segunda-feira, 31 de março de 2008

Imagens com história



Cortejo de oferendas - Carrazeda de Ansiães
Rua Luís de Camões - 1949
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Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Lavagante,
um inédito de José Cardoso Pires


As minhas obsessões mantêm-se.
São sobre a luta do indivíduo
em manter a sanidade quando tudo
à volta está louco.

Lydia Lunch

Sobre a questão do Anonimato e suas bifurcações, sob pseudónimo ou heterónimo, nos blogues, tratada inteligentemente por João Lopes de Matos, oferece-me citar do conto agora publicado de José Cardoso Pires, mutatis mutandis:

‹‹Um lavagante é um crustáceo primitivo, sem grandes requintes na cozinha. É mais saboroso que a lagosta e parece que mais selvagem porque não se adapta tão bem aos viveiros.››. Como diz o crítico Pedro Mexia, também bloguer convicto, no estilo poético dos seus aforismos, ‹‹o lavagante alimenta o safio/que depois devora››. — E quantos, em blogues, não alimentam safios, para depois os devorarem, convictamente?, estabelecendo uma ponte entre este mundo e o da ficção de Cardoso Pires.

Abrindo portas para um mundo crudelíssimo, à imagem virtual do nosso Antigo Regime em Lavagante, uma fábula escrita entre 1963 e 68, como seria a do Dinossauro Excelentíssimo, em 1972… Na esteira de Fernando Rosas, sobre as prisões do Verão Quente, tal mundo já não é legalmente definido pela Censura (pois já não persegue oficialmente o que se escreve), mas, de forma capciosa… Ela existe! Ela escreve! Como o professor titular russo Ivan I., refere — a Mão Oculta prescreve ela-própria dictats estalinistas ou de novos papas surrealistas em especulações e insinuações das mais torpes, como se fossem uma polícia política (que persegue o que se faz: aliás, tudo o que se faz).

Muitos Administradores (palavra tão capitalistica_
Mente selvagem) em blogues, diz o professor titular, que também leu Cardoso Pires — dedicam-se a cultivar ‹‹vinho, mulheres e touros››, a santíssima trindade do português castiço. Ou, como Cecília, personagem do livro, estão contra, e, na sua lavagância (seduzindo Daniel, um médico oposicionista, depois o entregando à polícia), imaginam a ‹‹reconstituição do hímen››, que apaga o pecado e o sangue. Sim, a traição é o processo,

pelo qual ela recupera a sua inocência. Afinal, como diz o narrador, ‹‹as mulheres independentes têm o vício da autoridade››. Ora, sob a traição
e a autoridade, não espanta que, muitos desses Administradores, fiquem depois (cada vez mais) com o seu ‹‹Encontro Desabitado››: precisamente, o subtítulo do conto Lavagante.

vitorino almeida ventura

Adão Silva acusa governador de mentir

Adão Silva acusa o governador civil de Bragança de não ter dito a verdade quando prometeu o helicóptero para Macedo de Cavaleiros, no início do segundo semestre deste ano. O deputado eleito pelo PSD de Bragança não tem dúvidas de que o aparelho não vai ser colocado à disposição da região antes do fim do ano. O helicóptero faz parte do acordo de reestruturação das urgências no distrito de Bragança. A aeronave, dotada de uma equipa especializada, está destinada acudir aos casos urgentes em toda a região de Trás-os-Montes e Alto Douro, de noite e de dia. Segundo o protocolo assinado entre o Ministério da Saúde e os autarcas do distrito de Bragança, o aparelho deveria ter começado a operar em Janeiro. Adão Silva revela que ainda não foi desbloqueada qualquer verba para a realização do concurso e a respectiva compra do helicóptero e, segundo ele, o serviço não vai estar disponível em Julho. O deputado refere que o INEM tem disponibilidade financeira para a compra do aparelho, mas o processo ainda nem sequer tem luz verde do Ministério das Finanças. Segundo Adão Silva, todo o processo vai ainda demorar mais de meio ano. RBA

Rede de ambulâncias discrimina população do Interior - Liga dos Bombeiros

A actual rede de ambulâncias discrimina os cidadãos do interior do país em relação aos das cidades, denuncia a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), que hoje entrega ao INEM um memorando sobre as necessidades dos serviços de socorro.
«Todas as situações gravosas nos serviços de emergência médica conhecidas nos últimos tempos têm acontecido em zonas de menor densidade populacional», observou à agência Lusa Duarte Caldeira, presidente da LBP, lembrando que há hoje 32 concelhos do país onde não existe qualquer ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
«Quem vive nestes concelhos está dependente da disponibilidade de tempo e da disponibilidade financeira da corporação local», denunciou o responsável.
Duarte Caldeira explicou que sem um acordo com o INEM, o qual permite ter uma «ambulância completamente equipada, com uma tripulação de bombeiros completamente qualificados», não há apoio financeiro e é a corporação que assume toda a responsabilidade pelo socorro.O presidente da LBP lembra que «o cidadão tem os mesmos direitos, quer viva numa aldeia recôndita em Vila Real, quer viva em Lisboa», pelo que defende uma rede equilibrada de modo a garantir «a mesma qualidade e prontidão de resposta» a todos os cidadãos. (...)
Sem afastar a importância da presença do médico no socorro, Duarte Caldeira lembra que «há actos que são interditos aos tripulantes, que recebem uma formação de apenas 210 horas», como a utilização de desfibrilhadores para a reanimação.(...) Sol

Padre diz que igreja matriz é uma capela

"Carrazeda de Ansiães não tem um templo próprio e, por isso, precisa de uma igreja condizente com a sede de concelho". Quem o afirma é o pároco, António Júlio Cruz, notando que Carrazeda não tem, de facto, uma igreja, embora exista um templo que é considerado como tal. Segundo o padre, o imóvel, que data de 1790, é, afinal, "uma capela com algumas dimensões, mas insuficientes". Até porque há gente das aldeias vizinhas que vai à missa a Carrazeda e o espaço começa a faltar. "Temos de pensar mesmo num templo que não seja uma adaptação casual".
António Júlio Cruz sublinha que há muitas aldeias no concelho que têm melhores igrejas que a sede de concelho, embora reconheça que a tal capela da vila "foi bem aproveitada e está limpinha", facto que diz ser realçado por muita gente, mesmo fora da localidade.
"Costumo dizer que sou pároco da única vila que não tem um templo a sério e da única freguesia que não tem uma capela (Castanheiro do Norte, no mesmo concelho)", sorri em declarações ao JN.
O pároco de Carrazeda de Ansiães assinala que não tem sido fácil colocar em prática a ideia de construção de uma igreja na vila. Primeiro por causa da falta de espaço, depois devido à revisão do Plano Director Municipal (PDM). Porém, assume que "a ideia está a fermentar" e que "um espaço bonito" poderia ser o descampado criado pela demolição de um bairro da lata, junto ao velho cemitério. Eduardo Pinto, JN
Antero

