segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Daqui e dali... João Lopes de Matos

Público de 13/01/08

Vêm hoje (13/01/08) três artigos no Público que me merecem considerações diferentes: - um do director, que considero excelente, e dois de António Barreto e Vasco Pulido Valente, que não me convencem.

O primeiro consegue ser objectivo, frio, com um espírito científico à prova de qualquer ideia feita, sem medo de chavões, sejam eles quais forem. - Precisamos de saber como as coisas são, como se definem, que características têm, para sabermos como actuar.

Claro que há, por exemplo, deficientes mentais, mas esse facto só nos leva à conclusão de os tratar o melhor possível, atendendo às suas especificidades próprias. Por quê impedir o estudo dos atributos específicos das fêmeas, dos machos, dos pretos, dos brancos, dos amarelos, dos ciganos, dos indianos, dos judeus? Por quê impedir o estudo da força da genética (geral ou particular)?

Para sabermos trabalhar com algo, é preciso, primeiro que tudo, conhecê-lo, saber as suas linhas definidoras.

Quanto aos artigos de A. B. e V. P. V. são característicos de seres bem - pensantes, que não compreendem a contraditoriedade da vida e o valor da acção.

Sócrates, gostemos ou não, contrariamente ao que é dito, mexe com as pessoas, com as instituições, e, na embrulhada toda que é a vida, procura agir. Sinto o país, mais do que nunca, dinâmico, não parado, com uma liberdade activa, não uma liberdade diletante.

Aliás, algumas destas afirmações não são inaplicáveis a V. P. V., que toma posições e luta, numa ânsia de acção, para a qual afinal não veio talhado.

João Lopes de Matos

13 comentários:

vitorino almeida ventura disse...

Caro João Lopes de Matos,

permita-me que discorde dos estereótipos que apresenta: primeiro, todos nós somos anormais. Freud demonstrou isso claramente na Patologia da Vida Quotidiana, com os lapsus linguae, os actos falhados... Depois, podemos geneticamente estar mais perto de uma mulher do Zaire do que de um macho sueco...

Também discordo da avaliação que faz de António Barreto, com uma capacidade de trabalho verdadeiramente invulgar. Chegou a ver o último Portugal, um retrato social? Sobre Vasco Pulido Valente, sabemos como ele acha todos os políticos péssimos e de como gostava de viver no puro liberalismo... Algures no séc. XIX.

Sobre Sócrates, concordo. Foi um homem de acção e de pensamento. Tanto que não deixou nada escrito. Não fora Platão e nada dele restaria...

Ab.,

Vitorino Almeida Ventura

Anónimo disse...

Caro V.A.V.:
O senhor, que se diz meu amigo, discorda tanto de mim! Será que continua a ser meu amigo?
Sobre a genética, eu não afirmo que ela tenha chegado já a resultados seguros. Eu apenas defendo a legitimidade de aprofundar os estudos genéticos para podermos chegar a resultados concludentes. E, se cientificamente provados, aceitarmo-los como dados concretos a ter em conta. Sempre lhe digo que não acho muito provável que sejamos mais parecidos com uma mulher do Zaire do que com um macho sueco, porque os nórdicos têm uma bunda mais saliente e mais parecida com as bundas das zairenses. Mas se a ciência chegar a essa conclusão, paciência, há que aceitá-la e não ficarmos complexados por isso.
Quanto ao Vasco, parece-me que não há dissonância entre nós. Mas quanto ao António, sim: fez e faz coisas boas mas, do meu ponto de vista, canta de galo( eu é que sei - dirá ele) e é bastante diletante e abusa da sua capacidade argumentativa - chamar fascista ao Sócrates só convence os que não viveram antes do 25/4.
Caro V.A.V.: espero não o ter desiludido com a minha resposta e quero continuar a contar com a sua amizade e, sobretudo, com a sua lealdade.

vitorino almeida ventura disse...

João Lopes de Matos, meu bom amigo, deu agora em polemista profissional... Claro, que são tudo jogos florais... Mas continuemos a divertir-nos. Relativamente à opinião de António Barreto, que eu muito admiro, contra a sua, socrática, apenas tenho de responder como sei, contando uma história... de acção:
Um sapateiro de uma aldeia do concelho sobre um ano fecharem no inverno as portas das termas de São Lourenço, disse: - Era quebrar a porta e afogar no rio quem o fez! Finalmente, parece que a acção socrática consegue cumprir a profecia do nosso Bandarra, multiplicando-a exponencialmente. Afundar a linha, as termas... Bota-abaixo! Arrase-se também com todos os serviços de proximidade e Viva a Reconquista Cristã!

Vitorino Almeida Ventura

vitorino almeida ventura disse...

Post Scriptum: E não podemos ir viver todos para o Terreiro do Paço?

