terça-feira, 30 de novembro de 2010

Movimento entrega petição na AR para pedir reabertura da Linha do Tua

O Movimento de Cidadãos em Defesa da Linha do Tua vai entregar, hoje, na Assembleia da República, uma petição com 4500 assinaturas a pedir a reabertura da linha ferrovia do Tua e a reactivação do troço até Bragança.
Este movimento foi criado em Agosto deste ano, na aldeia de Codeçais, Carrazeda de Ansiães, um dos concelhos servidos pela linha que se encontra encerrada há mais de dois anos.
A petição foi uma das primeiras iniciativas deste movimento que não conseguiu as dez mil assinaturas a que se propôs inicialmente, mas o número suficiente para a sua pretensão ser apreciada em plenário no Parlamento. CIR/Brigantia

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mau Tempo: Bragança continua à espera da neve que já começou a cair a sul do distrito

A Protecção Civil de Bragança que esperou hoje ao longo do dia pela neve no norte do distrito foi surpreendida, a meio da tarde, pela queda dos primeiros flocos não na zona mais fria, como é habitual mas em vários concelhos do sul da região.
Em declarações à Lusa o comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) , Cralos Alves, depois das 15:00, começou a nevar em Torre de Moncorvo, Carrazeda de Ansiães, Vila Flor e Alfândega da Fé, nomeadamente na serra de Bornes
. Visão

Providência cautelar para contestar arquivamento da classificação da Linha do Tua

Os proponentes da classificação da Linha do Tua como monumento nacional, interpuseram uma providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto para suspender a decisão do IGESPAR que arquivou o processo de classificação patrimonial da ferrovia.
Sentem-se indignados com a posição assumida pelo instituto e decidiram impugnar o despacho que decide o arquivamento porque, segundo eles padece de várias ilegalidades.

Detectamos um conjunto de ilegalidades no procedimento, pois há questões que a lei obriga a cumprir e decidimos avançar com a impugnação do acto administrativo” avança a primeira subscritora da proposta de classificação da Linha do Tua como património nacional.
Avançamos com uma providência cautelar no sentido de agir com maior rapidez e eficácia para que nada possa ameaçar a linha do Tua de uma intervenção” acrescenta.
Manuela Cunha, estranha a pressa com que se desenrolou o processo. “O que nós vemos é que há aqui dois pesos e duas medidas” pois “a abertura do processo foi decidida numa avaliação técnica por especialistas do Ministério da Cultura, mas depois houve uma demora inexplicável para que o despacho entrasse em vigor através da publicação em Diário da República” explica. Depois “muito rapidamente e contrariando todos os outros processos de classificação em Portugal que demoram anos, o Conselho Consultivo reúne e delibera sem ouvir os cidadãos que solicitaram a abertura do processo”.
Apesar da luta pela Linha do Tua entrar agora numa fase judicial os proponentes da classificação garantem que não baixam os braços em defesa daquele património.
Não nos damos nem por vencidos nem por convencidos” afirma. “Nós sabemos que esta luta é muito dura porque os interesses da EDP e a vontade do Governo em construir a barragem é muito grande” acrescenta, salientando que “a nossa razão é grande na defesa desta linha, tal como a adesão a esta causa por parte da população”.
Os proponentes da classificação da Linha do Tua como monumento nacional, aguardam agora a decisão do tribunal. Brigantia

sábado, 27 de novembro de 2010

Lixeiras varridas da paisagem

É mais uma tentativa para acabar com as lixeiras clandestinas na região duriense. O projecto "Valor Douro" foi apresentado, ontem, em Carrazeda de Ansiães. Abrange sete concelhos e representa um investimento de cerca de um milhão de euros.

A sua execução está a cargo da empresa intermunicipal Resíduos do Nordeste, nos concelhos de Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor e Vila Nova de Foz Côa. Durante dois anos vão ser "corrigidas intrusões e disfunções paisagísticas, autênticas manchas na paisagem excepcional do vale do Douro", explicou o director da empresa, Paulo Praça.

Para além dos depósitos de todo o tipo de resíduos sólidos, o "Valor Douro" também vai remover e desmantelar embarcações e veículos abandonados, bem como requalificar zonas ribeirinhas. Os resíduos da construção e demolição são, no entanto, os mais preocupantes, porque "geralmente são depositados todos misturados, como tijolos, betão, plásticos, vidros, entre outros", notou Paulo Praça.

No futuro deverão ser criados sítios para que os empreiteiros possam livrar-se deles, porém, o director da Resíduos do Nordeste avisa que "se estiverem dispostos a separá-los, podem coloca-los em ecocentros e aterros sanitários".

O chefe da Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães acredita neste projecto, desenvolvido por quem sabe, mas espera que também seja possível "mudar comportamentos cívicos", defendendo o desenvolvimento de acções de sensibilização ambiental.

Segundo o vogal executivo da Comissão Directiva do ON.2, Mário Rui Silva, "há um projecto de valor semelhante, também já aprovado, para fazer o mesmo noutros concelhos do Douro. Entende-os como "pontapés de saída para que a sociedade perceba que todos têm a ganhar com um ambiente sem lixeiras clandestinas". "O Douro só será uma região encantada e maravilhosa se a mantivermos limpa", sublinhou o autarca anfitrião, José Luís Correia.
Eduardo Pinto, JN

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Daqui e dali... Adolfo Mesquita Nunes

Como continuar a confiar nos socialistas?

Os socialistas portugueses tiveram sempre, ou quase sempre, uma difícil relação com o pensamento económico: ou estiveram do lado errado ou chegaram ao lado certo com um atraso indesculpável.

Nos anos 70, quando as experiências soviéticas eram já conhecidas de todos, os socialistas portugueses permitiram a nacionalização da economia e defenderam-na com determinação.

Nos anos 80, quando a Europa se comprometia na liberalização da economia e via o progresso, os socialistas portugueses defenderam a irreversibilidade das nacionalizações, resistiram às alterações na organização económica nascida com a Constituição de 1976, insistiram no essencial da Reforma Agrária, contestaram as privatizações e bateram-se contra os primeiros sinais de modernização da legislação laboral.

Nos anos 90, quando eram notórios os resultados de experiências políticas esquecidas das contas públicas, os socialistas portugueses permitiram o crescimento da despesa e da dívida, alargaram o Estado para além dos limites da sua tradicional definição, recusaram-se a fazer uma reforma profunda na segurança social e promoveram a subsidiodependência da população portuguesa.

Na primeira década do novo Século, quando eram evidentes os sinais de crise estrutural do país e começaram a surgir os primeiros sinais da crise que nos assola, os socialistas insistiram na secundarização do défice e apontaram para vida além do dito, impediram a completa reforma da legislação laboral, aumentaram impostos como nenhum outro partido, descontrolaram a despesa, desdenharam da crise e falharam qualquer execução orçamental prudente.

Os socialistas portugueses tiveram sempre, do ponto de vista económico, com excepção da sua determinante contribuição para o afastamento do comunismo e para a integração europeia, uma relação difícil com a História. Ou estiveram sempre do lado errado, ou chegaram muito tarde ao lado certo.