sexta-feira, 28 de março de 2008

Quercus acusa câmara de Carrazeda de travar progresso ao apoiar barragem do Tua

O presidente do Núcleo da Quercus de Vila Real, João Branco, acusa o executivo da Câmara de Carrazeda de Ansiães de apoiar a construção da barragem do Tua para, com as compensações que receberá da EDP, poder “manter as clientelas e continuar a pagar jantaradas”.
O presidente da autarquia, Eugénio de Castro, contra-ataca dizendo que o dirigente sofre de “fundamentalismo primário” e fala do seu concelho “sem o conhecer”.
João Branco aponta a mira da crítica ao executivo social-democrata de Carrazeda, para que não o acusem de “só criticar os autarcas socialistas (Alijó, Murça e Vila Flor)”. Portanto, “aplica-se a todos os que defendem a barragem do Tua”. De fora fica o edil (PSD) de Mirandela, que é contra, tendo-se batido pela não construção e pela preservação da linha ferroviária.
O ambientalista diz ter constatado que Carrazeda “tem perdido população e a economia está cada vez pior”. E como o autarca não conseguiu desenvolver o concelho “por causa das suas políticas erradas”, agora, sem receitas, “precisa do dinheiro da EDP para manter o estilo de vida do executivo”. Mais: “Em troca desse dinheiro comprometem o desenvolvimento da região”, atira.
João Branco considera, até, que Carrazeda de Ansiães seria o concelho que “mais teria a ganhar” com a manutenção da linha do Tua. Isto desde que fosse construída uma plataforma turística na aldeia de Foz-Tua. “Se não for assim, para que é que os turistas vão parar em Carrazeda? Para nada, certamente”, sublinha.
Eugénio de Castro sorri às criticas de João Branco e questiona: “onde é que andavam os ambientalistas há 20 anos, quando começou a ser discutida a barragem do Tua?”. “Naquela altura é que a deviam ter contestado, não era hoje”, acrescenta. Defende que das cinco autarquias abrangidas pelo empreendimento hidroeléctrico “nenhuma tem responsabilidades na sua localização”.
Lança ainda um repto aos ambientalistas: “arranjem outro tipo de entretenimento, agora que finalmente perderam a guerra contra a barragem do Baixo Sabor e, também, contra a do Tua!” “Estou farto de tanta demagogia e tanto fundamentalismo barato”, sublinha.
Eduardo Pinto/JN/Rádio Ansiães

Daqui e dali... António Alves

Colonialismo
Recentemente, numa clara atitude de arrogância colonial, e à revelia das autoridades locais, a EDP abriu um estradão nas margens do Tua causando uma ferida aberta na paisagem. Foi um acto típico de quem, a 500 km de distância, trata o território como se fosse um feudo medieval ou terra colonizada onde a vontade dos nativos não conta minimamente.
A EDP, empresa (significativamente) com sede na Praça do Marquês do Pombal em Lisboa onde, além da administração, emprega largas centenas de pessoas, tem uma significativa parte da sua capacidade instalada de produção hidroeléctrica (30% do total) no Douro. Esta empresa obteve em 2007 lucros líquidos superiores a 1100 milhões de euros. Desse total, segundo o economista Eugénio Rosa, 250 milhões foram obtidos, com a conivência do Governo e da Autoridade da Concorrência, à custa de preços da energia mais elevados que noutros países da União Europeia. Ora, uma parte significativa desse dinheiro foi directamente gerado em Trás-os-Montes e Alto Douro. Quanto é que lá fica ou é lá reinvestido? Praticamente nada.
A EDP actua colonialmente em Trás-os-Montes explorando os seus recursos naturais. A energia potencial das águas dos rios trasmontanos é o equivalente ao petróleo dos árabes. Alguém imagina os Emirados sem usufruir dos lucros do seu petróleo?
Trás-os-Montes está, como diz um amigo meu, numa situação colonial ainda pior do que estavam antigamente muitos territórios africanos. É que nesses ainda se criavam, embora mal pagos, numerosos empregos. No Douro nem isso. Para todas as Barragens do Douro a EDP tem cerca de 150 funcionários na Régua e no Porto (a maioria). Trás-os-Montes é espoliado dos seus recursos sem ser devidamente compensado. Calcula-se que o valor da energia lá produzida ascende a mais de 500 milhões de euros. Toda esta riqueza devia estar a pagar o desenvolvimento regional; a pagar a renovação da Linha do Douro e a reactivação da ligação a Barca D’Alva e Salamanca; a subsidiar a promoção do enorme potencial turístico de toda a Região.
Construir uma barragem no Tua, ainda por cima uma que pouco acrescenta à capacidade produtiva de energia eléctrica, arruinando para sempre um património ferroviário único no mundo que pode ser uma incalculável mais-valia para o turismo local como complemento, por exemplo, aos cruzeiros no Douro, será um crime patrimonial e económico. Infelizmente a mesma espécie de autarcas que deixou encerrar o caminho-de-ferro trasmontano a troco de promessas vãs, prepara-se, mais uma vez, para hipotecar o futuro com a miragem de uma albufeira ou dos postos de trabalho que, dizem, serão criados. Quanto a postos de trabalho e albufeiras para ver o que fica depois da fase de construção basta visitar o Pocinho e avaliar o deprimente deserto que lá resta. A única honrosa excepção de lucidez e bom senso reside no autarca de Mirandela.
A região trasmontana para terminar com esta inaceitável situação deverá tomar o seu destino em mãos, livrar-se destes autarcas submissos aos directórios dos partidos centralistas, exigir autonomia, auto-governo, autodeterminação e exigir o Direito a Decidir sobre os seus próprios recursos. Urge matar de vez o colonialismo interno que nos atrofia. Se se mantiverem na actual apatia só poderão queixar-se de si próprios.

António Alves, in Norteamos

Colaboração: Mário Carvalho

Barragem Foz Tua: Autarcas dos cinco concelhos afectados reunem-se a 08 de Abril

Os cinco autarcas dos concelhos afectados pela Barragem do Foz Tua reúnem a 08 de Abril, em Carrazeda de Ansiães, para concertarem uma posição "única" para negociarem com a concessionária da obra, disse hoje fonte da autarquia de Alijó.
A reunião vai contar com a presença dos autarcas de Alijó, Murça, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor e Mirandela, e ainda com o chefe de projecto da Unidade de Missão do Douro, Ricardo Magalhães.
O presidente da Câmara de Alijó (PS), Artur Cascarejo, disse à agência Lusa que o objectivo do encontro é consertar uma "posição única" em defesa dos interesses das populações, para depois negociarem com a concessionária da obra.

O encontro foi agendado depois de ter sido conhecida a proposta da única concorrente, a EDP, à construção da Barragem, com uma cota de 195 metros.
A EDP já esclareceu que se trata apenas de uma proposta e que a decisão final sobre a cota será tomada em sede de Declaração de Impacto Ambiental.
O presidente da Câmara de Murça (PS), João Teixeira, já disse ter obtido informações, "junto de uma fonte fidedigna", que referem que poderá ser escolhida a cota 170.
A perspectiva dos 170 metros agrada a todos os autarcas dos Concelhos envolvidos (Alijó, Murça, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor), menos ao de Mirandela, José Silvano, que, não podendo salvar a Linha do Tua para garantir transportes turísticos até e desde a Linha do Douro, preferia a "cota máxima".
João Teixeira refere que, desta forma, se manteria a maior parte da área de vinha e olival em Murça, o Concelho que será mais afectado em termos agrícolas.
Artur Cascarejo diz que é necessário encontrar "um ponto de equilíbrio" entre o aproveitamento hidro-eléctrico, o ambiente e os interesses das populações que serão afectadas com a subida das águas.
Os estudos prévios para a construção da Barragem analisaram várias cotas, entre 160 e 200 metros, e em todos os cenários ficará submersa a parte mais atractiva, do ponto de vista turístico, da linha e a ligação desta à Linha do Douro e ao litoral.
Na cota mínima, serão engolidos pela albufeira os últimos 15 metros da linha, enquanto que com a cota máxima restará pouco mais no outro extremo, ficando a ligação reduzida a um percurso entre Mirandela e o Cachão.
Lusa/Fim
Colaboração: Mário Carvalho

