O gás produzido pelos resíduos no aterro sanitário do Nordeste Transmontano garantiria electricidade a 750 habitações, um potencial energético que vai ser aproveitado no âmbito de um projecto apresentado em Bragança.
A empresa intermunicipal responsável pela gestão e tratamento dos resíduos sólidos urbanos, a Resíduo do Nordeste, constituiu uma sociedade com uma empresa privada do sector, a Painhas, SA, para o aproveitamento energético do biogás do aterro. A nova sociedade vai chamar-se Nordeste Energia - Energias Renováveis e tem um capital social inicial de cinco mil euros, subscrito em 75% pela Painhas, SA e 25% pela Resíduos do Nordeste. O aterro recebe o lixo dos 12 concelhos do distrito de Bragança mais o de Vila Nova de Foz Côa, na Guarda, e foi, há dez anos, o primeiro a funcionar como uma solução conjunta para diversos municípios. Localizado na Terra Quente Transmontana, em Urjais, o aterro será também um dos primeiros do país a desenvolver um projecto de aproveitamento do biogás. A energia produzida neste sistema será vendida à rede eléctrica nacional. De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Resíduos do Nordeste, Eugénio de Castro, a parceira privada assumirá o investimento de 1,15 milhões de euros para a construção da central de valorização energética. A empresa receberá, anualmente, uma receita de 50 mil euros, equivalente a cerca de um quarto da produção de energia estimada e facturada à EDP. Segundo as estimativas dos responsáveis, o biogás resultante das cerca de 55 mil toneladas de resíduos, depositadas anualmente no aterro, produzirá electricidade equivalente ao consumo de 750 habitações. A nova sociedade, que ainda vai ser oficializada, prevê que o novo sistema esteja a funcionar dentro de "alguns meses" e tem também como objectivo futuro a exploração de outras fontes de energias renováveis. JN
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