sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Daqui e dali... Vitorino Almeida Ventura

Que memória de Ian Curtis?

Ícone torturado da Manchester dos 70, sob o conceito urbano-depressivo, Ian Curtis, o líder do grupo Joy Division entrava para o mito no dia 19 de Maio de 1980, aos 23 anos, quando se enforcou e aos seus demónios interiores...
O seu magnetismo estava em mover-se a espasmos, reflexo da sua epilepsia ou dança trágico-romântica... Thom York, dos Radiohead, não será um epígono?
A música dos Joy Division é hoje mais influente do que nunca. A cultura de massas absorveu-a tanto, tanto... Que, nos pés de tanta gente, andam ténis "UnKnown Pleasures", título do único álbum editado em vida! (dele).

vitorino almeida ventura

8 comentários:

Unknown disse...

Sinto-me mais confortável quando penso na eterna influência musical dos Joy Division e na curta vida dos ténis, pois não tarda está aí um novo fenómeno motivado por um qualquer best of formato DVD ou outro biopic de uma banda até então desconhecida. Mas os fãs, esses, vão ficar, felizmente.

Thom Yorke, quem melhor que ele? Talvez o Ian Curtis dos novos tempos: um génio deprimido, com música a sair do "fundo do estômago", como Gerard Way disse de Curtis.

Ia escrever sobre Joy Division mas já o fiz, há tempos, por isso vou só copiar do meu blog.
"Os Joy Division (ou devo cingir-me ao postumamente mitificado Ian Curtis?) são o expoente máximo musical duma Manchester pós-industrial, soturna, fria e claustrofóbica, onde, no final da década de setenta, o principal estimulante era o haxixe, utilizavam-no para atravessar os espaços da cidade e aumentar aquela sensação especial de suspensão que caracterizava Unknown Pleasures (primeiro álbum). Como contraste, a banda era sóbria e tinha os pés bem assentes na terra.
Não quero que se confunda a música dos Joy Division com o fatalismo da nova onda pseudo-emo mas é inevitável rotular (palavra insípida, esta) as suas criações de «urbano-depressivas», mas isso não chega, nem mesmo quando lhe acrescentamos a designação de «pós-punk». Talvez apenas (?) pop/rock seja a designação mais indicada, mas continua a ser insuficiente, pois eles criaram à sua volta uma atmosfera única e irreplicável, das letras embebidas em poderosas emoções, como culpa, medo, raiva, claustrofobia ou nojo, à epilepsia de Curtis, que muitas vezes se confundia com os seus movimentos em palco. Sim, ele era um animal de palco. Só aí ele era excêntrico e abandonava a sua habitual postura de instrospecção, aquela a que ele nos habituou quando o "víamos" nas ruas dos subúrbios de Manchester, dentro da sua escura gabardina. Ainda não encontrei melhor descrição do comportamento de Ian que esta de John Savage: "Curtis vivia cada momento como se fosse o último, dando tudo de si. Nesta prática de envolvimento total, a sua epilepsia começou a tornar-se indistinguível da sua performance."
Ele já era um génio, embora muitos digam que foi moldado para exprimir todos os sentimentos mais profundos de Tony Wilson (co-fundador da mítica editora indie Factory, que lançou os Joy Division, aparentemente condenados ao fracasso), mas tornou-se um mito quando, na noite de 18 de Maio de 1980, aos 23 anos de idade, no número 77 da Barton Street, em Macclesfield, nos subúrbios de Manchester, após ter visto um filme de Werner Herzog e ter ouvido um disco de Iggy Pop, Ian Curtis colocou um ponto final à sua vida e à actividades dos Joy Division, a um casamento falhado com Deborah Curtis (do qual resultou uma filha), a um amor extraconjugal com uma jornalista/fã belga."

Anónimo disse...

Atão este artigo sobre os joi divisiom é do tal quinteiro ou do tal capitao romance. Em ké k ficamos?

Anónimo disse...

Atão?

Joy Division.
O 'tal quinteiro0, é o 'tal capitao romance'.

vitorino almeida ventura disse...

Grande artigo, Alexandre aka capitão Romance.

Ab.,

Vitorino Almeida Ventura.

Unknown disse...

Então, há dias em que o "tal Quinteiro" é também o "tal Capitão Romance".

Unknown disse...

Obrigado

Abraço ;D

Anónimo disse...

Confesso que não entendo da música…mas sei ler.

E o que li do Alexandre prova que ainda há jovens que sabem!
Sabem de tudo um pouco, e mais difícil ainda, sabem escrever sobre o que sabem.
E tem umas respostas tão eticamente correctas!!!
Savoir-faire…

Será isso motivo de cobiça?
Sim, porque
«Atão», o que é?

«O tal»? - Que sentença tão extraordinariamente nada instruída…

Alzira Lima de Jesus Castro Pinto

Unknown disse...

Obrigado.