promessas de Sócrates

Henrique Monteiro

Ansiães na Idade Média - 18/19 de Junho


Carrazeda de Ansiães quer dinamizar comércio local

A Urbeansiães vai investir cerca de 300 mil euros numa série de iniciativas para promover e dinamizar o comércio do centro urbano da vila de Carrazeda de Ansiães.
O projecto Guild'Ouro foi apresentado ontem e vai estender-se até Junho de 2011.
Nuno Carvalho, vice-presidente daquela entidade, que é composta pela Câmara Municipal e pela Associação Comercial e Industrial, explica o projecto.
É um projecto submetido ao QREN e aprovado há dois meses. Anda tudo à volta de acções para promover e dinamizar o comércio local. Vamos ter desde o Dia dos Namorados, Feira do Folar, feira de Stocks, Páscoa Animada.”
Nuno Carvalho admite que o débil comércio local só tem a ganhar com esta iniciativa:
Como há uma certa debilidade, qualquer tipo de acções tem uma grande apetência por parte dos aderentes. Tudo ajuda.”
O nome Guild'Ouro deriva das antigas Guildas, associações de comerciantes que existiam em Constantinopla e vai servir de marca-chapéu para todas as iniciativas:
Nuno Carvalho destacou ainda a Feira da Maçã, Vinho e Azeite, que se tem realizado sempre num parque próprio e este ano vai ter as principais actividades distribuídas pela zona comercial da vila de Carrazeda, precisamente para que as lojas possam estar a abertas durante mais tempo e lucrar mais alguma coisa com o fluxo de pessoas que o evento gera.
CIR/Brigantia

terça-feira, 15 de junho de 2010

"O Comércio por Guild´Ouro", 16 de Junho de 2010 em Carrazeda de Ansiães

A URBEANSIÃES, Associação para a Promoção e Dinamização do Centro Urbano em Carrazeda de Ansiães no próximo dia 16 de Junho de 2010, pelas 15:00 horas no Centro de Apoio Rural em Carrazeda de Ansiães

Rio Sabor e Linha do Tua entre as 7 Ex-Maravilhas

O rio Sabor e a Linha do Tua ficaram entre as finalistas a uma das 7 Ex-maravilhas de Portugal, cuja votação terminou este domingo.

A Linha do Tua, com mais de 25 por cento dos votos, foi mesmo a candidatura mais votada entre as 13 propostas. Já o rio Sabor colheu 13,6 por cento, cotando-se como a terceira mais votada.
Descobrir as aberrações que proliferam Portugal fora é o mote deste movimento, comissariado por Pedro Quartin Graça, Gastão Brito e Silva e Rui Cunha.
Locais que a natureza criou belos e que a mão humana tornou horrendos serão postos em xeque numa iniciativa que pretende mobilizar os cidadãos e despertar a discussão sobre a preservação do nosso património natural”, segundo se lê no site da iniciativa, em 7exmaravilhas.net.
O objectivo é “mobilizar a população para a indiferença a estas situações de abandono e desleixo”. Esta iniciativa pretende tornar-se num grande movimento cívico pela defesa e preservação da paisagem nacional.
Os resultados finais serão anunciados no dia 7 de Setembro. Brigantia

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Daqui e dali... Carlos Fiúza

Filosofia e seus termos

Eu creio não haver ninguém que, de vez em quando, não seja filósofo.
Poderá até afirmar-se que todo o homem pratica a filosofia, não digo já a Filosofia como ciência dos primeiros princípios e das causas primeiras, mas a filosofia como simples desejo de saber.
Aliás, é de Aristóteles a afirmação de que "todo o homem deseja naturalmente saber".

Calcule-se que os homens são tão filósofos, tão curiosos, tão bisbilhoteiros, que até se metem com os burros, para resolverem grandes problemas, como, por exemplo, o do livre arbítrio, ou seja o atributo, poder de vontade para escolher.
Troçando da doutrina de Buridan, filósofo escolástico do século XIV, os seus adversários serviram-se do exemplo de um hipotético burro que, posto entre dois feixes iguais de feno, se deixa morrer "burramente" de fome, por lhe faltar o poder de agir ou não agir por escolha.Este exemplo não se encontra na doutrina de Buridan, mas o chamado "burro de Buridan" é, de facto, uma expressão tipicamente filosófica, no que a Filosofia tem de curioso.

