segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Concursos "lançam" estradas transmontanas

O concurso público para a A4, entre Vila Real e Bragança prevê a entrega de propostas até ao dia 25 de Fevereiro. Em causa está a construção de 118 quilómetros de auto-estrada sem portangens. O arranque da empreitada deverá ocorrer em 2008, estando a conclusão prevista para 2011. Quase toda a extensão do traçado coincide com o actual IP4. O concurso prevê a adaptação ao perfil de auto-estrada dos nós de acesso, das passagens superiores e a da Ponte Internacional de Quintanilha.
A construção da A4 até à fronteira de Quintanilha vai diminuir a sinistralidade grave em 23% e reduz em 40% o tempo de viagem entre Bragança e o Porto. Quanto ao concurso para o IP2, entre Valebenfeito, no concelho de Macedo de Cavaleiros e Celorico da Beira, no distrito da Guarda, abrange 115 quilómetros de estrada. As propostas têm de ser entregues até 3 de Março, tal como sucede para o IC5. A via que vai ligar Miranda do Douro, e Murça tem cerce de 130 quilómetros de extensão. Depois de construídos, o IP2 e o IC5, calcula-se que também vão fazer baixar 11% dos acidentes rodoviários graves. RBA

4 comentários:

mario carvalho disse...

Pelos vistos... as estradas só por si não trazem desenvolvimento e até aumentam a desertificação
cumprimentos
mario carvalho




IN Público



Presidente termina visita de dois dias
Cavaco Silva preocupado com despovoamento do distrito da Guarda
24.11.2007 - 16h14 Lusa
O Presidente da República, Cavaco Silva, admitiu hoje em Gouveia, onde terminou uma visita oficial de dois dias ao distrito da Guarda, estar preocupado com o problema de despovoamento que afecta a região e que atribui à falta de iniciativa empresarial.

Para o chefe de Estado, o problema da "falta de gente" está "na escassez de iniciativa empresarial" nesta zona do interior do país. "Enquanto não surgirem empresas no interior do país, enquanto não surgirem investimentos, será muito difícil reter os jovens e criar empregos", disse Cavaco Silva aos jornalistas, no final da deslocação.

O Presidente da República referiu também que "há algumas indicações positivas", como acontece com a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial da Guarda e iniciativas empresariais em Seia, "mas existe outra potencialidade não bem explorada, que é o turismo". Cavaco Silva considerou que naquela região, o turismo "pode ser, de facto, uma fonte de criação de riqueza e de emprego".

O Presidente destacou o exemplo de Gouveia, onde "está a fazer-se uma aposta cultural que pode contribuir para a atracção de mais visitantes". Naquela cidade, Cavaco Silva inaugurou o primeiro museu da miniatura automóvel do país e visitou o museu dedicado ao pintor Abel Manta.

O chefe de Estado disse ter esperança que a actual situação de despovoamento possa ser invertida com a criação de empregos na área do turismo, o aproveitamento dos produtos locais e com a aplicação dos incentivos fiscais para as empresas anunciados recentemente pelo Governo.

"Ouvi algumas palavras de desânimo de alguns autarcas", afirmou, referindo que "pedem mais acção da parte do Estado" para promover o desenvolvimento dos respectivos municípios. "Já não é o problema das estradas, é mais incentivos à formação dos jovens, das crianças, ao aumento da taxa de natalidade e, repito, apoios para que as empresas se instalem no distrito da Guarda e olhem para a fronteira, não como um obstáculo, mas como uma oportunidade de penetração na Europa", disse Cavaco Silva.

O chefe de Estado também voltou a referir a sua preocupação com o decréscimo da natalidade em Portugal. "Eu não acredito que tenha desaparecido dos portugueses o entusiasmo de trazer vidas novas ao mundo", declarou ainda o Presidente da República.

O presidente da Câmara Municipal de Gouveia, Álvaro Amaro, alertou Cavaco Silva para alguns dos problemas do concelho, defendendo que "tem que haver uma cruzada a favor do interior". O autarca social-democrata disse que o concelho, entre 1981 e 2001, perdeu três mil pessoas.



comentários 1 a 5 de um total de 19 Escrever comentário

26.11.2007 - Anónimo, Teixoso
Desde D.Afonso Henriques até ao Governo de hoje, o Interior Centro sempre foi esquecido pelos sucessivos Governos. Se traçarmos uma linha imaginária de alto a baixo, exceptuando o Algarve, toda a zona litoral, tem Cãmaras e Juntas de Freguesia ricas, a outra metade que é Trás os Montes, Beira Alta e Beira Baixa e Alentejo (agora já não tanto), são sucessivamente esquecidas e abandonadas. Basta ver onde estão os ordenados mais altos (toda a zona litoral) e os ordenados mais baixos (todo o interior).Os investimentos e os estádios de futebol que tanto dinheiro custaram, onde estão? 99% na zona litoral.

