sexta-feira, 30 de abril de 2010

4.ª Jornada - Campeonato Distrital de Futsal - Iniciados

Pavilhão da Escola Secundária em Torre D. Chama

Domingo, 2 de Maio, pelas 15h00.

G.D.TORRE - F. C. C. A.

Final da Taça de Futsal da A. F. Bragança - Séniores

Pavilhão Municipal de Bragança

1 de Maio de 2010, pelas 20h30

F. C. C. A. x G.D.TORRE

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Daqui e dali... João Lopes de Matos

ACASO, DETERMINISMO, JUSTIÇA E INJUSTIÇA

Esta história é verdadeira e, por isso, merece ser contada.
Era uma vez um senhor robusto, vivaço, engatatão, mulherengo, sem quaisquer problemas com mulheres. Nunca se havia preocupado com o amor, quanto mais com paixões.
Vivia saudavelmente o dia a dia: alegremente, satisfazendo todas as suas necessidades fisiológicas.
Até que um dia … há sempre um dia, o amor bateu-lhe à porta e sob a forma de uma paixão intensa. Sempre tinha tido agradáveis relações sexuais. Mas, como com a mulher que encontrara por acaso e por quem sentira de imediato uma atracção violenta, nunca antes havia experimentado coisa igual. Eram, na realidade, duas almas gémeas, melhor, dois corpos que não se podiam ver um sem o outro. Comunhão mais intensa era impossível. Aquilo é que era um verdadeiro amor, uma verdadeira paixão. Como não podiam passar um sem o outro, não tiveram dúvidas: casaram. Foram muito tempo felizes. Desta felicidade nasceram duas filhas. O amor era tão intenso que ele desleixou-se com o serviço e foi admoestado por isso. Estando em jogo a subsistência de toda a família (ele era o único que trabalhava), resolveu dedicar-se mais ao trabalho e menos à intensa paixão vivida com a mulher. Por vezes, fazia serões e deixava a pobre mulher triste. Ela, que até aí não saía de casa, começou a passar algum tempo nos cafés. O marido estava satisfeito por ver a mulher distrair-se. Só que…por ser tão visível…e le soube que a sua paixão tinha umas conversas e encontros com outros homens, em especial, rapazes novos. Rapidamente descobriu que essas conversas e encontros eram mesmo muito especiais. Como era possível se eles se amavam tanto! Tentou ele, pela grandiosidade do amor que os unia, resolver o problema, perdoando-lhe alguns passos em falso. Mas era demais. Após o uso de métodos pouco ortodoxos, acabaram por se divorciar. O feitio dele não era nada meigo, era mesmo intimidativo e, por isso mesmo, não entendia como ela tivera ousado sequer tal procedimento. Um dia soube que aquilo era de família: a mãe dela tinha tido uma história igual. Estava-lhe na massa do sangue.
Apesar de tudo isto e porque uma mulher lhe dava jeito nos encontros sociais, resolveu casar-se de novo. Mas desta vez tomou as devidas cautelas, já não se deixou levar por amores: casou com uma mulher calada, medrosa e a quem ele intimidava constantemente: ela olhava sempre e só para o chão. Desta união nasceram dois gémeos verdadeiros, iguaizinhos um ao outro, e, por sua vez, iguaizinhos ao pai. Pai e mãe tinham maneiras de ser diametralmente opostas.Ele, tão doce que fora com a outra, era com esta um autêntico carrasco, batendo -lhe com muita frequência. Ela era submissa mas ele havia decidido que esta haveria de pagar tudo (o que a outra fizera). A situação tornou-se insustentável e a família dela não descansou enquanto não os viu divorciados. Os filhos cresceram iguaizinhos ao pai, o que era um tormento para a mãe. Viveram algum tempo com o pai mas não se entenderam com ele: Não houve outro remédio senão irem viver com a pobre mãe. Vivem agora ao lado dela, parecendo-se cada vez mais com o progenitor. Por vezes, a mãe, um tanto tresloucada, confunde-os com o ex-marido, fugindo deles apavorada. Em conversas amenas com os filhos chega a desabafar: - Queridos filhos, porquê isto me aconteceu a mim? Os filhos, apiedados da mãe, concordam: - Tiveste azar, mãe, perdoa- nos.
João Lopes de Matos

quarta-feira, 28 de abril de 2010

terça-feira, 27 de abril de 2010

Daqui e dali... Carlos Fiúza

Ditosa Língua nossa amada …

Esta é a ditosa Pátria minha amada” – disse o Poeta.
Esta é a ditosa Língua nossa amada” – poderemos nós dizer em eco.