Vejamos:
Arbítrio prende-se com o tema latino arbiter, testemunha, árbitro.
O burro não soube ser árbitro ou senhor do destino do feno ... Verdade, verdade, e sem ofensa, também há homens assim, para honra dos asnos ...

Aqui se segue (pelo menos no que respeita ao intento) um estudo a respeito de palavras de Filosofia e, está claro, irei “filosofando” a propósito das mais interessantes.

A primeira observação que faço é esta - - na Filosofia há termos vulgares que se elevam a acepções especiais e há termos arrevesados que os filósofos engendram pela necessidade de exprimirem as suas ideias.

Por exemplo, a palavra carácter.
Na linguagem de todos os dias, é fácil ouvir: "Fulano tem carácter". Mas, se entrarmos na Filosofia, o termo carácter já é upa, upa!
O carácter é atributo de um ser, o seu sinal distintivo.No fim de contas, está tudo bem, porque a palavra carácter, no grego karakter, era sinal gravado, de karatein, gravar.O carácter grava, distinguindo maneiras de ser, de sentir, de pensar, de agir.
Outro exemplo, este mais pinturesco.
Hoje, toda a gente sabe o que é um pneumático (ou um pneu). "O automóvel rebentou um pneumático".
Mas agora, verdade, verdade, todos conhecem qual é a ciência que se chama pneumática?
Eu digo: a pneumática, em Filosofia, é a ciência das coisas espirituais.
Parece esquisita esta paronímia do pneumático ou pneu de um carro e pneumática, ciência das coisas dos espíritos? Tudo se explica.
Em grego (e os filósofos adoram o grego para engendramento do seu palavreado) pneumatikós é relativo ao sopro, pneuma. Os pneus de um carro enchem-se de ar a sopro de bomba.
Mas o espírito não é sopro também? Portanto, a pneumática ... ciência das coisas espirituais.

Agora diz-se muito: "acidentes" de viação; ele teve um "acidente" e até se fala nos "acidentes" de um terreno, por asperezas, altos e baixos, sinuosidades.
Que é acidente? Filosoficamente, nós temos o acidente predicamental, (o que existe em outro) e o acidente predicável (o que se acrescenta à essência); enfim, o acidente é o que não pode existir em si mesmo. Accidens (accidentis), é o que cai para fora, é o que chega caindo, o que aconteceu.
"Cair com um acidente na rua", diz-se por aí, algo pleonasticamente. O acidente é que cai, na verdade.

E a alma? A alma é palavra da Filosofia e também da linguagem comum.
"Amor da minha alma!". "Ó seu alma do diabo!". "É uma alma negra!". "Uma esmolinha para as almas!".
E o que é, filosoficamente, a alma?
Esse portentoso Padre António Vieira diria que a alma é, no homem, "tudo o que há de beleza, de ciência, de arte, de valor, de majestade, de virtude".
Filosoficamente e secamente, alma é princípio imaterial da vida, é substância espiritual perceptível somente pela consciência humana. Já para os gregos psykhé significava ao mesmo tempo alma e vida.
A origem de alma, etimologicamente, é anima, isto é, sopro, vida.

Entre a linguagem geral e a filosófica estabelecem-se, por vezes, diferenças mui subtis.

Por exemplo, conceptus em latim é tomado, apanhado, concedido.
Substantivado, deu-nos conceito, em Filosofia a ideia geral, abstracta.
Na linguagem vulgar entrou o conceito: "Que conceito fazes de mim?". Porém, o derivado concepção toma-se, em Filosofia, por acção de formar conceito.

É muito interessante relacionar a linguagem geral e a popular com a terminologia filosófica.

