quarta-feira, 5 de março de 2008

Daqui e dali... Ezequiel Maia

Como travar o esvaziamento demográfico e o declínio socioeconómico das regiões do Interior?

Sobre este tema muito se tem falado e nada se tem dito ou feito.
Comecemos pelo princípio.
Qual a principal actividade produtiva dos concelhos do interior?
Industria? A pouca que há é ligada à agricultura,
Comercio? O pouco que ainda subsiste é alimentado pela agricultora e pelos serviços.
Serviços? Os que existem são ligados à agricultura (associações) e ao estado (câmaras, finanças etc.).
Turismo? Quase não existe e o que existe terá que estar ligada à agricultura e ao rio (no caso do nosso concelho).
É fácil constatar que toda a actividade produtiva, tem como base a agricultura, e não poderemos fugir disso.
O que se tem feito para o desenvolvimento desta actividade, para alem dos parcos caminhos rurais, para além das associações agrícolas que são necessárias, mas estão mais voltadas para usurpar verbas da agricultura para o seu próprio funcionamento, muita das vezes a fazer cursos de formação para encher chouriços quando não há chouriços para encher? Nada.
Agora pergunto: onde estão aplicados os financiamentos vindos dos fundos comunitários? Os que se aproveitaram onde foram investidos? Quem teve conhecimento das varias alternativas para investir e onde se poderiam aconselhar?
Vem aí mais um pacote de incentivos para o investimento agriculta (o último). Já estaremos preparados para os receber? Quem nos pode aconselhar?
Quem nos poderá elaborar as candidaturas de uma forma profissional, isto é, o melhor aconselhamento pelo melhor caminho a seguir.
Quem fará o acompanhamento do investimento, para as derrapagens não serem grandes, e não serem, como até à data, receptores de facturas e transcritores para impressos para depois levarem 1 ou 1,5% do valor do investimento (quando é para amigos…).
Pelo exposto acho (e é uma opinião muito própria) que toda a base deste esvaziamento demográfico está na pseudo-vergonha de ser agricultor, aceite unanimemente sem se saber bem porquê e por todas as politicas nacionais e concelhias terem estes pressupostos, querendo enveredar por caminhos que não são os nossos.
NÓS SOMOS E SEREMOS UMA REGIÃO AGRÍCOLA, comecemos por aí e talvez a actual situação em que nos encontremos possa mudar para melhor.

Ezequiel Maia

2 comentários:

Anónimo disse...

Desculpe discordar um tanto da sua posição. Pensar-se que nos dias de hoje se tem vergonha em ser agricultor é,talvez,uma ideia ultrapassada.Fazer agricultura hoje já não é andar sempre e só a cavar, com umas enxadas muito grandes. Hoje recorre-se a uma infinidade de máquinas que facilitam imenso a vida agrícola. Por outro lado, já é possível viver de uma forma higiénica que antes não era possível e há meios de transporte para ir de quando em vez a um razoável centro urbano.Não vejo ,actualmente, grande diferença entre trabalhar no campo ou ser-se caixa num supermercado e aqui tenho encontrado imensos licenciados.
É tudo uma questão de compensação monetária.
Para não me alongar muito,ainda lhe direi que considero indispensáveis ao desenvolvimento do interior as actividades ligadas não só á indústria mas sobretudo ao turismo.

Anónimo disse...

Concordo consigo. Com a implementação de indústrias sim, mas não poluentes. Mas há quem entenda que a vida rural deve ser pura e simplesmente banida. Esquecendo-se contudo, que ela contribue, grandemente, para o equilíbrio do ser humano e demais seres vivos.