Há muito que “se leva a água ao moinho…”
Todos se lembram dos moinhos, hoje verdadeiros “monumentos” do património histórico, pois foram progressiva e lamentavelmente abandonados, consequência da força do progresso da indústria.
Os poucos que ainda existem estão, grande parte deles, danificados pelo tempo e pela inércia dos seus donos.
Os moinhos primitivos – as atafonas – movidos pela força animal, eram puxados a bestas e cavalos. A sua existência remonta à época romana. Posteriormente, criaram-se os moinhos de vento - eólico – e os moinhos de água – as azenhas – movidos pela força da água, construídos à beira de ribeiros e de rios. É nesses últimos que deposito a minha atenção.
A montante dos moinhos eram construídos os açudes, onde se represavam as águas necessárias para entrarem no “cubo” feito de cantaria (dado que o cimento ainda não existia) e a última pedra do cubo possuía um buraco mais reduzido para que a água fizesse mais pressão na roda da coroa, esta feita de madeira e afixada numa vela de ferro, atingindo grandes velocidades, fazendo girar a mó móvel sobre a fixa, moendo os cereais que passavam na tremonha. Ao esgotar-se o cereal, o moleiro era avisado por um chocalho. Cabia-lhe ensacar e entregar a respectiva farinha às pessoas que lhe tinham confiado o cereal. No Verão, os moinhos construídos à beira dos ribeiros, tinham que forçosamente deixar de laborar, porque a força das águas diminuía.
Oxalá que os poucos que ainda restam tenham longos anos de vida em homenagem às bocas que alimentaram.
Foto Ansiães Aventura (moinhos abandonados - ribeiro da Veiga - Marzagão)
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