Na expressão psico-sensorial, temos as alucinações.
Como é que o Povo traduz isto? Traduz por fantasmas ou visões. A alucinação é uma perturbação mórbida e vigil da sensibilidade, que nos faz ver, ouvir, ou apalpar objectos exteriores ausentes.
Alucinação encerra o latim allucinare, isto é, não poder chegar à luz, ou estar enganado com ela.
Allucinatio é erro pela luz do espírito, divagação, sonho, delírio.
Inacessível ao vulgo uma palavra como alucinação, ele adopta em geral coisa mais fácil de entender: "vê fantasmas, tem visões"!

Aliás, a Filosofia é o supra-sumo da expressão.

Um menos culto dirá: suponhamos isto, suponhamos aquilo. Um pensador dirá: Ponhamos esta hipótese.
No fundo, ambos dizem o mesmo, pois o termo hipótese é suposição (em grego hypóthesis).

A linguagem corrente, medial entre a popular e a culta ou técnica ou erudita, igualmente estabelece acepções desviadas do sentido filosófico.

Exemplos:
Às vezes escreve-se: "Não há direito; aquele negócio é uma especulação, uma exploração".
Se subirmos à Filosofia, a especulação também explora, mas observando, pois especular, como já no latim speculare, de specula (ponto alto de observação ao longe), é observar. O fim da especulação, filosoficamente, é observar, para conhecer ou explicar.

Um palavrão filosófico e científico hoje muito corriqueiro é o dinamismo.
"O avançado-centro não tem dinamismo". "A falta de dinamismo do Ministério A, X ou Z"
É o grego dynamis, força, que entra no palavrão, tornado deveras corriqueiro talvez por culpa de Leibniz e do sistema que dá à matéria, essencialmente constituída de forças.

E o devaneio? Quem não tem devaneios?
Filosoficamente, o devaneio é o sonho acordado. (Curiosa é a formação: de + vão). O devaneio é o pensamento em coisas vãs.

Critério em Filosofia, é o sinal com que discernimos ou julgamos algo que não confundimos com outra coisa.
O latinismo criterium, já era do latim escolástico. A raiz é o grego krinein, julgar, por meio de kriterion, aquilo com que se julga.
É tão vulgar na linguagem corrente que até se diz: "Fulano é muito criterioso".

A contingência - eis outra flor muito encontradiça nos jardins filosóficos.
Contingente, o que pode ser, o que existe e poderia não existir.O étimo de contingente é expressivo: con + tangere, tocar.
Contingere significa chegar por acaso, tocar em sorte, tocar uma coisa que chega, contra o que se esperava, mas em bem.

E não me prendo com palavras, como analogia e análise, por serem assaz conhecidas, etimológica, filosófica e até vulgarmente, e prestáveis a várias ciências. A análise (desde a análise metódica à ... análise ao sangue, que todos fazemos) está muito popularizada.

Na Filosofia entra a tão conhecida Estética, palavra que nasceu em 1750, e que teve por pai Baumgarten, filósofo alemão, o qual foi buscar ao grego aisthenesthai, sentir, pelo adjectivo aisthetiké, sensível, o fundo dessa palavra.
A Estética é a ciência de sentir a beleza. Há quem julgue o termo infantil, mas, olhando a que se trata das manifestações sensíveis do belo, o vocábulo é bem constituído.

Vem agora o termo estóico, o filósofo de moral austera - sofre e abstém-te!
O estoicismo, como palavra, veio de um facto simples: as lições dos estóicos eram dadas num pórtico de Atenas, e pórtico, em grego, é stos. Stoikós é referente ao pórtico.

E a dialéctica?
Na lógica das formas, a dialéctica é o acto de raciocinar, porque em grego dialektiké é discussão, ou arte de discutir. Foi o latim filosófico dialectica o espalhador do termo.
Já agora lembre-se o dialelo, ou seja, filosoficamente, o círculo vicioso, do grego diallelos, um pelo outro.

Método em que se fala muito é dedutivo.
Dedução veio de deductio, e esta de deducere, fazer sair de, conduzir de cima para baixo, fazer descer.
Por isso deduzir, em Filosofia, é descer do geral para o particular, é vir do derivante para o derivado.