Não era já tempo de deixarmos de confiar nos socialistas portugueses?
Expresso

Estamos no mau caminho

LVeloso

Governo aprova suspensão de PDM para viabilizar barragem de Foz Tua

Conselho de ministros aprovou medidas preventivas durante dois anos para evitar alterações de uso nos terrenos que serão necessários para o aproveitamento hidroeléctrico da EDP, ao qual está associado um investimento de 300 milhões de euros.
O Governo aprovou no Conselho de Ministros de hoje a suspensão parcial dos planos directores municipais (PDM) existentes na região onde será construída a barragem de Foz Tua, para impedir alterações de uso do território que possam pôr em causa o empreendimento da EDP. Uma resolução do Conselho de Ministros hoje publicada aprovou a suspensão parcial dos PDM de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Murça, Mirandela e Vila Flor, assim como a suspensão parcial do plano de ordenamento das albufeiras da Régua e do Carrapatelo e o estabelecimento de medidas preventivas durante dois anos na área de Foz Tua. “Estando em causa uma infra-estrutura de reconhecido interesse nacional, esta Resolução tem como objectivo evitar a ocorrência de alterações do uso do território, bem como da emissão de licenças ou autorizações que possam comprometer a concretização do aproveitamento hidroeléctrico de Foz Tua, ou torná-la mais difícil e onerosa”, refere o comunicado do Conselho de Ministros.
Esta é uma das cinco novas barragens que a EDP irá desenvolver em Portugal. Situada no rio Tua, afluente do Douro, a barragem de Foz Tua terá uma potência total de 255 megawatts (MW), estando o investimento estimado em cerca de 300 milhões de euros. A entrada em operação está prevista para 2014. Jornal de Negócios

Resíduos do Nordeste avança com limpeza de depósitos de resíduos

A empresa intermunicipal Resíduos do Nordeste vai arrancar com um projecto de perto de um milhão de euros para a remoção de depósitos ilegais de resíduos e a requalificação de zonas ribeirinhas. O contrato de financiamento do projecto Valor Douro é assinado amanhã.
O Valor Douro está direccionado para intervenções que visem a recuperação de depósitos clandestinos de resíduos sólidos, nomeadamente urbanos, indiferenciados, de construção, de demolição e utensílios domésticos fora de uso; a remoção e desmantelamento de embarcações e veículos abandonados e a recuperação das margens do rio Douro.
A ideia é «corrigir intrusões ou disfunções paisagísticas que constituem manchas na
paisagem excepcional do Vale do Douro decorrentes, nomeadamente, da deposição clandestina de resíduos sólidos ao longo das vias de comunicação, nas linhas de água e zonas de talude e da existência de sucatas abandonadas
», esclarece a empresa em comunicado.
A Resíduos do Nordeste apresentou, em Abril de 2009, a candidatura no âmbito do Programa Operacional Regional do Norte 2007-2013, Turismo Douro – Infraestrutural, para a preservação do património ambiental e desenvolvimento rural e local, tendo sido aprovado em Setembro deste ano.
Os concelhos abrangidos são Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro, Mogadouro, Torre de Moncorvo, Vila Flor e Vila Nova de Foz Côa
. Ambiente Online

Violência sobre idosos é a mais preocupante no Nordeste Transmontano

A violência sobre idosos é o que mais preocupa as autoridades no Nordeste Transmontano, num dia em que se assinala o dia internacional de combate à violência doméstica.
Teresa Fernandes, psicóloga do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica do distrito de Bragança refere que o aumento mais significativo de denúncias não é de mulheres agredidas pelos maridos.
O grosso dos casos referem-se a mulheres casadas, dos 25 aos 44 anos, que se queixam dos maridos. Mas a alteração à lei veio provocar que a faixa etária do namoro e dos maiores de 65 anos têm registado um aumento significativo. Mais do que na faixa dos 25 aos 44 anos”, sublinha. No Nordeste transmontano são vários os factores que contribuem para a violência doméstica nos idosos.“O isolamento, a distância do acesso a serviços, a falta de informação, o medo da crítica social”, exemplifica.
Este tipo de violência envolve, na maioria das vezes, interesses financeiros.
Nos mais de 65 anos, o grosso da violência doméstica é mais violência psicológica e com base no fundo económico.”
A psicóloga Teresa Fernandes conta um caso que acompanhou de perto e que pode servir como exemplo daquilo que muitas vezes acontece.
Durante três anos e meio uma idosa foi vítima de violência por parte do filho. Depois de sete denúncias na GNR foi retirada de casa porque não se podia protegê-la de outra maneira. Foi retirada de casa e existe um processo judicial em curso. Era de uma aldeia, em isolamento social, vivia sozinha com este filho que a maltratava pela reforma e por alcoolismo.”
No Dia Nacional do Laço Branco em que se promove a luta contra a violência doméstica, o Núcleo distrital de apoio a estas vítimas apela à denúncia destes casos através do telefone directo 92 77 03 02 5 ou do número gratuito nacional 144.
CIR/Brigantia

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Património imaterial da região em debate no Museu do Douro

No próximo dia 26 de Novembro realiza-se no Museu do Douro o segundo Fórum do Património Imaterial do Douro, que nesta edição se subordina ao tema «Como Documentar o Intangível? A Resposta dos Museus».
Esta iniciativa pretende traduzir a necessidade de preservar, valorizar e divulgar os testemunhos da cultura material e imaterial das populações que construíram a paisagem duriense, classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade na categoria de Paisagem Cultural Evolutiva e Viva.

Segundo referem os promotores, “a UNESCO tem vindo a desafiar os Estados e as instituições a agirem com celeridade e com critério para gerar uma nova energia em prol da cultura imaterial dos povos, através da salvaguarda do seu património”.

Foi com este objectivo que tomou forma o Plano de Inventariação do Património Imaterial do Douro (PCI), do qual a obra "Património Imaterial do Douro - Narrações Orais (Contos. Lendas. Mitos), da autoria do escritor e investigador Alexandre Parafita, é a sua face visível. A obra é apresentada pela pintora Graça Morais na abertura do fórum.

Neste segundo volume apresenta-se uma vasta recolha e compilação das narrações orais dos concelhos de Carrazeda de Ansiães e Vila Flor, acompanhada de um estudo teórico-metodológico e interpretativo desse património.Além da apresentação do livro consta do programa dos trabalhos um conjunto de intervenções de especialistas convidados, como a Mestre Maria da Graça Filipe (Subdirectora do Instituto dos Museus e da Conservação), Mestre Clara Bertrand Cabral (Responsável pela área da Cultura e Património Mundial, Comissão Nacional da UNESCO) e Prof. Doutor Armando Coelho Ferreira da Silva (Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto).

O programa inclui também o momento dos "Narradores da Memória", com entrega de diplomas a dezassete narradores dos concelhos de Carrazeda de Ansiães e Vila Flor e a intervenção "ao vivo" da narradora D. Maria de Lurdes Dionísio Ala.

No mesmo dia, já ao final da tarde, o Museu inaugura a exposição de esculturas “Altares do Douro”, da autoria de José Rodrigues. São mais de 20 peças esculturais que vão estar patentes ao público no espaço desta instituição cultural. José Rodrigues estará presente na inauguração da exposição que decorrerá pelas 17h00. Notícias do Nordeste

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Daqui e dali... Henrique Raposo

Um capricho de uma procuradora custou ao Estado cerca de 4 mil euros (€4.000). Tudo por causa de um casaco mal-cheiroso. Eis a metáfora do estado patético a que chegou a nossa justiça.

I. No último Expresso (p. 26), Isabel Paulo conta a história, que vale por si. Um casaco "em estado de infeta degradação", roubado por um toxicodependente ao irmão, em 2006, só foi destruído no tribunal de Amarante na semana passada. Quatro anos de espera. E porquê quatro anos de espera? Porque existiu um recurso do Ministério Público. "O recurso da então procuradora do MP de Amarante, entretanto transferida para Vale de Cambra, terá custado ao bolso dos contribuintes mais de 4 mil euros em encargos administrativos, salários de quatro magistrados e de uma advogada oficiosa".

