Parece que definir os ambientalistas é simples: - serão aquelas pessoas que defendem a natureza e lutam pela sua preservação.
Só que não há uma única maneira de defender a natureza. E não é assim tão simples fazê-lo.
E isto porque há duas visões de ambientalismos: - uma conservadora, estática, consabida e até legalista e burocrática, e outra dinâmica, evolutiva, imaginativa, a tentar procurar novos equilíbrios que dêem respostas às mudanças dos tempos.
A primeira pensa que o equilíbrio é sempre o mesmo ao longo dos tempos; a segunda sabe que o equilíbrio está sempre a fazer-se, desfazer-se e refazer-se.
A primeira quer que, de uma vez por todas, fiquem consagrados na lei os modos de defesa de, por exemplo, os sobreiros e os parques naturais, e não admite que pela mão do homem a natureza se possa tornar mais bela e compatibilizar-se com os interesses do desenvolvimento humano.
Por exemplo, os ambientalistas que defendem a primeira visão entendem que os sobreiros são de defender em todas as circunstâncias, mesmo que as condições adversas(abandono, doenças, falta de interesse económico) não sejam favoráveis à sua continuação. Pensam que a sua defesa não é compatível com o desenvolvimento.
Os ambientalistas com a visão dinâmica procuram sempre ver até que ponto as coisas se podem compatibilizar e se não acontecerá que, permitindo a interferência humana, não poderão ser criadas condições para uma melhor defesa não de todos mas de uma grande parte dos sobreiros.
No que respeita aos parques naturais, parece claro que eles tiveram um determinado equilíbrio antes do povoamento e que esse equilíbrio foi desfeito por este. O povoamento humano originou um outro tipo de equilíbrio que agora está a desfazer-se com a saída das pessoas. Impõe-se agora a necessidade de gerar um novo equilíbrio que não poderá ser conseguido do mesmo modo que o anterior. E isso exige medidas novas, muita imaginação e um novo entendimento de equilíbrio.
Acontece que, por vezes, o homem, com a sua intervenção, cria verdadeiros paraísos: - jardins botânicos, por exemplo.
Estou até a lembrar-me o quanto beneficiam a paisagem, por exemplo, os campos de golfe e, em particular, estou a pensar no campo de golfe que fica por cima da Lagoa das Furnas, em S. Miguel, Açores, que é formado por um verde esplendoroso e tufos de árvores (criptomérias, ao que julgo) que formam um todo paisagístico admirável.
Sou, como é fácil concluir, partidário da segunda visão, a dinâmica.
À semelhança do que acontece com outras realidades, as forças em presença jogam aqui um jogo dialéctico, de tese, antítese e síntese, que não se coaduna com visões fundamentalistas e irredutíveis.
João Lopes de Matos
14 comentários:
Caro JLM:
E que tal ser mais directo...
E que tal ter a coragem de ser politicamente incorrecto. Não acha que é disso que nós precisamos neste momento.
Não acha que é altura para de sermos dinâmicos nas nossas intervenções e deixarmos de ser FUNDAMENTALISTAS no bom Senso.
Não acha que o Bom Senso muitas vezes inclina para a amplificação de minorias ou causas minoritárias ofuscando a racionalidade.
Não acha que o Bom Senso se encosta mais à emotividade que à razão?...
Um abraço.
Se calhar é tão difícil de perceber o seu comentário quanto o meu escrito.Vou tentar ser mais claro: A ecologia estuda o equilíbrio entre os seres vivos. Simplesmente, por causa da acção do homem, o equilíbrio vai-se alterando. O homem, por exemplo, constrói uma barragem, altera, portanto, aquilo que existia. Gera um desequilíbrio. Sabendo que as coisas não devem ficar desequilibradas,deve,na medida do possível, reequilibrá-las.Se, por exemplo, houver peixes que emigram pelo rio acima, deve arranjar um sistema que permita que eles continuem a emigrar.
Só que há pessoas que, perante as dificuldades da mudança, preferem nada fazer( neste caso, que a barragem não se faça). São os ambientalistas estáticos, defensores do não fazer.
Os que aceitam a mudança e pensam logo nas soluções possíveis para restabelecer o equilíbrio, esses são os ambientalistas dinâmicos.
Por vezes,os ambientalistas dinâ micos actuam sobre a própria natureza para torná-la mais bela: jardins à volta das casas, jardins botânicos,campos de golfe.
Como não podemos dispensar a nossa acção sobre a natureza,temos que ter uma visão dinâmica das coisas,em que a um equilíbrio se segue um desequilíbrio provocado pelo homem, que depois tem que gerar uma nova solução, que não é já igual ao equilíbrio que existia antes. Os ambientalistas parados querem sempre o mesmo equilíbrio, que os leva a impedirem qualquer acção humana.