No pórtico do Templo de Delfos inscreveu-se a letras de ouro – Gnothi seautón, conhece-te a ti mesmo, preceito que se vulgarizou com o latim nosce te ipsum. Não se sabe a quem atribui-lo, se a Pitágoras, se a Sócrates, se a outros filósofos gregos.
Ora a doutrina segundo a qual se deve fazer o conhecimento de si mesmo pela consciência tem este nome espampanante – heautognose, do grego heauton, de si mesmo + gnósis, conhecimento.

São ou não difíceis na linguagem os filósofos?

Vejamos cepticismo, por exemplo, indicativo da posição filosófica dos que duvidam de o espírito ser capaz de atingir a verdade ou a certeza.
A origem da palavra céptico é o grego skeptikós, o observador, de sképtomai, observar, examinar, porque os cépticos gregos gabavam-se de observar sem afirmar.

Outro termo, também derivado em ismo, e deveras batido: o empirismo.
Empirismo, a teoria que impinge a experiência e só a experiência, prende-se no grego empeirikós, de empeirós, experimentado.
Primeiramente termo médico, passou à Filosofia. A Medicina empírica anterior à Ciência, a Filosofia empírica anterior às leis do Espírito, estão pela hora da morte, desde o século XVIII... mas ainda há empíricos com fartura.

Na Filosofia moral, o filósofo Augusto Comte introduziu esta palavrinha - altruísmo, nascida em 1830, do latim alter, outro, mas ... com o francês autrui, outrem.
O altruísmo é, de certo modo, a filantropia, o que mais cristãmente se chama amor do próximo ou caridade.

Sendo a linguagem dinâmica, os movimentos filosóficos, estéticos e literários estão constantemente a criar termos novos, num verdadeiro exercício do crescei e multiplicai-vos.

Aí temos o novo atomismo, porque o atomismo velho supunha o átomo indivisível, e ele já se dividiu.
A etimologia de átomo é o que se não divide. Dividido o átomo, a etimologia levou um quinau.

E o que dizer do movimento literário com base filosófica a que servilmente em Portugal se dá o nome de surrealismo?
Porque é asnidade dizer surrealismo, e nisto ainda ninguém reparou neste País que recebe, de cócoras, tudo quanto vem do estrangeiro.
O surréalisme nasceu em França como o novo movimento que parte do conceito de que o subconsciente é a mais alta realidade, e o espírito subconsciente é que se deve expressar na arte e na literatura.
A realidade do subconsciente é uma realidade-superioridade, e o automatismo psíquico é que deve ser externado.

Pois bem. Em francês sur é sobre. De modo que em França está correcto o surréalisme, de sur, sobre + réalisme.
Mas em Portugal surrealismo é uma grossa asneira!
Super-realismo, supra-realismo ou até sobre-realismo é o que está certo. Surrealismo, nunca!

O mesmo se dirá (noutro sentido), sobre existencialismo, doutrina filosófica que pretende ir às raízes da existência (para esta doutrina a existência precede a essência).

Mas que é a existência? Sabe-se lá! ...Talvez a actualidade da essência …
Mas que é actual, se tudo na vida foge num presente que, daí a nada, já é passado?

É por isso que todas as filosofias transitórias passam com o Tempo …

... Só o que o Tempo não vence é a ânsia humana para filosofar, porque filosofar é interrogar os mistérios humanos e extra-humanos do Universo, e esses são eternos!

Carlos Fiúza

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Distrital do PSD contra encerramento de escolas

A comissão política distrital do PSD vai opor-se ao encerramento de escolas primárias na região com menos de 21 alunos.
O presidente da estrutura já tinha anunciado esta posição enquanto autarca de Mirandela, mas ontem na festa do partido, em Moncorvo, José Silvano anunciou que o PSD não aceita o fecho dos estabelecimentos de ensino sem o consentimento das câmaras municipais.
A distrital está contra este encerramento de escolas” porque “o que se está a passar é uma medida avulsa que vem contrariar o reordenamento que estava nas cartas educativas” explica.
As escolas que tiveram de fechar ou é com o acordo das câmaras e das juntas de freguesia ou nós seremos frontalmente contra porque vem desertificar as aldeias e pôr em causa o planeamento que se fez com o ministério há um ano e meio” e que previa o encerramento das escolas apenas “quando os centros escolares estivessem concluídos, e ainda não estão” salienta.
Os autarcas da região estiveram reunidos, quarta-feira, com o secretário de estado da educação para debater este assunto.
Segundo José Silvano, o governante “foi sensível a este apelo e afirmou-nos que só haverá encerramentos negociados com as autarquias locais. Se não houver acordo, o encerramento pode ser adiado”.
A distrital do PSD contra o encerramento de escolas primárias na região com menos de 21 alunos.
Brigantia

