“ Tentativas de embargo por incompetentes e irresponsáveis”
Em 15 do mês de Dezembro do ano findo, em companhia de outros munícipes, aproveitou-se a oportunidade de nos aproximarmos das imediações do cemitério municipal em funcionamento, para se conhecer o novo projecto para o seu alargamento, assim como da sua estimativa orçamental e tem todas as razões justificativas para a sua viabilização.
Deste encontro e por alguém responsável da Câmara Municipal, fomos informados que o Sr Engº Palma Azevedo, dos serviços da CCRN e do Srª Drª Cláudia Fernandes, Delegada do Centro de Saúde, que as mesmas entidades foram unânimes em aprovar e ordenar a elaboração do projecto, com a maior urgência possível, por forma a poder funcionar já no próximo ano.
Com este sinal, mais que evidente, de que tudo estava no bom caminho e a contento de todos os carrazedenses, somos surpreendidos com a notícia publicada no J.N. sobre as alegações de autarcas, que quanto a mim só revelam completa falta de bases muito exigentes e de reconhecida competência para assim se manifestarem publicamente.
Para não dar margem a que me julguem de que as bases são inteiramente as mesmas, sem tirar nem pôr, vou dar exemplos significativos para deixar bem patente a enorme diferença entre os meus fundamentos que em nada se confundem com os expressos pelos defensores da “piscina” do Grô, que a seguir revelo:
1º - Ter-se efectuado por volta dos anos 70,com o apoio dos serviços do Ministério da Agricultura, 3 campos experimentais de forragens para gado, nesse mesmo local, que devido ao excesso de água no solo, os mesmos acabaram por não dar o efeito desejado, resultante do asfixiamento do sistema radicular das plantas;
2 º - O mesmo imóvel foi adquirido pela Câmara, com o objectivo de captação e exploração de águas para o abastecimento da Vila.
Não tem de forma alguma, perante estes dois factos, lugar a que apareçam detractores contra a alternativa proposta pelo Município, de ampliação do cemitério antigo, o que me leva ainda a questionar o montante astronómico de 260.000 contos gastos no novo cemitério, um verdadeiro atentado aos limitados recursos económicos e financeiros da autarquia, só comparável a este nível, aos califas do terceiro mundo.
Aos ousados no conceito do vale tudo, não lhes resisto de lhes dar conta que em matéria de construções de cemitérios no concelho, só tenho conhecimento de terem acontecido, desde os anos sessenta, nas localidades de Foz-Tua, Mogo de Ansiães e Luzelos, porque em relação às outras localidades a alternativa encontrada foi o alargamento.
O facto de estar mal gasto o dinheiro no novo cemitério, não dá razão para o seu mau uso, mas sim para de uma vez por todas se pedirem responsabilidades aos responsáveis políticos e técnicos pela aberração e esbulhar de dinheiros públicos!
Para terminar, não deixo de associar a este escandaloso atentado todas as entidades que foram contactadas para pôr termo ao risco potencial para a saúde deste Povo humilde, trabalhador e de sentimentos, com o putativo funcionamento do novo cemitério.
Se há quem sustente que a construção do cemitério novo, se fundamentou em estudos e pareceres técnicos, tenho de contestar energicamente estes valores de caserna, porquanto todos os seus argumentos apresentados foram compilados de uma tese de três casos estudados na prestigiada Universidade de Aveiro, que não deixo de recomendar a sua leitura para não se cair no descrédito.
O Munícipe atento,
António Augusto de Carvalho