domingo, 15 de julho de 2007

José Saramago defende que Portugal deveria tornar-se uma província de Espanha

O prémio Nobel português José Saramago defende, numa entrevista publicada hoje no "Diário de Notícias", que Portugal deveria tornar-se uma província de Espanha e integrar um país que passaria a chamar-se Ibéria para não ofender "os brios" dos portugueses. Público

11 comentários:

Unknown disse...

Sou da mesmissima opinião. Já ontem era tarde e o nosso futuro estará hipotecado, senão houver regionalização que nos valha ou anexacção.
Manuel Pinto

Hélder Rodrigues disse...

Portugal tem um percurso histórico de quase nove séculos, durante o qual, muito sangue se derramou para que se mantivesse independente. É o país que mantém intacta a sua linha de fronteira há mais tempo, preservando, assim, o seu território. Além disso, Portugal tem uma Língua própria, das mais faladas e respeitadas do Mundo, Língua essa que assegura e nos confere, desde sempre, uma Identidade Nacional. Temos uma Cultura específica, nas suas múltiplas variantes que marca, igualmente, as nossas ancestrais origens. Por tudo isto e muito mais (que não caberia aqui dizer), orgulhemo-nos da nossa Pátria amada. A destruição de uma nacionalidade nunca fica impune, sejam quais forem os argumwentos (territoriais, bélicos, intelectuais - como é o caso presente -). Embora respeitando a "opinião" de J. Saramago, discordo completamente dela. Aliás, não será esta "opinião" um mero e momentâneo desabafo intelectual influenciado pela sua intensa vivência em Lanzarote? É que eu não acredito, de todo, que ele renegue a Pátria onde nasceu e que tanto o valoriza (justamente), pela sua grande obra literária.

Hélder Rodrigues

Hélder Rodrigues disse...

Numa altura em que o conceito de GLOBALIZAÇÃO se generalizou, não faria, pois, sentido criar uma tal "Ibéria" (já existe histórica e geograficamente)e muito menos faria sentido tornarmo-nos uma mera "província" dessa "Ibéria".
Não sejamos tão PESSIMISTAS em relação ao nosso futuro. Portugal tem agor condições substantivas para acompanhar o ritmo europeu. Que cada um de nós dê o melhor de si, isto é, que cultive honestamente a sua cidadania e, todos juntos, haveremos de vencer o futuro que começa já hoje.

Hélder Rodrigues

Anónimo disse...

O Manuel Bareiras Pinto, ( se bem te conheço) só podes estar a brincar aos "espanholicos"!
Que todos os Portugueses, desde os mais pobres até à classe média, gostariam de arrecadar rendimentos como os dos nossos vizinhos,não tenho grandes dúvidas, mas daí até chegar ao ponto de "vendermos" a nossa história, vai uma distância francamente abismal.
Por vezes somos traídos pelos nossos próprios desabafos, tentando num ápice, significar um desejo que achamos merecer e que os nossos governos raramente satisfazem.
Se de algo teremos de nos queixar, não é da nossa má sorte, mas sim de todos aqueles que há mais trinta anos deveriam ter enveredado pelo caminho das reformas políticas e nunca tiveram a coragem nem competência de as validar. Concordo plenamente com os comentários do Dr. Hélder Rodrigues, a quem cumprimento.
Carlos Fernandes-Pombal

Anónimo disse...

Caros amigos, irmãos, vizinhos... Sou espanhol e talvez conheça a língua (em termos gramaticais) e a cultura portuguesa muito melhor que a espanhola, curioso, não é? gostava muito que as relações entre ambos países fossem maiores; de facto, é um dos meus objectivos dar a conhecer Portugal. Cada Comunidad Autónoma é uma realidade diferente; hoje em dia falamos em "C. Autónomas", "Provincias", concelhos, distritos... para diferenciar "zonas" num próprio país... Em que ficamos? Sejamos mais abertos, e façamos com que essa identidade que vos caracteriza seja mais conhecida por Espanha, Europa,resto do mundo...

Roberto Moreno Tamurejo

Hélder Rodrigues disse...

A característica da nossa Identidade está disseminada pelo mundo, sobretudo, a partir do séc. XV... A diáspora lusitana ainda perdura e sempre deu provas (continua a dar) da nossa fraternidade com os outros povos e muito especialmente com o país vizinho de "nuestros hermanos", dos quais sou amigo, muito admiro e onde estudei (Máster Universitário en Antropoloxía Social e Cultural - Santiago de Compostela).
Também considero que as nossas relações com os vizinhos são excelentes (porque haveriam, por isso, de ser maiores?).

