Várias organizações pediram novas políticas de ambiente, sustentadas por estudos científicos
A comissão coordenadora da associação Afectados pelas Grandes Barragens e Transvazes (Coagret) exige uma sindicância à actuação das presidências do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICN) e da sua tutela, nos últimos doze anos. Quer também ver revista a rede nacional de áreas protegidas, que considera desactualizada. Ao mesmo tempo, reivindica a retirada da superfície das albufeiras das grandes barragens hidroeléctricas - mas não as suas margens, nem as pequenas barragens de abastecimento público e regadio - das áreas protegidas.
A Coagret, através da sua representação em Portugal, aproveitou a celebração do Dia Mundial da Água para fazer estas exigências e quer também que o processo da Rede Natura 2000 seja "monitorizado e revisto de forma participada, com base científica no início e no fim do processo". A Coagret foi uma das 12 organizações não governamentais (ONG) ligadas à área do ambiente que assinaram a carta, enviada no dia 20, ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, ao comissário europeu do Ambiente, Stavros Dimas, aos ministros do Ambiente e da Economia portugueses, ao presidente do Instituto da Água e ao director-geral da Energia e Geologia, contestando a construção de dez barragens incluídas no Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, mais duas adicionais (Almourol e Sabor), alegando que esses projectos não respeitam a legislação europeia do Ambiente.
Para a Coagret, é inaceitável que a região transmontana esteja "subrepresentada neste processo, lesando os agricultores no pagamento de amenidades ambientais". Foi esta uma das razões por que decidiu comemorar no rio Tua, ontem, o Dia da Água (instituído pelas Nações Unidas, em 1993), com um comunicado à imprensa e a descida de um troço do rio - entre Vilarinho das Azenhas, concelho de Vila Flor, e a Brunheda, concelho de Carrazeda de Ansiães - por 14 canoístas do clube Azenhas Vivas.
Pedro Couteiro, presidente da Coagret-Portugal, fez duras críticas tanto ao ICN como ao ministro do Ambiente, a quem acusou de "não existir". "Existe um ministro dos fundos comunitários para o ambiente. E mesmo assim muito fraco, pois esses mesmos fundos já registam um atraso de catorze meses", considerou.
Também a sul, a população apresenta muitas reservas contra a criação da Barragem do Almourol. Cerca de cem pessoas manifestaram-se na sexta-feira no Rossio ao Sul do Tejo contra a construção daquela infra-estrutura hidroeléctrica, numa iniciativa promovida pelo Movimento Anti-Barragem.
Este movimento popular realizou ontem, naquela freguesia ribeirinha do concelho de Abrantes, uma sessão de esclarecimento sobre os impactos resultantes da eventual construção da Barragem de Almourol na região.
O Grupo de Estudo do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), que participou neste encontro, mostrou-se bastante crítico relativamente a todo o Plano Nacional de Barragens (PNB). Para a organização ambientalista, "não existe uma política energética em Portugal": "Existe, sim, uma vontade enorme de agradar aos lobbies da construção civil", defende, salientando que "é mentira que este PNB seja importante para o país, porque ele não vem resolver problema algum". Público
A comissão coordenadora da associação Afectados pelas Grandes Barragens e Transvazes (Coagret) exige uma sindicância à actuação das presidências do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICN) e da sua tutela, nos últimos doze anos. Quer também ver revista a rede nacional de áreas protegidas, que considera desactualizada. Ao mesmo tempo, reivindica a retirada da superfície das albufeiras das grandes barragens hidroeléctricas - mas não as suas margens, nem as pequenas barragens de abastecimento público e regadio - das áreas protegidas.
A Coagret, através da sua representação em Portugal, aproveitou a celebração do Dia Mundial da Água para fazer estas exigências e quer também que o processo da Rede Natura 2000 seja "monitorizado e revisto de forma participada, com base científica no início e no fim do processo". A Coagret foi uma das 12 organizações não governamentais (ONG) ligadas à área do ambiente que assinaram a carta, enviada no dia 20, ao presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, ao comissário europeu do Ambiente, Stavros Dimas, aos ministros do Ambiente e da Economia portugueses, ao presidente do Instituto da Água e ao director-geral da Energia e Geologia, contestando a construção de dez barragens incluídas no Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, mais duas adicionais (Almourol e Sabor), alegando que esses projectos não respeitam a legislação europeia do Ambiente.
Para a Coagret, é inaceitável que a região transmontana esteja "subrepresentada neste processo, lesando os agricultores no pagamento de amenidades ambientais". Foi esta uma das razões por que decidiu comemorar no rio Tua, ontem, o Dia da Água (instituído pelas Nações Unidas, em 1993), com um comunicado à imprensa e a descida de um troço do rio - entre Vilarinho das Azenhas, concelho de Vila Flor, e a Brunheda, concelho de Carrazeda de Ansiães - por 14 canoístas do clube Azenhas Vivas.
Pedro Couteiro, presidente da Coagret-Portugal, fez duras críticas tanto ao ICN como ao ministro do Ambiente, a quem acusou de "não existir". "Existe um ministro dos fundos comunitários para o ambiente. E mesmo assim muito fraco, pois esses mesmos fundos já registam um atraso de catorze meses", considerou.
Também a sul, a população apresenta muitas reservas contra a criação da Barragem do Almourol. Cerca de cem pessoas manifestaram-se na sexta-feira no Rossio ao Sul do Tejo contra a construção daquela infra-estrutura hidroeléctrica, numa iniciativa promovida pelo Movimento Anti-Barragem.
Este movimento popular realizou ontem, naquela freguesia ribeirinha do concelho de Abrantes, uma sessão de esclarecimento sobre os impactos resultantes da eventual construção da Barragem de Almourol na região.
O Grupo de Estudo do Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), que participou neste encontro, mostrou-se bastante crítico relativamente a todo o Plano Nacional de Barragens (PNB). Para a organização ambientalista, "não existe uma política energética em Portugal": "Existe, sim, uma vontade enorme de agradar aos lobbies da construção civil", defende, salientando que "é mentira que este PNB seja importante para o país, porque ele não vem resolver problema algum". Público
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