segunda-feira, 10 de março de 2008

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Vasco Pulido Valente,
com a receita do costume


A revolução liberal (1834-1836) é o último livro de História de Vasco Pulido Valente. Sim, aquele que classifica todos os políticos portugueses (e não só) abaixo de cão... numa jerarquia celeste, claro!...

O que nele me interessou não foi o que Almeida Garrett sentiu — o fim do Portugal velho e o nascimento do Portugal novo. No período que mediou entre dois Setembros: o de 1834, desde a morte do duque de Bragança, até à segunda abolição da Carta Constitucional de 26, em Setembro de 1836, Vasco Pulido Valente dá-nos um retrato do país de sempre, ou melhor: da receita do costume para desenvolver Portugal. Após a guerra civil de 28-34
— combate político bem maior do que o instaurado pela revolução republicana de 1910, pela ditadura de 1926 até à Constituição de 1933, ou no Período Revolucionário em Construção até ao 25 de Novembro de 1975 —,

através da máquina do Estado, pela ambição de começar tudo do zero, os liberais prepararam-se para construir o seu programa num paradoxo: redistribuir propriedade, instruir o povo, abrir vias de comunicação, através da receita do costume — o uso e abuso do Estado, que se tornava liberal, mas o país não!

Segundo Rui Ramos, o livro mostra bem tal paradoxo: os liberais queriam menos Estado, mas mais emprego para os "patriotas"! No fundo, a receita do costume...

vitorino almeida ventura

8 comentários:

Anónimo disse...

VAV obriga-me a chegar à seguinte conclusão lógica: os portugueses são afinal todos de esquerda. Pela razão simples de que querem que seja o Estado e autarquias a fazer tudo, nada restando para a iniciativa privada e para o uso da liberdade pelos cidadãos, pela simples razão de que estes não sabem o que hão-de fazer com ela.
JLM

Anónimo disse...

Este JLM,ele que me desculpe,diz cada uma -agora os portugueses são todos de esquerda.São um povo católico quase na totalidade,são é de direita.

mario carvalho disse...

http://norteamos.blogspot.com/2008/03/os-dirigentes-da-ccdrn-tem-muito.html

Unknown disse...

Para mim não é a religião que define direita ou esquerda. Mas a maior ou menor intervenção do Estado já tem a ver com a distinção. Economicamente, a direita costuma acreditar na iniciativa privada e quer cidadãos activos,participantes.Embora a extrema direita queira a iniciativa privada muito controlada pelo Estado.
JLM

Anónimo disse...

Caríssimos,

penso que ambos têm razão, sob o ponto de vista do autor Vasco Pulido Valente: JLM porque convoca a herança marxista-leninista (cultura tão actualmente portuguesa do subsidiozinho) e o outro extremo de colectivismo fascista; o outro anónimo porque fala em nome do povo católico (da esmola decerto), os quais confluem totalmente para o mesmo fim: a toxicodependência do velho mata-ratos estatal... Passe a metáfora. Que. não por acaso, a nossa monarquia liberal foi-o excepto em matéria religiosa.

Vitorino Almeida Ventura

vitorino almeida ventura disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
vitorino almeida ventura disse...

Post ScriptuM: Que, não por acaso, a nossa monarquia foi-o, excepto em matéria religiosa.

Anónimo disse...

O conceito de direita e esquerda está tão diluído que já nem se sabe onde começa uma e acaba outra. Senão vejamos o que se passa no nosso país. O nosso governo é de esquerda ou de direita? Era suposto ser de esquerda será que é? Está tudo baralhado... Vamos lá acreditar em políticos e políticas desta jaez....