quinta-feira, 27 de março de 2008

Protesto contra a barragem no Tua

Movimento Cívico pela Linha do Tua, http://www.linhadotua.net/

Colaboração: Mário Carvalho

Seis concorrentes à construção da auto-estrada transmontana

Seis empresas concorreram à construção da auto-estrada transmontana. A abertura de propostas decorreu ontem e ao todo são 44 empresas portuguesas e espanholas que decidiram criar seis consórcios.
Os consórcios vão apresentar projectos para a construção da A4, num total de 130 quilómetros que vão fazer a ligação entre Amarante, Vila Real e Bragança.
A empresa Cintra do grupo espanhol Ferrovial é uma das candidatas. Também apresentaram propostas as empresas Dragados com a Edifer, a Mota Engil em conjunto com a Monte Adriano, a Somague com a MSF, a Soares da Costa em parceria com a FCC, a Ramalho Rosa e um sexto grupo composto pela Brisa, Teixeira Duarte Alves Ribeiro e Zagope.
De acordo com o Jornal de Notícias prevê-se que a auto-estrada vá beneficiar 250 mil utentes das principais localidades transmontanas. A via vai coincidir em cerca de 80% com o actual traçado do IP4.
Todos os cruzamentos vão ser desnivelados e estão projectados 24 nós de acesso. A ligação vai incluir um túnel no Marão, com mais de seis quilómetros e um viaduto em Vila Real com 2,7 quilómetros e 50 metros de altura.
A A4 vai ter dois troços com portagem, um entre o túnel do Marão e Vila Real e um segundo entre Bragança Nascente e Poente.
Com a futura auto-estrada a redução do tempo de viagem entre as duas capitais de distrito é reduzida para cerca de metade do tempo que demora actualmente. A auto-estrada está avaliada em 500 milhões de euros e deverá estar concluída em 2011.
CIR/Eduardo Pinto/Rádio Ansiães

Daqui e dali... Roberto Moreno Tamurejo

Querer é poder

Não posso! Quantas vezes ouviram essa expressão? Muitas, inúmeras, montes, infinitas? Tanto faz! São sinónimas! Em minha opinião, quando dizemos que não podemos, mentimos, porque aquilo que estamos a fazer é de “consumo primário”...
Tou???, Olá Roberto! Tudo bem? Sou o Alberto!, olá primo! Tudo bem! E contigo?! Tudo, obrigado! Queres combinar esta tarde para fazer ginástica?, quero, a que horas?, às 21 horas!, está bem, então até logo!, até logo!

O Alberto, a Noelia e eu somos da mesma “quinta”, ou seja, nascemos no mesmo ano! Como podem imaginar crescemos, brincámos, choramos... juntos. As responsabilidades académicas mais a seguir as profissionais fizeram com que os nossos encontros diminuiram, só coincidíamos em feriados ou em ocasiões isoladas. O mais engraçado é que vivemos na mesma vila!

O meu primo Alberto arranjou namorada há vários anos e vai casar em julho! Há pouco telefonou-me, vocês já ouviram a conversa... Ele vai casar e quer perder alguns quilinhos que tem a mais. Combinámos porque queremos perder peso e também para falamos das nossas vidas três vezes por semana... Dão-se mudanças a nível corporal e também temporal, já que costumava ver ao meu primo uma vez e por acaso... e agora estou a perder a conta...

Trata-se de nos obrigar a fazer certas coisas que dantes fazíamos e mudámos por outras... Ele, em vez de combinar com a namorada todos os dias, agora combina quatro e com a desculpa de ficar magro para o dia do casamento. Eu fico contente!

Então acredito na teoria de “querer é poder” , só se trata de equilibrar a nossa vida, quer dizer, se temos 8 horas (mais o menos) de lazer todos os dias mais fins de semanas (quem os tiver livres) somam uma quantidade de horas suficientes para partilhar momentos com outras pessoas e até viver novas experiências. Está bem! Já sei que muitos de vocês pensam que não têm tempo porque não param de trabalhar, eu acredito que sim! O tempo é ouro não é?

O problema é que consideramos aquilo que fazemos habitualmente muito importante e por isso nunca podemos!

Roberto Moreno Tamurejo

Daqui e dali... Movimento Cívico pela Linha do Tua

COMUNICADO

O MCLT - Movimento Cívico pela Linha do Tua recebeu com satisfação a notícia da prorrogação da licença provisória de circulação na Linha do Tua, emitida pelo Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT) por mais dois meses, permitindo assim que LNEC e REFER efectuem os trabalhos e estudos necessários de maneira a garantir todas as condições para restabelecer a normalidade da circulação ferroviária. No entanto, o MCLT considera que este episódio seria perfeitamente evitável se o LNEC e a REFER tivessem cumprido com as suas obrigações, num período de tempo que já se alargou por 13 meses desde o acidente de 12 de Fevereiro de 2007 perto do apeadeiro de Castanheiro.
Este impasse em nada beneficia a Linha do Tua e a região por si servida desde há 120 anos, agravado devido ao processo pouco claro da intenção da construção de uma barragem na Foz do Tua. De referir que a REFER pretende continuar a investir na Linha do Tua, e tanto esta como a CP não foram ainda sequer oficialmente consultadas a respeito da construção da referida barragem.
Uma vez que da parte do Governo e de algumas entidades envolvidas no processo não nos chegam mostras de bom senso nem de vontade em dialogar para construir um futuro melhor para o Nordeste Trasmontano, o MCLT vem por meio deste comunicado anunciar o lançamento de uma PETIÇÃO pela Linha do Tua VIVA, dando voz a um povo que não tem sido auscultado desde o início da história deste atentado contra o Vale e a Linha do Tua.
Esperamos assim que os cidadãos, soberanos nos seus direitos de contribuírem para um país melhor para si e para TODOS, tenham voz activa sobre a decisão de se delapidar a sua própria terra em benefício de muitos, menos da sua própria região.

Movimento Cívico pela Linha do Tua, 27 de Março de 2008
http://www.linhadotua.net/

Barragem a cota mais baixa salva vinhedos e estradas

Apesar da proposta da EDP para a barragem do Tua prever uma cota de 195 metros, o mais certo é que venha a ser construída a 170, ou perto disso. A informação foi obtida, anteontem, pelo presidente da Câmara de Murça, João Teixeira, de uma "fonte fidedigna ligada ao processo". De resto, a cota definitiva só será estabelecida depois de feita a avaliação de impacto ambiental. E tal deverá levar meio ano para além da data de aceitação da proposta pelo Instituto da Água (INAG).
Aquele organismo havia já admitido poder optar por uma cota inferior à máxima definida inicialmente (200 metros) para minimizar os impactos na região e, nomeadamente, na linha ferroviária do Tua. No entanto, admitia que baixar mais que os 170 metros retiraria rentabilidade ao empreendimento. Assim, esta cota afigura-se como aquela que pode gerar maior consenso, até porque nem EDP nem INAG estão interessados em abrir conflitos com os agentes locais. Àquela cota, a albufeira da barragem irá submergir 20 quilómetros da linha do Tua até às proximidades da Brunheda (Carrazeda de Ansiães), permitindo salvar uma grande área de vinha e olival em Murça, vários acessos rodoviários, entre outras estruturas públicas e privadas. Mesmo assim, ficaria debaixo de água uma área de 400 hectares. O edil de Carrazeda, Eugénio de Castro, foi obrigado a mandar rever o plano de pormenor para a recuperação das Termas de S. Lourenço, mas "qualquer que seja a cota não põe em causa o projecto". A perspectiva dos 170 metros agrada a todos os autarcas dos concelhos envolvidos (Alijó, Murça, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor), menos ao de Mirandela, José Silvano, que, não podendo salvar a linha do Tua para garantir transportes turísticos até e desde a linha do Douro, preferia a "cota máxima".
Para João Branco, do Núcleo da Quercus de Vila Real, o valor da cota "é uma falsa questão", pois mesmo que inunde um único metro da linha do Tua os comboios ficam impedidos de fazer a ligação à linha do Douro. Como tal, assevera, "fica em causa o desenvolvimento de Trás-os-Montes", não tendo dúvidas de que "passa pela linha do Tua".
Além dos 3% sobre a produção energética da barragem, os municípios esperam obter mais compensações da EDP. Na próxima semana, vai ser marcada uma reunião de onde deverá sair uma "posição conjunta dos autarcas para negociar outras possíveis contrapartidas", anunciou Eugénio de Castro. Eduardo Pinto, JN

