quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Menos fumadores

Consultas anti-tabágicas têm mais procura e, até ao final do primeiro trimestre do próximo ano, estarão disponíveis em todo o distrito

O número de fumadores que têm procurado acompanhamento médico para deixar de fumar tem aumentado. A nova lei, que entra em vigor a partir de um de Janeiro, para além de apresentar maiores restrições no que diz respeito à compra, venda e consumo de cigarros em espaços fechados, prevê uma consulta em cada centro de saúde e hospital, mas no país existem apenas 147 consultas. Actualmente, a consulta anti-tabágica de Bragança conta com cem utentes e 15 já deixaram de fumar. Macedo de Cavaleiros tem 12 doentes na consulta, Miranda do Douro cinco, Mirandela 30 e Torre de Moncorvo 23. A partir de Dezembro, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor passarão a dispor destas consultas. Em Janeiro começará a funcionar em Vimioso e, no primeiro semestre do próximo ano, as consultas anti-tabágicas serão iniciadas em Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro e Vinhais. Mensageiro de Bragança

Projecto turístico a dez

Dez câmaras municipais dos distritos da Guarda e Bragança vão formar uma agência de desenvolvimento turístico. Objectivo criar condições para atrair e fazer permanecer visitantes, aproveitando novos fundos comunitários. Os últimos retoques no Plano Estratégico de Desenvolvimento Turístico do Vale do Côa e Alto Douro foram dados numa reunião, anteontem, em Vila Nova de Foz Côa, que juntou representantes dos vários municípios. "Nos primeiros dias de Dezembro ficará arrumado", salienta o porta-voz da reunião, o autarca fozcoense Emílio Mesquita.

A constituição de uma agência de marketing e turismo é o próximo passo. "Terá parceiros privados e institucionais", nota o edil. Até estar formada "será criado um quadro técnico altamente qualificado, com experiência na área do turismo, para atrair investimentos", acrescenta.
Com esse grupo, a Associação de Municípios do Vale do Côa vai partir para o terreno e "encaixar as peças do puzzle, para que a região comece a trabalhar a sério". É que, não obstante as inúmeras potencialidades patrimoniais, continua "extremamente deprimida". Claro que o aparecimento do plano e a agência não é alheio à abertura de mais uma fornada de dinheiro vindo da Europa, através do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).
Emílio Mesquita não adianta, para já, quanto vai custar a implementação de tudo quanto a região precisa, até porque ainda não foram feitas as contas. Por outro lado, os municípios esperam que operadores privados também se cheguem à frente. "Os municípios servirão de alavanca, mas sem economia privada não saíremos do sítio. Não podemos assumir e explorar os investimentos turísticos", assume o edil.
As câmaras municipais terão, todavia, a sua participação financeira em projectos específicos, bem como se espera que o Governo Central também ajude, nomeadamente, na melhoria das acessibilidades.
Além da promoção e agilização de meios, os investimentos terão de ser feitos em obra propriamente dita, pois a região está "praticamente deserta" de equipamentos turísticos. E se no campo da restauração todos os concelhos já dispõem de alguma oferta de qualidade, na área da hotelaria "ainda há muito a fazer". Emílio Mesquita aceita considerar o plano ambicioso, mas não utópico. Estamos no ponto zero nesta matéria, pelo que tudo o que vier é lucro", sublinha, mantendo fortes esperanças em bons resultados. "Temos que mexer isto tudo e não perder tempo a olhar para planos e a fazer mais estudos", conclui. Eduardo Pinto in JN

Daqui e dali... João Lopes de Matos

ESPECTRO POLÍTICO ACTUAL
(Uma perspectiva)

Em Portugal existem cinco partidos importantes: CDS, PSD, PS, PCP, BE.
Como todos sabemos, os de maior representatividade são o PSD e o PS. Os outros representam as franjas à direita e à esquerda.
O CDS é um partido de direita mas as suas ideias têm pequena autonomia em relação ao PSD. Afirma alternativas que, quando aproveitáveis, são logo apropriadas pelo PSD. O BE é um partido (diria um movimento) que procura trazer à colação assuntos e problemas um tanto de vanguarda, que podem ser resolvidos mais tarde, depois de resolvidos os mais prioritários. O PCP, após a queda do muro, ficou desnorteado e procura agora apoio no funcionalismo público e não no operariado, o que estaria mais de acordo com as teses marxistas. É, actualmente, um defensor da não mudança, do status quo, dos direitos adquiridos. Quando tem algumas ideias aproveitáveis, elas podem bem ser postas em prática pelo PS.
Ficamos, portanto, reduzidos a dois partidos: PSD e PS.
O que é que os distingue? - Muito pouco.
Talvez um maior conservadorismo do PSD e um espírito mais liberal do PS.
A sociedade, tal como existe, ninguém a contesta: - ninguém põe em causa a primazia da iniciativa e da propriedade privadas, o cariz complementar e regulador do Estado, a economia de mercado.
O que fica em causa nas disputas eleitorais? - A capacidade dos principais elementos de um e outro partido para a condução do país.
Os eleitores votam no PSD ou no PS, conforme a ideia que têm da capacidade de cada uma das respectivas equipas.
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João Lopes de Matos

Ramos de oliveiras podem ser aproveitados para biocombustiveis

O distrito de Bragança tem condições para produzir biocombustiveis a partir da oliveira. Quem o afirma é um professor da Universidade de Jaen que veio ao Instituto Politécnico participar num Workshop sobre o tema. O docente da universidade espanhola de Andaluzia explica como se desencadeia o processo de aproveitamento da oliveira na produção de bioetanol. “Tem de ser feito um pré-tratamento da biomassa para que as etapas seguintes sejam eficazes” que consiste num tratamento hidrotérmico e depois vamos obter açucares que depois são fermentados, transformando-o em etanol. Brigantia

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Autarcas aceitam responsabilidade na recuperação da Linha do Douro