E poderemos porquê?
Poderemos, porque nesta nesga de terra que o oceano beija, desde o afago primeiro à Europa da luz do Espírito, pátria é língua, e língua é pátria.

Um povo se espraiou um dia na conquista de terras que ao pé do mar e ao longe o rodeavam: o povo do Lácio, os Latinos.

Trouxeram os Latinos sua voz consigo, porque o dom natural da fala acompanha o homem onde quer que ele vá.
E mesmo se não falar a boca, falam os olhos, os seus gestos, ou o seu coração, altar da alma, e deus do corpo.

Até aqui, à Lusitânia, onde moravam homens mais pastores do que guerreiros, os Romanos trouxeram com a força do domínio bélico a sujeição dos habitantes iberos.

À luta corpo a corpo sucedeu a luta voz a voz, palavra a palavra.

E assim o latim vulgar, que as bocas romanas traziam até à Hispânia Ulterior, onde se situava a Lusitânia, esse latim venceu os falares iberos; mas na luta com eles travada, o latim vulgar recebeu influências locais, porque diz o povo, e com razão, que “quem vai à guerra dá e leva”.
E assim, embora vencedor, o latim recebeu a marca do povo da Lusitânia, de cunho étnico inconfundível.

“Esta é a ditosa Pátria minha amada”
...

Porque a Lusitânia foi a pátria da nossa pátria, a terra patrum de Portugal.
Esta foi Lusitânia”, como o Poeta diz, e nela de Portugal moravam “os íncolas primeiros” …

Voz dos Lusitanos em união com a voz dos Romanos! …
Essa foi a nascença da nossa bela menina: a Língua portuguesa, a Língua da pátria da nossa pátria.

Parafraseando o Épico, direi:

Esta é a ditosa Língua nossa amada” ...

... a que proveio da modificação do latim na expressão ibero-romana da Hispânia Ulterior.

Começou, portanto, rude a vida da menina Língua portuguesa …
Deram-lhe o ser as vozes dos soldados romanos e as vozes dos pastores da Lusitânia.

Talvez por isso (desculpai a minha imaginação) a Língua ganhou no berço o doce cantar da frauta pastoril e a energia dos homens castrenses.
E como a Lusitânia era enigmática, na nossa Língua ficou para sempre um ar de mistério … o mistério da montanha.

Esta é a ditosa Língua nossa amada” …

Passa o tempo …
... vem a consciência linguística luso-galécia ...
.. ... e ao falar galécio-português, prolonga-se até ao século XIV com expressão artística no lirismo peninsular!

E é então que esta menina, a ditosa Língua nossa amada, beija sua irmã, a língua galega, despede-se dela ao afago do lirismo nostálgico, e procura noivo …

- O noivo é Portugal!

A menina que nascera na Lusitânia, esta nossa Língua bem amada, vem na boca dos homens de armas que limpam a faixa de Portugal da algaravia mourisca.

… E a Língua casou com Portugal. Mas quem foi esse Portugal?

“O Reino Lusitano …"
“Onde a terra se acaba e o mar começa …”


E o mar desafiou Portugal …
... e Portugal aceitou o desafio! ...

E o mar falou a linguagem brava das tempestades e a linguagem meiga do céu azul como espelho do que lhe fica por cima …

E o mar deixou marcado na Língua portuguesa o tom rude das procelas e o tom suave das águas tranquilas …

E o mar se ofereceu, como flor que se oferece a mulher …
... o mar, pedindo licença a Portugal, ofereceu à Língua Portuguesa a delicada flor da Saudade,
....a alma das distâncias por onde Portugal andou em andanças mil ...

........ e a oceanicidade!

