sábado, 6 de novembro de 2010

Daqui e dali... Carlos Fiúza

Newton e a credibilidade das cores

Para começo do que vou dizer, torna-se necessário relembrar que, depois das experiências de Newton, ficámos a saber que os corpos têm a cor dos raios que difundem ou refletem.
Assim, um corpo é amarelo se absorve todos os raios menos os amarelos; é vermelho se não absorve os raios vermelhos; azul, se a absorção dos raios azuis deixa de se realizar.
Compreende-se porquê: os nossos olhos, se não forem daltónicos, captam os raios que os corpos não absorvem e, portanto, refletem.
Convém ainda acrescentar uma coisa que já se deixa ver, e é que, se um corpo refletir duas ou mais cores, absorvendo as outras, a cor será composta pela mistura das cores difundidas.
Falta dizer que o branco é composto pelas sete cores – o vermelho, o alaranjado, o amarelo, o verde, o azul, o anilado e o roxo.
Por outro lado, a gente aprende na Física que um corpo que absorve todas as cores e não difunde nenhuma tem a cor preta. E, se fôramos rigorosos, devíamos considerar que o preto não é “cor”, porque preto é rigorosamente… a ausência da cor.

Vem muito a propósito adicionar aqui este problema colorido:
Tenho sobre a mesa uvas brancas e pretas. Sendo que, verdadeiramente, as uvas brancas são… amarelas e as pretas… azuis”, quais são as “brancas”… e quais são as “pretas?”.

Será este o “problema” do nosso “celebrado OE2011”?
Será que, tal como as uvas, o OE tem duas (ou mais) cores?
Será que onde alguns veem branco, outros veem preto e vice-versa?
Será puro “daltonismo”… ou “política” na sua expressão mais baixa?

Será que os “mercados” veem tudo preto (sem qualquer laivo de branco) … ou veem tudo branco em “preto carregado”?

Obrigado, Newton! Quão esclarecedora (e oportuna) foi a tua descoberta!

Carlos Fiúza

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