II. Fast forward: "em 2007, arquivado o caso após a morte do irmão queixoso, também toxicodependente, o casaco, à guarda do MP, acabou por transitar para outro processo" referente ao roubo de um veículo por parte do irmão mais novo. Fast forward: "em 2008, após sucessivas faltas de comparência do arguido no tribunal", o proprietário do veículo desistiu, "cansado da marcha lenta do processo. Inconformado, o MP acusa o então arguido por crime agravado de condução ilegal. Este acaba por ser absolvido". Fast forward: em janeiro, a juíza manda destruir o dito casaco. E é aqui que entra a fúria processual do MP: "foi então que a delegada do MP recorreu para a Relação do Porto, por não se conformar - reparem - "com o facto de a juíza não ter pedido a certidão de óbito do falecido nem notificado os familiares mais próximos para levarem o casaco". O casaco tinha diamantes?

III. Há um mês, a Relação do Porto foi obrigada a dizer o óbvio, em duas versões. Primeira versão (aquilo que toda a gente compreende): face ao estado de degradação do casaco, a juíza antecipou o óbvio. Segunda versão (aquilo que os magistrados deviam saber melhor do que ninguém): se seguíssemos apenas as "estritas regras jurídicas, acabaríamos num mundo de absurdos inúteis". Mas a questão não se resolve apenas com estes puxões de orelhas. Pelo que se sabe, a responsável por toda esta confusão continua a ser procuradora. Ora, quando se gastam 4 mil euros do erário público por causa de um velho casaco mal-cheiroso, a pergunta é legítima: esta pessoa merece continuar a ser procuradora? Esta pessoa não devia ser demitida? (Por amor de deus, houve um recurso para a Relação por causa de um blusão esburacado). E o Procurador-Geral não tem nada a dizer sobre isto?

IV. Ao ler esta história, um português começa a rir (fiz essa experiência este fim de semana). Ao ler esta história, um americano começa a pedir a cabeça dos responsáveis (também fiz essa experiência esta semana). O problema talvez comece aqui.
Henrique Raposo, Expresso

Irlanda pede ajuda

Henrique Monteiro

Dez milhões disponíveis para ajudar comércio local

Arranca hoje a sexta fase de candidaturas ao MODCOM, o ao Sistema de Incentivos à Modernização do Comércio. Esta fase, que tem disponíveis dez milhões de euros, destina-se às micro, pequenas e médias empresas.
Contempla apoios a três tipos de acções. A A, destinada lojas comerciais e conjuntos de modernização comercial.
A B, para lojas em rede, ou seja, empresas que pretendam, por exemplo, adoptar uma insígnia comum ainda que a propriedade seja individual, que utilizem a mesma plataforma informática ou que se abasteçam na mesma central de compras. A Acção C, para estruturas associativas do sector do comércio, com vista à promoção dos centros urbanos.
Os projectos de investimento contarão com uma taxa de incentivo a fundo perdido de 45% das despesas no caso das lojas individuais, de 50% nos projectos empresariais integrados e de 60% para as associações comerciais.
Nas cinco fases anteriores do MODCOM o Governo disponibilizou um total de 134 milhões de euros a fundo perdido para a revitalização do comércio tradicional, tendo sido seleccionados cerca de 4.600 projectos empresariais e associativos, que geraram mais de sete mil postos de trabalho.
Brigantia

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Processo de classificação arquivado

O procedimento de classificação da Linha Ferroviária do Tua foi arquivado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR).
O procedimento de classificação da Linha Ferroviária do Tua foi arquivado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR). O despacho que dita que este troço ferroviário deixa de estar em vias de classificação foi publicado, na passada quinta-feira, em Diário da República.
O documento esclarece que fica sem efeito a zona geral de protecção que iria abranger os concelhos de Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Mirandela, Alijó e Murça.
Esta decisão já desencadeou uma reacção da parte dos subscritores do requerimento que deu origem ao processo, que garantem que vão recorrer judicialmente.As pessoas que lutam pela defesa da Linha querem que seja classificada como Património de Interesse Nacional, para salvaguardar a sua preservação, visto que a construção da Barragem de Foz Tua vai submergir uma parte deste troço ferroviário.
Os subscritores, um grupo de cidadãos incluindo figuras públicas do meio cultural, artístico, académico, científico, ambientalista e político, consideram que foi “violado um conjunto de procedimentos e normas legais, nomeadamente o pressuposto que obriga à audição prévia dos interessados”.

Recorde-se que o requerimento de pedido de abertura do procedimento de classificação da Linha do Tua foi entregue no IGESPAR em Março deste ano e foi subscrito por um conjunto de cidadãos que têm vindo a lutar pela defesa deste património.
Apesar dos subscritores deste documento considerarem que a classificação poderia travar a barragem, a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, já tinha afastado a hipótese deste processo pôr em causa o projecto da EDP. Aliás, a aprovação definitiva para a construção do empreendimento hidroeléctrico já tinha sido anunciada no mês passado, com a conclusão do processo de avaliação ambiental, que impõe algumas condições à EDP na concretização do projecto. A Declaração de Impacte Ambiental aprovou a construção da barragem a uma quota de 170 metros, o que implica a inundação de 16 quilómetros da Linha do Tua. Jornal Nordeste

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A BETA MOVEMENT - Rock Rendez Worten AWARDS

A BETA MOVEMENT, projecto vencedor da categoria ALTERNATIVO Rock Rendez Worten, seleccionados entre mais de 800 bandas, por um juri constituido por sete figuras ligadas à musica nacional, onde se inclui Henrique Amaro(Antena3), Miguel Cadete (Blitz) e Sónia Tavares (The Gift).

A banda foi escolhida pelo juri, posteriormente votada pelo público e teve o voto do padrinho da categoria ALTERNATIVA, Miguel Guedes (Blind Zero), o que possibilitou ao colectivo estar presente na cerimónia final, transmitida pela SIC Radical, na apresentação de duas músicas, uma das quais "Romance is for Both"com a participação deste na voz e guitarra.

A BETA MOVEMENT "Romance is for Both" feat. Miguel Guedes (Blind Zero)


Os A BETA MOVEMENT têm vindo a desenvolver um trabalho cuidado e estruturado, assente na construção de canções de base indie com reflexos das programações e construções electrónicas, reconhecimento esse traduzido nas palavras de elementos do juri e no prazer da experiência, que se mantém, com o Miguel Guedes.

www.myspace.com/abetamovement
www.rrw.pt/a_beta_movement
http://www.facebook.com/#!/pages/A-Beta-Movement/231849509647