Se Portugal é a nossa pátria, também a Língua é muito nossa;
... a voz de Portugal foi a todos os cantos do Mundo falar civilização aos povos que a não conheciam.

Mas a Língua portuguesa não se ficou no engenho das conquistas …
... conseguiu ainda mais! ...
... Conseguiu a arte de um Poeta grande entre os maiores do Universo:
Camões!

... E a arte é de certo modo chave que abre espíritos cultos.

A universalidade de Camões, como expressão épica da universalidade do Portugal descobridor, essa universalidade épica do Português, trouxe à menina que nascera entre pastores e soldados, trouxe à Língua portuguesa a educação de uma Língua culta universal.

E o mar fez-nos a Língua universal! ...
E a voz do Poeta deu grandiosidade àquela que já conquistara o universo.

"Esta é a ditosa Língua nossa amada" ...

- símbolo imorredoiro da presença da pátria nas terras que descobrimos, voz do Poeta cantor de tamanhas glórias.

- e a nossa Língua foi com Portugal descobrir a Terra, e por ela um Poeta cantou as glórias de Portugal no Mundo!
...
E Portugal, pequenino, tornou-se grande pelo esforço que a História regista …
...
- e deixou traços pelo Mundo que descobriu!

E desses traços, o indelével é a Língua portuguesa, com a qual ainda se reza no Oriente, com a qual em plagas e ilhas da Ásia se exprime a vida quotidiana em muitos aspectos.

“Esta é a ditosa Língua nossa amada!” ...

..... Esta é a ditosa Pátria nossa amada ... em Voz!

Carlos Fiúza

Corrupção, hoje não!

Estudantes de Carrazeda criam empresas inovadoras

Duas turmas de 12º ano da Escola Básica e Secundária de Carrazeda de Ansiães criaram duas mini-empresas: a 100% SA (sem álcool), para sensibilizar os jovens para os perigos do consumo de álcool, e a CRZ Innovation, para diversificar a comercialização de maçã.
Ambas são fruto da adesão ao projecto da Fundação EDP “Aprender e Apreender”.
O 100% SA integra oito alunas do Curso de Humanidades e Línguas e dez alunos do Curso de Ciências e Tecnologias.
Ana Cruz, membro daquela mini-empresa explica em que consiste.
Vamos incidir nos mais jovens para prevenir o alcoolismo porque é um problema de todo o país que queremos combater através de palestras, jogos didácticos e teatros para os mais novos” explica, acrescentado quo o objectivo “não é proibir o consumo porque estamos numa região vitivinícola, mas sim controlar a forma como se bebe”.
O CRZ Innovation, é constituído por 16 jovens do Curso Profissional Técnico de Informática e Gestão. Paulo Almeida, um dos membros, explica em que consiste este projecto.
Queremos começar pela venda de maças de quarta gama, cortada, lavada e pronta a ser servida” adianta, explicando que a distribuição será feita “em empresas e máquinas de vending”. “Pensamos que é uma boa ideia” salienta.
A coordenadora dos dois grupos, a professora Alice Costa, ensinou os alunos a serem empreendedores e acredita que os dois projectos vão preparar melhor os alunos para a vida activa.
Penso que vai ter uma influência importante no seu futuro uma vez que os estamos a ensinar a ser empreendedores” refere.
Frederico Lucas acompanhou o nascimento destes dois projectos como empresário voluntário, levando a sua experiência de mercado para dentro da sala de aula, e diz que ficou surpreendido com o talento dos jovens. “A primeira mensagem que lhes trouxe é que eles deveriam criar o seu posto de trabalho e há aqui muitos alunos com talento” refere.
CIR/Brigantia

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Qu'exagero!

Henrique Monteiro

Daqui e dali... Sérgio Andrade


Corrupções e coisas parecidas...

