sexta-feira, 21 de março de 2008

Daqui e dali... Rui Guerra

FILHO ÉS, PAI SERÁS!

Dizia-me um dia um professor que, para melhor compreendermos os outros, deveríamos tentar antes colocarmo-nos no lugar deles. Só assim seríamos capazes de entender melhor as motivações dos seus sentimentos e actos.
Anteontem foi mais um dia, talvez como um outro qualquer, em que muitas famílias se juntam em paz, harmonia e amor para celebrar a Páscoa, mas chamaram-lhe o Dia do Pai. Como sempre e já habitual, nos dias de algo, o sentido comercial prevalece e, vistas assim as coisas, quase perdem o sentido: - “Não fora um beijo da minha filha, uma mensagem via telemóvel do filho e o dia terminava normalmente!”
Mas, tocou-me a reportagem que uma televisão nos mostrou à noite, na qual um alto responsável policial da zona norte relatava, com um sentimento de profunda tristeza, o registo de vários casos de agressões físicas de filhos a pais, resultado de um estudo realizado na zona de Viana do Castelo, de Janeiro a Fevereiro deste ano.
Impressionaram-me não os números que ele forneceu ao jornalista, mas a atitude profundamente sentida, mais como filho do que como polícia – um homem ligado a uma vida dura dada a poucos sentimentalismos que fez também um sincero apelo a todos os filhos para que estimassem e respeitassem os pais. Pelo menos, enquanto eles se mantivessem entre nós. Fazia-o falando com saudade do seu pai que já tinha partido do mundo dos vivos. Quase a chorar, pedia que tais sistuações de violência de filhos para pais não acontecesssem.
Tentemos nós então viver cada uma destas situações, colocando-nos no lugar dos outros e num outro tempo. Hoje filhos, julgamos apressadamente e violentamos os nossos pais. E quando formos pais, como será?
Pois pensem bem, que a velha sabedoria popular ainda nos dá lições de vida – Filho és, pai serás!
Pensem nisto e uma Páscoa Feliz!

Rui Guerra
(Do programa Tribuna Livre, emitido semanalmente na Rádio Ansiães)

3 comentários:

Anónimo disse...

Artigo feliz de uma pessoa que demonstra uma grande sensibilidade e, acima de tudo, princípios e valores.
Maria

Anónimo disse...

O PAI TIRANO...
Este pai era polícia!
Econtrou sua esposa e mãe de seus filhos a "conduzir", mas a autorização de "condução" estava caducada.
Aplicou à esposa a respectiva multa, que "religiosamente", ela pagou.( "religiosamente"...ele não ia à Igreja).
Claro que o dinheiro, que na altura não era muito, saiu do agreado familiar, logo, também do dito polícia.(?)
Claro que este pai apenas fez dos 3meninos, os prepotentes lá do sítio.
Moral da história: Como dia o Rui Guerra, FILHO ÉS, PAI SERÁS!
E não é que resultou mesmo, pelo menos no mais novo?
Bolas!

Anónimo disse...

Sei de uma história idêntica, mas o pai não era polícia. Ele era Guarda e ela doméstica! Ambos iam à missa!