No tempo em que não havia televisão ou rádio

O Museu do Douro vai lançar, no próximo dia 26, um livro em que serão perpetuados no tempo 250 lendas e 166 contos populares que estavam em risco de extinção. Património recolhido ao longo de três anos em Tabuaço, Carrazeda de Ansiães e Vila Flor.
Flora Teixeira, de 80 anos, e Florinda Lopes, de 79, vivem em Pombal de Ansiães, concelho de Carrazeda, e são duas das protagonistas da obra "Património imaterial do Douro - Narrações orais", cuja coordenação científica foi do investigador Alexandre Parafita.
Sentadas a desfrutar o que resta de uma plácida tarde de Outono, ambas recordam que "a falta de televisão e de rádio" era uma das causas para que nos serões de antigamente medrasse a quantidade de lendas, contos e lengalengas. Património imaterial que passava de geração em geração. "Avô, conte-nos lá uma história!", lembra-se Flora, que na sua meninice encontrava nele fonte de distracção. Já avó, foi ela que as contou às netas.
Reza uma das histórias guardadas na memória por Flora que "vivia no Pombal um homem que tinha o fado de sair de casa à meia-noite e que se transformava em cavalo. Tinha de percorrer sete freguesias onde existisse pia baptismal. Um dia, a mulher dele pediu a um vizinho que, quando o visse passar, o picasse com um aguilhão. E assim aconteceu junto à casa, que ainda existe. Ele transformou--se em homem e disse: "boa-noite, senhor José Pereira". Este ficou tão assustado que até adoeceu".
"Essa história é do tempo do meu bisavô e as minhas tias sempre disseram que foi verdade", acrescenta Florinda, lembrando uma outra: "A minha bisavó era a mulher do bisavô da Flora. Numa noite, ele foi para a quinta tratar do vinho nos tonéis e, quando regressava a casa, viu um cabrito aos saltos. Lá o agarrou, pô-lo ao pescoço e subiu até à aldeia. Uma vez chegado, o cabrito deu um pulo, riu-se e disse-lhe: "agora, vai gabar-te que vieste todo o caminho com o diabo às costas"", sorri, sublinhando que "há muitas mais lendas como esta".
Ambas valorizam a recolha feita por Alexandre Parafita, porque não vêem nos jovens garante de preservação daquelas lendas e afins. "Andam entretidos com coisas novas, como a Internet e discotecas", atira Flora. O autor prefere justificar o total desapego com a "quebra do convívio intergeracional", ainda que "muitas das crenças tendam a esbater-se por força da evolução do conhecimento e da ciência".
E mesmo sendo "saudável", nota que "menosprezar a memória dessas crenças ou desrespeitar as tradições dos povos é um indicador de penosa ignorância ou malformação das novas gerações".
Eduardo Pinto, DN

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Refer paga 132 mil euros... em táxis

Petição pela classificação da linha arquivada desespera utentes que não têm alternativa ao comboio.
"Porque é que nos tiraram o comboio?" A pergunta é de José Celestino, 80 anos, residente em Vilarinho, concelho de Vila Flor. Mas reflecte o estado de desânimo de todos os que olham a Linha do Tua, em Trás-os-Montes, já amputada num troço e prestes a ser submersa noutro por uma barragem.
"Sem o comboio estamos desgraçados, a nossa aldeia tem 60 habitantes todos já velhos a necessitar de assistência médica. A Refer dá-nos a possibilidade de ir de táxi, mas temos de partir às sete da manhã e regressar depois das sete da noite. O que fico a fazer em Mirandela? Assim ou não vamos ao médico ou desembolsamos quinze euros para um táxi nos vir trazer a casa", diz José Celestino.
Ao que o DN apurou, a Refer paga aos quatro taxistas que efectuam o transporte de utentes entre as nove estações desactivadas e Mirandela cerca de onze mil euros por mês, 132 mil euros por ano. Daniel Conde, líder do Movimento Cívico pela Linha do Tua alega: "preferem o investimento rodoviário ao ferroviário..." (ver entrevista da última página).
Daniel, José e muitos transmontanos viram esta semana esgotar-se uma das derradeiras esperanças de preservação da centenária linha ferroviária, a petição pela classificação da Linha do Tua como património nacional. Subscrita por milhares de pessoas e entregue em Março ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), deu lugar a um processo que foi arquivado.
José Silvano, presidente da Câmara de Mirandela, disse ao DN que o arquivamento desta petição põe fim às suas esperanças de evitar a construção da barragem. "Irei lutar com todas as minhas forças para que o restante troço entre Brunheda e Mirandela se mantenha com a reabertura das estações entretanto encerradas."
As duas velhas automotoras que restam - das quatro que antes rolavam sobre carris, uma caiu ao rio no acidente de Fevereiro de 2007 e a outra está inactiva há mais de um ano nas oficinas de Carvalhais - fazem o percurso entre Cachão e Mirandela. Têm a alegria perversa das cores dos graffiti mas deslizam tristes. Joaquim Cardoso, há mais de 50 anos atrás do café junto à estação do Cachão, diz que "os horários praticados pelos comboios não estão ajustados aos dos estudantes e pessoas que trabalham em Mirandela. Muitas vezes andam vazios porque as pessoas optam pelo autocarro".
Entre o Cachão e Brunheda a linha foi desactivada, não por culpa da barragem, que ali não chega, mas por opção da Refer. Naquele troço reina o silêncio. As estações estão em ruínas, as ervas tapam as travessas da via, os fios de cobre e postes das telecomunicações foram retirados.
O edifício da estação de Ribeirinha é ocupado por Abílio Augusto, com a mulher e seus dois filhos. Reformado da CP, em que trabalhou durante 42 anos na estação de Mirandela, mora ali há cerca de 37 anos, paga cinco cêntimos de renda, mas a manutenção da habitação tem de ser feita por si. "Sou pobre e tenho de aqui morar mas a casa não tem condições. E agora, com a suspensão dos comboios, estamos cada vez mais sós..." DN

domingo, 14 de novembro de 2010

Governo fez 270 nomeações num mês e meio

Desde que anunciou o pacote de medidas de austeridade do PEC III, o Executivo liderado por José Sócrates tem contratado uma média de 45 novos funcionários por semana, para assumirem cargos no Governo e na administração directa e indirecta do Estado.

Desde que foram anunciadas as medidas de austeridade, o Governo já fez 270 nomeações para cargos no Governo e na administração directa e indirecta do Estado. O anúncio do PEC III - que apela à contenção da despesa pública - foi há cerca de mês e meio, o que dá uma média de 180 nomeações/mês, um valor muito superior aos primeiros anos de José Sócrates à frente do País, período em que foram nomeados mensalmente cerca de 100 funcionários.

Apesar de, entre 2005 e 2007, a situação económica não ter sido tão complicada como neste último mês e meio, o Executivo tem feito, em termos proporcionais, mais nomeações desde 29 de Setembro do que no início do seu primeiro mandato. Na altura, 2373 pessoas foram contratadas em 24 meses. Além de ultrapassar a média do seu primeiro Governo, Sócrates fica também à frente dos seus antecessores.

A causa deste elevado "bolo" de nomeações, publicadas em Diário da República desde que foram anunciadas as medidas de austeridade, são contratações para os mais variados organismos públicos tutelados pelos 15 ministérios. Desde inspecções e direcções-gerais, passando por institutos públicos, não há um único ministério que nestes últimos tempos não tenha feito pelo menos uma nomeação.

O Ministério do Trabalho e da Segurança Social lidera as nomeações, havendo 59 pessoas que ocuparam cargos em organismos tutelados por Helena André. Segue-se a Presidência do Conselho de Ministros, que, impulsionada pela realização dos Censos de 2011, atinge a segunda posição no ranking das nomeações (48). O último lugar do pódio pertence ao Ministério da Administração Interna, (21 nomeações), seguido de perto pelo da Justiça, com 23.

Por sua vez, para os organismos que dependem do Ministério da Economia foi nomeada apenas uma pessoa e duas para a Ciência. Nesta contabilização, o DN teve em conta todas as nomeações publicadas em Diário da República, com excepção das nomeações internas das escolas, uma vez que estas são uma formalidade administrativa pouco relevante para a análise global das contratações ministeriais.