As autarquias de Vila Nova de Foz Côa e de Figueira de Castelo Rodrigo admitiram ontem assumir responsabilidades na revitalização do troço da Linha do Douro entre Pocinho e Barca de Alva para fins turísticos. A reacção dos presidentes de câmara surge depois de o ministro das Obras Públicas, Mário Lino, ter afirmado que, "se houver um projecto em que as câmaras queiram assumir a exploração dessa linha, nós estamos disponíveis para apoiar"."Temos de encontrar forma de explorar a linha", disse o autarca de Foz Côa. Emílio Mesquita considera que pode ser feito por privados, autarquias ou por uma parceria entre ambas. "Há colegas autarcas que estão disponíveis para qualquer uma destas soluções", afirmou. Contudo, adiantou que pela forma como Mário Lino se referiu ao assunto "é uma maneira aceitável de passar a bola para os que a reivindicam".
O autarca de Figueira de Castelo Rodrigo, António Edmundo, diz que "o primeiro passo é a recuperação da linha com fundos do quadro comunitário, aos quais a Refer se pode candidatar, e para a rentabilização deve abrir-se um concurso para privados". "Caso não apareçam, deve abrir-se uma parceria público-privada, com as autarquias a apoiar", defendeu.Em Dezembro, a Comissão de Revitalização da Linha do Douro realiza uma convenção para alertar para os problemas da infra-estrutura e defender a reabertura do troço entre Pocinho e Barca de Alva. in DN

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Portugal desce uma posição no índice de desenvolvimento humano da ONU

Portugal ocupa a 29ª posição no índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas com 177 países, registando a queda de uma posição em relação ao ano passado, segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), publicado hoje, que este ano é dedicado às Alterações Climáticas.(...) Entre os Estados membros da União Europeia, Portugal ocupa a 17ª posição no índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que avalia o estado do desenvolvimento através da esperança média de vida, da alfabetização dos adultos e da escolarização, bem como indicadores de rendimento.
Irlanda (5º), Grécia (24º), Eslovénia (27º) e Chipre (28º) são países da União Europeia à frente de Portugal, para além dos países nórdicos e das potências europeias Espanha, França, Alemanha, Itália e Reino Unido. (...) in Público

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

DN

Concursos "lançam" estradas transmontanas

O concurso público para a A4, entre Vila Real e Bragança prevê a entrega de propostas até ao dia 25 de Fevereiro. Em causa está a construção de 118 quilómetros de auto-estrada sem portangens. O arranque da empreitada deverá ocorrer em 2008, estando a conclusão prevista para 2011. Quase toda a extensão do traçado coincide com o actual IP4. O concurso prevê a adaptação ao perfil de auto-estrada dos nós de acesso, das passagens superiores e a da Ponte Internacional de Quintanilha.
A construção da A4 até à fronteira de Quintanilha vai diminuir a sinistralidade grave em 23% e reduz em 40% o tempo de viagem entre Bragança e o Porto. Quanto ao concurso para o IP2, entre Valebenfeito, no concelho de Macedo de Cavaleiros e Celorico da Beira, no distrito da Guarda, abrange 115 quilómetros de estrada. As propostas têm de ser entregues até 3 de Março, tal como sucede para o IC5. A via que vai ligar Miranda do Douro, e Murça tem cerce de 130 quilómetros de extensão. Depois de construídos, o IP2 e o IC5, calcula-se que também vão fazer baixar 11% dos acidentes rodoviários graves. RBA

domingo, 25 de novembro de 2007

Sócrates anuncia concursos para o IP2 e para o IC5

O Governo cumpriu, ontem, um "dever" para com Bragança e o Norte do distrito da Guarda, um dia que será assinalado como uma "viragem", referiu o primeiro-ministro, José Sócrates, porque "marca o princípio do fim do isolamento de ambas as regiões" no que se refere às acessibilidades. O chefe do Governo referia-se ao lançamento, ontem, dos concursos públicos para a concepção, construção e exploração da auto-estrada transmontana (A4), que ligará Vila Real e Bragança, e das novas acessibilidades do Douro Interior, nomeadamente o IP2, entre Bragança e Guarda (Celorico da Beira e Macedo de Cavaleiros), e o IC5, entre Murça/Alijó e Miranda do Douro, duas vias consideradas "estruturantes" por autarcas e populações locais. Trata-se de um investimento total de 1020 milhões de euros que representa um acto de justiça para com Bragança, o único distrito sem um quilómetro de auto-estrada. A construção da A4 foi considerada "a prioridade das prioridades", pelo executivo socialista. No entanto, foi com satisfação que os autarcas receberam a notícia do avanço do IC5 e do IP2.
Acessibilidades que deverão estar concluídas até 2011.
Todos estes projectos foram prometidos em 2006, quando o Governo apresentou o Plano Rodoviário em Bragança. Ao longo de ano e meio foi lançado o concurso do Túnel do Marão e a concessão entre Amarante e Vila Real, que serão adjudicados em Março de 2008. Foi ainda elaborado o estudo prévio, bem como o estudo e avaliação do impacte ambiental do IP2 e do IC5. Estudos que terão sido elaborados num tempo recorde, segundo o ministro das Obras Públicas, Mário Lino. A A4 vai nascer da duplicação do IP4. Beneficiará 250 mil pessoas, além de que permitirá uma redução de 40% do tempo de viagem entre Bragança e Vila Real. A concessão Douro Interior incluiu dois lanços IP2, ValeBenfeito/Celorico da Beira; e IC5, Pópulo/Miranda do Douro. Com estas três vias, num total de 425 Km, a taxa de cobertura rodoviária em Trás-os-Montes passa de 46% para 77%. Bragança e Guarda eram as duas zonas do país que estavam a ficar "perigosamente para trás no desenvolvimento, porque as estradas eram uma condicionante gravíssima ao desenvolvimento", reconheceu José Sócrates. JN

sábado, 24 de novembro de 2007

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Daqui e dali... Mário Carvalho

