segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Daqui e dali... Henrique Raposo

O bullying de Sócrates sobre Seguro

O humor involuntário do socratismo continua. De maneira quase hilariante, esta sarna política - que nos levou à bancarrota - está agora a fazer política de terra queimada. A gentinha socrática, que devia ser a primeira a assumir as suas responsabilidades perante o OE'12, anda por aí a gritar e a corroer a liderança de Seguro. E nem sequer interessa saber se Sócrates ligou ou não aos seus peões parlamentares . Porque esses peões estão a trabalhar - há muito tempo - no sentido do PS roer a corda, isto é, no sentido do PS roer o acordo com a troika. O socratismo está a fazer bullying sobre Seguro há muito tempo.

Não é por acaso que temos assistido a um espetáculo cómico: os meninos socráticos têm colocado em causa a dimensão do buraco descomunal que este governo herdou do governo anterior. E percebe-se porquê. O socratismo só tem esta estratégia na manga, só lhe resta dizer que "não senhor, não há cá buraco nenhum, nós até deixámos o país em condições, estava tudo bem, não havia buraco". Sucede que esta estratégia tem vários problemas. E o principal é este: o buraco socrático foi confirmado pelo Banco de Portugal e pelo INE. Não é uma invenção de Passos (que, claro, tomou estas medidas porque tem uma vontade enorme de ser popular, ora essa). Não estamos - repare-se - no domínio das diferenças de opinião, mas no campo da honestidade perante a realidade. Ante este facto, ante este buraco de 3,4 mil milhões, os socráticos só tinham uma opção séria: apresentar alternativas que evitassem o corte nos subsídios. Mas os leãozinhos de Sócrates não entram neste debate, porque isso significaria a aceitação do facto, porque isso era o mesmo que dizer "sim, o nosso querido líder deixou um buraco descomunal". Portanto, esta fauna socrática continua a fazer aquilo que sempre fez: distorce factos, evita a realidade, e grita. Grita muito.

Moral da história? Os socráticos querem que Seguro vote contra o OE'12, porque uma abstenção de Seguro representa (representará?) um PS que aceita como verdadeiro o buraco orçamental deixada por Sócrates, porque uma abstenção de Seguro representa (representará?) uma condenação tácita da herança de Sócrates. E esta gentinha socrática não aceita isto. Porquê? Porque esta fauna não está a defender o país. Está a defender, isso sim, o seu dono, essa pessoa genial que anda a pavonear os fatos Armani pelos melhores restaurantes de Paris.
Expresso

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