Por hoje ficamos por aqui. Vou passar o fim de semana a Abrantes e só para a semana estarei novamente disponível.
Se não percebeu, tento ainda ser mais claro.
Antes de partir vou ser definitivamente claro: eu sou a favor da barragem porque ela nos traz movimento durante a construção, fornece depois energia ao país e cria uma albufeira que pode ter aproveitamento turístico.
Um novo equilíbrio vai conseguir-se com um passeio a pé da´estação do Tua até à barragem, com um passeio de barco até á estação mais próxima não inundada e depois, com um passeio de metro até Mirandela. Pode ainda encher-se a albufeira de peixes e não sei se será possível, com um túnel, preservar a linha do Tua que só pode ter um aproveitamento turístico. Esta luta para que se faça a barragem e se compatibilize, na medida do possível,com o que existia anteriormenter é que define os ambientalistas dinâmicos. Não nos esqueçamos de tentar manter as termas de S. Lourenço, modernizadas, claro.
Percebeu, de uma vez por todas, a diferença?
Pode concordar ou não concordar, isso é outra questão.
Os equilíbrios e os desiquilíbrios...
É por isso que o outro (Zé Mesquita) do blog do lado, embirra com o Senhor JLM.
Ainda não há muito tempo que um anónimo escreveu sobre a questão da albufeira atingir a quota 200 e com isso a inviabilização das Caldas de S. Lourenço do Pombal, pois com o aquífero da água termal a mais de 60 metros de profundidade, será conspurcado a prazo com infiltrações da água da barragem, que, na circunstância banhará a saída da captação.
Ora o Senhor JLM não está distraído, pois não?
Um túnel para o comboio do Tua?
Ò Senhor JLM! Haja Deus!
Sobre os peixinhos, o Rio Tua, que tinha peixes excelentes porque eram "batidos" pela água do Rio, deixam de ser excelentes para serem iguais aos do Douro!
O que mais admiro em si é o espírito brincalhão!
No entanto há um inconveniente grande, como diz o Zé Mesquita: - Corre o risco de nunca ser levado a sério mesmo em matérias onde a brincadeira é sinónimo de retrocesso.
Aproveitamento turístico da Barragem ?
Se cada Câmara Municipal e cada junta de freguesia confinantes com a alfbufeira, implementarem projectos turísticos, teremos mais de 20 desde o Tua até Mirandela.Se assim for, que viabilidade económica para todos eles?
Já nem Deus nos acode!
Teve Coragem. E dou-lhe os meus parabéns.
Concordo na integra consigo.
Bom Fim-de-semana!
Para o anónimo subsequente,
...no blog ao lado, o Zé Mesquita, quando se começaram a debater estes assuntos,(lembro-me particularmente de uma critica que fazia aos ambientalistas)era a favor da barragem. Contudo a sua incoerência transportou-o para o lado mais seco. Nesse caso... vale a pena questionar a sua moral e as suas BIRRAS (aplica-se bem este termo!) perante pessoas que tem espírito de brincalhão.
Afinal há quem tenha espírito de brincalhão...mas há também quem ande a brincar com esta questão.
Bom fim-de-semana também para si.
Caro anónimo( respondo-lhe porque de nada me interessa o seu nome mas apenas o que o senhor diz):
1- Não me parece que o outro(JAM) embirre comigo. Não acredito. Quando muito, admito que apenas literariamente.
2- As Caldas de S. Lourenço podem ser preservadas: basta que se construa uma protecção de cimento que contenha as águas e isole o local. Se acrescentar ao paredão uma cúpula de vidro, verá que tem criadas todas as condições para um SPA ultra - moderno. Não me diga que isto é impossível. De contrário, capta-se a água mais acima e mudam - se as termas para lá(perto do hotel, de preferência).
3- Mais uma coisa em que o escandalizei: o túnel. Até parece que não existe já um túnel sob o canal da Mancha! E, se em vez do túnel, se deslocar a linha para contornar a albufeira e se juntar por último ao troço final?
4- O que é que o senhor tem contra os achegãs que existem em muitas barragens? Em vinha d’alhos são uma delícia.
5- Mas por que não posso eu brincar? Não tenho pretensões a cargos políticos(estou velho e não tenho queda para isso) e o senhor acha que a brincar não se dizem coisas acertadas?
Que me diz dos”gato fedorento” que desmistificam e desmitificam um professor como Marcelo Rebelo de Sousa, que tiram qualquer importância aos mafiosos, que gozam com a licenciatura do Sócrates? Que me diz do Benny Hill? E do Charlie Chaplin que nos fez meditar tanto, brincando? Para quê levar-se tudo a sério? A própria vida vale a pena levá-la a sério? Não acha que Deus brinca connosco?
6- Por que é que o aproveitamento turístico da albufeira não há-de ser feito apenas pela câmara de Mirandela? Para quê meter todos os presidentes de junta(ainda por cima uma espécie em extinção)?