Em 2005, o socialista João Cravinho apresentou um pacote anticorrupção com uma série de medidas visando controlar, quanto possível, um fenómeno tão velho como a Humanidade e que decerto nunca será extirpado. Todavia, pode e deve ser dificultado, diminuído, penalizado. O projecto seria rejeitado, imagine-se!, pela bancada…socialista.
Cinco anos mais tarde, o Parlamento vai aprovar um pacote idêntico, em parte, decerto, devido a cedências que o PS teve de fazer à Oposição. Parece portanto chegado o momento em que a bandeira do eng.º Cravinho pode ser desfraldada, restando saber se tão desfraldada como ele desejaria.
De facto, será que a mudança de rumo nos levará a alguma conclusão acerca de casos tão preocupantes como o Freeport, os submarinos, o Taguspark, as sucatas, os Magalhães e não sei se mais haverá, todos eles levantando dúvidas de maior ou menor gravidade e envolvendo nomes do «Who's Who» nacional?
Um estudo demonstra que quase 70% de casos de corrupção investigados envolvem câmaras e empresas municipais e 10% forças de segurança. Estamos a falar de quê? De «jeitinhos» dados na adjudicação de umas obras ou de uns subornozitos para que se ignorem pequenas transgressões? Coisas que «valem» entre 100 e 500 euros ou mesmo entre 2500 e 7000 euros?
E as outras negociatas, em que só se fala em milhões, virão, elas também, a ser atingidas pelo pacote anticorrupção que vai ser aprovado? Mesmo que a resposta seja afirmativa, atente-se nisto: mais de metade dos processos de corrupção instaurados pelo Ministério Público acabaram arquivados.
O que acontecerá quanto aos casos mais mediáticos acima indicados? Esperemos…
Sérgio Andrade, JN

terça-feira, 20 de abril de 2010

V BTT - Rota da Liberdade - Vila Flor

Daqui e dali... João Lopes de Matos

Serviços Sociais: - dois pensares

Há serviços que devem ser garantidos a todos, sobretudo aos mais desfavorecidos: - a saúde, a educação, a assistência infantil, a assistência na velhice, além de outros.
Como garantirem-se melhor estes serviços: através de organismos estatais ou através de outras instituições, designadamente, movimentos de boa vontade, leigos e religiosos?
Para uns, indubitavelmente, pertence ao Estado zelar pela existência da totalidade de todos esses serviços, já que recebe os impostos para o seu financiamento.
Para outros, os cidadãos passariam a pagar menos impostos e, em contrapartida, ficariam eles cidadãos responsabilizados por muito do que é prestado pelo Estado.
Isto teria a vantagem de responsabilizar os cidadãos pelo bom funcionamento de muitas instituições sociais, impedindo-os de atirar todas as obrigações para essa entidade distante, chamada Estado, governada por funcionários, por vezes indiferentes ao bom ou mau funcionamento dos serviços, mais interessados na satisfação dos seus interesses corporativos. Com a governação através de diversificadas instituições, os problemas seriam acompanhados mais de perto e deformas mais autónomas e com menor burocracia.
Existem, na realidade, movimentos, associações e instituições, que têm uma vocação social meritória, aos quais, por vezes, é retirada a possibilidade de porem em prática toda a sua boa vontade, uma vez que as suas hipotéticas actividades são absorvidas pelo todo poderoso Estado.
Há mesmo muitas entidades (as várias igrejas, em especial a Igreja Católica) que se dedicam sobretudo a actos de culto (de adoração a Deus) e a rituais como baptizados, casamentos e funerais, que são presididos pelos seus elementos mais importantes, que poderiam passar a dedicar-se mais a outras actividades de amor ao próximo (obras sociais) desde que aqueles actos de culto e rituais pudessem ser delegados noutros elementos, passando os elementos mais importantes a dedicarem-se mais à coordenação dos actos de culto e rituais e dos actos sociais.

Estamos, pois, aqui, perante duas visões diferentes, que não têm necessariamente de se oporem, podendo até complementarem-se, em maior ou menor grau.
A escolha política que qualquer dia teremos de tomar, entre outras coisas, residirá nesta: a solução mais estatal do Partido Socialista ou a solução mais diversificada e privada do Partido Social Democrata.