Das 270 nomeações, 19 delas foram mesmo para gabinetes do Governo. No entanto, contactados pelo DN, os ministérios em causa justificaram a maioria destas contratações (que incluem assessores, adjuntos e até um motorista) com a saída dos quadros que antes ocupavam os cargos.

Há, porém, casos que significam mesmo um aumento do encargo com pessoal dos gabinetes. Exemplo disso é uma das explicações dadas por fonte oficial do Ministério das Obras Públicas, que justificou a contratação de mais um trabalhador para o gabinete do secretário de Estado dos Transportes com a "necessidade de reforçar a equipa de assessores face ao volume e complexidade do trabalho específico a desenvolver". Os resultados desta contagem feita pelo DN parecem contrariar o emagrecimento do Estado: nos últimos 30 dias úteis, foram nomeadas nove pessoas por dia. Ou seja: 45 por semana
. DN

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Processo de classificação da Linha do Tua como Património de Interesse foi arquivado

O processo de classificação da linha ferroviária do Tua como “património de interesse nacional” foi arquivado pelos serviços do Ministério da Cultura, segundo um despacho publicado, ontem, em Diário da República.

A petição para a classificação da linha tinha sido entregue em Março passado ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, o IGESPAR, e foi formalmente aberto no princípio de Setembro, instituindo, desde então, um perímetro de protecção de 50 metros em torno do eixo da linha férrea, em toda a sua extensão.

Passados dois meses, o processo foi agora arquivado, com base num parecer da Secção do Património Arquitectónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, segundo o anúncio do IGESPAR, ontem publicado.

A classificação da linha ferroviária do Tua como “património de interesse nacional” era mais uma tentativa para travar a construção de uma barragem na foz do rio, que a EDP quer adjudicar ainda este ano.

Mas Manuela Cunha, primeira subscritora da petição que deu origem ao processo de classificação da Linha como Património Nacional, garante que vai haver um “recurso desta decisão”.
CIR/Brigantia

Obras na linha do Douro vão ser atrasadas

O ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, garantiu ontem, em Vila Real, que a reabilitação do troço da linha ferroviária do Douro, entre Pocinho e Barca de Alva, e da linha do Corgo, entre Peso da Régua e Vila Real, vai ser recalendarizada.

À margem de uma conferência internacional em que se discute o turismo no Douro, o ministro adiantou que os projectos não foram metidos na gaveta, mas vão ter novos prazos por causa da crise:

Neste momento tempos de recalendarizar alguns dos projectos de infraestruturas. O calendário tem de ser visto em, função das disponibilidades orçamentais e das condições de financiamento.”

Para avançar com a reabilitação da linha do Douro ente Pocinho e Barca de Alva, foi celebrado, em Setembro do ano passado, um acordo entre várias entidades públicas e privadas.

O chefe da Estrutura de Missão do Douro, Ricardo Magalhães, tem bem presente esse momento e não acredita que o acordo tenha sido rasgado:

Lembro-me do dia 9 de Setembro, no Pocinho, um conjunto de entidades, que assinaram um contrato em que cada um dos organismos dizia o que fazia. Estava a REFER, por exemplo, com a elaboração de projectos. Passado um ano, não estão ainda feitos. Admito que o projecto da linha possa ser revista. Mas rever ou reequacionar não é arquivar ou enterrar.”

Apesar destes contratempos ferroviários, o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira considerou que o Douro é, actualmente, uma lição para o país.

Baseia-se no crescimento da ocupação da hotelaria na região, em contra-ciclo com o que aconteceu noutras zonas turísticas nacionais:

Os dados mostram que o Douro está a representar uma lição para o país. Em 2009, a taxa de ocupação das camas caiu em todo o país mas no Douro subiram. Está a resistir à crise e a construir projectos vencedores.”

A confiança do ministro da Presidência em tempos de crise.

CIR/Brigantia

A forca

Henrique Monteiro

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Daqui e dali... Carlos Fiúza

“Faladrar”

Uma mulher do povo disse a seguinte frase:
Que estás tu a faladrar, meu pengo?”

O que deu origem àquele dito foi qualquer resposta malcriada dada por um rapazinho, quando ela o censurava por estar a castigar um irmãozinho mais novo.

Faladrar” - queria dizer “falar”, como se se referisse a “ladrar” com intenção de ofender o rapaz?
E “pengo”, será o mesmo que “atrevido”, “maroto”, “mariola”, etc. ?

Faladrar” pode arrolar-se nas figuras de dição.
Figuras são modos de dizer que intentam valorizar a expressividade.
Figuras de dição, aquelas que por meio de alterações fonológicas ou morfológicas concedem aos vocábulos novos aspetos de significação, relacionados com os próprios, mas acrescidos de algum valor acidental.

Ora, entre as figuras de dição podemos incluir os “trocadilhos”.
Os “trocadilhos”, como o nome indica, são “trocas” fonéticas em vocábulos de som parecido ou semelhante, os quais vocábulos se aproximam para o estabelecimento de contrastes, equívocos, graças, etc.

O trocadilho “faladrar” consiste no aproveitamento de duas semelhanças: a 1.ª entre a sílaba comum a “falar” e a “ladrar” (o la); a 2.ª entre o desabafo vocal do homem e o dos cães.

Este “trocadilho” de “faladrar” vale também pelo recurso à aliteração.
Mas o seu mérito expressional está sobretudo nisto: a pessoa que ofende outra, dizendo que ela está a “ladrar”, não deixa de travar a ofensa, amortecendo o insulto com a concessão da sílaba inicial de “falar”.

Quero dizer: a pessoa que por qualquer modo mais parece “ladrar” do que “falar” é insultada, dizendo-se que não “fala” nem “ladra”: mas que “faladra”.

Faladrar” torna-se, pois, uma espécie de insulto semieufemístico.
Meu pengo” é meu “pateta”, meu “parvo”.
Suponho o vocábulo “pengo” relacionável com um outro, de largo uso no Brasil - capenga, também sinónimo de pateta

Por muito respeito que tenha pelo autor do presente artigo (denegrindo mais o “cargo” do que a “pessoa” que se pretende atingir), pergunto:

- Será este um exemplo típico de um texto “faladrado”?

- Será que, tal como a cor das uvas, o “falar” e o “ladrar” andam de mãos dadas?

Carlos Fiúza

Magusto - Ribalonga - 14 de Novembro


ARCPA - Magusto 2010

Azeite transmontano é sucesso internacional

Prémios a nível nacional e internacional atestam qualidade superior do Azeite de Trás-os-Montes DOP
O Azeite de Trás-os-Montes (Denominação de Origem Protegida) DOP continua a arrecadar prémios a nível nacional e internacional. Desta vez foi o Azeite Porca de Murça que conseguiu a distinção de um dos melhores azeites do mundo. O Lote 50, da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça arrecadou uma medalha de prata do prestigiado concurso internacional de azeites – “Los Angeles International Olive Oil Competition 2010”, onde estiveram presentes 477 azeites de 318 produtores de todo o mundo.
Mensageiro

domingo, 7 de novembro de 2010

Daqui e dali... Henrique Raposo

Sócrates: a cronologia da mentira

Por que razão os juros da nossa dívida estão a subir? Para responder a isto, temos de fazer uma pequena cronologia dos erros e mentiras de Sócrates dos últimos dois anos. Tape o nariz.

I. No Expresso de 9 de Outubro, Filipe Santos Costa fez a cronologia do "socratismo". Convém olhar para esta história dos últimos anos, porque ela é reveladora (vou só usar os dados económicos; os "casos" são outra história).

