Na Terra Quente, frio. Zero graus às dez da manhã de ontem. A hora da partida do Metro de Mirandela para a primeira viagem até à estação do Tua, depois do acidente de 12 de Fevereiro de 2007 em que morreram três pessoas.
Muito nevoeiro no vale, poucos passageiros na carruagem verde. Contavam-se pelos dedos de uma mão e todos para saírem até à Brunheda. Com destino ao Tua apenas um, Armindo Augusto, que já entrou a meio do percurso, no apeadeiro de S. Lourenço.
Ora, Armindo era passageiro habitual antes do acidente e volta a sê-lo desde ontem. Para ir tomar banhos às termas. A companhia, por agora, tende a ser reduzida, mas “lá para o verão é mato” diz António Manuel, que ontem viajou entre Mirandela e Brunheda. “Em Junho já se nota a diferença. É ingleses, alemães e por aí fora. Nem se cabe no comboio”, afiança.
“Que é que se passa aqui hoje?” questionava António, ao ver tanta gente. Eram jornalistas. Muitos. A encher a carruagem e a ouvir o presidente do Metro de Mirandela, José Silvano, dizer que a reabertura da linha “pode ser o princípio para não se fazer a barragem”. Um aproveitamento hidroeléctrico que o governo quer construir junto à foz do rio Tua e que deverá submergir parte da via-férrea.
A luta de Silvano, ajudado por movimentos ambientalistas, será a de “demonstrar ao governo e às entidades da região que a linha é viável do ponto de vista turístico e não para transporte de passageiros”. O também autarca de Mirandela acredita que este seria o “único projecto turístico estruturante” para o distrito de Bragança. Para tal, teriam de ser garantidas as ligações entre a estação de Foz-Tua e Bragança e, depois, até Puebla de Sanabria, em Espanha. “Dentro de 10 a 15 anos poderia ser a grande alavanca para o desenvolvimento da região”, acredita.
Segundo José Silvano, o próximo objectivo é “aumentar para 30 mil o número de turistas que viajam pela linha do Tua até Mirandela” (em 2005 foram 12 mil). Vão ser feitas “campanhas de promoção” com a ajuda da Coordenadora dos Afectados por Grandes Barragens e Transvases (COAGRET), que vai ter uma sede em Mirandela. O protocolo agora assinado entre o Metro e a CP permite que para além das quatro viagens diárias, duas em cada sentido, “possam ser reservadas viagens para grupos turísticos”, disse Bruno Martins, representante da CP na viagem.
No entanto, este acréscimo de oferta só deverá ocorrer “quando os comboios possam circular à velocidade anteriormente praticada”, alegou Bruno Martins, sem precisar uma data. Até lá, sobretudo no troço mais perigoso, as carruagens terão de circular em “marcha à vista” (até 30 Km/hora), o que permite parar a qualquer momento perante um obstáculo, mas aumenta a duração da viagem de uma hora e meia para duas horas.
A COAGRET fez-se representar na viagem pelo responsável em Portugal, Pedro Couteiro, para quem “o futuro de Trás-os-Montes recomeçou”, realçando o “grande valor patrimonial da linha e do vale do Tua” e a sua potencialidade para “atrair turistas a partir do Porto e mais tarde de Salamanca”.
Muito nevoeiro no vale, poucos passageiros na carruagem verde. Contavam-se pelos dedos de uma mão e todos para saírem até à Brunheda. Com destino ao Tua apenas um, Armindo Augusto, que já entrou a meio do percurso, no apeadeiro de S. Lourenço.
Ora, Armindo era passageiro habitual antes do acidente e volta a sê-lo desde ontem. Para ir tomar banhos às termas. A companhia, por agora, tende a ser reduzida, mas “lá para o verão é mato” diz António Manuel, que ontem viajou entre Mirandela e Brunheda. “Em Junho já se nota a diferença. É ingleses, alemães e por aí fora. Nem se cabe no comboio”, afiança.
“Que é que se passa aqui hoje?” questionava António, ao ver tanta gente. Eram jornalistas. Muitos. A encher a carruagem e a ouvir o presidente do Metro de Mirandela, José Silvano, dizer que a reabertura da linha “pode ser o princípio para não se fazer a barragem”. Um aproveitamento hidroeléctrico que o governo quer construir junto à foz do rio Tua e que deverá submergir parte da via-férrea.
A luta de Silvano, ajudado por movimentos ambientalistas, será a de “demonstrar ao governo e às entidades da região que a linha é viável do ponto de vista turístico e não para transporte de passageiros”. O também autarca de Mirandela acredita que este seria o “único projecto turístico estruturante” para o distrito de Bragança. Para tal, teriam de ser garantidas as ligações entre a estação de Foz-Tua e Bragança e, depois, até Puebla de Sanabria, em Espanha. “Dentro de 10 a 15 anos poderia ser a grande alavanca para o desenvolvimento da região”, acredita.
Segundo José Silvano, o próximo objectivo é “aumentar para 30 mil o número de turistas que viajam pela linha do Tua até Mirandela” (em 2005 foram 12 mil). Vão ser feitas “campanhas de promoção” com a ajuda da Coordenadora dos Afectados por Grandes Barragens e Transvases (COAGRET), que vai ter uma sede em Mirandela. O protocolo agora assinado entre o Metro e a CP permite que para além das quatro viagens diárias, duas em cada sentido, “possam ser reservadas viagens para grupos turísticos”, disse Bruno Martins, representante da CP na viagem.
No entanto, este acréscimo de oferta só deverá ocorrer “quando os comboios possam circular à velocidade anteriormente praticada”, alegou Bruno Martins, sem precisar uma data. Até lá, sobretudo no troço mais perigoso, as carruagens terão de circular em “marcha à vista” (até 30 Km/hora), o que permite parar a qualquer momento perante um obstáculo, mas aumenta a duração da viagem de uma hora e meia para duas horas.
A COAGRET fez-se representar na viagem pelo responsável em Portugal, Pedro Couteiro, para quem “o futuro de Trás-os-Montes recomeçou”, realçando o “grande valor patrimonial da linha e do vale do Tua” e a sua potencialidade para “atrair turistas a partir do Porto e mais tarde de Salamanca”.
A linha do Tua oferece quatro viagens por dia. Entre Mirandela e Foz-Tua às 10.00 e 16.14 horas; e no sentido inverso às 12.05 e 18.22 horas.
Eduardo Pinto/JN
Eduardo Pinto/JN
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