Blogue sobre causas de emigração de quadros:
Mário Carvalho

Sócrates no único distrito sem um km de auto-estrada

Os autarcas transmontanos consideram que o hoje poderá ser um "dia histórico" para a região, com o anúncio da construção de estradas reivindicadas há mais de duas décadas, no único distrito do país sem um quilómetro de auto-estrada. O presidente da Câmara de Miranda do Douro, Manuel Rodrigo, referiu, ao JN que "se trata de um momento muito importante para a região" que está mal servida de acessibilidades. O primeiro-ministro, José Sócrates, desloca-se a Bragança acompanhado do ministro das Obras Públicas, Mário Lino, para anunciar a concessão da auto-estrada transmontana e do Douro Interior, cujas concessões serão as primeiras a desenvolver pelas Estradas de Portugal em regime de parceria público-privada. Trata-se de um investimento de 1,2000 milhões de euros para a concepção, construção e exploração da A4, entre Vila Real e Bragança, e a concessão de novas acessibilidades ao Douro Interior, adiantou fonte do Ministério das Obras Públicas. Os autarcas têm muita expectativa relativamente à visita de José Sócrates e aguardam também o lançamento dos concursos de mais duas vias, consideradas fundamentais no distrito, o IP2 e o IC5, ambas com conclusão estava prevista até 2012. No entanto, estão desconfiados porque o convite que receberam para a cerimónia, que terá lugar no Teatro Municipal de Bragança, refere apenas a A4 e a do Douro Interior. O autarca de Miranda do Douro diz-se "perplexo" porque não foi feita qualquer referência ao IC5, que ligará Miranda do Douro à Póvoa do Varzim, considerada uma via estruturante, pois atravessará seis concelhos daquele distrito, nomeadamente Carrazeda de Ansiães, Alfândega da Fé, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Macedo de Cavaleiros e Miranda do Douro. "Não há qualquer projecto para esta via, estamos apreensivos, pois já é altura de avançar", referiu. A deslocação de José Sócrates acontece na sequência de o Conselho de Ministros ter anunciado anteontem que a A4, entre Amarante e Bragança, IC26, que ligará Mesão Frio, Régua e Santa Marta de Penaguião, serão as primeiras concessões a desenvolver pelas Estradas de Portugal em regime de parceria público-privada. JN
DN

Investimento de 1.200 M€ em estradas no Nordeste Transmontano

O primeiro-ministro anuncia, sábado, em Bragança, um investimento de 1.200 milhões de euros destinados à concepção, construção e exploração da auto-estrada transmontana, entre Vila Real e Bragança, e à concessão das novas acessibilidades ao Douro Interior.
De acordo com a informação divulgada pelo Ministério das Obras Públicas, a auto-estrada Transmontana (IP4) beneficiará directamente cerca de 250 mil portugueses residentes nos concelhos de Amarante, Mondim de Basto, Vila Real, Sabrosa, Murça, Alijó, Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança«, ao longo de uma extensão de 130 quilómetros.
Com abertura ao trânsito prevista para 2011, a auto-estrada Transmontana representa um investimento de 500 milhões de euros, sendo 228 milhões de euros financiados pelo Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional (FEDER).
Em conjunto com a concessão do Túnel do Marão, que será adjudicado em Março de 2008, o lanço Vila Real- Bragança, »vai permitir vai permitir uma ligação em auto-estrada entre o litoral e o interior, e consequentemente a Espanha, através da Ponte Internacional de Quintanilha«, que se encontra em fase de conclusão.
A construção da Auto-Estrada Transmontana, permitirá que »Bragança e Vila Real, enquanto capitais de Distrito fiquem ligadas por auto-estrada, assegurando-se assim as condições de fixação e atracção de população na região«, assegurando uma redução de cerca de 40 por cento no tempo de percurso entre as duas cidades.
Já na região do Douro Interior, até 2011, serão construídos os lanços do IP2 entre Valebenfeito e Celorico da Beira (IP5) e do IC5, entre Pópulo (IP4) e Miranda do Douro.
Com uma extensão total de 261 quilómetros, estes lanços representam um investimento de 520 milhões de euros.
De acordo com a informação divulgada pelo ministério tutelado por Mário Lino, »dado o volume de tráfego esperado«, o troço do IP2 entre Trancoso e Celorico da Beira, no IP5, terá perfil de auto-estrada.
A concessão do Douro Interior beneficiará directamente cerca de 330 mil habitantes dos concelhos de Alijó, Murça, Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Bragança, Miranda do Duro, Mogadouro, Alfandega da Fé, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa, Meda, Trancoso e Celorico da Beira.
Estas novas vias permitirão »uma redução de 27 por cento« no tempo de percurso entre o IP4, junto a Macedo de Cavaleiros, e o IP5 em Celorico da Beira, bem como um aumento da velocidade média de circulação em cerca de 29 por cento.
A auto-estrada Transmontana e a concessão do Douro Interior serão as primeiras concessões desenvolvidas pela Estradas de Portugal, em regime de parceria público-privada, enquadrando-se no »movimento reformador empreendido no sector rodoviário«, que »permitirá melhorar acessibilidades numa região extremamente carenciada«.
Diário Digital / Lusa

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

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Sócrates vem Bragança concessionar a A4

A auto-estrada Transmontana vai ser uma das primeiras concessões que serão desenvolvidas pela Estradas de Portugal, em regime de parceria público-privada. O contrato de concessão vai mesmo ser assinado amanha, em Bragança, onde estará o primeiro-ministro e o ministro das Obras Públicas. A resolução foi aprovada ontem em conselho de ministros. A concessão do Douro Interior será também uma das primeiras concessões da Estradas de Portugal SA.
Com esta resolução o Governo identifica o primeiro conjunto de empreendimentos prioritários a desenvolver pela EP, Estradas de Portugal, S.A., em regime de parceria público-privada, dando assim instruções à Estradas de Portugal sobre as vias que deve, prioritariamente, lançar a concurso.
Desta forma, o Governo está assim a concretizar o anúncio feito em Abril do ano passado que dava conta da construção da A4 até Bragança. Maio de 2011 era o prazo previsto para a conclusão da empreitada que está orçada em 370 milhões de euros. Brigantia

Daqui e dali... Jorge Laiginhas

Paz à alma da linha do Tua!
Caro amigo,a chuva já veio lamber a pele das terras que andavam com os lábios gretados pelo cieiro. Pelos olhos da janela da sala onde pico as teclas do computador vejo um rego de água a correr, sorridente, pela berma da rua. Penso: num futuro próximo a água será a maior riqueza dos povos.
A barragem que a EDP pretende construir nas proximidades da foz do rio Tua irá submergir o cadáver daquilo que, em tempos de antanho, foi a linha de caminho-de-ferro do Tua. Sempre os homens enterraram os seus mortos. Com dignidade. Paz à alma da linha do Tua!
Em tempos idos escrevi que os autarcas dos concelhos de Alijó, Murça, Mirandela, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães devem ser capazes de ver, de uma vez por todas, a eira comunitária em vez de se gastarem, inutilmente, procurando cada qual amealhar o seu grão. Eles, os autarcas, são a voz, ainda (?) altissonante, dos teimosos que por cá resistem. E somos já tão poucos! Que exijam da EDP contrapartidas à construção da barragem. Sim, senhor. Contrapartidas e não esmolas. Que a EDP, e o país, paguem o preço justo pela exploração dos nossos recursos.
E, já agora, porque não apresentar ao Governo da Nação um projecto, assumido pelas cinco câmaras municipais, para transformar o vale do rio Tua num espaço turístico único na grande Península Ibérica? Que comecem por patrocinar um concurso de ideias – ideias para o aproveitamento turístico do vale do rio Tua – ao nível da União Europeia. Sim. Ao nível da União Europeia. É que o vale está virgem. Virgem mas casadoiro, algo raro. Tão raro que só acredita quem o conhece!
Jorge Laiginhas, Diário de Trás os Montes