Números da estrutura no Tua

324 megawatts - Previsão da potência total a instalar no empreendimento hidroeléctrico.
339 milhões de euros - Investimento previsto na proposta da EDP, para a construção da barragem do Tua.
2013 - Data. Previsões apontam para a conclusão da empreitada naquele ano, sendo que deverá começar em Setembro de 2009.
135 metros - Altura do paredão da barragem acima do leito do rio.
Será construído à cota 67, a cerca de dois quilómetros da foz do rio Tua. JN

quarta-feira, 26 de março de 2008

Daqui e dali... João Lopes de Matos

A desertificação do interior (conclusão)

Depois da primeira grande leva de emigração dos anos 60, o fenómeno abrandou um tanto nos anos seguintes.
Após o 25 de Abril, houve uma tentativa de impedir a desertificação através da reforma agrária mas, passado o período revolucionário, tal solução caiu totalmente por terra.
Houve a vinda dos retornados, mas também rapidamente se chegou à conclusão de que eles não estavam dispostos a entregar-se às actividades agrícolas, próprias do interior.
E o fenómeno da emigração, ainda para o estrangeiro mas também para o litoral, continuou imparável.
E chegámos à situação actual de só restarem pouco mais que os velhos e os funcionários.
Como os funcionários irão diminuir em virtude do menor número de utentes e os velhos irão morrendo, se nada for feito, dentro de dez anos, o interior estará com muitíssimo pouca gente, à excepção de certas cidades de média dimensão.
Os poderes central e local fizeram bastante para tornar a vida mais agradável: - abriram estradas, alargaram a educação, aumentaram os cuidados de saúde, fizeram o saneamento e o abastecimento de água e electricidade. Só que, diminuindo como diminuiu a vida económica, tais melhoramentos não foram aproveitados pelas populações, que continuaram a debandar.
A recuperação da população do início dos anos 60 é impossível porque não voltaremos à agricultura de subsistência que existia.
É possível, talvez, desenvolver o turismo, aproveitando, por exemplo, as albufeiras do rio Douro. Mas a recuperação populacional que houver nunca será de molde a compensar a população que existia.
Há quem atribua muitas das culpas às câmaras, que não souberam dinamizar os respectivos concelhos.
Acho que não têm razão.
O fenómeno deu-se por todo o interior, com bons e maus autarcas, com câmaras de todas as cores políticas.
Quem pensar que voltaremos a ter muita população, como nos bons velhos tempos, com mudança de cabecilhas políticos, está redondamente enganado.
Alguma coisa poderá ser feita. Mas não tanto como as pessoas pensam e acho que através de uma reorganização (redução) do número de câmaras e de freguesias, que ninguém quer mas que é inevitável.
João Lopes de Matos

EDP vai submergir 35 Km da Linha do Tua

A proposta apresentada ontem pela EDP para a construção de uma barragem junto à foz do rio Tua prevê a submersão de cerca de 35 quilómetros da linha ferroviária que liga a Linha do Douro a Mirandela.
Porém, a empresa também apresentou, tal como exigia o Instituto da Água, soluções alternativas de mobilidade para a parte da via-férrea afectada.
A proposta da Energias de Portugal – a única que mostrou interesse em construir e explorar o empreendimento por um período de 75 anos – prevê uma cota de 195 metros, que a ser aprovada vai fazer estender a albufeira até às proximidades de Vilarinho das Azenhas, no concelho de Vila Flor.
Nesta perspectiva, ficará inundada uma área de cerca de 1000 hectares ao longo de quase 50 quilómetros. O armazenamento previsto é de aproximadamente 300 hectómetros cúbicos (Hm3) de água (Cada hectómetro cúbico equivale a mil milhões de litros).
A construção da barragem deve iniciar-se em Setembro de 2009 e deverá estar concluída num prazo de quatro anos. Terá 234 Megawatt de potência total instalada, prevendo-se uma produção média anual de 340 Gigawatt.
A cota proposta não anda muito longe da máxima inicialmente prevista (200), mas está aquém da que o autarca de Murça, João Teixeira, considerou ser a ideal (165), de modo a “não destruir uma grande área de vinha e olival no seu concelho”.
Porém, o Instituto da Água já havia clarificado que uma solução próxima daquela cota “reduziria a potência a instalar e a energia produzida pelo aproveitamento”, não obstante possibilite baixar para 13 quilómetros o troço de via-férrea submersa.
Eduardo Pinto/JN/Rádio Ansiães

Valtorno-Mourão com fissuras tapadas

O presidente da empresa intermunicipal Águas de Trás-os- -Montes e Alto Douro, Alexandre Chaves, garante que o problema das fugas de água na barragem de Valtorno-Mourão, em Vila Flor, já "está resolvido".
Mesmo depois de inaugurada com pompa e circunstância pelo primeiro-ministro, José Sócrates, foram detectadas fissuras nas fundações do paredão, que deixavam escapar alguma água, o que obrigou à intervenção da empresa.
Injecções em profundidade de uma massa com cola resolveram um problema que Alexandre Chaves diz não ser exclusivo de Valtorno-Mourão. "Isto acontece em quase todas", garante.
Geralmente, explica, durante a construção o solo tem de ser impermeabilizado em profundidade na mesma proporção da altura do paredão. "Só que, pelo vistos, na nossa região temos que ir ainda mais abaixo".
Tapadas as fissuras, a barragem de Valtorno-Mourão, em Vila Flor, fica em melhores condições para armazenar água, que bem falta faz ao concelho para resolver problemas de abastecimento durante o verão.
Era, por isso, uma velha aspiração do concelho. Começou a ser executada em Julho de 2004 e custou três milhões de euros. Foi construída para alimentar a barragem do Peneireiro, que já existia junto à sede de concelho, mas que era insuficiente para dar de beber a toda a população. Eduardo Pinto/JN

Daqui e dali... Júlio César

O nosso espelho…

O HOMEM...
Prepotente …

É de sempre que a prepotência se faz companheira do homem. Na definição do Aurélio prepotência significa grande poder ou influência. O prepotente é aquele que abusa do poder ou autoridade a que está investido é o senhor absoluto um tirano e opressor.

O homem neste século não difere muito do homem dos séculos passados, apesar do desenvolvimento e o avanço tecnológico, ele continua, em termos sociais, indiferente às necessidades de um povo, um Concelho. As suas atitudes e acções são visíveis aos olhos dos mais atentos, e, quem mais sofre resultado dessa indiferença, somos todos nós.

Normalmente este ser prepotente, quanto mais tem mais deseja, não importa como, o que importa é a satisfação do seu ego. Não importa o que ou quem esteja á sua volta, pois o seu sucesso supera qualquer estado de coisas que levem todos os outros a uma condição de subjugação.

Um conjunto de factos, resultado deste ser prepotente e insaciável, explica a situação em que nos encontramos, se mergulhar-mos na história recente, últimas duas décadas, estamos inundados de uma insensatez humana inqualificável.

O medo muitas vezes, coloca uma venda escura impedindo a denúncia dos mais atentos. É muito comum ouvir “cala o bico senão comes”. E, assim, fica evidente a tranquilidade daquele que detém o poder, pois as estruturas pré-estabelecidas, deste ou daquele seguimento de poder tem a garantia de que jamais serão abaladas.

