quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Daqui e dali... Aníbal Gonçalves

Este pequeno pedaço de natureza é o Rio Tua logo por cima da ponte na Brunheda. Vemos a estação do comboio e um pequeno troço da linha.Está quase certo que vão afogar o rio e a linha. Os autarcas que temos estão preocupados em fazer um bom negócio! "Vendem" a linha do comboio, vendem o rio, vendem a alma, só não sei a troco de quê. Chalaças de desenvolvimento estou farto de ouvir. Estamos tão longe que até o desenvolvimento não descobriu como cá chegar! Agora alguns políticos inteligentes, descobriram que temos que ser solidários com o país. Quando é que a EDP começa a ser solidária?

Fotos e texto: Aníbal Gonçalves - À Descoberta de Carrazeda de Ansiães

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bem, Aníbal Gonçalves. É por estas e tantas outras que eu,ao contrário de outras eleições, laranja em Carrazeda, jamais. Já chega a ser cansativo falar de falta de desenvolvimento na nossa terra e á que reconhecer a bergonha por isto estar cada bez mais namesma.

mario carvalho disse...

in Diário de Noticias 02/02/2008

A ALDEIA DAS PROMESSAS


João Marcelino
1 Por estes dias, um cidadão tomou a palavra no DN para se afirmar candidato a "apertar o pescoço ao Sócrates e ao Durão, porque o PS e o PSD foram ambos responsáveis pelo estado lastimável a que chegámos". Assim, brutal.

Estaria ele a fazer chicana política? Não. Quereria, então, protestar contra a Guerra do Iraque, os voos da CIA ou, até, contra os resultados da presidência portuguesa da União Europeia? Também não. Seria, ao menos, um descrente perigoso e contumaz das virtudes da governação do imenso bloco central que ilustra a tendência bem portuguesa para fugir aos terríveis perigos da direita e da esquerda bem assumidas? Nem isso.

Francisco Oliveira é, apenas, um alentejano desiludido - com os políticos e com o País.

O destino quis que se tornasse presidente da Aldeia da Luz. E ele, ao leme de um processo doloroso que levou um aglomerado de 360 pessoas a mudar de lugar em nome do interesse geral, acreditou nas promessas que lhe fizeram. Sonhou, pois, em desfrutar de coisas tão extravagantes como uma adega cooperativa, um posto de recolha de azeitona, um embarcadouro (ele disse marina), um lar de idosos, enfim, luxos que tornassem menos pesada a vida. E como lhe prometeram...

Mas o Estado português habituou-se a nem sempre cumprir. Os políticos dizem mas não fazem, a tesouraria não paga a tempo e muito menos admite os juros que em caso contrário exige. Além do mais, vá lá saber-se porquê, o País acha-se no direito de se reinventar com cada governante. Há um antes e um depois, sendo que em cada eleição o contador é posto a zero.

Neste caso concreto, entre o Estado e os habitantes da Aldeia há uma Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva (EDIA) à espera, todos estes anos depois, de "um relatório" para saber o que falta construir e o que deve ainda obrigatoriamente fazer.

José Sócrates, que nos últimos dias foi ao Alqueva ver como estão os grandes projectos turísticos anunciados para o imenso lago, tem aqui um óptimo pretexto para dar uma lição: remodelar o desleixo. Demonstrar que é o primeiro-ministro de ricos e de pobres. E a seguir, quando for possível, pode fazer um desvio e parar na Aldeia da Luz. Será, com certeza, bem recebido. Assim ele julgue ser essa a sua obrigação.

2 Não é rigoroso falar em remodelação. Houve, sim, um despedimento, com justa causa, do ministro da Saúde, técnico competente, político nada hábil. A prioridade, tornada urgente pela gritaria nas ruas, foi acalmar o povo, e só porque era absolutamente necessário se prestou vassalagem aos agentes culturais, e também aos pseudo. De uma penada, a ala esquerda do PS teve duas vitórias. Resta saber se isso será suficiente para Manuel Alegre renunciar à vertigem que parece consumi-lo: a de lançar um movimento que, pela terceira vez (depois da sua campanha a Belém e da candidatura de Helena Roseta a Lisboa), prove existir um outro PS, ainda capaz de mobilizar a utopia. A maioria do PS, como parece evidente, não resistiria a tanto. E Alegre resistirá a esse apelo?

Pelo estilo, Marinho Pinto é um bastonário fiel a quem o elegeu: os advogados que não têm sociedades montadas para mamar na teta do Estado e dos grandes negócios. Resta saber se conseguirá dar o salto que coloque as suas denúncias, genéricas mas muito aplaudidas, a salvo de um populismo sem sentido nem futuro.

PARA MEMÒRIA FUTURA:

Os líricos de cá nem forças terão para gritar quanto mais coragem para apertar seja lá o que for
mário