quarta-feira, 9 de junho de 2010

XXII FEIRA DO LIVRO - CARRAZEDA DE ANSIÃES


Movimento Cívico acusa ministro dos Transportes de «total desrespeito»

O Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT) acusou hoje o ministro dos Transportes de «total desrespeito» pelos habitantes do vale do Tua por ter faltado à audição, na Assembleia da República, sobre a ferrovia transmontana.

A reunião da Comissão Parlamentar de Obras Públicas para ouvir o ministro foi agendada por iniciativa do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) e estava marcada para sexta-feira, mas António Mendonça não compareceu.
O MCLT manifesta, em comunicado, “a sua indignação pela atitude de total desrespeito manifestada pelo ministro para com a Assembleia da República e, sobretudo para com os habitantes do vale do Tua, com a sua ausência inesperada”.
O movimento questiona também a tentativa de o ministro se fazer substituir pelo secretário de Estado dos Transportes e a posição da deputada socialista e ex-secretária de Estado, Ana Paula Vitorino, que acusou os partidos da oposição de quererem fazer “chicana política e de não estarem interessados em ser esclarecidos ao rejeitarem a substituição”.
Se o secretário de Estado está tão a par da realidade das vias estreitas do Douro, o que se passou então no lamentável episódio de Abril último, em que manifestou total desconhecimento sobre a situação da linha do Corgo, enquanto recebia três autarcas trasmontanos servidos por esta via?”, questionam os defensores da ferrovia.

Para o MCLT, “
este tem sido o modus operandi deste e do anterior Governo, que tudo têm feito para se esquivarem a perguntas incómodas sobre um tema para o qual não conseguem arranjar nenhuma base de sustentação - a construção criminosa da barragem do Tua - agindo assim à margem da democracia e numa linha que se confunde de forma notável com a de uma qualquer ditadura”.
A linha do Tua esta encerrada na maior parte da sua extensão há quase dois anos, desde o acidente de agosto de 2008, o último de quatro acidentes com outras tantas vítimas mortais.
Entretanto recebeu “luz verde” a barragem de Foz Tua que vai submergir 16 quilómetros da via férrea.
De acordo com informações prestadas pela EDP à Lusa, a empresa deverá concluir ainda este mês a entrega de toda documentação exigida pela Declaração de Impacto Ambiental.
Uma das obrigações impostas é o estudo de mobilidade na zona afetada, incluindo a alternativa ferroviária que a EDP descarta apontando como alternativa à perda do comboio, as viagens de barco e de autocarro.
Toda a documentação apresentada pela EDP será analisada pela Agência Portuguesa do Ambiente e competirá ao Governo decidir se a barragem avança e a linha do Tua encerra ou não definitivamente.

O MCLT classifica de ”indesculpáveis os atrasos em relação à linha” e responsabiliza o Governo pelos “
avultados prejuízos que a situação está a causar à Câmara e ao Metro de Mirandela, que assegura o transporte na via ao serviço da CP.
“Têm suportado estoicamente custos motivados pela cobiça do Governo e da EDP por impedir ou dificultar ao máximo a deslocação diária de centenas de passageiros locais, e pelo decréscimo do número de turistas que se deslocam na Linha do Tua e do efeito que têm sobre o comércio da região”
, refere.
O movimento exorta os “responsáveis políticos a terem vergonha e sentido de honra e compromisso para com os cidadãos”.
Lusa, 2010-06-08

terça-feira, 8 de junho de 2010

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Câmara de Mirandela desconfia que Urgências vão fechar em Julho