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Região de Turismo promove oferta inexistente

A Região de Turismo do Nordeste Transmontano está há três anos a promover pacotes turísticos que foram desactivados. Três propostas abandonadas pelos operadores, por serem demasiado caras para os utilizadores e porque nem seuqer eram concretizaveis. Esta oferta continua a ser feita através do site da Região de Turismo, na internet.
Um dos pacotes, denominado por “Para descansar o Nordeste é o destino” incluia a possibilidade de serem feitos voos da Aerocondor ao fim-se-semana, o que é inviável.Os outros dois “Natureza com montes de emoções” e “A nossa gastronomia é um festival de sabores” não tiveram qualquer procura. RBA

PSD de Bragança quer garantias para as estradas

A distrital de Bragança do PSD teme que a privatização da empresa Estradas de Portugal venha a prejudicar a região. Os responsáveis políticos exigem do primeiro-ministro uma garantia de que essa transformação não vai impedir a concretização no distrito do Plano Rodoviário Nacional. Diz o PSD que deixando de ser empresa pública e passando a funcionar em função dos lucros, a Estradas de Portugal deixam de ter interesse em gastar dinheiro a fazer acesibilidades em zonas desertificadas de gente.
O líder distrital do partido socialista assegura que dentro de poucos dias o primeiro-ministro vem a Bragança dar as garantias necessárias. Mota Andrade contrapõe que o PSD só demonstra que está sem qualquer tipo de orientação. RBA
DN

Daqui e dali... Filipe Bragança

Mergulhei no vazio não sinto nada, em nada penso, todo o meu mundo abstracto se transformou numa enorme e fria nuvem de coisa nenhuma. Se olho em frente só vejo uma simples escuridão, se me oiço a mim próprio cai sobre meu corpo uma dura tempestade de pensamentos originada pela minha poderosa mente, se falo, os meus fúteis sons perdem-se na imensidão do mundo sonoro, ninguém me ouve ninguém me vê. Os meus pensamentos tornaram-se solitários, pobres e pessimistas.
Mas acredito que um dia a minha voz vai sobrepor-se às outras e que a mentalidade das pessoas irá crescer.
Sinto-me só neste mundo de ninguém, sinto diferente neste mundo de igualdade fingida.
Estou farto de ver pessoas que se queixam, que dizem que têm um problema quando o seu clube de futebol perde, que desesperam quando o computador decide ser um pouco mais lento. Estou farto de ver pessoas que não vivem, que se lamentam, que se odeiam que se vão arrastando pelas ruas do seu pessimismo medonho.
Fico feliz quando vejo que existem pessoas que pensam como eu, fico motivado quando sei que a originalidade e o bom sentido crítico dá os seus primeiros passos na reconquista de uma sociedade com mais força mental.
Tens razão quando dizes que as pessoas têm necessidade de se agarrar a algo, isso poderia ser bom se aquilo ao qual elas se agarram, as motiva-se para dinamizarem a sua vida.
Eu, assim como tu acredito que posso mudar o mundo através da minha opinião,mas para quê falar quando as palavras caem no esquecimento? O problema da nossa sociedade está na incapacidade de esta dar importância ás pequenas coisas ás pequenas vozes, enquanto estou a falar contigo conseguimos chegar a um acordo de ideias no entanto se falar com outra qualquer pessoa sou chamado de louco.
É muito difícil alterar a opinião de alguém se este alguém vive agarrado a um passado ou a uma tradição, eu movo-me porque me agarro ao sonho de marcar a diferença. Mas por enquanto continuaremos a ser os loucos “anormais” que tentam ser diferentes num mundo globalizado.
É muito difícil alterar a opinião de alguém se este alguém vive agarrado a um passado ou a uma tradição, eu movo-me porque me agarro ao sonho de marcar a diferença.
Mas por enquanto continuaremos a ser os loucos “anormais” que tentam ser diferentes num mundo globalizado.
Filipe Bragança

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Trabalhos de Natureza Simples

O distrito de Bragança vai receber 442 mil euros para apoiar oito projectos e financiar infraestruturas de cariz religioso, desportivo, cultural e recreativo.
Os contratos foram assinados esta segunda-feira (19 de Novembro) entre as entidades e a secretaria de estado da administração local.
Tratam-se de financiamentos, no âmbito do programa de equipamentos urbanos de utilização colectiva, mais conhecidos por TNS´s - Trabalhos de Natureza Simples.
No total são 631 mil euros de investimento para projectos de recuperação ou conservação de igrejas em sete concelhos: Bragança, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Carrazeda de Ansiães, Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro.(...)
Para o secretário de estado da administração local, Eduardo Cabrita, este é um “programa que promove a identidade local” e que “permite recuperar património”, sobretudo ligado às paróquias.
Ao abrigo deste programa de equipamentos urbanos de utilização colectiva, vão ser financiados em todo o país 187 projectos, oito dos quais no distrito de Bragança.
Texto: CIR

Rádio Ansiães

A Rádio Ansiães tem novo endereço:

http://www.radioansiaes.pt/

Daqui e dali... João Lopes de Matos

RESPOSTAS (conclusão)

