O Governo cumpriu, ontem, um "dever" para com Bragança e o Norte do distrito da Guarda, um dia que será assinalado como uma "viragem", referiu o primeiro-ministro, José Sócrates, porque "marca o princípio do fim do isolamento de ambas as regiões" no que se refere às acessibilidades. O chefe do Governo referia-se ao lançamento, ontem, dos concursos públicos para a concepção, construção e exploração da auto-estrada transmontana (A4), que ligará Vila Real e Bragança, e das novas acessibilidades do Douro Interior, nomeadamente o IP2, entre Bragança e Guarda (Celorico da Beira e Macedo de Cavaleiros), e o IC5, entre Murça/Alijó e Miranda do Douro, duas vias consideradas "estruturantes" por autarcas e populações locais. Trata-se de um investimento total de 1020 milhões de euros que representa um acto de justiça para com Bragança, o único distrito sem um quilómetro de auto-estrada. A construção da A4 foi considerada "a prioridade das prioridades", pelo executivo socialista. No entanto, foi com satisfação que os autarcas receberam a notícia do avanço do IC5 e do IP2.
Acessibilidades que deverão estar concluídas até 2011.
Todos estes projectos foram prometidos em 2006, quando o Governo apresentou o Plano Rodoviário em Bragança. Ao longo de ano e meio foi lançado o concurso do Túnel do Marão e a concessão entre Amarante e Vila Real, que serão adjudicados em Março de 2008. Foi ainda elaborado o estudo prévio, bem como o estudo e avaliação do impacte ambiental do IP2 e do IC5. Estudos que terão sido elaborados num tempo recorde, segundo o ministro das Obras Públicas, Mário Lino. A A4 vai nascer da duplicação do IP4. Beneficiará 250 mil pessoas, além de que permitirá uma redução de 40% do tempo de viagem entre Bragança e Vila Real. A concessão Douro Interior incluiu dois lanços IP2, ValeBenfeito/Celorico da Beira; e IC5, Pópulo/Miranda do Douro. Com estas três vias, num total de 425 Km, a taxa de cobertura rodoviária em Trás-os-Montes passa de 46% para 77%. Bragança e Guarda eram as duas zonas do país que estavam a ficar "perigosamente para trás no desenvolvimento, porque as estradas eram uma condicionante gravíssima ao desenvolvimento", reconheceu José Sócrates. JN
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