Não devemos desanimar, nosso olhar deve estar sempre voltado para o futuro. E é cada vez mais urgente que os ambientes sejam desinfectados, não podemos omitir, ante a opressão nascida da insensatez humana, que um ser insaciável, destrua um povo que ao longo destas últimas décadas tem vindo a ser enganado e humilhado.

Não podemos fugir a essa missão, de alertar, denunciar, “ O prepotente não veio senão para oprimir, reinar, destruir”.

A nossa prática deve ser a prática de alertar, denunciar, construir, sabemos e somos conscientes de que as barreiras dos prepotentes de hoje são difíceis de derrubar, mas também não podemos negar que existem formas de participações e lutas para mudanças, são as nossas acções individuais e/ou conjuntas, que serão sinais para o povo de que é possível que todos, sem qualquer exclusão, lutem por uma terra melhor.

Abandonar este homem insaciável (prepotente) é o único caminho que nos poderá trazer alguma LUZ. Fica para cada um de nós, uma reflexão, poderei dizer no final “combati o prepotente combati”.
Júlio César

terça-feira, 25 de março de 2008

Barragem: Cota proposta pela EDP submerge quase toda linha Tua

A linha do Tua ficará praticamente toda submersa se for aprovada a proposta hoje apresentada pela EDP para a construção da barragem de Foz Tua com uma quota de 195 metros.
Segundo avançou à Lusa fonte ligada ao processo, a empresa apresentou também «soluções de mobilidade para a parte da linha afectada».
Porém, se a decisão final sobre a barragem aprovar a quota proposta, ficarão debaixo de água 50 dos 66 quilómetros do que resta de caminho-de- ferro no nordeste Transmontano.
Independentemente da quota, desaparecerá a parte mais atractiva do vale do rio Tua, que colocou esta via entre as «linhas estreitas mais belas do mundo».
A fonte realçou que «as soluções de mobilidade alternativas são apenas teóricas porque vão depender da decisão sobre a quota».
A EDP foi a única concorrente a apresentar proposta para a construção e exploração, pelo período de 75 anos, da maior das dez barragens previstas no plano nacional do Governo.
A construção da barragem, com uma capacidade de 324 megawatts (MW), deve iniciar-se em Setembro de 2009, tendo uma duração prevista de quatro anos. DD
Colaboração: Mário Carvalho

EDP foi a única empresa a apresentar proposta para barragem de Foz Tua

A EDP - Energias de Portugal foi a única empresa a apresentar uma proposta para a construção da barragem de Foz Tua, apurou a agência Lusa junto de fonte ligada ao processo.
Na cerimónia, que decorreu hoje no Instituto da Água (INAG), apenas a EDP apresentou uma proposta para a construção e posterior exploração da barragem de Foz Tua por um período de 75 anos.
A construção da barragem, com uma capacidade de 324 megawatts (MW), deve-se iniciar em Setembro de 2009, tendo uma duração prevista de quatro anos.
Colaboração: Mário Carvalho

Recordando Guerra Junqueiro

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...)

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...)

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre - como da roda duma lotaria. A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"
Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896

segunda-feira, 24 de março de 2008

Antero

Daqui e dali... João Lopes de Matos

O início da desertificação (anos 60)

O abandono do interior começou nos anos 60 e nunca mais parou.
Por quê em todo o interior aconteceu isto (com algumas poucas excepções, claro)?
A agricultura era a base da vivência humana.
E os primeiros saíram porque nada tinham a perder: nem sequer tinham uns bocados de terra onde se entreterem. O que ganhavam, como jornaleiros, não dava sequer para uma alimentação decente quanto mais para construir uma casa com um mínimo de condições.
E tanto isto é verdade quanto é certo que nos primeiros anos a preocupação dos emigrantes foi comprar terrenos e construir casas.
Bem tentou o governo de então impedir a saída das pessoas. Por isso, a ida a salto.
Tanto remou o governo contra a emigração que, por fim, convencido de não a poder evitar, acabou por liberalizá-la.
Mas não só o governo era contra a emigração. Pelo menos alguma oposição (partido comunista, por exemplo) também achava que se devia lutar contra ela, partindo do princípio segundo o qual os problemas deviam ser resolvidos cá.
Imaginemos como estaria o interior, caso a emigração não se tivesse processado. Teria, com certeza, problemas gravíssimos de habitação, de alimentação, de dignidade humana.
Bendita emigração que fez com que milhares e milhares de pessoas passassem a viver uma vida muito superior à que tinham antes.

João Lopes de Matos

Coagret exige protecção dos rios nacionais

A Coagret, Associação de Coordenadores dos Afectados por Grandes Barragens e Transvases, manifesta-se contra a falta de protecção dos rios nacionais.
Pedro Couteiro, presidente desta Organização Não Governamental (ONG) aproveitou as comemorações do Dia Mundial da Água, no passado sábado, na estação de caminho de ferro de Vilarinho das Azenhas (Vila Flor), para exigir a "revisão da rede nacional de áreas protegidas incorporando os vales do rios Sabor e Tua".
A Coagret também deixou um aviso aos concorrentes à construção da barragem de Foz-Tua: "Que se acautelem por que contabilizar os custos de contexto, ou seja, quando se meterem no processo de destruição do rio Tua vão contar com a oposição das ONG e da opinião pública e isto representa custos".
Pedro Couteiro confessa estar farto de manipulações e das invenções de que nada se passa por trás do Plano Nacional de Barragens.
Aquele dirigente considera que a carta enviada pelas organizações ambientalistas ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, é o primeiro passo para uma fase diferente daquilo que se passa com a conservação de rios em Portugal.
Os ambientalistas referem na missiva que o Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável Português estimou que o país tem potencial para poupar até 40 por cento do seu actual consumo energético através da gestão de procura. No entanto, afirmam, o Governo em vez de se concentrar em soluções de implementação simples, optou por investir um bilião de euros num Programa de Barragens, cuja produção de electricidade é equivalente a 3.3 por cento da energia consumida em Portugal e que apenas diminui em um por cento a emissão de gases com efeito de estufa.
Estes ambientalistas denunciam a ausência de uma avaliação correcta sobre os impactos negativos da implementação deste programa e os benefícios decorrentes da não construção.
CIR/Eduardo Pinto/Rádio Ansiães

REFER desconhece submesão da linha do Tua

Termina hoje o prazo de entrega das propostas para a concepção, construção e exploração da Barragem do Tua. Um empreendimento, cuja construção, significa a submersão parcial da Linha do Tua. Apesar de tudo, esse parece ser um facto desconhecido por parte da administração da REFER, que não terá sido avisada oficiaalmente pelo Ministério das Obras Públicas e Transportes. O assunto só será conhecido pelos responsáveis da empresa, através das notícias na imprensa.
No concurso público, a Rede Ferroviária Nacional não solicitou a nenhum dos concorrentes soluções que resolvam a subersão da linha. Uma condição prevista no caderno de encargos proposto pelo Instituto Nacional da Água e que valerá cerca de 20% na avialação final das propostas. A REFER mantém até um plano de investimentos na consolidação da via férrea, na ordem dos dois milhões de euros. Curioamente, parte dos trabalhos estão previstos para uma zona que deverá ficar submersa pela construção da barragem. Ao concurso, aberto pela REFER, para a concepção, construção e exploração da Barragem da Foz do Tua, deverão apresentar propostas a EDP, GALP, ENDESA e Gàs Natural. O início da construção deverá ocorrer no início de 2009, com um prazo de sete anos para a execução de todos os trabalhos. RBA

domingo, 23 de março de 2008

Ambientalistas aproveitam Dia da Água para contestarem Plano Nacional de Barragens