Porque muita gente já está farta das minhas respostas às perguntas por mim postas, vou rematar tudo de uma só vez. Vou agora responder às perguntas que restam, sem as transcrever.
Até há uns tempos, a população mantinha-se ou aumentava única e exclusivamente porque a natalidade era enorme e havia, em consequência, um saldo positivo na relação natalidade - mortalidade.
Com a emigração, com a expansão dos métodos anticonceptivos, aliados a um grande sentido de responsabilidade na procriação, aliados ainda a um certo egoísmo que leva a que se não queira viver apenas para os filhos, não falando no facto de haver poucas mulheres em idade fértil, deu como resultado que a natalidade não consegue, no concelho, de maneira nenhuma, dar resposta à necessidade de renovação de gerações.
O aumento da população fica apenas ligado, portanto, ao desenvolvimento económico que crie muitos postos de trabalho que, por sua vez, faça reverter para o interior a população que abunda no litoral.
Mas a criação, em grande número, de empregos não é tarefa fácil: - depende de muito investimento em sectores que aqui possam ter futuro e dar trabalho relativamente estável a quem para aqui se desloque.
Os residentes não conseguem, só por si, fazer, nem através da natalidade nem através dos investimentos que realizem, atrair o número de pessoas necessário à revitalização do concelho.
No que se refere à necessidade ou não da iniciativa e do dinamismo dos residentes, claro que o concelho só será dinâmico se os seus residentes também o forem. As pessoas não podem limitar-se a passivamente viver no seu canto. Devem intervir, participar, tomar iniciativas.
Claro que se o envelhecimento da população continuar no actual ritmo, então só há que proporcionar uma velhice condigna aos idosos.
Por isso mesmo, haver elementos jovens é absolutamente indispensável à vitalidade do concelho.
Não podemos pensar que a autarquia pode viver só com serviços públicos, a não ser que o governo determinasse, por exemplo, a criação de serviços de investigação e os localizasse em Carrazeda.
A participação da população residente em todos os domínios - social, educacional, religioso, desportivo, etc. - vai dar mais consistência à vida concelhia porque os vários sectores têm futuro assegurado, assente no interesse e no empenho de todos.
Quanto aos imigrantes, dado que eles deixaram as suas pátrias desorganizadas e estão ansiosos por refazer a sua vida de modo digno, seria bom dar-lhes apoio, por exemplo, através de casas pré - fabricadas (de duração temporária) e através da ajuda em géneros (em casos - limite). A ajuda, através de casas, podia ser facultada pela Câmara Municipal em conjunto com a Misericórdia e os géneros poderiam ser fornecidos pela "Caritas". Tratando - se de pessoas relativamente jovens, o problema da população poderia ter um começo de solução com os imigrantes.
Mas, para além de tudo isto, ainda são precisos enormes investimentos dos residentes e de capitalistas nacionais e internacionais para que possa garantir - se a sustentabilidade da vida concelhia.
Termino assim a minha intervenção respeitante às perguntas por mim feitas.

João Lopes de Matos
Foto Rui Lopes (Ansiães Aventura)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Imagens com história


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Actual Praça D. Lopo Vaz de Sampaio, em Carrazeda de Ansiães

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Marilyn Monroe

passou os seus últimos anos em psicanálise. Só carne, no mundo das imagens, tentou encontrar-se sobre o divã, nos ossos e articulações, ao mais profundo das palavras.

vitorino almeida ventura

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Está mal!


Centro Cívico de Carrazeda de Ansiães: obra sem fim?!...

Associação a três na "Cidade Douro Cidade do Mundo"

As cidades de Vila Real, de Peso da Régua e de Lamego vão associar-se num projecto, designado por "Cidade do Douro - Cidade do Mundo", que visa constituir, num futuro próximo, uma grande urbe, trinucleada e com características complementares, garantindo competitividade e atractividade para a região, através do recurso a fundos comunitários.
Luís Ramos, professor, investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e um dos promotores do projecto, disse, ao JN, que "o objectivo é transformar as três cidades num verdadeiro motor urbano da região". Acrescentou "Estamos a falar de 67 mil habitantes, no que toca à população urbana, e num raio de 30 quilómetros perfeitamente ligados entre si pela A24, e quase 100 mil pessoas nos três municípios". A aposta passa, claramente, pelo turismo, pelo vinho, pelo património e pela cultura, criando empreendedorismo e inovação, com ligação ao Parque de Ciência e Tecnologia que ficará em Vila Real.(...) JN

domingo, 18 de novembro de 2007

lpveloso - intertoon

Movimento Cívico de Defesa da Linha do Tua

Conhece o vale do rio Tua?
Já viajou na Linha do Tua?" http://www.linhadotua.net/

O MCLT convida à participação no debate sobre "Ambiente, Clima e Energia" a realizar na próxima 2ª feira, dia 19 de Novembro
pelas 21H30 no Hotel Holiday Inn em Vila Nova de Gaia
http://clubedospensadores.blogspot.com/

sábado, 17 de novembro de 2007

Daqui e dali... Erva

A rotina é o pior inimigo do ser humano, onde está a originalidade? Onde está o nosso Eu?
Na sociedade consumista em que vivemos, onde a vida é de aparências, onde um só está satisfeito com o mal dos outros, onde «eu» sou feliz por ter um telemovel topo de gama ou um descapotavel azul, o mundo está condenado a uma monotonia, onde só um grupo de pessoas se destingue, e é designado como os 'Anormais' da sociedade, aquela pessoa que não usa allstars, sapatos de vela, riscas, o corte certo de cabelo. A essas pessoas que a sociedade chama de 'anormais' eu designo como Humano, ele/a é que é ele, ele é que é o que quiser, ele é que não se preocupa com os outros, ele é que se destingue, apesar de lhe chamarem anormal, ele é ele, ser normal é o pior que alguém pode ser, depois temos aqueles pseudo-algo, que se tentam distinguir dos outros, e que criticam os que se tentam distingir seguindo modas. Tentam ser diferentes, mas são todos iguais. Esses que se dizem 'originais' são uns falhados do pior. Têm uma necessidade de se agarrarem a algo, alguma coisa diferente, e tentam contagiar os outros, pessoas que utilizam o Tim Burton por exemplo.
Essas pessoas, são cópias de varias pessoas, são pessoas que se pensam superiores, que gozam, que investigam muito sobre X para saber, mas só para mostrar aos outros, Eu e Tu podemos pertencer a esses dois 'estilos' distintos, mas aqueles que se realmente destacam, não são aqueles que fazem desenhos muitos giros, até podem ter um certa pseudo-originalidade. Mas a unica originalidade nesta sociedade consumista, ignorante, pertence aos 'Anormais'.
Erva

Tem 14 anos! Tem um blog! A visitar!

«Escrever não é apenas imaginar frases e seguidamente desenha-las num simples papel , para mim escrever é um misto de sensações que nos levam a criar algo usando toda a nossa originalidade e criatividade, é uma oportunidade de expressar tudo aquilo que não conseguimos dizer oralmente

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Está muito mal!

Apesar de todas as campanhas de sensibilização, há quem continue a despejar lixo até nos locais mais aprazíveis. Esta lixeira está localizada na calçada de Mogo. Este foi o panorama que encontraram os ciclistas que vieram ao III BTT de Carrazeda de Ansiães.

