Lá vamos nós, cantando e rindo, a caminho do abismo. Temos dirigentes que gostam de lidar connosco como se fôssemos garotos a quem pouco importa saber por que é que é assim... Acham que não têm explicações a dar, fazem como alguns pais que educam os filhos com a estratégia pré-histórica do "fazes porque eu mando".
A cultura democrática, que era suposto termos construído depois do 25 de Abril, verdadeiramente nunca chegou a existir. Muitos dos senhores que exercem cargos públicos, lá colocados com o nosso voto para exercerem o poder em nome do bem geral, estão demasiadas vezes preocupados com a sua vida e a vida dos amigos.
No meio da mais profunda crise de que há memória, tivemos esta semana conhecimento de que os dirigentes de um instituto público decidiram promover, com efeitos retroactivos a Janeiro de 2009, umas dezenas de rapazes e raparigas que com eles trabalham. Acharam que podiam fazer isto, ao mesmo tempo que os funcionários públicos ficam sem parte do seu salário, ao mesmo tempo que parte significativa da população vai pagar mais impostos. O sacrifício da maioria serviria para o regabofe de uns quantos. Sem mais explicações.
Nestas alturas a revolta cresce. Se eu fosse funcionário público gostaria de ver essas chefias na praça pública a pedirem desculpa pela brincadeira de mau gosto. A alternativa é fazermos nós de papás e aplicar-lhes um tabefe. O tabefe é sempre a pior forma de educar, mas às vezes é difícil resistir.
Paulo Baldaia, JN
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