João Lopes de Matos

XVI Prova de Vinhos - Pombal de Ansiães

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Interpretação do Castelo de Ansiães

Faltava esta peça ao Castelo de Ansiães. Um centro interpretativo para ajudar a compreendê-lo, criado na zona histórica de Carrazeda. Foi inaugurado ontem. Pretende-se que seja o ponto de partida para uma visita ao património do concelho.
No novo imóvel, cujo moderno visual foi encaixado no velho casario para não agredir as vistas, está patente o resultado de anos de investigação nas ruínas da antiga vila amuralhada. Ali podem ser observadas diversas peças romanas e símbolos, entre outros materiais encontrados durante as escavações arqueológicas. E também a explicação sintética sobre todos eles.
"É uma peça imprescindível para compreender o castelo", frisa o arqueólogo Luís Pereira, que em 1994 iniciou a investigação na vila amuralhada. Mas não só. O presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães, José Luís Correia, entende que o novo equipamento também é "uma mais-valia para ajudar a despertar o interesse pelo património arqueológico do concelho". Luís Pereira reputa o centro interpretativo como uma "infra-estrutura fundamental para dinamizar o turismo cultural e patrimonial". Ora, na sua opinião, o turista deveria dirigir-se ali em primeiro lugar, sendo depois orientado para os pontos de interesse. É essa a intenção do autarca. "Dele partirão iniciativas, no sentido de os fazer chegar aos mais diversos locais do concelho onde haja património", sublinha.
O Castelo de Ansiães data do terceiro milénio antes de Cristo, foi classificado monumento nacional em 1910 e é a principal jóia do património monumental e histórico de Carrazeda de Ansiães. A ruína da igreja de São João Baptista (fora da muralha) é uma das mais antigas do país. A de São Salvador (dentro de muros) é considerada pelos entendidos uma "jóia" no panorama românico português. O pórtico é mesmo um dos quatro existentes no país.
Entre 1994 a 2005 foram feitas intervenções durante o mês de Agosto em toda a área da vila amuralhada, que ocupa cerca de três hectares. Luís Pereira lembra que juntava equipas de estudantes de arqueologia, oriundos de universidades nacionais e estrangeiras, para escavarem voluntariamente. "É dessa investigação que agora apresentamos os resultados", frisa.
Porém, o arqueólogo entende que há muito mais para fazer. "O ideal seria transformar todo o espaço da vila amuralhada numa imensa ruína com discurso". Tem como fundamental continuar a levantar os derrubes, ou seja, o que resta das paredes das antigas casas, processos de restauro e conservação, bem como manter uma "investigação permanente". Isto sem dispensar a criação de uma sinalética própria para que quem vá livremente ao castelo possa "entender o que foi o sítio, a sua importância e o que representa para toda a região de Trás-os-Montes e Alto Douro".
Sobre o Castelo de Ansiães, que tem posto de recepção junto à igreja de São João Baptista, foram já publicadas algumas brochuras e há muita informação disponível na Internet, em http://www.castelodeansiaes.com/
Eduardo Pinto, JN

sexta-feira, 16 de abril de 2010

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Do Desertificando:
o livrinho vermelho de Mao


Na Holanda, por questões de educação,
mas também por inexistência física,
é impossível atirar um calhau a alguém.
Imagine o que isso representa para uma pessoa de ascendência transmontana
.”
J. Rentes de Carvalho

Tendo estado ausente de Carrazeda, no momento em que voltei, passados meses, parece que nada se moveu. E a energia gasta é apenas aquela do pó a pó… a que tornamos. Me explicando melhor:

Saí, com o grande debate do cemitério. Voltei e a lei da entropia me fez encontrar – uma cultura de um livro só: como nos anos 70, mas será que cá como lá o livrinho vermelho de Mao substitui tudo? Assim, tudo se mantinha em torno dos restos mortais… de um lixo depositado algures.