Daqui e dali... Movimento Cívico Pela Linha do Tua

«Pena que os da terra não conheçam a sua terra como os de fora...............»

cito: Os vales, quanto mais profundos e estreitos mais impressionantes para o Homem e belos para fotografar, mas também mais vulneráveis (apetecíveis) a ser emparedados e submersos por barragens. O rio Tua, a 100m sobre o nível do mar, é ladeado por escarpas que chegam aos 676m e pouco menos ao longo de quilómetros. O rio Tinhela, seu afluente, também a submergir, contorna uma extensa vertente selvagem com 500m de altura. Os blocos de granito das Fragas Más no Tua têm centenas de metros de diâmetro. Estar nestes ambientes magníficos proporciona-nos uma experiência única da Terra.

O que a barragem põe em causa:
PAISAGEM:
20Km de vale encaixado, de aspecto agreste, da Brunheda à Foz do Tua, e ainda o Rio Tinhela e a Ribeira de Barrabáz. A diferença altitude é tão extrema que em Foz-Tua pode estar enublado, aos 300m entramos num nevoeiro denso com 5m de visibilidade, aos 650m saimos das nuvens que se vêem agora por cima iluminadas pelo sol, cobrindo vales e ladeadas de mais cumes.
FLORA: O Tua é um dos poucos locais onde se pode ver o aspecto que Portugal tinha na pré-história, em termos de cobertura vegetal. O difícil acesso, pela inclinação, extensão e esforço físico, impediu a agricultura em muitos locais, permanecendo a flora selvagem, principalmente os zimbros, arbustos de grande porte, quase arbóreo. O ar limpo dada a pouca indústria local e a ausência de pessoas permite a muitas espécies de líquenes crescerem luxuriantemente. Castanheiros, pinheiros (de alepo?), e sobreiros cobrem as vertentes sobranceiras ao rio Tua numa floresta densa e verdejante dada a ausência de incêndios. Eucaliptos são praticamente inexistentes.
FAUNA: Nos túneis do comboio há populações de morcegos. Vê-se o esquilo, muitas espécies de aves incomuns, e ouve-se o pica-pau. Dizem-me existir águia real, bufo real, cegonha preta, e talvez falcão peregrino e abutres, e que várias espécies e sub-espécies de borboletas e libélulas em Portugal só podem ser encontradas no Tua. *Se me pode, ou conhece quem possa, ajudar a identificar uma libelinha ou efemeróptero muito invulgar que lá encontrei, diga-me por favor e enviar-lhe-ei uma foto.*
GEOLOGIA: As termas de S. Lourenço, com água quente sulfurosa brotando dos pés da estátua medieval do mesmo santo, onde se tomam banhos medicinais, num edifício de forma medieval e invulgar, e as Caldas de Carlão, estas já com instalações modernas de hidroterapia, são algumas das manifestações do vulcanismo da região. Tudo isso, mais a praia fluvial no Tinhela nas Caldas de Carlão, com arvoredo que lembra o Choupal em Coimbra, são para submergir. Bem perto, os algares no Rio Tinhela, também. As interessantes formas de erosão da rocha pela água no rio Tua (foto anexa), também desaparecerão, mesmo que se construíssem mini-hídricas em vez da barragem de 130m de altura. As cascatas da Ribeira de S. Mamede, caindo por fim sobre o Tua, também serão submersas.
HISTÓRIA: A linha do Tua, concluída em 1880, cuja construção na rocha escarpada deve ter equivalido em dificuldade à construção da Ponte 25 de Abril, é considerada por muitos o principal motivo porque a barragem não deve ser construída, porque será submersa ainda para montante da Brunheda (a nova bacia prevista é para ter uma extensão de 3822Km2). Seria um insulto aos que a construíram em condições inimagináveis e à nossa memória colectiva destruir esta relíquia de Arqueologia Industrial portuguesa, com as suas pontes de ferro e toda a parafernália de equipamentos ainda existentes, incluindo as estações e o comboio a vapôr que agora leva turistas da Foz-Tua à Régua. 150 anos ao serviço, interrompidos pelo acidente de 12 de Fevereiro último, apesar da boa manutenção e considerável afluência de utentes.
ANTROPOLOGIA: A agricultura de socalcos (oliveira, etc) que mesmo assim ainda é feita, chegando nalguns pontos quase até ao rio por caminhos estreitos em ziguezague, tem maior biodiversidade que nalgumas zonas da Ásia classificadas como Património da Humanidade. A água chegaria a menos de 10m da aldeia do Amieiro, descaracterizando por completo aquele lugar e inundando hortas ainda em actividade.
SEGURANÇA: A população de Foz-Tua viveria à boca da barragem, que pode ruir por terramoto, erro técnico, deficiência nos materiais, queda de pedras como as que descarrilaram o comboio em Fevereiro, sabotagem ou terrorismo; as 2 pontes (rodoviária e ferroviária) actualmente aí existentes seriam provavelmente varridas pela água, impossibilitando até os socorros necessários.
TURISMO: Considerado a principal saída para o desenvolvimento da região, imensos projectos turísticos em marcha seriam inviabilizados.
Desde logo a constituição dum parque de natureza do Baixo-Tua, da Brunheda à Foz do Tua, e englobando o Baixo-Tinhela desde Martim, e a Ribeira de Barrabáz, privado ou público. Aqui poderiam ser realizadas actividades modernas de vária ordem, didácticas, escalada, cicloturismo, passeios pedestres, talassoterapia, ..., incluindo os passeios fotográfico-científicos que eu e o Visionarium de Sta. Maria da Feira tencionávamos oferecer. O comboio a carvão poderia andar de novo na linha do Tua, levando turistas em visitas guiadas aos muitos motivos de interesse. Os acessos à linha poderiam ser melhorados, infraestruturas de apoio criadas, trilhos bem assinalados à maneira suíça; um potencial ainda largamente por explorar num país com forte aptidão turística. Já hoje se oferecem visitas guiadas, por antigas estradas romanas adjacentes. Em Foz Tua existem bons restaurantes, a Casa do Tua é um hotel de qualidade e há ofertas de turismo rural em locais próximos. Em Carlão, as casas surgem entre enormes blocos de granito. A própria paisagem de S. João da Pesqueira a Pinhão, onde se atravessa o Douro e onde está prevista outra barragem, e daqui a Favaios, é incrivelmente tridimensional e bela, com as vinhas e os ciprestes a lembrarem a Toscânia, na Itália, onde se fazem workshops internacionais de Fotografia.
Os rios devem continuar a ser rios e as montanhas a ser montanhas. As barragens e as pedreiras nivelam o mundo, que fica assim mais desinteressante. Tendo em conta o que já causámos ao planeta, há que evitar mais danos. As barragens podem ser vistas como uma forma de obter energia renovável, mas quebram o fluxo natural de sedimentos das montanhas para o mar, e as praias já começam a não ter areia (só este ano, aconteceu na Costa da Caparica, Ericeira, Póvoa do Varzim?). São apresentadas como um instrumento para mitigar as alterações climáticas reduzindo as emissões de CO2 para a atmosfera pelos mesmos políticos que não escondem o seu regozijo com a descoberta de novos poços de petróleo no Brasil e prospecções em Peniche, nada fazem para nos pôr a andar a álcool e não querem painéis fotovoltaicos porque sai caro, em Lisboa querem-nos a andar de transportes públicos e no Tua acabam com o comboio, levando à conclusão que o problema deles é realmente o preço a que está o petróleo. Nós a recear o degelo dos pólos e já a ser inundados por dentro... No site do ICNB, lê-se: "O Comissário Europeu para o Ambiente, Stavros Dimas, considerou ainda que a perda de biodiversidade é mais problemática do que as alterações climáticas"
No Parque Nacional de Yosemite, California, USA, quando lá estive, e apesar da seca que decorria, estavam a planear desmontar uma barragem para recuperar a zona para ficar como o vale central que atraía nessa altura já 1 milhão de eco-turistas/ano (6 dólares por dia cada entrada).
Portugal, em ideias, anda 50 anos atrasado.