Várias organizações pediram novas políticas de ambiente, sustentadas por estudos científicos
A comissão coordenadora da associação Afectados pelas Grandes Barragens e Transvazes (Coagret) exige uma sindicância à actuação das presidências do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICN) e da sua tutela, nos últimos doze anos. Quer também ver revista a rede nacional de áreas protegidas, que considera desactualizada. Ao mesmo tempo, reivindica a retirada da superfície das albufeiras das grandes barragens hidroeléctricas - mas não as suas margens, nem as pequenas barragens de abastecimento público e regadio - das áreas protegidas.
A Coagret, através da sua representação em Portugal, aproveitou a celebração do Dia Mundial da Água para fazer estas exigências e quer também que o processo da Rede Natura 2000 seja "monitorizado e revisto de forma participada, com base científica no início e no fim do processo". A Coagret foi uma das 12 organizações não governamentais (ONG) ligadas à área do ambiente que assinaram a carta, enviada no dia 20, ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, ao comissário europeu do Ambiente, Stavros Dimas, aos ministros do Ambiente e da Economia portugueses, ao presidente do Instituto da Água e ao director-geral da Energia e Geologia, contestando a construção de dez barragens incluídas no Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, mais duas adicionais (Almourol e Sabor), alegando que esses projectos não respeitam a legislação europeia do Ambiente.
Para a Coagret, é inaceitável que a região transmontana esteja "subrepresentada neste processo, lesando os agricultores no pagamento de amenidades ambientais". Foi esta uma das razões por que decidiu comemorar no rio Tua, ontem, o Dia da Água (instituído pelas Nações Unidas, em 1993), com um comunicado à imprensa e a descida de um troço do rio - entre Vilarinho das Azenhas, concelho de Vila Flor, e a Brunheda, concelho de Carrazeda de Ansiães - por 14 canoístas do clube Azenhas Vivas.
Pedro Couteiro, presidente da Coagret-Portugal, fez duras críticas tanto ao ICN como ao ministro do Ambiente, a quem acusou de "não existir". "Existe um ministro dos fundos comunitários para o ambiente. E mesmo assim muito fraco, pois esses mesmos fundos já registam um atraso de catorze meses", considerou.
Também a sul, a população apresenta muitas reservas contra a criação da Barragem do Almourol. Cerca de cem pessoas manifestaram-se na sexta-feira no Rossio ao Sul do Tejo contra a construção daquela infra-estrutura hidroeléctrica, numa iniciativa promovida pelo Movimento Anti-Barragem.
Este movimento popular realizou ontem, naquela freguesia ribeirinha do concelho de Abrantes, uma sessão de esclarecimento sobre os impactos resultantes da eventual construção da Barragem de Almourol na região.

O Grupo de Estudo do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), que participou neste encontro, mostrou-se bastante crítico relativamente a todo o Plano Nacional de Barragens (PNB). Para a organização ambientalista, "não existe uma política energética em Portugal": "Existe, sim, uma vontade enorme de agradar aos lobbies da construção civil", defende, salientando que "é mentira que este PNB seja importante para o país, porque ele não vem resolver problema algum"
. Público

sábado, 22 de março de 2008

Queixa contra barragem no Baixo Sabor definitivamente arquivada

A Comissão Europeia “arquivou definitivamente” a queixa contra a construção da barragem do Baixo Sabor, apresentada em 2006 pela Plataforma Sabor Livre.
A informação confirmada com regozijo pelo presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Aires Ferreira, mereceu já uma contestação por escrito daquela estrutura constituída por várias associações ambientalistas. Rádio Ansiães/Eduardo Pinto

Centros de Saúde com apoio à vítima

O distrito de Bragança dispõe actualmente de uma melhor cobertura de estruturas de apoio às vítimas de violência doméstica. Além do Núcleo de Apoio à Vítima criado pelo Governo Civil, em Novembro de 2006, a Sub-Região de Saúde implementou núcleos de prevenção em cada um dos 12 centros de saúde, criados há cerca de seis meses. (...) JN

Daqui e dali... Júlio César

O nosso espelho!
Páscoa

Celebrar a páscoa significa celebrar a nossa vida-em-Cristo, passagem das trevas para a luz, do pecado para a graça, da morte para a vida. Enfim: da escravidão para a liberdade.A Páscoa são “lembranças” de Cristo enquanto viveu na terra, entre nós. São muito importantes, pois dão-nos a certeza de que Ele está sempre connosco. Ele desceu dos céus à terra para curar a enfermidade do homem; revestiu-se da nossa natureza no seio da Virgem e se fez homem; tomou sobre si os sofrimentos do homem enfermo num corpo sujeito ao sofrimento, e destruiu as paixões da carne; seu espírito, que não pode morrer, matou a morte homicida.

Foi levado como cordeiro e morto como ovelha; libertou-nos das seduções do mundo, como outrora tirou os israelitas do Egito; salvou-nos da escravidão do demônio, como outrora fez sair Israel das mãos do faraó; marcou nossas almas com o sinal do seu Espírito e os nossos corpos com seu sangue. Foi ele que venceu a morte e confundiu o demônio, como outrora Moisés ao faraó. Foi ele que destruiu a iniqüidade e condenou a injustiça à esterilidade, como Moisés ao Egito. Foi ele que nos fez passar da escravidão para a liberdade, das trevas para a luz, da morte para a vida, da tirania para o reino sem fim, e fez de nós um sacerdócio novo, um povo eleito para sempre. Ele é a Páscoa da nossa salvação.

Foi ele quem tomou sobre si os sofrimentos de muitos: amarrado de pés e mãos em Isaac; exilado de sua terra em Jacó; vendido em José; exposto em Moisés; sacrificado no cordeiro pascal; perseguido em Davi e ultrajado nos profetas. Foi ele o cordeiro que não abriu a boca, o cordeiro imolado, nascido de Maria, retirado do rebanho, foi levado ao matadouro, imolado à tarde e sepultado à noite; ao ser crucificado, não lhe quebraram osso algum, e ao ser sepultado, não experimentou a corrupção; mas ressuscitando dos mortos, ressuscitou também a humanidade das profundezas do sepulcro.
Parece que também nós fomos sacudidos por algum vento vindo do além e corremos ao Templo a reconciliarmo-nos com o Senhor, a pôr em ordem a nossa vida, pedindo perdão pelas faltas de amor para com o autor da vida e os irmãos.- Cristo ressuscitou! Aleluia!- O Senhor venceu a morte e voltou à vida!Que belo é participar nas celebrações litúrgicas do tempo pascal! Lembra-nos as palavras de Jesus.«Eu sou a Luz do Mundo!»«Quem me segue não anda nas trevas!»
Aleluia!
Santa Páscoa!

Júlio César

Roteiro para o fim-de-semana de Páscoa

São várias as propostas para este fim-de-semana, entre feiras, festas, concertos e exposições.

Este fim-de-semana há uma festa do folar em Codeçais, concelho de Carrazeda de Ansiães, com prova de folar e animação.
A Feira das Arribas na Flor é o destaque da na vila de Sendim, em Miranda do Douro.Cerca de 25 expositores mostram o melhor que se faz na terra.
Domingo, no polidesportivo de Bemposta, Mogadouro, realiza-se uma feira dos produtos da terra.
No Teatro Ribeiro da Conceição, em Lamego, pode ver sábado à noite um concerto do Coro Madrigália.
No Centro Cultural de Mogadouro, às 22 horas de sábado, destaque para o Concerto de Páscoa, a cargo da Banda Filarmónica dos Bombeiros Voluntários de Mogadouro.
O teatro de Vila Real tem para apresentar sábado à noite, um espectáculo com os Muzz Hotel.