E aqui estou eu, de joelhos, porque li “A Cidade” de Aristófanes. Um dos problemas de Atenas, digo, de hoje, é o da des_
responsabilização dos cidadãos. Como J. Rentes de Carvalho é de Estevais, Mogadouro, uma das maiores escritoras nacionais, Dulce Maria Cardoso é natural de Fontelonga, Carrazeda de Ansiães. Dulce disse ao Ípsilon: «Nós humanos somos moralmente irresponsáveis em geral. Cumprimos o bem a que estamos obrigados, cumprimos o que está legislado. Não roubar!, não matar!, são imperativos de ordem moral que têm apoio legal. Os imperativos de ordem moral que não têm apoio legal têm tendência a ser transgredidos.». Assim,

venho aqui humildemente co-responsabilizar-me pelo lixo depositado algures, porque terei em toda a minha vida já depositado n cascas de bananas e laranjas, e chicletes (há que tempos!, mas demoram 5 anos a decompor-se), ah, e n papelinhos (vão tempos, mas demoram entre 3 a 6 meses a…), e plásticos de rebuçados e chocolates (demoram 100 anos!), a monte. Por isso, tenho de agradecer a todos os que foram ajudar a “Limpar Portugal”, apenas (mas é maiúsculo este: APENAS) porque isso me obriga a reflectir e a ser cada vez melhor cidadão. Mas também contra a mesma lei da entropia, vos venho dizer que Carrazeda me interessa

mais por aquilo que partindo dela a transcende, tão acima dessas pequeninas questiúnculas de propriedade das terrinhas de honra e bom nome, que apenas servem para cada um tirar o seu cavalinho da chuva da responsabilidade. Por isso, gostaria de partilhar muito convosco o EP do projecto A BETA MOVEMENT de Pedro Cordeiro (e Secundino), dois artistas plásticos criativos, desde a capa à composição… Apenas

lhe faltando uma corda vocal mais – como dizer?, se não gosto muito do temo… - “competente” à singularidade da sua Voz. E, para finalizar, gostaria de partilhar convosco um trecho do primeiro romance “Campo de Sangue” da escritora Dulce Maria Cardoso (Prémio da União Europeia para a Literatura, em 2009):

O homem não sabe como gastar os dias. Alguém o avisa de que o tempo é um material perigoso nas mãos de quem não o sabe usar. A mulher propõe-se comprar o amor do marido que abandonou. Afirma que tudo tem um preço, apesar de nunca ter pensado que o preço pode ser o da traição. A mãe garante que não tem culpa de ter gerado um assassino, ninguém tem mão no futuro. Tem o coração tão adormecido que nem a dor e a vergonha são capazes de o acordar. A dona da pensão quer salvar o negócio a todo o custo, pelo que não se importa de perder a alma. Só a televisão lhe valerá e por ela dará graças. Uma grávida com cabelos louros de menina e sandálias de cabedal não quis o filho que, alheio à sua vontade, se completa, segundo a segundo, na sua barriga. Dela se diz que não tem capacidade para distinguir o bem do mal. As crianças procuram tesouros nas paredes dum prédio que se esboroa. Os velhos roubam flores para as venderem no passeio ao fim da tarde. A cidade, uma teia de olhos e passos, apanha quem nela cai. E o mar sempre tão perto. A beleza pode ser um pretexto para se enlouquecer. A beleza e a solidão. Mas é o desespero que faz acreditar que se pode roubar o coração de quem se ama.

Vitorino Almeida Ventura

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Resíduos do Nordeste lança prémio jornalístico

