«Um famoso dissidente comunista dividiu os dissidentes entre os ex-comunistas e os antigos comunistas. Explicou a diferença, que aliás é fácil de perceber.
Ex-comunistas eram todos os que, tendo saído ou sido obrigados a sair, se mantinham com uma identidade totalitária, com a cabeça formatada na mentalidade de quem continua a considerar-se um iluminado, com um papel de vanguarda introvertido, incapaz de ouvir e de olhar os outros, de tal forma continua agarrado às suas ideias.
Esses, os ex-comunistas, saíram dos partidos comunistas e continuaram a viver num mundo à parte, um mundo de infalibilidades, de arrogância intelectual, de superioridade moral, um mundo fechado em que não há passado, nem há história.
Os antigos comunistas, pelo contrário, são os que modestamente reconhecem que as pessoas são imperfeitas, que se erra, que a democracia é isso mesmo e que olham para os outros com o mesmo olhar com que olham para si próprios. Os que procuram aprender com os erros e perderam a visão totalitária ao regressarem à normalidade de uma vida banal.»
Esses, os ex-comunistas, saíram dos partidos comunistas e continuaram a viver num mundo à parte, um mundo de infalibilidades, de arrogância intelectual, de superioridade moral, um mundo fechado em que não há passado, nem há história.
Os antigos comunistas, pelo contrário, são os que modestamente reconhecem que as pessoas são imperfeitas, que se erra, que a democracia é isso mesmo e que olham para os outros com o mesmo olhar com que olham para si próprios. Os que procuram aprender com os erros e perderam a visão totalitária ao regressarem à normalidade de uma vida banal.»
Excerto do livro Foi Assim, de Zita Seabra.
5 comentários:
É confrangedor ver Zita Seabra, eis militante do PCP, defender políticas do PSD.
Então no último Prós e Contras da RTP, foi catastrófico.
É evidente que o PSD a mandou para esta linha da frente, salvaguardando os seus verdadeiros políticos que, sobre OTA e ALCOCHETE, estão muito mal na fotografia desde há vários anos a esta parte. Afinal foi no PSD que começou a OTA.
Não me interessa a Zita Seabra e toda a sua vida. Interessa-me, sim, o que no texto está sublinhado.
E eu não vejo isto num contexto estritamente político. Vejo-o num contexto de relacionamento humano.
Há, na realidade, pessoas que julgam saber tudo e cujo cérebro funciona convencido de que chega mais iluminadamente à verdade, às ideias geniais do que o cérebro das outras pessoas.
Não deixam falar ninguém, só se ouvem a eles próprios, julgam a sua conduta moralmente superior, quase não se acham simples mortais.
Reconheço que, dentre os comunistas ou ex - comunistas, há uma boa percentagem que pensa assim. E isso deve-se a acreditarem na superioridade intelectual e moral da vanguarda revolucionária do proletariado. Também entendem o raciocínio dialéctico como infalível e científico, tão científico como o das ciências da natureza.
A frase” Assim como à noite se segue infalivelmente o dia, também ao capitalismo se segue infalivelmente o socialismo e, posteriormente, o comunismo” - é um exemplo esclarecedor.
Isto tudo está, politicamente, ultrapassado. Mas há modos de pensamento, regras mentais instaladas, que não desaparecem facilmente dos cérebros atingidos.
Será que estão a falar do senhor das Selores, ex-comuna laranja?...
Mas ela, antes, parecia uma iluminada no PCP e queria sê-lo. Agora também quer parecer iluminada no PSD!
De facto a vida da Senhora não importará muito.
Dela (vida)só nos interessa extrair as diferenças de uma e outra políticas!
O resto não interessa mesmo nada.
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