domingo, 6 de novembro de 2011

Activistas acorrentados pararam obras da barragem de Foz-Tua duas horas

Meia dúzia de activistas acorrentaram-se este domingo de manhã aos portões de acesso às obras de construção da barragem de Foz Tua, em Alijó. Uma iniciativa que visou protestar contra a construção deste aproveitamento hidroeléctrico, da responsabilidade da EDP, que, alegam, ameaça o Douro vinhateiro.

A iniciativa, que apanhou de surpresa os trabalhadores, começou cerca das 9 horas da manhã deste domingo e acabou cerca das 11 horas. A GNR esteve no local mas não precisou de usar a força para obrigar os manifestantes a desmobilizar.

Seis activistas, que disseram agir individualmente, acorrentaram-se aos portões de acesso à obra, impedindo maquinas e camiões de entra e sair, enquanto outros colocaram cartazes com frases como "barragens afunda património - Douro Vinhateiro em risco" e "barragens afundam biodiversidade".

A GNR esteve no local, tomou conta da ocorrência, mas não necessitou de usar a força. Os manifestantes acabaram por abandonar o protesto, sem querer prestar declarações à Comunicação Social, e permitir a normal actividade dos trabalhadores, que ao fim-de-semana se concentram, essencialmente, na construção de um túnel.

O dirigente do Núcleo da Quercus em Vila Real, João Branco, esteve no local para se solidarizar com os activistas, que segundo disse "foi organizada por um grupo de cidadãos independentes de todo o país que decidiram manifestar a sua indignação pela destruição do Douro Património Mundial".

De resto, este tem sido um dos argumentos das organizações ambientalistas, contestando que a construção da barragem de Foz Tua pode ditar a retirada daquele título da UNESCO ao Alto Douro Vinhateiro, atribuído em Dezembro de 2001.

A barragem de Foz-Tua está a ser construída a pouco mais de um quilómetro da confluência do rio Tua com o rio Douro, entre os concelhos de Carrazeda de Ansiães e Alijó e deve começar a funcionar em 2015, representando um investimento de 305 milhões de euros. Texto e foto: Eduardo Pinto, JN

3 comentários:

mario carvalho disse...

http://www.quercus.pt/scid/webquercus/defaultArticleViewOne.asp?categoryID=567&articleID=3640

comunicado da Quercus

Anónimo disse...

E nao há quem vos ponha a trabalhar!
IRRA!

mario carvalho disse...

Relatório da Unesco
Barragem do Tua põe em risco Património Mundial no Douro
07.12.2011 - 09:07 Por José Augusto Moreira


Faz agora dez anos que a região foi classificada pela Unesco (Foto: Nélson Garrido)
O Comité do Património Mundial da UNESCO considera que a construção da barragem de Foz Tua tem um "impacto irreversível e ameaça os valores" que estão na base da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial. Esta é uma das conclusões do relatório da missão consultiva que, a solicitação do Governo português, visitou o local no início de Abril e que aponta ainda para outros impactos negativos e graves do empreendimento. O documento foi produzido pelo Icomos, uma associação de profissionais da conservação do património que é o órgão consultivo daquele comité da UNESCO.

O relatório, a que o PÚBLICO teve acesso, foi concluído em finais de Junho e remetido ao comité, que o enviou depois para as autoridades portuguesas já em Agosto, por protocolo diplomático, via Ministério dos Negócios Estrangeiros, mas permanece ainda no segredo os gabinetes, não sendo conhecida qualquer reacção ou resposta do Governo. Além de analisar os impactos e as consequências do avanço da obra para a área de paisagem classificada como património da humanidade, o relatório critica também duramente o comportamento das autoridades portuguesas.

Nos últimos anos registaram-se dois casos em que a Unesco retirou a classificação de Património Mundial: na cidade de Dresden e em Omã.

http://www.publico.pt/Local/barragem-do-tua-poe-em-risco-patrimonio-mundial-no-douro-1524083