José Romão
Licenciado em Biologia pela Universidade de Coimbra
Mestre em Ciências Biológicas pela Wayne State University, Michigan, EUA
Doutorado em Genética pela Purdue University, Indiana, EUA
Fotógrafo de Natureza
http://www.milcores.pt/

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Imagens com história

Clique na imagem para ampliar
Antigo Hospital de Carrazeda de Ansiães (Cerca de 1945)
Este hospital foi inaugurado em 1928, principalmente com a receita de dávidas particulares e recolha pública de fundos. Só em 1958 se viria a inaugurar outro hospital.
DN

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

O dr. Morais em Pedro Mexia

Na apresentação do livro Crónicas de Sancho Pança, associei o que de melhor escreveu o dr. Morais ao padrão vulgarmente associado ao haiku, composições breves, oscilantes entre os três e os seis versos — e comparei o Fogo (...) ao Senhor Fantasma de Pedro Mexia. Os paralelismos

podiam não acabar por aqui. Ambos se cumprem numa "poetry of diminished expectations", na máxima de Philip Larkin. Em ambos, (sobre)vive uma certa direita, culta... De ambos uma certa reacção individual às pessoas. Nunca um clubismo, pese embora a militância do dr. Morais que votaria ainda Salazar no concurso televisivo... Toda a gente sabe como

o dr. Morais ganhou ódios de estimação, pela sua individualidade, como Pedro Mexia, que não pertence aos círculos da universidade... O que muito aprecio neste, farto que estou de academismos bafientos. Como diz Francisco José Viegas, com bem mais competências, usou de bravura suficiente para pôr em causa consagrados e regressar ao texto como território de análise. (São conhecidas as suas preferências pelo diário de Torga, no avesso colocando a José Gomes Ferreira). Mas a Pedro Mexia

leio-o sempre com gosto. Neste país do respeitinho, permito-me, no entanto, discordar deste alguém mais alto na escala da opinião — como é o caso da sua análise supostamente pragmática aplicada a Rui Reininho, quando afirmou que em sua lírica Come On & Ana não produz textos com coerência. Nem com sentido de humor que professa, o britânico "understatement", como resposta aos jogos criativos de Reininho, tal seta acerta aqui no alvo. Os textos de Reininho não são de uma clássica coerência, mas possuem-na intrinsecamente, viciados de uma combinatória múltipla que em espiral vai testando ao máximo ‹‹a elasticidade da língua››, como bem referiu João Gobern.

vitorino almeida ventura

1800 crianças aprendem a preservar a água

Quase 1800 alunos do segundo ciclo do ensino básico vão participar num projecto pioneiro de preservação dos recursos hídricos, promovido pela empresa Águas de Trás-os-Montes (AdTMAD), e que conta com o apoio da UNESCO, da União Europeia e da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), entre outras entidades. Foi apresentado ontem em Vila Real. JN

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Tolerância Zero!

Teixeira dos Santos garantiu que terá «tolerância zero» para as autarquias sobreendividadas:

Clique aqui:
Video

Câmara de Carrazeda na lista negra do endividamento

Na região, só Carrazeda de Ansiães se mantém na lista negra dos municípios que ultrapassaram os limítes de endividamento líquido em 2006. Depois da constestação promovida por algumas câmaras foi feita uma revisão dos devedores. Macedo de Cavaleios deixou de constar dessa lista que inicialmente tinha 24 autarquias. Carrazeda de Ansiães faz agora parte de um elenco de doze municípios que viram confirmados os valores de endividamento e que vão ter uma penalização de 10% das transferências do Fundo de Equilíbro Financeiro (FEF) de 2008.
Sendo que é precisamente o FEF o principal suporte orçamental das câmaras mais pequenas. Só que o edíl de Carrazeda de Ansiães não dá como certo que o município continue nessa lista negra. Inicialmente as contas falavam numa derrapagem de um milhão e setecentos mil euros face ao valor de endividamento possível. Eugénio de Castro assegura que o valor já foi revisto e ainda pode diminuir. Por isso adianta que a contestação ainda não acabou. Eugénio de Castro explica que o principal problema está no facto de em 2006 terem mudado as regras quanto ao endividamento e tinha um passivo acima do previsto, relativamente a 2005. Por outro lado, o autarca queixa-se também de se ter endividado com obras que deveriam ter sido comparticipadas pelo Estado e acabaram por ser suportadas unicamente pelo município. O autarca admite que se a situação já não se alterar, a quebra de 10% no FEF vai penalizar o concelho. Carrazeda tem dez dias úteis para contestar. RBA

O que se disse... João Lopes de Matos

«(Os intelectuais) Só pensam e, por isso, aborrecem os que não querem pensar.»

