Sindicatos rejeitam transferência de competências no que concerne à contratação de professores e autarquias discordam de diploma
Um diploma do Governo atribuiu aos municípios a possibilidade de gestão em matéria de educação até ao terceiro ciclo do ensino básico, a partir de Setembro. As novas competências passarão “pela conservação, manutenção e construção de edifícios escolares de nível básico”. Actualmente, já existem escolas e autarquias disponíveis para iniciar a experiência, contudo, no que diz respeito à possibilidade de alargamento das competências das autarquias na contratação de pessoal docente, os sindicatos de professores são unânimes na rejeição do projecto-piloto, considerando que este contribuiria para a emergência de instabilidade nas escolas. Em declarações à Lusa, Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação, declarou que o diploma desenvolve o quadro de transferência de competência para os municípios em matéria de Educação, explicando que “a proximidade das autarquias em relação às suas escolas permitirá seguramente gerir com maior eficiência os recursos disponíveis”. Contudo, como referiu em conferência de imprensa, o pacote de transferência de competências não abrange a contratação de docentes, como estava previsto, uma vez que, “em resultado da consulta pública, concluiu-se que não estavam reunidas as condições para essa transferência”. Alice Suzano, dirigente do Sindicato de Professores do Norte (SPN), considera que a proposta governamental não era correcta e que “o Ministério da Educação é que deve continuar a contratar professores”. “O sindicato não compreende a vantagem de transferir estas competências, nem conseguimos perceber qual a justificação. As próprias autarquias não têm dado vazão às contratações para as Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC), tendo a maioria entregue as funções a privados”, acrescentou. Mensageiro de Bragança
3 comentários:
Como se nota pelos litígios actuais que não há entendimento possível entre os professores e o poder central( parece haver mesmo uma incapacidade total de as escolas serem dirigidas a partir de Lisboa), acho que é altura de tentar resolver os problemas a nível local: as pessoas conhecem-se melhor e é mais fácil o entendimento entre elas.E os professores viam-se livres da ministra.
Não me parece da conveniência em que sejam as C. Municipais a resolver o problema do ensino nos respectiovos concelhos.
A super-estrutura daí decorrente leva-nos sempre aos graves problemas que abragem os Municípios.
Evito ser repetitivo nos aspectos que se prendem com os compadrios etc., etc..
A solução há muito que deveria ter sido encontrada através da Regionalização para o País.
Se assim não for e se se pretender criar super-Municípios com poderes e mais poderes, mais e mais meios financeiros, inviabilizando aquela forma de Gestão Regional, então eis chegados a um populismo que nos levará à ruína cívica e política.
Essa solução da regionalização era óptima. É que assim, a impedir sistematicamente as soluções do poder central, não vamos a lado nenhum.Se não há saída através do poder central,tem que ser encontrada por outro modo e essa da regionalização não parece má. Bloqueados, sem soluções, é que não podemos ficar.
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