Causou polémica nos últimos dias a tal estrada que a EDP, aparentemente sem dar cavaco a ninguém, abriu nas margens protegidas do Rio Tua.
A estrada, soube-se depois, destinar-se-ia a trabalhos para a obra da futura barragem da Foz do Tua, cuja construção ainda não está oficial e formalmente decidida, até porque ainda não houve discussão pública do seu impacte ambiental… Mas, como a EDP sabe bem em que país vive, e portanto sabe que pode dar como certa a obra, mesmo que a maioria das formalidades exigidas na lei ainda não estejam cumpridas, avançou de qualquer modo. Se não fossem uns chatos de uns jornalistas e de uns ecologistas, até ninguém saberia desta estrada aberta ilegalmente…
A estrada, soube-se depois, destinar-se-ia a trabalhos para a obra da futura barragem da Foz do Tua, cuja construção ainda não está oficial e formalmente decidida, até porque ainda não houve discussão pública do seu impacte ambiental… Mas, como a EDP sabe bem em que país vive, e portanto sabe que pode dar como certa a obra, mesmo que a maioria das formalidades exigidas na lei ainda não estejam cumpridas, avançou de qualquer modo. Se não fossem uns chatos de uns jornalistas e de uns ecologistas, até ninguém saberia desta estrada aberta ilegalmente…
Esta história faz lembrar outra que aconteceu há anos, quando ainda se discutia se a Barragem de Odelouca poderia ou não ser construída. Enquanto o impacte ambiental da obra estava a ser debatido e avaliado – e por isso, quando, teoricamente, ainda não se podia saber se a barragem avançaria mesmo ou não – a então ministra do Ambiente, a socialista Elisa Ferreira, deu luz verde à construção do túnel que haveria de ligar a Barragem de Odelouca à do Funcho. Ora, se a primeira obra ainda não podia ser dada como certa, como se avançava com a segunda? Para que serviria o túnel se a Barragem de Odelouca não chegasse a ser construída?
A verdade é que, com discussão pública para acalmar os espíritos mais inquietos ou sem ela, Odelouca era mesmo para ser construída. Era uma espécie de gato escondido com o rabo de fora, a provar que as práticas normais em Democracia, de só decidir após um amplo e limpo debate público, em Portugal são apenas um pro forma, para tapar o sol com a peneira. «Vamos lá entreter o Zé Povinho com uma espécie de democracia», pensam os políticos.
Elisabete Rodrigues Barlavento
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