II. Em 2008, no meio do caos e da incerteza da tal crise internacional, José Sócrates criou a mentira número um: Portugal era um oásis, que resistia à crise internacional. Resultado: o governo baixou o IVA para 20% (um partido tem de fazer pela vidinha). Porém, meses depois, o governo nacionalizou o BPN, e começou a dizer que a crise, afinal, tinha chegado a Portugal. Neste cenário, Sócrates inventou a mentira número dois, que, aliás, permanece no menu do PS: Portugal está mal apenas e só por causa da crise internacional. O facto de Portugal não crescer a sério desde 1999 é um pormenor.

III. Em 2009, a negação da realidade atinge níveis patológicos. Com fins meramente eleitoralistas, Sócrates e Teixeira dos Santos "escondem o valor do défice" e Sócrates promete "o que outros dizem (e o tempo prova) que não pode cumprir: grandes investimentos e generosas medidas de apoio". Pior: sabendo que isso seria suicidário para as contas públicas, Sócrates e Teixeira dos Santos aumentaram a função pública em 2.9% (uma medida eleitoralista que dá voltas ao estômago). Neste ambiente populista e eleitoral, nasceu a mentira número três: aqueles que apontavam o dedo para a realidade não eram realistas, mas sim "bota-abaixistas". No mundo de Sócrates e do PS, ser-se patriota é o mesmo que obedecer ao optimismo torpe dos socialistas.

IV. Fevereiro de 2009: a apresentação do OE2010 "obriga Sócrates a assumir o défice de 2009: nem os 2,2% previstos no início, nem os 5,9% indicados em Maio, nem os 8,5% admitidos em Dezembro". O défice era de 9,3%. Mas, com uma cara de pau ímpar na nossa democracia, Sócrates afirmou que "nunca houve tanta transparência nas contas públicas portuguesas". E, depois, o que fez Sócrates? Entrou em campanha, gastando mais dinheiro em eventos (inúteis, e que apenas serviam a sua propaganda) e abrindo mais escolas e hospitais (que não pode pagar). Entretanto, Sócrates inventa a mentira número quatro: aqueles que querem reformar o insustentável estado social são os neoliberais-malvados-que-querem-fazer-mal-aos-portugueses-pobres. O Estado está a cair de podre, mas não se pode tocar no dito estado.

V. Em Maio de 2010, aparece o PEC II. Sócrates dizia que era suficiente (afinal, chegámos ao final de 2010 com um buraco de 1.8 mil milhões no Orçamento). Para terminar a história, aparece o "29 de Setembro", e os episódios dos últimos dois meses. Caro leitor, vamos ser honestos: V. emprestava dinheiro a este indivíduo? Tendo em conta este historial, V. emprestava dinheiro a este governo?
Henrique Raposo, Expresso

sábado, 6 de novembro de 2010

Daqui e dali... Carlos Fiúza

Newton e a credibilidade das cores

Para começo do que vou dizer, torna-se necessário relembrar que, depois das experiências de Newton, ficámos a saber que os corpos têm a cor dos raios que difundem ou refletem.
Assim, um corpo é amarelo se absorve todos os raios menos os amarelos; é vermelho se não absorve os raios vermelhos; azul, se a absorção dos raios azuis deixa de se realizar.
Compreende-se porquê: os nossos olhos, se não forem daltónicos, captam os raios que os corpos não absorvem e, portanto, refletem.
Convém ainda acrescentar uma coisa que já se deixa ver, e é que, se um corpo refletir duas ou mais cores, absorvendo as outras, a cor será composta pela mistura das cores difundidas.
Falta dizer que o branco é composto pelas sete cores – o vermelho, o alaranjado, o amarelo, o verde, o azul, o anilado e o roxo.
Por outro lado, a gente aprende na Física que um corpo que absorve todas as cores e não difunde nenhuma tem a cor preta. E, se fôramos rigorosos, devíamos considerar que o preto não é “cor”, porque preto é rigorosamente… a ausência da cor.

Vem muito a propósito adicionar aqui este problema colorido:
Tenho sobre a mesa uvas brancas e pretas. Sendo que, verdadeiramente, as uvas brancas são… amarelas e as pretas… azuis”, quais são as “brancas”… e quais são as “pretas?”.

Será este o “problema” do nosso “celebrado OE2011”?
Será que, tal como as uvas, o OE tem duas (ou mais) cores?
Será que onde alguns veem branco, outros veem preto e vice-versa?
Será puro “daltonismo”… ou “política” na sua expressão mais baixa?

Será que os “mercados” veem tudo preto (sem qualquer laivo de branco) … ou veem tudo branco em “preto carregado”?

Obrigado, Newton! Quão esclarecedora (e oportuna) foi a tua descoberta!

Carlos Fiúza

não… de tanga, não.

Antero

Daqui e dali... Paulo Baldaia

Só com um tabefe

Lá vamos nós, cantando e rindo, a caminho do abismo. Temos dirigentes que gostam de lidar connosco como se fôssemos garotos a quem pouco importa saber por que é que é assim... Acham que não têm explicações a dar, fazem como alguns pais que educam os filhos com a estratégia pré-histórica do "fazes porque eu mando".

A cultura democrática, que era suposto termos construído depois do 25 de Abril, verdadeiramente nunca chegou a existir. Muitos dos senhores que exercem cargos públicos, lá colocados com o nosso voto para exercerem o poder em nome do bem geral, estão demasiadas vezes preocupados com a sua vida e a vida dos amigos.

No meio da mais profunda crise de que há memória, tivemos esta semana conhecimento de que os dirigentes de um instituto público decidiram promover, com efeitos retroactivos a Janeiro de 2009, umas dezenas de rapazes e raparigas que com eles trabalham. Acharam que podiam fazer isto, ao mesmo tempo que os funcionários públicos ficam sem parte do seu salário, ao mesmo tempo que parte significativa da população vai pagar mais impostos. O sacrifício da maioria serviria para o regabofe de uns quantos. Sem mais explicações.

Nestas alturas a revolta cresce. Se eu fosse funcionário público gostaria de ver essas chefias na praça pública a pedirem desculpa pela brincadeira de mau gosto. A alternativa é fazermos nós de papás e aplicar-lhes um tabefe. O tabefe é sempre a pior forma de educar, mas às vezes é difícil resistir.
Paulo Baldaia, JN

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Percurso alternativo

Henrique Monteiro

Daqui e dali... Henrique Raposo

Ninguém confia em Sócrates

A principal causa para a subida dos juros da nossa dívida não é a agitação PS/PSD. A causa principal é uma coisa mais evidente: os credores não acreditam neste governo. Olhemos para os factos que comprovam a incompetência de Sócrates.

I. Nos últimos dias, uma coisa passou a ser a verdade suprema do pós-abstenção do PSD: a agitação PSD/PS é a única causa da subida dos juros da nossa dívida. Ora, esta agitação e a demora na obtenção de um acordo foram, com certeza, factores que provocaram desconfiança nos credores. Claro. Mas, atenção, este é um factor conjuntural e superficial. O problema de fundo, a questão estrutural é outra, a saber: a falta de credibilidade deste governo . Os credores não ligam muito à troca de palavras entre um deputado do PSD e o primeiro-ministro, mas ligam muito aos números. E os números, meus amigos, mostram uma gigantesca incompetência de Sócrates e Teixeira dos Santos:

- O OE2010 tem uma derrapagem de 1.8 mil milhões de euros. Teixeira dos Santos admitiu isto na semana passada. Por que razão os media portugueses não falam disto? Uma coisa é certa: durante os chá das cinco, os nossos credores falam muito sobre este assunto.