Anónimo disse...

E assim acaba tudo em beijinhos e abraços.

Anónimo disse...

acaba mas è tudo afogado pela barragem. o setor matos acha mesmo que ajir è acaabr com tudo! centro dessaùde á noite, escola pra vila flor, camra pra moncorvo. carazeda, cemitèrio, já!

Anónimo disse...

Cemitério já Carrazeda é há muito tempo!
Pelo menos desde que os "Barbosas" tomaram conta disto e deram esta triste continuidade até hoje!
Se algo (muito pouco) se tem feito, apenas serviu de justificativo aos enormes custos que o concelho tem pago a tantos embusteiros que dele e de nós se têm servido.
É mesmo assim!

Anónimo disse...

Estes dois seres bem - pensantes julgam que gozam com nós para a gente julgar que andam de candeias às avessas. O JLM nao deve ter mais nada que fazer do que brincar às reformas. Pica a Alazira, pica o VAV e no outro blogg o Zé Alegre, que fica trriste, furibundo. Já se sabe que este é mau deencaixar uma piada. Assim como andando, quem é o sapateiro Bandaarra do concelho? Com tanta acção, é igualzinho ao Zé Socas (como dizem as veilhas mais cotas) e bem pode chegar a 1º Ministro!!!!!!!! rechel

Anónimo disse...

Não seja injusta comigo,Rechel. Eu era lá capaz de brincar com coisas tão sérias!Ainda se vai arrepender de ter dito tal enormidade. Mas eu perdoo-lhe e não será por minha causa que irá para o inferno.

Anónimo disse...

Caro anónimo nº2:
“ O setor matos acha mesmo que agir é acabar com tudo” - Impressionou - me esta sua frase.
Mas se olhar para a América, que manda no mundo( não tanto como gostaria), há - de ver que eles passam o tempo a fazer, desfazer e refazer. Todos os dias surgem milhares de desempregados e todos os dias se geram milhares de empregos. Schumpeter chamava a isto a “ destruição criadora”.
Claro que eu não quero que se acabe com tudo. Eu quero é que se actue para que haja empregos e as pessoas andem entretidas com um trabalho. É claro que aquilo que antes era visto a nível da aldeia e das suas hortinhas é hoje visto a um nível muito mais elevado e com agricultura moderna, fábricas e, sobretudo, turismo com maluqueiras( Las Vegas que se faz, desfaz e refaz).
Entende como hoje se entrou num frenesim, que eu não sei onde irá levar?
Mas, por enquanto, temos que fazer o mesmo para que não falhem as tais centenas de milhares de empregos prometidos por Sócrates.
Se eu gosto deste frenesim? Não. Mas, por enquanto, não há outra saída.

Anónimo disse...

Não concordo muito com esa dinâmica do Sócrates e dos seus seguidores. Por vezes é uma dinâmica sem grande sensatez, e a liberdade de que fala é muito questionável. Só quem labora em certos ambientes é que se apercebe como é débil e frágil a liberdade que tanto apregoam. Não passa de uma panaceia. Reconheço que havia muita coisa a melhorar, mas as alterações que têm sido feitas em alguns sectores, concretamente na Educação, Justiça e Saúde, têm sido verdadeiramente desastrosas. Depois são tão arrogantes, os responsáveis por essas pastas, que não são capazes de parar para pensar e rever algumas medidas que têm tomado, perfeitamente telúricas. Julgam-se infalíveis.
Será que isto é democracia? Sinceramente não gosto nada do que está a passar-se no nosso País. E são sempre os mais carenciados que sofrem, como temos verificado. Então pergunto, o que se pretende com tudo isto? Todos sabemos bem....

Anónimo disse...

Este último anónimo diz não concordar com a dinâmica de Sócrates, mas reconhece que havia muita coisa a mudar.Então como é que se mudam as coisas na sociedade e em política, sem a dinâmica? Será com o vento?Desculpe lá mas está a cair numa flagrante contradição. Às vezes acontece.

Anónimo disse...

É muito fácil, meu caro anónimo, com mais sensatez, ponderação e moderação que é o que, infelizmente, tem faltado em muitas atitudes do governo. Para tal atente bem no que sucedeu, ultimamente com o ministro da saúde.... E, lamentavelmente, noutros sectores tem acontecido o mesmo. Inovar, Inovar, modificar, sem que sejam criadas as estruturas básicas necessárias e imprescindíveis à mudança. E depois, é o que se tem visto. E quem sofre com tudo isso? aqueles que nada têm, nem meios, nem conhecimentos, nem influências e, consequentemente, capacidade de fazerem valer os seus direitos.Tem de convir que não é esse o melhor caminho e que a vida está para os mais hábeis, mas no pior sentido.