Mas voltando à afirmação do escritor José Saramago, e agora numa perpectiva estritamente literária, julgo estarmos em presença de um INTERTEXTO com a sua emblemática obra "A Jangada de Pedra", onde ele cria (talvez a partir da simbologia centrada na personagem Joana Carda quando esta riscou o chão com uma vara de negrilho...e depois a partir da primeira fenda numa enorme laje natural, nos "Montes Alberes"...) a imagem ou quadro, da Península Ibérica a separar-se do resto da Europa, como uma jangada vagueando pelos mares... Sendo assim, talvez não seja tão "inocente" esta sua ideia de "provincianizar" Portugal num hipotético Iberismo sócio-político...

Agradeço e retribuo os cumprimentos do amigo Carlos Fernandes do Pombal.

Hélder Rodrigues

Anónimo disse...

Não me parece que haja necessidade de tomar posição. Vamos ver como as coisas vão decorrer. É mais que provável que as relações económicas, culturais, pessoais, etc. , irão ser cada vez mais estreitas. Se,depois, isso dará ou não origem a uma qualquer ligação política não o sabemos. Mas o estreitamento de relações concretas pode ser tão grande que pode mesmo ser superior a qualquer ligação política. De todo o modo , vamos partir para o relacionamento sem complexos ou receios.

Anónimo disse...

"Também considero que as nossas relações com os vizinhos são excelentes (porque haveriam, por isso, de ser maiores?)."

Caro Hélder Rodrigues,

Acha??? ou refere-se às relações transfroteiriças??? ou às relações com a Galiza??? Eu vivo na fronteira, as relações são excelentes, mas para mim insuficientes.

Roberto

Hélder Rodrigues disse...

Se algo é excelente, como é possível tal ser (ainda) insuficiente?! Com o devido respeito, parece-me haver aí uma certa contradição.
De qualquer modo, eu refiro-me em termos de generalidade. Temos ou não excelentes relações com Espanha? Sim ou não?
O que tenho de respeitar, isso sim, é a sua opinião pessoal, porque cada um vive a sua própria realidade.

Cumprimentos.

H. R.

Anónimo disse...

Uma contradição? podemos falar em relações excelentes, mas insuficientes... As "POUCAS" (podiam ser bastantes mais) relações que existem são EXCELENTES. Imagina se foram MUITAS relações e EXCELENTES! Óptimo, não é? No entanto, eu sempre quero mais! A língua, sempre viva, vai paralela à sociedade, como acontece com o mundo das artes... Por isso, as relações culturais entre países também se modernizam.

Cumprimentos

Roberto

Hélder Rodrigues disse...

Gostaria de lembrar ao amigo Roberto (porquê o "anónimo"?) que foi a partir da afirmação polémica de José Saramago que eu quis realçar, em termos GERAIS (repito), as nossas EXCELENTES relações com Espanha. Os dois países já formam entre eles a IBÉRIA, por isso, não faria sentido tornarmo-nos uma mera província desta península. No seu texto de 16 de Julho, no último período,Roberto preconiza que "... sejamos mais abertos...". E logo a seguir: "essa identidade (...) seja mais conhecida por Espanha, Europa, resto do Mundo...". Então, como quer que sejamos mais abertos? E a nossa Identidade (língua, cultura, economia, tradições...) seja ainda mais conhecida? Acha que as nossa EXCELENTES relações com os vizinhos são assim tão ínfimas e insignificantes? Há é que consolidar cada vez mais este IBERISMO sem o fragmentar, como "pretenderia" Saramago. Aliás, a afirmação polemista deste escritor (tal como é polemista o seu espólio literário), tem sido inteligentemente explorada pelos Media e por tudo quanto é comunicação, como, aliás, se verifica neste mesmo espaço. Finalmente, estou de acordo consigo, porque se trata de uma evidência, quando afirma que as relações culturais entre países também se modernizam. Ora isto só é possível quando se verificam EXCELENTES relações institucionais, GENERALIZADAS, entre países. É apenas nesse contexto que eu venho tecendo os meus comentários.

Cumprimentos.

H. R.