A empresa Resíduos do Nordeste promoveu um encontro de trabalho com a comunicação social, onde foi explicado o sistema de gestão de resíduos, as infra-estruturas, e toda a logística associada ao tratamento de lixos, que em 2011 contará com a unidade de tratamento mecânico e Biológico, já em construção.
O Director-Geral da Resíduos do Nordeste, aproveitou ainda para anunciar a criação do prémio “Jornalismo ambiental 2010”, destinado a incentivar e premiar os melhores trabalhos jornalísticos realizados sobre a temática ambiental no Nordeste Transmontano.
Numa visita técnica ao aterro sanitário, foi-nos explicado o funcionamento da Central de Valorização Energética de Biogás.
O responsável, Vasco Ferreira, refere que a energia produzida num ano, e vendida à rede eléctrica, já atingiu os 142 mil euros, o que dá para fornecer cerca de 700 habitações por mês.
Uma aposta altamente rentável no aproveitamento desta energia renovável.
Do ponto de vista energético é bastante importante porque estamos a fazer o aproveitamento de uma energia renovável pois, mensalmente, estamos a alimentar cerca de 700 casas” refere o responsável pela Estação de tratamentos de Águas Lixiviantes. “Do ponto de vista ambiental, evitamos a emissão de metano que é um dos principais responsáveis pelo efeito de estufa e evitamos os maus odores que normalmente se verificam nestas situações” acrescenta, salientando que “em aterros convencionais o biogás, resultante da decomposição da matéria orgânica, é lançado para a atmosfera mas aqui fazemos o aproveitamento desse gás”.
Luís Teixeira explica ainda a importância do tratamento destes resíduos. “Os lixiviados são um efluente contaminado que precisam de um tratamento específico para que os impactes no meio ambiente sejam minimizados. Em 2009 foram tratados cerca de onde mil metros cúbicos de águas lixiviantes provenientes do aterro sanitário de Urjais” refere.
O Director-Geral da Resíduos do Nordeste salienta que em meados de 2011 entrará em funcionamento a unidade de tratamento mecânico e biológico, que vai permitir a separação e consequente redução para metade dos resíduos urbanos Biodegradáveis, produzidos no nordeste transmontano. “Tudo o que é colocado no contentor verde vai ser separado aqui. Cerca de 50% do lixo é reciclável e nós vamos aproveitar e o restante será depositado em aterro” explica Paulo Praça. Desta forma diminui-se a quantidade de lixo em aterro e aumenta-se o seu tempo de vida útil.
A Resíduos do Nordeste vai ainda premiar os melhores trabalhos jornalísticos sobre a temática ambiental, que sejam publicados entre 1 de Abril e 31 de Dezembro deste ano, em órgãos de comunicação social portugueses.
Esta ideia surgiu porque achamos que há áreas nas quais o jornalismo já trabalha mais e gostaríamos que os jornalistas nos ajudassem neste trabalho de educação ambiental” refere Paulo Praça, salientando que este prémio “visa, essencialmente, estimular o jornalismo ambiental”.
O vencedor do prémio Jornalismo Ambiental 2010 será conhecido em Abril do próximo ano e, para além do reconhecimento do trabalho jornalístico ser-lhe-á atribuído um prémio no valor de 500 euros.
CIR/Brigantia

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Daqui e dali... Fernando Sobral

O reino do papel
Portugal é, por certo, líder mundial na produção de legislação. Essa capacidade, que garante o pão a milhares de incógnitos trabalhadores, mostra que o País é um exemplo de produtividade. Como se não bastassem as leis, os decretos-lei e as posturas municipais, há ainda uma outra área onde a nossa criatividade é surpreendente: a rectificação. O "Diário da República" é um tesouro repleto de rectificações às alterações feitas a decretos que alteram outros. Ou que simplesmente remetem para outros de que já ninguém se lembra.
Portugal está construído sobre uma montanha de papel. As sete colinas de Lisboa são feitas de códigos, leis e decretos. Não admira que, no meio de tanta papelada, os documentos sobre as célebres contrapartidas dos submarinos tenham desaparecido. As leis em Portugal criam-se para que todos se percam no seu emaranhado, e para que os mais espertos saltitem por entre as regras que elas se dispõem a aplicar.
Este, de resto, é o País dos projectos, dos anteprojectos e das comissões e unidades de missão. Antigamente havia a figura tenebrosa dos ratos de biblioteca. Agora existe a figura misteriosa do aviário de decretos. É esta pilha de papel legislativo que estrangula a criatividade em Portugal. Fernando Santo, antigo bastonário da Ordem dos Engenheiros, dizia há dias que havia cerca de 3.000 artigos com legislação sobre construção em Portugal. É com esta arquitectura jurídica que se consegue que o País emperre. É por isso que no País da legislação é impossível haver justiça.
Fernando Sobral