25.11.2007 - Alda Maria dos Santos, Lisboa
Os responsáveis pelo actual estado de coisas são os partidos que, nos últimos 30 anos, partilharam o poder. Tudo agravado com o actual governo, que fechou escolas e postos de saúde, praticamente obrigando as pessoas a deixarem o interior. E que aumentando impostos e congelando salários reduziu o mercado interno, lançou o pequeno comércio na falência, aumentou o desemprego. Conduzem o país para o abismo. Deus nos livre de tal gente, sem princípios, sem valores, insensível aos sofrimentos do próximo.

25.11.2007 - Anónimo, a
E que tal, em vez de se fazer um segundo aeroporto em Lisboa, se construisse um grande aeroporto internacional naquela zona? A Serra da Estrela e' daquelas zonas com atractivos no calor do verao e frio do inverno, porque nao aproveitar? Menos investimentos em Lisboa e mais no resto do pais, se calhar ajudava...

25.11.2007 - Maranus, Vila Real
Quem começou esta política mercantilista da desmantelmento do Interior do País foi precisamente o Cavaco, quando era Primeiro-Ministro, por isso admira-me a sua admiração!!! Em vez de discursos bonitos, deveria promover o debate sério sobre a REDUÇÂO DAS ASSIMETRIAS REGONAIS (tema tão caro à União Euripeia e que os sucessivos governos portugueses tão mal tratam). Lembrem-se dos "crimes" que o actual Govermo está a cometer com o encerramento de tantos Serviços essenciais no Interior e que tanto custaram a criar. Com isto tudo, as pessoas no Interior ficam satisfeitas e põem-se a procriar para fazer a vontade ao Cavaco... Sócrates, acaba de uma vez com a politica da merda dos TGV e aeroportos, pensa no povo de Portugal

25.11.2007 - Anónimo, coimbra
Reconheço que ao ter votado em Cavaco Silva foi um grande erro. Ele aponta os problemas da desertificação, da educação, disto e daquilo e que medidads toma ? NADA. O que ele diz qualquer atrasado mental diria - sem desprimor por estes - portanto qualquer pessoa vê isso, mas é preciso agir e ele meddidas não toma.

Comentários 1 a 5

Anónimo disse...

Este nosso amigo Mario é interessente, as Autoestrdas não ajudam, as IP não ajudam, as IC não ajudam...
Então porque será que o litoral tem Autoestrdas, Vias Rápidas, IP e IC por todo o lado!
Meu caro amigo parece-me que V. Ex.ª pretende fazer do interior do País um local de cavernas, para fazer aqui as suas férias.
Será que V. Ex.ª é residente em Carrazeda de Ansiães? É claro que não.
Barragem não, linha do tua sim, claro daqui por 100 anos, é só turistas a visitar as escarpas do Tua. Deixe-se de fantasias.
Venha a Barragem e outos investimentos.

Manuel Pinto

mario carvalho disse...

caro sr
como compreende não vou entrar em polémica..
peço-lhe só que releia e terá oportunidade de verificar que o sentido não esse
Cito:

Pelos vistos... as estradas só por si não trazem desenvolvimento e até aumentam a desertificação

de Citação do Pres. Républica

Ouvi algumas palavras de desânimo de alguns autarcas", afirmou, referindo que "pedem mais acção da parte do Estado" para promover o desenvolvimento dos respectivos municípios. "Já não é o problema das estradas, é mais incentivos à formação dos jovens, das crianças, ao aumento da taxa de natalidade e, repito, apoios para que as empresas se instalem no distrito da Guarda e olhem para a fronteira, não como um obstáculo, mas como uma oportunidade de penetração na Europa", disse Cavaco Silva.

mario carvalho disse...

In JNotícias de hoje

Quatro troços da A4 portajados


Ermelinda Osório *

A auto-estrada transmontana (continuação da A4), entre Vila Real e a fronteira de Quintanilha, em Bragança, já não vai ser construída na totalidade em regime de SCUT (sem custos para o utilizador), ao contrário do que vem sendo anunciado pelo actual Governo. Antes, vai ter quatro troços portajados, dois no distrito de Vila Real e outros dois no de Bragança, num total de mais de 30 quilómetros, e precisamente nas zonas de maior tráfego, ou seja, à volta das duas capitais de distrito.

O aviso da abertura do concurso internacional para a subconcessão foi, ontem, remetido para publicação em Diário da República e no jornal oficial da União Europeia e já está a motivar os mais acesos protestos na região transmontana (ver caixa com autarcas que aceitaram comentar a situação ), a começar pelos deputados eleitos pelo PSD, Ricardo Martins e Adão Silva, que já pediram esclarecimentos na Assembleia da República.