Exposições:
Em Alfândega da Fé está patente no Centro Cultural uma exposição de artes plásticas de Regina Gouveia. Vai ficar até dia 20 de Abril.
Na Estação do Pinhão pode ver também até 20 de Abril a exposição “O Comboio chegou a Barca de Alva”.
Em S. João da Pesqueira está patente até 4 de Maio, uma mostra dedicada às Arquitectura da paisagem Vinhateira.
Na biblioteca municipal de Carrazeda de Ansiães está patente, até dia 1 de Abril, a exposição de fotografia “Três olhares sobre Alpajares”.
No Centro Cultura de Vila Flor destaque para a exposição de fotografia de Aníbal Gonçalves, denominada “Testemunhas”.
Na Sala de Exposições do Teatro Auditório Municipal de Alijó pode apreciar até amanhã exposição de pintura “Trás-os-Montes e suas gentes –da co-autoria de Carmo Simões, Jaime Simões e César Simões.
Os quadros da bielorrusa Tânia Antimonova ficam patentes até dia 26, na
Casa Municipal da Cultura de Mêda.
Rádio Ansiães/Eduardo Pinto
DN

sexta-feira, 21 de março de 2008

Daqui e dali... Rui Guerra

FILHO ÉS, PAI SERÁS!

Dizia-me um dia um professor que, para melhor compreendermos os outros, deveríamos tentar antes colocarmo-nos no lugar deles. Só assim seríamos capazes de entender melhor as motivações dos seus sentimentos e actos.
Anteontem foi mais um dia, talvez como um outro qualquer, em que muitas famílias se juntam em paz, harmonia e amor para celebrar a Páscoa, mas chamaram-lhe o Dia do Pai. Como sempre e já habitual, nos dias de algo, o sentido comercial prevalece e, vistas assim as coisas, quase perdem o sentido: - “Não fora um beijo da minha filha, uma mensagem via telemóvel do filho e o dia terminava normalmente!”
Mas, tocou-me a reportagem que uma televisão nos mostrou à noite, na qual um alto responsável policial da zona norte relatava, com um sentimento de profunda tristeza, o registo de vários casos de agressões físicas de filhos a pais, resultado de um estudo realizado na zona de Viana do Castelo, de Janeiro a Fevereiro deste ano.
Impressionaram-me não os números que ele forneceu ao jornalista, mas a atitude profundamente sentida, mais como filho do que como polícia – um homem ligado a uma vida dura dada a poucos sentimentalismos que fez também um sincero apelo a todos os filhos para que estimassem e respeitassem os pais. Pelo menos, enquanto eles se mantivessem entre nós. Fazia-o falando com saudade do seu pai que já tinha partido do mundo dos vivos. Quase a chorar, pedia que tais sistuações de violência de filhos para pais não acontecesssem.
Tentemos nós então viver cada uma destas situações, colocando-nos no lugar dos outros e num outro tempo. Hoje filhos, julgamos apressadamente e violentamos os nossos pais. E quando formos pais, como será?
Pois pensem bem, que a velha sabedoria popular ainda nos dá lições de vida – Filho és, pai serás!
Pensem nisto e uma Páscoa Feliz!

Rui Guerra
(Do programa Tribuna Livre, emitido semanalmente na Rádio Ansiães)

quinta-feira, 20 de março de 2008

RAVE PS

Buééééééé´! Eram tantos que até se conseguiam contar pelos tentáculos das mãos do zé e da maria. Eram mesmo bués deles, de tentáculos.

Luz é 53 euros mais cara em Portugal do que na União Europeia

Cada consumidor português pagou no ano passado 53,31 euros acima da factura eléctrica média da União Europeia, um custo para os consumidores que o economista Eugénio Rosa sustenta ter sido arrecadado como lucro extraordinário pela EDP.
Em defesa de Abel Mateus, presidente da Autoridade da Concorrência, o economista ligado à CGTP considera que, "em 2007, a EDP obteve um lucro extraordinário de 250 milhões de euros cobrando aos portugueses preços superiores aos preços comunitários". Público
Colaboração: Mário Carvalho

Daqui e dali... Júlio César

O nosso espelho!

"Um ditador já é velho demais quando inicia a ditadura. Porque recorre à arte mais velha do mundo que é impor o seu mando a outros. E que me desculpem as senhoras da vida, o vosso ofício está longe de ser o mais antigo, ainda vocês não tinham descoberto a forma de ganharem os vossos honorários com as misérias femininas e já havia ditadores em funções. Porque qualquer ditador faz o que há de mais simples, ancestral e primitivo no mundo e que é mandar pela força.

Os povos deviam, no estado adulto em que nos julgamos, ser poupados ao primarismo do mando bruto. Mas o ancestral é rijo como cornos. Custa a desfazer. Se custa.

O pior de uma ditadura é quando ela é servida por um ditador velho. Sobretudo quando envelheceu na arte de ser ditador. Di-lo quem sabe de uma vida a gramar um ditador longevo e, sempre, mais e mais teimoso. Tão teimoso que morrerá estúpido e deixará uma herança de estupidez. E tão estúpido que nos quis ensinar a arte de obedecer. E ensinou, essa é que é essa. Pois, a estupidez também é antiga. E a ditadura é a arte da velhice.

Os fins dos ditadores, como todos os seus actos, são encenados minuciosamente pelas suas cortes. Mesmo as suas respeitáveis decadências humanas. Há qualquer coisa de nefando e obsceno na forma como se castigam os ditadores com o prolongamento forçado da encenação do seu mando para além da capacidade física e intelectual para mandar o quer que seja. Ditadores moribundos, ou para lá caminhando, são sujeitos a grotescos jogos de resistência ao fim da vida. Na efémera mensagem de que são eternos. Foi assim com Salazar (a quem representaram a senilidade teatral de que ainda mandava quando Marcelo já despachava na sua vez); idem com Franco; o mesmo com Brejnev que, nos últimos anos, já tinha camaradas a sacudirem-lhe o braço para acenar encavalitado no mausoléu de Lenine. Agora, o nosso espelho não escapa à regra.

A ditadura é velha e sábia mas (por isso?) não tem nada de criativa. E é cruel, até para os próprios ditadores." - Água Lisa

Júlio César

O que se disse…

"No nosso século XXI, esquerda e direita tornaram-se conceitos ambíguos. Por isso, sempre que ouço esse género de comentários, interrogo-me - mas o que significa mais à esquerda ou mais à direita em termos de políticas concretas e sustentáveis? - . A meu ver não podemos ficar reféns de debates ideológicos, cujo conteúdo deixou de ser claro. Importa , sim, contribuir para a renovação da prática governativa e para lhe dar novos conteúdos."
Jorge Sampaio in "Sexta"

Moncorvo: Habitantes «navegam» à borla na vila digital

Torre de Moncorvo é a primeira vila digital transmontana e, um ano depois de oferecer Internet sem fios, a autarquia faz um balanço «muito positivo» deste projecto que conta já com mais de 900 munícipes aderentes. A Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, presidida pelo socialista Fernando Aires Ferreira, decidiu “aderir ao choque tecnológico” e tornar a vila mais competitiva e atractiva aos turistas, pagando para proporcionar aos seus munícipes e visitantes Internet sem fios (wireless) “à borla”. (...) in Diário de Trás-os-Montes

Falta apoio às vítimas de violência doméstica

Há falta de diálogo entre as entidades do distrito de Bragança que ajudam as vítimas de violência doméstica. Esta foi uma opinião comum entre os representantes dessas mesmas entidades, que esta quinta-feira, participaram no Seminário sobre Violência Doméstica, que decorreu em Alfândega da Fé. Ficou ainda o alerta para a necessidade de se criar uma casa-abrigo em Bragança, de maneira a que as vítimas destes tipo de crimes não tenham que ser enviadas para fora do distrito. RBA

quarta-feira, 19 de março de 2008

REFER e LNEC têm mais dois meses para concluirem estudos

O Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT) concedeu hoje mais um prolongamento do prazo para a REFER e o LNEC concluírem os estudos de segurança da linha do Tua. Sol
Colaboração: Mário Carvalho

Metro e CP pedem prorrogação da licença provisória para Linha do Tua por mais dois meses

A CP e o Metro de Mirandela pediram hoje a prorrogação por mais dois meses da licença provisória de circulação na linha do Tua, o prazo reclamado pela REFER e LNEC para conclusão das medidas de segurança.
Esta posição, tomada em assembleia-geral do Metro de Mirandela, que assegura o transporte ao serviço da CP, surge na sequência do ultimado dado pelo Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT).
O IMTT deu um prazo, que termina sábado de Páscoa, à REFER e ao LNEC para entregarem um relatório fundamentado com as medidas de segurança necessárias à circulação.
Este prazo já é uma prorrogação da licença provisória que terminava a 15 de Março e que obrigava à interdição da circulação, desde o dia 16, no troço em que ocorreu o acidente que há um ano tirou a vida a três pessoas.

