sexta-feira, 14 de março de 2008

Linha do Tua: Circulação novamente suspensa a partir de domingo

A linha do Tua vai ser encerrada novamente no troço afectado pelo acidente de Fevereiro de 2007, por determinação do Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT), disse hoje à Lusa fonte ligada ao processo.

De acordo com a mesma fonte, o instituo fiscalizador ainda não recebeu do LNEC e da REFER a comprovação de que foram executadas as medidas de segurança necessárias à circulação ferroviária.

A linha reabriu, entre a Brunheda e Foz Tua, a 27 de Janeiro, com uma autorização temporária, que determinava que até 15 de Março teriam de ser entregues no IMTT os relatórios das condições de segurança.

Segundo a mesma fonte, essa informação ainda não chegou ao instituto, que notificou as diversas partes de que a partir de 16 de Fevereiro está interdita a exploração comercial da linha naquele troço.

Contactada pela Lusa, a CP informou que vai acatar a decisão da entidade de supervisão e que não depende desta empresa o retomar da circulação ferroviária.

A CP refere que "é afectada como os clientes", um mês e meio depois de a linha ter reaberto em toda a extensão, quase um ano passado do acidente que matou três ferroviários..

A REFER é a empresa responsável pela infra-estrutura e pelas obras já executadas e medidas de segurança a tomar, por indicação do LNEC.

4 comentários:

mario carvalho disse...

sem comentários


Linha do Tua: Suspensão adiada, REFER E LNEC têm uma semana para criarem condições

Bragança, 14 Mar (Lusa) - O Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT) deu uma semana à REFER e ao LNEC para providenciarem as condições necessárias de segurança à circulação na linha do Tua, disse hoje à Lusa fonte daquele organismo.

tamanho da letra ajuda áudio
enviar artigo
imprimir
O IMTT decidiu desta forma adiar a Instrução Complementar de Segurança (ICS) datada de hoje, que determinava a interdição da circulação em parte da linha, a partir de Domingo.

O documento, a que a Lusa teve acesso, foi enviado hoje à REFER, a proprietária da infra-estrutura, ao LNEC, o responsável pelos estudos de segurança, e ao metro de Mirandela, que assegura o transporte ao serviço da CP.

A entidade que supervisiona o sector, ordena que "fica interdita à exploração ferroviária o troço da linha entre a Brunheda e a estação do Tua", com data de entrada em vigor a 16 de Março.

O troço em causa reabriu há um mês e meio, depois de estar encerrado durante quase um ano devido ao acidente que matou a 12 de Fevereiro de 2007 três ferroviários.

A linha foi intervencionada e o IMTT deu uma licença provisória de circulação que termina a 15 de Março, no sábado.

De acordo com a ICS, esta decisão foi tomada por "não se encontrarem concluídos os estudos que permitam o estabelecimento de um regime de circulação" diferente do que vigora desde a reabertura.

A circulação entre a Brunheda e a Estação do Tua está a feita no chamado regime de "marcha à vista", a uma velocidade que permita ao maquinista parar perante qualquer obstáculo.

A velocidade imposta ronda em média os 30 quilómetros/hora, pouco menos que a normal nesta linha que é de 45 quilómetros/hora.

A ICS do IMTT ordena a interdição deste troço e a adopção da marcha à vista entre o apeadeiro da Ribeirinha e a Brunheda.

Pouco tempo depois de ter divulgado esta decisão, o IMTT decidiu adiar a sua execução por uma semana, e prorrogar pelo mesmo período o prazo para a REFER e o LNEC "providenciarem os requisitos necessários à circulação e operacionalidade da linha".

Depois de ter dito à Lusa que a CP iria cumprir a decisão da entidade de supervisão, o Gabinete de Imagem e Comunicação da empresa veio dizer que "não está prevista qualquer alteração na circulação".

O gabinete de imagem e comunicação da REFER disse também não ter indicações de que a circulação vai ser suspensa.

Já o presidente da Câmara de Mirandela e do metro, José Silvano, confirmou ter recebido a ordem do IMTT, mas remeteu declarações para segunda-feira.

Quem reagiu de imediato foi a coordenadora dos afectados pelas grandes barragens e transvazes (GOAGRET), que tem protestado contra a construção de uma barragem no Tua que vai submergir parte da linha.