quinta-feira, 8 de abril de 2010

«Pare, Escute, Olhe» de Jorge Pelicano

Saúde pública e ambiental pouco desenvolvida no distrito

A região transmontana está no bom caminho da promoção da saúde pública e ambiental, mas ainda há muito a fazer.
Quem o diz é uma técnica da área a exercer funções no Centro de Saúde de Macedo de Cavaleiros.
Carla Quintas enumera os aspectos que podem ser melhorados na região. “Ter em consideração a localização das habitações em locais seguros, as condições de habitabilidade pois cada vez mais o centro de saúde é chamado pela câmara às vistorias de salubridade para avaliar estas condições” refere, dando ainda outros exemplos como é o caso de “tentar controlar a poluição dentro e fora das habitações e melhorar a qualidade da água e do saneamento”.
No ponto de vista desta técnica, é necessário ainda tornar as cidades transmontanas mais inclusivas, ou seja, com menos obstáculos a cidadãos inadaptados.
Termos transportes públicos mais acessíveis para todos e infra-estruturas adequadas a pessoas com mobilidade condicionada” exemplifica Carla Quintas, salientando que “são pontos em que se começa a trabalhar mas ainda há muito a fazer”. “Devemos tentar também fazer com que a nossa população seja mais activa” acrescenta.
Só no concelho de Macedo de Cavaleiros, o Centro de Saúde está a levar a cabo 17 programas ligados à saúde pública e ambiental. “É o caso das ondas de calor e das vagas de frio, temos sempre o cuidado de vigiar a qualidade da água das zonas balneares, piscinas e da água de consumo humano até para alertar a autarquia para alguns problemas de saúde publica que possam surgir” afirma Carla Quintas.
A Organização Mundial de Saúde assinala este ano o Dia Mundial da Saúde, sob o lema “Mil Cidades Mil Vidas”.
As comemorações prolongam-se até ao dia 11 deste mês, convidando as cidades a criarem espaços públicos onde sejam promovidas actividades ligadas à temática.
CIR/Brigantia

Sobre o Limpar Portugal...

«A pretexto da campanha de limpeza que ocorreu em todo o país no passado dia 20, publicou este Blogue algumas imagens do trabalho realizado na limpeza de lixeiras no concelho, por alguns colaboradores. Nestas imagens houve a vontade deliberada de seleccionar algum lixo encontrado e referente á última campanha eleitoral do Bloco de Esquerda. A intenção foi a de denunciar a incoerência de um movimento que tem pugnado pela salvaguarda do equilíbrio ecológico e natural e também o ataque pessoal com a difusão de imagens para denegrir e caluniar supostos autores sem oportunidade de defesa. Acontece que o único responsável pelo acontecido sou apenas eu, que na posse desse material, não soube cuidar devidamente da sua melhor selecção. Efectivamente quando incumbi alguém de levar esse lixo misturado com grande quantidade de detritos de gesso para o Ecoponto, não soube que, quando este lixo lhe foi ali recusado, terá sido aconselhado a "levá-lo para o monte" dado que apesar de tudo era material biodegradável. Tomei agora e deste modo, conhecimento do que terá sucedido, pelo que me propus ir ao local tentar recolher os detritos que porventura ali ainda se encontrassem e pedir á Câmara Municipal que diligencie o modo de poder desfazer-me definitivamente deste género de entulho, que não sei porquê, o nosso Ecoponto não aceita recolher.
Em conclusão direi que a todos quantos se preocupam em preservar o equilíbrio ecológico e ambiental, não faltam infelizmente no nosso concelho, pretextos para denunciar atrocidades. Basta por exemplo procurar saber como são tratadas as "águas russas" dos nossos lagares de azeite, ver como não são cuidadas as "chagas" das nossas pedreiras, observar as condições de tratamento da nossa ETAR, testemunhar a poluição que nos chega do Cachão pelo Rio Tua...
Infelizmente, e com o mais medíocre dos pretextos, alguns apenas se preocupam em empolar o facto( concordo que contestável), de denunciar a lixeira onde por descuido alguém por mim depositou lixo biodegradável. Estas são as pessoas que apenas poluem nas retretes. É lá que de facto defecam, urinam , deixam os seus gazes e lançam o seu esperma.
Seu Amigo desde 1976...
Paulo Moura»

Intervalo...

O blogue parou alguns dias devido ao facto de o administrador ter estado ausente e sem internet!