O partido ecologista «Os Verdes» enviou, quinta-feira, um dossier ao Comité do Património Mundial da UNESCO denunciando a intenção do Governo de construir a barragem da foz do Tua numa zona classificada.
«Lançamos ontem um alerta informando a UNESCO da pretensão do Governo de construir uma barragem no Alto Douro Património Mundial aguardando uma intervenção que zele pela integridade deste património», revelou hoje Manuela Cunha, dirigente nacional daquele partido, numa conferência de imprensa realizada em Gaia.
A barragem da foz Tua, que integra o Plano Nacional de Barragens anunciado recentemente pelo Governo, vai submergir «uma da mais belas linhas ferroviárias do mundo», além de «desrespeitar os compromisso assumidos aquando da classificação [do Douro] pela UNESCO».
«Há uma nítida vontade do Governo português de esconder a situação, para ver se passava, no documento que serve de base à consulta pública e duvidamos, por isso, que tenha informado o comité da UNESCO sobre a sua intenção de alterar substancialmente aquela paisagem», frisou a responsável.
Segundo Manuela Cunha, a ser construída a barragem vai «alterar» a paisagem em duas localidades - Pinhão e Carrazeda de Ansiães - que integram a zona classificada de património mundial.
«O Governo português está a desrespeitar o compromisso assumido, de preservação da paisagem, num sítio emblemático dessa mesma paisagem classificada em 2001», considerou a dirigente de «Os Verdes».
Manuela Cunha sustentou que a obra prevista para a foz do Tua, a um quilómetro e meio do rio Douro, vai destruir uma zona com escarpas, olivais e vinha, que será submersa.
«Tudo isto é omitido no próprio programa de construção», garantiu.
A dirigente partidária classificou também como «caricato» que se afirme que a obra terá »um impacto nulo na paisagem« quando está em causa a construção de um muro de 200 metros e que se afirme que a barragem visa resolver um problema de energia quando se submerge uma linha de caminho-de-ferro.
«O caminho-de-ferro é uma das respostas mais adequadas em termos de transportes, mas o governo vai submergir 35 a 40 quilómetros da Linha do Tua», frisou Manuela Cunha sustentando ainda que no plano nacional «há barragens que têm de ser avaliadas quanto à sua razoabilidade e a do Tua é uma delas».
Segundo a dirigente nacional do partido ecologista, a barragem irá submergir aquela que é considerada, pelos especialistas da matéria, «a terceira mais bela via estreita do mundo».
«Além da engenharia, apresenta uma beleza paisagística impar, que pode trazer desenvolvimento à região», considerou Manuela Cunha.
Os cerca de 60 quilómetros que ligam Mirandela ao Tua constituem o último troço de caminho-de-ferro do Nordeste Transmontano e nele viajam sobretudo turistas.
Os «Verdes» defendem que «a região perderá muita mais com o desaparecimento da linha do Tua do que ganhará com a construção da barragem, cujo contributo pode ser substituído pela energia eólica, solar ou pelo reforço da energia já existente».
Ao invés da barragem, «Os Verdes» querem para esta zona um projecto que interligue as diversas linhas ferroviárias - Tua, Corgo, Tâmega e Douro - com ligação a Espanha.
«Defendemos a dinamização deste projecto em torno dos quatro patrimónios da Humanidade da área de influência daquelas linhas, nomeadamente o centro histórico do Porto, o Douro Vinhateiro, Foz Côa e Salamanca», acrescentou a dirigente de «Os Verdes».
Diário Digital / Lusa
«Lançamos ontem um alerta informando a UNESCO da pretensão do Governo de construir uma barragem no Alto Douro Património Mundial aguardando uma intervenção que zele pela integridade deste património», revelou hoje Manuela Cunha, dirigente nacional daquele partido, numa conferência de imprensa realizada em Gaia.
A barragem da foz Tua, que integra o Plano Nacional de Barragens anunciado recentemente pelo Governo, vai submergir «uma da mais belas linhas ferroviárias do mundo», além de «desrespeitar os compromisso assumidos aquando da classificação [do Douro] pela UNESCO».
«Há uma nítida vontade do Governo português de esconder a situação, para ver se passava, no documento que serve de base à consulta pública e duvidamos, por isso, que tenha informado o comité da UNESCO sobre a sua intenção de alterar substancialmente aquela paisagem», frisou a responsável.
Segundo Manuela Cunha, a ser construída a barragem vai «alterar» a paisagem em duas localidades - Pinhão e Carrazeda de Ansiães - que integram a zona classificada de património mundial.
«O Governo português está a desrespeitar o compromisso assumido, de preservação da paisagem, num sítio emblemático dessa mesma paisagem classificada em 2001», considerou a dirigente de «Os Verdes».
Manuela Cunha sustentou que a obra prevista para a foz do Tua, a um quilómetro e meio do rio Douro, vai destruir uma zona com escarpas, olivais e vinha, que será submersa.
«Tudo isto é omitido no próprio programa de construção», garantiu.
A dirigente partidária classificou também como «caricato» que se afirme que a obra terá »um impacto nulo na paisagem« quando está em causa a construção de um muro de 200 metros e que se afirme que a barragem visa resolver um problema de energia quando se submerge uma linha de caminho-de-ferro.
«O caminho-de-ferro é uma das respostas mais adequadas em termos de transportes, mas o governo vai submergir 35 a 40 quilómetros da Linha do Tua», frisou Manuela Cunha sustentando ainda que no plano nacional «há barragens que têm de ser avaliadas quanto à sua razoabilidade e a do Tua é uma delas».
Segundo a dirigente nacional do partido ecologista, a barragem irá submergir aquela que é considerada, pelos especialistas da matéria, «a terceira mais bela via estreita do mundo».
«Além da engenharia, apresenta uma beleza paisagística impar, que pode trazer desenvolvimento à região», considerou Manuela Cunha.
Os cerca de 60 quilómetros que ligam Mirandela ao Tua constituem o último troço de caminho-de-ferro do Nordeste Transmontano e nele viajam sobretudo turistas.
Os «Verdes» defendem que «a região perderá muita mais com o desaparecimento da linha do Tua do que ganhará com a construção da barragem, cujo contributo pode ser substituído pela energia eólica, solar ou pelo reforço da energia já existente».
Ao invés da barragem, «Os Verdes» querem para esta zona um projecto que interligue as diversas linhas ferroviárias - Tua, Corgo, Tâmega e Douro - com ligação a Espanha.
«Defendemos a dinamização deste projecto em torno dos quatro patrimónios da Humanidade da área de influência daquelas linhas, nomeadamente o centro histórico do Porto, o Douro Vinhateiro, Foz Côa e Salamanca», acrescentou a dirigente de «Os Verdes».
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