Num documento enviado à Lusa, a GOAGRET, pede que se "toquem os sinos a rebate" contra o que considera "o fim da linha do Tua".

HFI.


© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2008-03-14 21:00:01

comentar artigo

mario carvalho disse...

Eléctricas terão de avançar com alternativas para a Linha do Tua


ANA SUSPIRO
AMIN CHAAR - ARQUIVO DN
As eléctricas concorrentes à concepção, construção e exploração da barragem hidroeléctrica de Foz Tua terão de propor soluções alternativas que atenuem ou resolvam o afundamento da parte mais importante da linha ferroviária do Tua, mantendo--a operacional.

Esta é uma das condições do caderno de encargos do procedimento concursal que está a decorrer para adjudicar a primeira e a maior (em potência) das dez barragens prioritárias do plano anunciado pelo Governo. A solução para salvaguardar a linha do Tua vale cerca de 20% na avaliação final das propostas e está a causar algumas dificuldades aos concorrentes, adiantaram ao DN fontes de alguns dos candidatos. É que a alternativa terá de ser, em princípio, financiada pelo concorrente, o que afasta logo a construção de novo troço de linha que substitua o que deverá ser inundado pela albufeira porque este seria um investimento em dimensão comparável ao exigido na construção da própria barragem, um pouco acima de 200 milhões de euros. A proposta financeira, com valor base a pagar à cabeça pela concessão de 50 milhões de euros, é o critério mais importante (vale 50%). Seguem-se a componente técnica e o prazo de execução (até 2011).

Outras questão por esclarecer é quem vai explorar a alternativa que vier a ser encontrada. Afastada uma solução ferroviária, restarão as alternativas fluvial e rodoviária, que é a que tem sido utilizada durante o período em que a linha do Tua esteve fechada para obras após o acidente de 2007 (ver texto em baixo). E nestas opções, poderão ainda ser equacionadas respostas para a população local e opções mais vocacionadas para o potencial turístico da linha.

O tipo de solução dependerá ainda da dimensão do troço que ficar inundado, o que irá depender da cota proposta para a barragem. Quanto maior, mais interessante o empreendimento será do ponto de vista económico, mas mais graves serão os impactos, quer ao nível da extensão da linha afectada, quer também em área de vinha da região do Douro que se perde. E esta incerteza representa um risco ambiental significativo para o operador, já que a proposta vencedora pode ser condicionada quando o projecto for para avaliação de impacte ambiental. Apesar de reduzir em 170 metros a cota inicial prevista para salvar 15 quilómetros de um total de 35 km, que ficariam debaixo de água -a linha tem 54 km - a solução apresentada em Outubro não salvaguarda o troço mais importante, que é a ligação da linha do Tua à do Douro. Os concorrentes lutam ainda contra o pouco tempo dado para a elaboração das propostas, iniciadas em Fevereiro para serem entregues a 24 de Março. Houve pedidos de adiamento, mas foram recusados pelo júri.

São quatro as eléctricas que se apresentaram na corrida à primeira das novas barragens: EDP, Galp Energia e as espanholas Endesa e Gas Natural. Mas neste concurso especial, a EDP tem vantagem, na medida em que foi ela a primeira a propor o empreendimento e, por isso, para garantir a vitória basta-lhe igualar as condições e a pontuação da proposta vencedora. |

mc disse...

" É que a alternativa terá de ser, em princípio, financiada pelo concorrente, o que afasta logo a construção de novo troço de linha que substitua o que deverá ser inundado pela albufeira porque este seria um investimento em dimensão comparável ao exigido na construção da própria barragem, um pouco acima de 200 milhões de euros"

Só para fazer 20 Km de linha dizem que gastam 200 milhões.. Agora imaginem quanto vale a linha que temos .. com as obras de arte e com a sua beleza ...
Se destruirem a linha até à Brunheda são 200 milhões, mais 120 anos de história que Carrazeda perde

mario

mc disse...

"Os concorrentes lutam ainda contra o pouco tempo dado para a elaboração das propostas, iniciadas em Fevereiro para serem entregues a 24 de Março."

e

"A linha foi intervencionada e o IMTT deu uma licença provisória de circulação que termina a 15 de Março, no sábado"

Este prazo de encerramento da linha foi prorrogado até 22 de Março e dia 24 termina o prazo para a entrega das propostas

cumprimentos
mario