segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Do product placement ao soft sponsoring
ou De como dão, envenenado, um rebuçado ao povinho...


Outro dia, fiquei banzado. Ouvi um actor que falava alto e bom som num restaurante de província o quanto a escrita do argumento da série em que entrava dependia de marcas de mobiliário e electrodomésticos... Que
estava fulo por receber só xis por interagir (com a actriz A ou B, pensei eu, qual quê!) com um micro-ondas e queria vários Y para contracenar com uma saladeira e uma varinha mágica. Luísa Villar foi a criativa deste product placement, há dez anos em Portugal, publicidade enxertada no seio de programas sem aviso ao consumidor. Depois, segundo li a Eduardo Cintra Torres, o representante da mercadoria pode pedir censura de cenas que não sejam favoráveis à sua marca... E já se entrou (como estou mesmo atrasado!)
numa nova era: a do soft sponsoring . Assim a das Obras do Max, programa
soft, mas tão hard, que me passou completamente ao lado, onde a marca Max Mat beneficiou de preços bem abaixo da tabela de publicidade.
Mas como tantos espectadores (tantos) lhes vão provocando uma ruptura de stocks!

vitorino almeida ventura

5 comentários:

Anónimo disse...

Efectivamente, hoje não há sequer a tentativa de o fazer com discrição. Tentam impingir-nos marcas e produtos, centrando toda a acção na publicidade e secundarizando a arte e ciência de representar.É uma agressividade exagerada de um apelo ao consumo que desvirtua toda a representação. Antigamente tinhamos o intervalo para publicidade. Agora temos uma publicidade contínua.
Miguel

Anónimo disse...

Dr.: Como é que é tão ingénuo? - Já devia saber que a lógica do lucro vence sempre.

vitorino almeida ventura disse...

O Miguel disse-o muito bem. A questão está na publicidade como um continuum, ou seja, a procura é completamente formatada por parte da oferta. Isto chega de ser quase obsceno, se tanta gente pensa que pensa... E apenas segue a voz dos donos!

Vitorino Almeida Ventura

Anónimo disse...

Dr.:Pois se desse modo é que dá maior lucro,faz-se assim para obter maior lucro. Pensa que a Igreja ou o Estado têm força para controlar a situação?Ou o D. Quixote que existe em si vai resolver alguma coisa? Deixe andar que a algum lado irá parar.

mario carvalho disse...

eu aprecio muito esta .. a propósito do tema


http://www.youtube.com/watch?v=SB64T1m_Z2g&feature=related