Escola Profissional de Ansiães debate sexualidade na adolescência

A Escola Profissional de Ansiães vai promover, no próximo dia 7 de Abril, uma palestra sobre a "Sexualidade na Adolescência". Um tema que também deverá conduzir à abordagem de outros assuntos relacionados, tal como as doenças de transmissão sexual.
A palestra, promovida por aquela instituição de ensino de Carrazeda de Ansiães, vai decorrer no salão do quartel do Bombeiros Voluntários, a partir das 10 horas da manhã.
Os oradores convidados são dois especialistas no assunto: J. Pinto da Costa e António Salema.
No mesmo dia, pelas 9.30 horas da manhã haverá uma actuação da Tuna da Escola Profissional de Ansiães.
Rádio Ansiães/Eduardo Pinto

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

valter hugo mãe, hélder de carvalho e paulo moura

Há pouco tempo. Hélder de Carvalho (antes de haver ganho o Prémio de mais uma exposição individual em Aveiro, o que muito saudamos) e Paulo Moura encontraram, nos Açores, numa acção artística, o meu editor de As Letras como Poesia, o fabuloso poeta e escritor valter hugo mãe, que obteve o Prémio Saramago, o ano passado, com o romance ‘o remorso de baltazar serapião’. Foi com grande contentamento
que recebi a notícia de que juntos estiveram e dos seus Prémios, imaginando eu, como nas furnas, em posição horizontal, valter haveria de ler ao Hélder e ao Paulo pedaços do seu romance de uma violência extrema, sobre uma Idade Média brutal e miserável, como metáfora dos tempos máximos de animalidade que se vivem hoje em tantos sítios ir_
reais (em inglês: sites), uma vez baltazar, na administração da educação de ermesinda e da sarga, _ sua vaca, fêmeas irmanadas suas mulheres, levarem valter a recriar uma linguagem arcaica, popular, com inúmeras transgressões sintácticas… Violenta poesia que nos dói como dá — tamanho prazer… A epígrafe é de um poema de Jorge Melícias:

Há a boca pisada de pedras,
e o remorso
é uma parede mordida pelo eco.

Começa assim:

‹‹a voz das mulheres estava sob a terra, vinha de caldeiras fundas onde só diabo e gente a arder tinham destino. a voz das mulheres, perigosa e burra, estava abaixo de mugido e atitude da nossa vaca, a sarga, como lhe chamávamos.
mal tolerados por quantos disputavam habitação naqueles ermos, batíamos os cascos em grandes trabalhos e estávamos preparados, sem saber, para desgraças absolutas ao tamanho de bichos desumanos. tamanho de gado, aparentados de nossa vaca, reunidos em família como pecadores de uma mesma praga. maleita nossa, nós, reunidos em família, haveríamos de nos destituir lentamente de toda a pouca normalidade.
abríamos os olhos pirilampos à fraca luz da vela, porque a sarga mugia a noite inteira quando havia tempestade. dava-lhe frio e aflição de barulhos
.››

Com as letrinhas minúsculas, todas irmãs. O estilo inconfundível de valter hugo…

vitorino almeida ventura

Clube de Paradela já tem sede

Quinze anos depois do início do sonho, o Clube Cultural e Recreativo de Paradela, em Carrazeda de Ansiães, tem finalmente uma sede. Para trás, a direcção deixou “muito trabalho e muitas horas perdidas”, segundo o presidente Luís Fernandes.
Rádio Ansiães/Eduardo Pinto

terça-feira, 18 de março de 2008

O poliglota e o amigo espanhol


Associação quer providência cautelar contra encerramento do SAP de Alijó

A Associação de Utentes de Saúde do Concelho de Alijó (AUSCA) anunciou hoje a intenção de interpor uma providência cautelar contra o encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do centro de saúde desta localidade transmontana.

O encerramento do SAP de Alijó, que foi decidido pelo anterior titular do Ministério da Saúde, Correia de Campos, entrou em vigor a 28 de Dezembro e já foi confirmado pela actual ministra, Ana Jorge. (...) in Público

Eléctricas terão de avançar com alternativas para a Linha do Tua

As eléctricas concorrentes à concepção, construção e exploração da barragem hidroeléctrica de Foz Tua terão de propor soluções alternativas que atenuem ou resolvam o afundamento da parte mais importante da linha ferroviária do Tua, mantendo-a operacional. Esta é uma das condições do caderno de encargos do procedimento concursal que está a decorrer para adjudicar a primeira e a maior (em potência) das dez barragens prioritárias do plano anunciado pelo Governo. A solução para salvaguardar a linha do Tua vale cerca de 20% na avaliação final das propostas e está a causar algumas dificuldades aos concorrentes, adiantaram ao DN fontes de alguns dos candidatos. É que a alternativa terá de ser, em princípio, financiada pelo concorrente, o que afasta logo a construção de novo troço de linha que substitua o que deverá ser inundado pela albufeira porque este seria um investimento em dimensão comparável ao exigido na construção da própria barragem, um pouco acima de 200 milhões de euros. A proposta financeira, com valor base a pagar à cabeça pela concessão de 50 milhões de euros, é o critério mais importante (vale 50%). Seguem-se a componente técnica e o prazo de execução (até 2011).
DNOutras questão por esclarecer é quem vai explorar a alternativa que vier a ser encontrada. Afastada uma solução ferroviária, restarão as alternativas fluvial e rodoviária, que é a que tem sido utilizada durante o período em que a linha do Tua esteve fechada para obras após o acidente de 2007 (ver texto em baixo). E nestas opções, poderão ainda ser equacionadas respostas para a população local e opções mais vocacionadas para o potencial turístico da linha. O tipo de solução dependerá ainda da dimensão do troço que ficar inundado, o que irá depender da cota proposta para a barragem. Quanto maior, mais interessante o empreendimento será do ponto de vista económico, mas mais graves serão os impactos, quer ao nível da extensão da linha afectada, quer também em área de vinha da região do Douro que se perde. E esta incerteza representa um risco ambiental significativo para o operador, já que a proposta vencedora pode ser condicionada quando o projecto for para avaliação de impacte ambiental. Apesar de reduzir em 170 metros a cota inicial prevista para salvar 15 quilómetros de um total de 35 km, que ficariam debaixo de água -a linha tem 54 km - a solução apresentada em Outubro não salvaguarda o troço mais importante, que é a ligação da linha do Tua à do Douro. Os concorrentes lutam ainda contra o pouco tempo dado para a elaboração das propostas, iniciadas em Fevereiro para serem entregues a 24 de Março. Houve pedidos de adiamento, mas foram recusados pelo júri. São quatro as eléctricas que se apresentaram na corrida à primeira das novas barragens: EDP, Galp Energia e as espanholas Endesa e Gas Natural. Mas neste concurso especial, a EDP tem vantagem, na medida em que foi ela a primeira a propor o empreendimento e, por isso, para garantir a vitória basta-lhe igualar as condições e a pontuação da proposta vencedora. DN