O presidente da câmara de Mirandela desconfia que a administração do centro hospitalar do nordeste pode encerrar a urgência médico-cirúrgica do hospital de Mirandela, já em Julho.
José Silvano adverte a equipa liderada por Henrique Capelas que, caso essa decisão venha a ser tomada, avança para tribunal, denunciando que está a ser violado o protocolo assinado, há três anos, entre o Município e o Ministério da Saúde. Entretanto, Henrique Capelas garante que a urgência médico-cirúrgica vai manter-se. (...) Brigantia

Câmara de Carrazeda deixa cair construção de polidesportivo

A Câmara de Carrazeda de Ansiães vai adiar a construção de um polidesportivo ao ar livre na vila e concentrar todo o esforço financeiro na construção de um pavilhão gimnodesportivo.
Na Assembleia Municipal da passada quarta-feira, o autarca explicou que a estrutura desportiva ao ar livre vai ficar adiada devido à falta de capacidade financeira, embora admita que é uma necessidade:
As crianças e os jovens de Carrazeda não têm um sítio para jogar. Depois das aulas vão para o largo das Finanças. Era nossa intenção colmatar essa carência através da construção do pavilhão polidesportivo ao ar livre. Mas não temos muito dinheiro para fazer um polidesportivo e um gimnodesportivo, já que o orçamento ficou acima do previsto, atinge os 150 mil euros. Então vamos concentrar as atenções no gimnodesportivo.”
Mesmo assim, o pavilhão gimnodesportivo está dependente de fundos comunitários, já que a Câmara não tem hipóteses de o construir a expensas próprias e os magros recursos já têm para onde ir:
Se viermos a ter condições financeiras do município e que abra um programa, avançamos com ele. Mas temos de ser realistas, todos os programas obrigam à comparticipação municipal. E aí temos outros programas, como o centro escolar, a regeneração urbana, de três milhões de euros e vamos entrar com a repavimentação de estradas. Temos de optar”, sublinha.
O presidente da Câmara de Carrazeda, José Luís Correia, na Assembleia Municipal de quarta-feira, onde assumiu que o concelho precisa urgentemente de um pavilhão gimnodesportivo, já que o da Escola Secundária já não oferece condições para receber provas oficiais.
CIR/Brigantia

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Público

Crianças comemoraram 500 anos do foral de Carrazeda de Ansiães

Alunos do segundo ciclo do ensino básico de Carrazeda de Ansiães encenaram, ontem, a cerimónia de entrega do foral por D. Manuel I a Ansiães, há 500 anos.

As comemorações coincidiram com o Dia da Criança e o presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, José Luís Correia, assinalou que a participação de cerca de 400 crianças no evento, realizado no Castelo de Ansiães, teve um efeito pedagógico:

“Coincidiram os 500 anos com o dia da criança e nada melhor do que atribuir-lhes a responsabilidade da encenação.” E esta é uma forma de que “se sintam motivados para visitar o castelo mais vezes.”

Os alunos que participaram na encenação da entrega do Foral ficaram satisfeitos com a prestação, mas não não tanto com o incómodo das roupas quentes em dia de calor. Caso do Diogo, Artur, Jorge e Mafalda:

É um bocadinho quente. Não pesa mas é quente e os sapatos apertados”, conta o Diogo. Já Artur, que leu a carta de foral, confessa que estava “um bocadinho nervoso”. Jorge também se queixou do calor e das “cinco camisolas”. Mafalda, que fez de rainha, tinha “cinco saias”, o que tornou a roupa “muito quente”.

Nos próximos dias 18 e 19 de Junho regressam as actividades ao Castelo de Ansiães, com a realização da iniciativa da Câmara “Ansiães na Idade Média”. Contempla um assalto ao castelo e um torneio medieval.

Haverá mais eventos na zona histórica da vila de Carrazeda.

Ora, como se disse, ontem foi o dia da criança, comemorado um pouco por todo o distrito.

Mas, no concelho de Bragança, e ao contrário do habitual, a câmara municipal não organizou o encontro, que reunia todas as crianças do concelho num dia desportivo no estádio municipal.

A contenção orçamental terá estado na origem desta medida.

As escolas da cidade tiveram apenas direito a alguns insufláveis para permitir alguma brincadeira às crianças.

CIR/Brigantia