- A maquilhagem dos 2 mil milhões do fundo de pensões da PT. Isto pode servir para enganar Bruxelas, mas não serve para enganar os credores.

- O "lapso" dos 570 milhões e a errata dos 800 milhões. Estes dois episódios colocam tudo isto no campo do humor involuntário. E, piadas à parte, os credores começam a perceber uma coisa: os portugueses ainda não são gregos, mas têm contas públicas muito pouco transparentes.

- A relutância do governo em largar os TGVs, e um modelo económico caduco.
- A ausência de medidas para renovar nossa economia (exs.: flexibilizar a lei laboral, tal como fez a Espanha e tal como pediu o "euro grupo"; descida da taxa social única).

II. Ora, tendo em conta tudo isto, os nossos credores não acreditam neste governo, não acreditam que Teixeira dos Santos consiga cortar 5% no défice em apenas um ano. E têm razões de sobra para manter essa desconfiança. Os juros não descem por acção dos nossos desejos. Descem por acção dos nossos actos. Expresso

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Daqui e dali... Carlos Fiúza

Cortesia, civilidade e etiqueta

Apesar de abundarem os livros de “Civilidade e Etiqueta”, não se pode dizer, em boa verdade, que a cortesia, a correção, a polidez, a delicadeza ou, melhor, a educação coletiva esteja em grau elevado nos nossos tempos.

Crise de moral, destrambelhamento dos nervos pelas dificuldades da vida presente? Não sei; talvez uma e outra coisa.
O que sei é que as expressões de cortesia estão a rarear, não por culpa do idioma, que nelas é fértil, mas por culpa dos falantes.

“A inducação é muito linda”, dirá alguém menos alfabetizado…

Educação”, “educado” são palavras que, embora assim adulteradas, mostram, no entanto, que até o homem de rudes maneiras avalia ou aceita como alta virtude a alimentação do espírito nos princípios sãos da moral.
Sim, porque educatio vem de “educo”, cujo sentido é - alimentar, cuidar de.
Os Latinos à educação, à polidez, à cortesia chamavam-lhe “humanitas” (humanidade), querendo dizer que o correto procede como um homem deve proceder, e não como um bruto.
Também nós cá, em Portugal, noutros tempos chamávamos vilão ao da vila, rústico, e daí - grosseiro, etc.
E cortês, cortesia vem da velha ideia de serem os da corte, ou dela frequentadora, pessoas de boas maneiras.

Eu não discuto agora a alta questão do desnível entre a “delicadeza” da cidade e a “rudeza” do campo.
Mas sempre direi que na gente aldeã tenho encontrado muita criatura útil à civilização citadina.

Tudo o que neste mundo se usa está sujeito ao gasto. Ora, as expressões de cortesia, como tantas outras, caem muita vez no mecanismo de frases-feitas, de verdadeiros estribilhos sem realidade de significação.
Mas isto é universal!

Vem todo este arrazoado a propósito do recente (e triste) espetáculo que nos foi oferecido (em direto) na Assembleia da República aquando da discussão do Orçamento para 2011.

Quando algum analfabeto deixa fugir, na fluência oral, deturpações como “fazerei”, “menza”, etc., são desvios fonéticos e morfológicos explicáveis; quando alguém diz “a gente vamos” em defensível sintaxe, criticada, todavia, pelos gramáticos feros; quando alguém profere deturpadamente “tisoira” por tesoura; quando se nota um desmando qualquer à linguagem tida por modelar, as chamadas pessoas cultas (como os deputados o deverão ser), deveriam reagir, criticando e, às vezes, até parodiando os pecadores venais. Mas é assim? Claro que não!
Quando no “salão” mais nobre do nosso país, os “dignos” representantes de um povo se permitem usar da linguagem mais baixa, mais torpe, mais inquinada - “calças na mão” é só um exemplo (não contando “palhaço” e “burro”) - então como querer que o País os aceite?

Se os que erram por compreensível ignorância recebem crítica, também os que erram por desleixo, por teimosia ou por falsa cultura merecem o azorrague da crítica; merecem vir ao pelourinho espiar as culpas do desrespeito ao civismo, à educação.
A expressão política continua uma lástima. O erro campeia, ou antes, corre infrene pelos campos da expressão.
Os vícios da expressão, pela sua ubiquidade, são tão inabarcáveis que um homem só não dispõe de tempo nem de nervos para os considerar.
É possível que as minhas palavras desagradem aos apologistas do erro e aos preguiçosos da cultura portuguesa que supõem não ser preciso pôr cobro energicamente à viciação da linguagem pública.
No entanto, e apesar de provado até à náusea a falta de “cultura”, a pretensa “civilidade”, a pouca “cortesia” da nossa classe política… temos de viver com o que temos!
Mas choca-me que um “líder” parlamentar, desrespeitosamente se dirija a um seu par com: “os senhores foram apanhados com as calças na mão!”.
É quase inacreditável! É, no mínimo, deselegante… a nossa democracia não o merece, como o não merece o Povo que neles votou!

No fim destas considerações não fique a julgar-se que elas sejam qualquer apologia de palavrinhas doces, muito impostoramente gentis. O intento deste escrito é o convite sincero para se reparar na alma das palavras que, de tanto se empregarem, já pouco significam ou já raramente se usam, o que é pena, pois com elas, se formos sinceros, poderemos tornar os encontros da fera humana muito menos incómoda.

Carlos Fiúza

Adubo verbal

Henrique Monteiro

Funicular pode ser alternativa à ferrovia no Tua

Barco também pode substituir linha submersa pela barragem

Um funicular entre a foz do rio Tua e a barragem, uma travessia fluvial e o aproveitamento da linha ferroviária não submersa constituem um dos planos alternativos de mobilidade à Linha do Tua proposto pelo Governo. A viabilidade está em estudo.
Esta foi uma das ideias que estiveram em cima da mesa, ontem, no Museu do Côa, na primeira reunião a juntar todas as partes interessadas no processo de construção da barragem do Tua, entre Carrazeda de Ansiães e Alijó, mas que abrange também os concelhos de Murça, Vila Flor e Mirandela.
A criação do aproveitamento hidroeléctrico vai submergir os últimos 16 quilómetros da via-férrea, cortando definitivamente a ligação por comboio entre a Linha do Douro e Mirandela. Ontem, os cinco autarcas voltaram a reivindicar a uma só voz a criação de uma agência de desenvolvimento regional e uma alternativa de mobilidade à linha do Tua.
"As propostas que estão em cima da mesa agradam aos autarcas, resta saber a sua viabilidade financeira, quer na vertente de investimento quer na de funcionamento", sintetizou no final do encontro, o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, realçando a hipótese do funicular, que a ser realidade iria ter cerca de dois quilómetros de extensão, e da travessia do vale em barco até à estação da Brunheda.
Para os autarcas, todas as possibilidades estão em aberto. "Pode ser o modelo A, B ou C. O que nós queremos é que satisfaça a mobilidade diária das populações e que seja atractivo do ponto de vista turístico", sublinhou o edil de Alijó, Artur Cascarejo, falando em nome dos cinco.
Humberto Rosa também deixou claro que a agência de desenvolvimento regional reivindicada pelos presidentes de Câmara "vai mesmo existir". E está mesmo "esperançado" que tal venha a ser uma realidade ainda este ano.
Esta agência é vista pelos cinco presidentes de câmara como fundamental para "mudar o paradigma da construção de barragens". "Que não seja apenas um investimento virado para o aproveitamento hidroeléctrico, mas que também promova a coesão territorial e o desenvolvimento económico das populações afectadas", vincou Cascarejo. Eduardo Pinto, JN

"Conversas (bio)diversas/Tertúlias em torno da biodiversidade"

Daqui e dali... Carlos Fiúza

"Medidas"

As palavras são um espelho admirável do caminhar da civilização, dos processos humanos, das conquistas da ciência, enfim desta ânsia de perfeição que o “bicho” homem abriga em seu peito.
E, se não, vejamos o que tem acontecido com as “medidas”.