João Lopes de Matos

Ministério da Justiça adquire viaturas de luxo

«Em época de contenção orçamental, e com a administração pública sujeita a restrições na aquisição de viaturas novas, por indicação do Decreto de Execução Orçamental para 2007, o ministro da Justiça acaba de comprar cinco automóveis topo de gama. O negócio, sem incluir o imposto automóvel (IA), de que as instituições públicas estão isentas, rondou um valor global de quase 176 mil euros (35 mil contos) e foi por ajuste directo, sem recurso a concurso público, e sem autorização do Ministério das Finanças. Poderá estar em causa a violação da lei.» DN

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Três municípios saem da lista negra de endividamento. Carrazeda continua!

Macedo de Cavaleiros (PSD), Penamacor (PS) e Vila Franca do Campo (PSD) deixaram de constar da lista negra dos 22 municípios que ultrapassaram os limites de endividamento líquido em 2006, apurou a Lusa junto de fonte ligada ao processo.
Os municípios de Carrazeda de Ansiães (PSD), Mangualde (PSD), Nazaré (PSD), Santa Comba Dão (PSD/CDS), Torres Novas (PS), Trancoso (PSD) e Vila Nova de Poiares (PSD) continuam na lista, mas os valores do excesso de endividamento foram revistos.
(...)
Os argumentos invocados pelas câmaras foram analisados pela DGAL, que apresentou para cada município a proposta de decisão que a Lusa agora revela.
As sete autarquias cujos valores de endividamento foram revistos vão ser notificadas do novo projecto de decisão para se pronunciarem no prazo de 10 dias úteis.
A manutenção da redução das verbas do FEF vai ser ainda reapreciada no primeiro semestre de 2008, após a análise da evolução do endividamento municipal verificado em 2007.
Diário Digital / Lusa

Daqui e dali... João Lopes de Matos

Respostas (interregno)

Os intelectuais

Que raio de bichos serão os intelectuais para que muita gente em Carrazeda não goste deles e se arrogue até o direito de os expulsar oude os não deixar entrar, como se hoje fosse possível existir tal direito?
Será que toda a gente em Carrazeda pensa assim? Quem fala em nome das gentes de Carrazeda terá mesmo mandato para falar em nome delas? Eu sei que nós todos não vamos com a cara de muita gente. Mas daí a pensar em expulsões ou actos semelhantes vai um passo muito grande.
Não estamos propriamente na Idade Média.
Mas que espécies de intelectuais haverá, para ver se alguns se aproveitam.
Em geral, podemos dizer que intelectuais são os homens que usam o intelecto para pensar. Qual o homem que se preze que não quer ser, neste sentido, intelectual?
Noutro sentido, o que trabalha com a mente tem um trabalho intelectual; o que trabalha com as mãos tem um trabalho manual. Mas esta noção, que foi muito importante noutros tempos, perdeu hoje todo o sentido. Hoje, todo o trabalho tem duas vertentes: - uma manual e outra intelectual e esta vai ganhando cada vez mais espaço, uma vez que o trabalho manual tende a ser substituído pelas máquinas. O próprio trabalho intelectual tende a ficar mais limitado na medida em que, por exemplo, os computadores vão invadindo os seus domínios.
Por isso mesmo e porque ainda, em grande medida, só se distribui dinheiro para pagamento do trabalho realizado, cada vez se recorre mais ao sector terciário (serviços: cultura, turismo, lazer, desporto,etc….) para arranjar novos empregos. O resto, em breve, está quase todo entregue às máquinas.
Sei que há intelectuais que são verdadeiros ratos de biblioteca, muito miudinhos, que, com o seu estudo, só complicam a vida de toda a gente.
Mas também sei que não há, no mundo mais avançado, indústria de ponta que não tenha uma equipa de estudiosos, pensadores, intelectuais, ao seu serviço.

Parece que estou a vislumbrar os intelectuais que são de excluir: são aqueles que nada fazem (pelo menos, manualmente), só pensam, mandam vir, e não são exemplo de quaisquer virtudes. Só pensam e, por isso, aborrecem os que não querem pensar. Alguns têm até muitos defeitos, embora possam raciocinar bem.
A mim parece-me, no entanto, que mesmo os que só pensam e até os que têm defeitos são de aproveitar precisamente pelo que produzem - o pensamento - que ganha autonomia e pode ter brilhantismo -independentemente das qualidades ou defeitos de quem o produziu.
Os intelectuais não têm que ser complicados: há-os simples, por vezes mesmo ignorantes, que têm ideias muito aproveitáveis.
E como a tolerância é um valor actual a respeitar, vamos saber conviver uns com os outros, os mais intelectuais e os menos intelectuais, porque todos somos necessários à sociedade e somos SERES HUMANOS.

João Lopes de Matos
DN

domingo, 11 de novembro de 2007

Refer insiste em retirar os carris

O vice-presidente da Refer, Alfredo Vicente Pereira, insiste na defesa da transformação da via-férrea entre Pocinho e Barca de Alva numa ecopista. Numa sessão pública realizada a 27 de Setembro na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, o responsável da Refer voltou a defender esta solução, que está, de resto, prevista no plano estratégico daquela empresa O presidente da CCDRN, Carlos Lage, discorda e diz que "a solução que a Refer encontrou parar tratar as linhas desactivadas não pode ser aplicada a todos os casos, pois algumas têm um tal valor monumental e paisagístico, que vale a pena pensar na sua reabertura para lá voltar a passar o comboio".
Um dos casos mais "flagrantes", aponta Carlos Lage, são os 29 quilómetros de linha entre Pocinho e Barca de Alva que, ainda por cima, têm continuidade do lado espanhol até Fuente de San Esteban (Salamanca).

Do outro lado da fronteira, a linha também se encontra encerrada, mas a Comunidade Autónoma de Castela e Leão tem um projecto em marcha para a abertura da ferrovia para fins turísticos (inserido num programa integrado para o desenvolvimento do Vale do Douro), o que potencia idêntica iniciativa do lado português.
É por isso que o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte considera que "aplicar a solução das ecopistas de forma uniforme a todas as linhas é um erro e, em particular, ao caso do Pocinho-Barca de Alva".
Enquanto gestora da infra-estrutura ferroviária nacional, a Refer tem uma visão mais economicista deste assunto, justificada pelo facto de, na região, não haver passageiros e mercadorias para transportar.
O seu cliente, a CP - Caminhos de Ferro Portugueses, por outro lado, também não está interessado em operar naquele eixo, pois, mesmo com a linha aberta até ao Pocinho, continua a ter défices de exploração. Público