"Fraude política", diz o PSD

Assim, além do túnel do Marão (entre Amarante e Vila Real), que sempre foi dito que seria portajado, serão também pagos os troços entre Parada de Cunhos e a A24; os nós de Bragança poente e de Bragança nascente; o nó da A24 com o nó de Vila Real nascente ; e o nó de Bragança nascente até Quintanilha. Naqueles dois últimos, os utentes locais estarão isentos do pagamento de portagens, mas também são aqueles troços em que, no conjunto, têm menos tráfego. Os outros dois são portajados para todos os utentes, sem excepção.

Martins e Adão consideram a situação "uma fraude política, porquanto sempre foi prometido aos transmontanos que, por razões de justiça, de equidade, de solidariedade e de coesão social e territorial, a auto-estrada transmontana não teria portagens". Ricardo Martins acrescenta "Não quero acreditar que o senhor primeiro-ministro usou de má-fé e tentou ludibriar os transmontanos, por isso, torna-se urgente proceder, de imediato, à alteração do aviso do concurso, retirando deste a cobrança de portagens nos troços mencionados, pois só pode tratar-se de um engano".

O JN tentou ontem obter uma reacção do Ministério das OBras Públicas, Transportes e Comunicações, mas o gabinete de imprensa de Mário Lino não respondeu à solicitação.

PS confirma portagens

Todavia, o deputado do PS por Bragança Mota Andrade, líder da Distrital, classificou de "acto de desespero e falta de vergonha" a denúncia do opositor do PSD Adão Silva. "É não ter vergonha, vir levantar um problema que não existe", afirmou à Lusa o parlamentar.

Mota Andrade confirma a existência de troços com portagens, mas garante que "os habitantes locais não serão afectados" e acusa Adão Silva de querer "confundir as pessoas". O deputado do PS aprova esta solução porque "o tráfego internacional, que entra e sai do país pela fronteira de Quintanilha, deve pagar portagens". Andrade entende que as portagens nas variantes às duas principais cidades transmontanas "até são benéficas para a economia local, pois obrigam quem não quiser pagar a entrar nas localidades". O parlamentar do PS oferece como alternativa às populações locais as actuais variantes que integram o IP4 e que se manterão inalteradas com a construção da auto-estrada. O deputado socialista preside à distrital do PS de Bragança

Opinião diferente tem o presidente da Associação Comercial e Industrial de Vila Real. "Contribuímos com receitas fabulosas para o país durante décadas a fio, e fomos sempre esquecidos. Ficámos finalmente alegres quando o anúncio de redes viárias de qualidade gratuitas para o utilizador. Foi sol de pouca dura", afirmou Fernando Cardoso ao JN. O líder dos empresários afirma que "já não temos condições para nos extorquirem mais dinheiro, pois nesta região as pessoas mal conseguem superar as dificuldades do dia a dia. Já disse ao senhor primeiro-ministro que me sentia na obrigação de pedir isenção de impostos para esta região. Não adiantou nada, porque já ai vem outro imposto"

* com Glória Lopes




Pres. Câm. V. Real (PSD)

Sofremos de discriminação em relação ao litoral, mas neste caso estão a tratar-nos de forma diferente dentro da própria região. Os portugueses de Amarante não pagam portagem na A4. Porque é que os de V. Real e Bragança têm de pagar? Como querem que as empresas se fixem aqui, nesta região.




Pr. Câm. Sabrosa (Indep.)

É uma situação grave a diversos níveis. Foi-nos feita uma promessa que não foi cumprida. A região é duplamente penalizada. Penso que devíamos todos - políticos e instituições - tomar uma atitude que fizesse sentir a nossa indignação. As nossas estradas são péssimas.




Pres. Câm. Bragança (PSD)

Parece-me errado que vias circulares de Bragança e a Vila Real sejam portajadas, sobretudo quando inclui os utentes locais. Quando vi o anúncio do concurso tive uma surpresa desagradável, particularmente no que diz respeito aos 7 kms que contornam Bragança. Admito tratar-se de um engano.




Pr. Câm. C. Ansiães (PSD)

Não está certo ter portagens em zonas em que não há alternativas. Nem estou a ver que se cobrem portagens na A4, quando em zonas mais ricas foram retiradas . No distrito não se justificam, é um presente envenenado. Não passava pela cabeça de ninguém que a A4 tivesse portagem.




Pres. Câm. Mirandela (PSD)

Sem ver começar, rapidamente, os investimentos prometidos na A4, IP2 e IC5, não faço grandes comentários. Mas a A4, e agora o IP4, não têm alternativas de qualidade, as únicas alternativas que têm são municipais, pagas por dinheiros dos municípios, de modo que não se pode concordar com portagens".




Pres.Câmara Vimioso (PSD)

Sinto-me frustrado. Para nós é muito mau. Além de não termos a ligação Vimioso-Outeiro vamos ter de pagar portagem para nos deslocarmos desde Bragança, uma vez que muita gente vai até Alcanices e apanha a estrada espanhola até Quintanilha e depois segue pelo IP4, depois utilizariam a auto-estrada.