Desde que o mundo é mundo, para se avaliarem as grandezas físicas, faz-se mister “medir”, isto é, comparar aquilo que se quer avaliar com outra grandeza ou quantidade arbitrária, que serve de termo de comparação.

Na primitividade, o homem queria “medir”? Pegava numa vara, e “media”. Reminiscência disso: a vara, medida antiga medida de comprimento, itinerária e também de superfície.

Outro processo que o primitivo homem usava era recorrer ao próprio corpo e dele tirava a forma de “medir”.
Media com os pés? Disso é prova o “” das medidas de comprimento e itinerárias.
Media com as mãos? Disso é prova a “polegada”, mais ou menos o comprimento da segunda falange do polegar.
Media com os cotovelos? Demonstra-o a palavra “côvado”, do latim “cubitus”, cotovelo.
Media com os braços? Aí tínhamos as “braças”.
Media com as palmas? Lá estavam os “palmos”.
Media a passo? Por isso se dizia “passo” a medida de 5 “pés”.
A própria milha nos pode fazer regressar o espírito à primitividade de processos de medir, pois “milha” (em latim millia) era correspondente a mil passos.

Tão arbitrárias têm sido as grandezas comparativas, ou as unidades, que os homens não descansam em modificações, ajustes e reajustes.

Pois bem… alguns “aprendizes de cientistas” (leia-se Associação Sindical de Juízes) já pensam, AGORA, em fabricar novos padrões comparativos!

Se assim for, o “metro”passará a ser uma velharia, tão velha como as antigas medidas são hoje, para muitos de nós, curiosas recordações.

Esta notícia de que a “Física” de amanhã pode vir a precisar de pôr de parte as medidas de hoje não está assim tão longe da realidade…

BOYS” e “JOBS” poderão vir a ser o futuro como “MEDIDAS” da nossa sociedade?

Seria talvez um regresso à “bitola” do homem das selvas.

Carlos Fiúza

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Nas Pegadas do Lobo - Ecoturismo em Território de Lobo

www.ecotura.com

Iº Passeio TT Favaíto Off Road (Carrazeda Ansiães)


Realiza-se este fim-de-semana, nos dias 6 e 7 de Novembro, o 1º Passeio TT “Favaíto OFF Road“. Este passeio tem como percursos principais o Planalto de Favaios e as encostas dos concelhos de Alijó e Carrazeda de Ansiães. Este passeio deverá juntar cerca de 90 veículos e aproximadamente 200 pessoas.
Será um “Passeio Verde”, uma vez que pelo cálculo de poluentes produzidos serão plantadas árvores em número correspondente. Tem também como objectivo para além do percurso pelas magníficas paisagens a mostra de produtos regionais e visita à Adega de Favaios. É um passeio Creditado pela Federação Portuguesa de Todo o Terreno e tem um traçado de características exclusivamente “vitivinícolas”.

Dia 6

Check in a partir 8:00h -Mercado Municipal de Carrazeda de Ansiães

Saída 9:30h - Mercado Municipal de Carrazeda de Ansiães

Trilhos de terra batida até ao Rio Douro / Tua

Almoço - Ribalonga do Tua

Trilho ribeirinho e subida das encostas do Douro

Porto de Honra em Castedo do Douro - Santuário de Santa MarinhaTrilho no planalto de FavaiosChegada à Adega de Favaios

Lanche reforçado nas instalações da Adega

Prova de Moscatel e VisitaPercurso ao Anoitecer do Planalto de Favaios ás encostas do Rio Pinhão

Chegada á Enoteca Quinta da Avessada- Favaios

Jantar Volante/Ceia e Animação

Dia 7

10:00h - Ponto de Encontro - Adega de FavaiosPequeno Almoço

11:00h - Partida da Adega de FavaiosTroço na Rota dos Mouros - Troço pela Serra, Castros Romano e Árabe

13:00h - Chegada ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade - Sanfins do DouroAlmoço de Convívio e troca de lembranças.

FINAL

Tarde Livre

Pista de Trial à disposição para os participantes

Oficina de Cozinha Sustentável

quercus.vila.real.viseu@gmail.com

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Daqui e dali... Carlos Fiúza

Evolução e Despersonalização

Disse Herculano:
A Pátria… é a oração ensinada a balbuciar por nossa mãe, a língua em que pela primeira vez ela nos disse: - meu filho!” (Lendas, II, 195).

Meditando nesta afirmação de Herculano, eu pergunto: Ainda seremos Portugueses se amanhã todas as mães de Portugal passarem a imitar aquelas que já hoje dizem aos filhos: “Meu bijou!”?
E será Portugal ainda português, quando as noivas da nossa Terra, imitando as apaixonadas estrangeiras, disserem, todas: “My darling!”?

Lamento profundamente ver-me obrigado por um sentimento de amor à minha Pátria, a de vez em quando sermonear amargamente contra os meus irmãos portugueses, desrespeitadores, indiferentes ou descrentes da nossa Moral, da nossa Honra, da nossa Cultura, símbolos reais da nossa independência.

Mas poder-se-á deturpar o indeclinável dever de reagir em defesa da Honra, da Vergonha, da Verdade?

Na nossa Terra (tão propícia a descobridores) descobriu-se de há tempos a esta parte um estribilho muito acaciano com que se procura desculpar a estragação da Moral.
O estribilho canta assim: “A Moral é um organismo em evolução.”
Com tais palavras, tão genialmente descobertas, se pretende matar os poucos pregadores da Moral em expressão.
A libertinagem não se desculpa com o progredir dos aspetos sociais; pede uma reação enérgica de quem preza os direitos da cultura de um Povo.
Paralelamente, a ignorância ou a anarquia que pretenda justificar a despersonalização idiomática, mediante a distinguível lembrança da “evolução”, deve ser combatida pela verdadeira noção científica do processo natural, que nada tem que ver com a estragação escuidada.

Vítimas inocentes bebem nos jornais os vícios da expressão, e mal sabem que se lhes instilam os defeitos com a leitura desprevenida.
Indiferentes, algo culpados, parecem dispostos a abdicar dos direitos da nossa consciência.

Desorientadores opiniáticos recorrem ao estratagema de atribuir à “evolução” e à descabida frase-feita de que o povo “é quem elabora a língua” a explicação e a manutenção dos vícios destruidores.
Mas é muito superficial a opinião falsa dos que recorrem à “evolução” para legitimar a estragação atual.
Não reparam em que os tempos agora são outros.
Há contactos mais profundos entre os povos; a interpenetração das culturas apresenta-se bem pronunciada; as comunicações, mais velozes, quase neutralizam fronteiras; os ares trazem vozes estranhas, que os nossos recetores espalham pela intimidade do lar.

Nesta hora e nas outras que hão de vir as modificações, todas as modificações, não se efetuarão com aquele moderado andar de muitos e muitos séculos, se a intercomunicação dos idiomas se desenvolver com o predomínio de duas ou três línguas universais.

Carlos Fiúza