7- Por que é que Deus não nos há-de acudir? Que mal Lhe fizemos?
HOMEM DE POUCA FÉ!
João Lopes de Matos
Caro anónimo( respondo-lhe porque de nada me interessa o seu nome mas apenas o que o senhor diz):
1- Não me parece que o outro(JAM) embirre comigo. Não acredito. Quando muito, admito que apenas literariamente.
2- As Caldas de S. Lourenço podem ser preservadas: basta que se construa uma protecção de cimento que contenha as águas e isole o local. Se acrescentar ao paredão uma cúpula de vidro, verá que tem criadas todas as condições para um SPA ultra - moderno. Não me diga que isto é impossível. De contrário, capta-se a água mais acima e mudam - se as termas para lá(perto do hotel, de preferência).
3- Mais uma coisa em que o escandalizei: o túnel. Até parece que não existe já um túnel sob o canal da Mancha! E, se em vez do túnel, se deslocar a linha para contornar a albufeira e se juntar por último ao troço final?
4- O que é que o senhor tem contra os achegãs que existem em muitas barragens? Em vinha d’alhos são uma delícia.
5- Mas por que não posso eu brincar? Não tenho pretensões a cargos políticos(estou velho e não tenho queda para isso) e o senhor acha que a brincar não se dizem coisas acertadas?
Que me diz dos”gato fedorento” que desmistificam e desmitificam um professor como Marcelo Rebelo de Sousa, que tiram qualquer importância aos mafiosos, que gozam com a licenciatura do Sócrates? Que me diz do Benny Hill? E do Charlie Chaplin que nos fez meditar tanto, brincando? Para quê levar-se tudo a sério? A própria vida vale a pena levá-la a sério? Não acha que Deus brinca connosco?
6- Por que é que o aproveitamento turístico da albufeira não há-de ser feito apenas pela câmara de Mirandela? Para quê meter todos os presidentes de junta(ainda por cima uma espécie em extinção)?
7- Por que é que Deus não nos há-de acudir? Que mal Lhe fizemos?
HOMEM DE POUCA FÉ!
João Lopes de Matos
Mais uma interrogação: Como é que eu consegui meter dois textos iguais?
E o senhor JLM acha que Deus brinca connosco? Uma vez disse aqui que era ateu ou agnóstico já não lembro bem. Não sabia que se tinha convertido à crença religiosa e agora já é um homem de fé. tem que começar a ir á missa a ouvir o padre da Carrazeda que pelos bistos não diz nada de geito. No resto quanto ao humor acho que tem toda a razão.Obrigado.
"Os equilíbrios e os desiquilibrios..."
É com muito gosto que vou responder ao Ex.mo Senhor Dr. JLM, mas só quando vier do Porto. Até lá, passem muito bem!
Eh Doutor, foi a brincar que o macaco ...
E a brincar a brincar o Doutor ... o Professor!
... pelo menos queixou.se!
Caro Dr. JLM:
Regressando do Porto, com saúde na medida do costume e porque de bem com Deus, para que Ele a todos valha...
Pelo menos na desgraça está a sempre a olhar por nós porque normalmente sempre dizemos: -podia ser pior!
Na questão das Caldas de S. Lourenço, o Senhor continua a brincar.
Com que então um SPA envidraçado e um muro em cimento para afastar a albufeira ?!
Se quer que lhe diga, com franqueza, acho puramente que o "seu" SPA é mesmo brincadeira.
Relativamente ao muro de betão para afastar a albufeira, até passo a achar a ideia deveras interessante, porque passível de ser realizada se os políticos quiserem e de preferência que a EDP seja a Entidade pagante.
Chegados a S. Lourenço e junto ao "calhau do Peruano" a que no Pombal de Ansiães chamam, com alguma piada o "santo pinheiro" ( soube no dia do funeral do tio do Dr. VAV) encontra-se a captação principal das águas termais.
Desde ali, percorrendo na vertical, 67,50 metros encontraremos então a base do dito muro em cimento em toda aquela garganta em direcção à linha de caminho de ferro.
A partir deste pressuposto, haja apenas imaginação, mas que é possível, é concerteza e até se aproveitava o paredão para a acostagem de barcos de recreio!
Agora o Dr. JLM vai ter de se haver com o Presidente da nossa Carrazeda!
É que ele (Presidente) que deseja muito a barragem para afogar as Termas, nunca pensou que vinha agora um qualquer Doutor que propõe a realização de um dique para afastar a albufeira do aquífero principal do lugar.
Aguardemos na paz do Senhor!
Desculpe, mas não é um qualquer doutor. É o JLM.E julga que eu não estava já a ver a jogada do Presidente?
Pensei para comigo: - Hás-de ter a barragem, mas não foges da promessa eleitoral,que eu não deixo.
Não se preocupe se eu brinco ou não. É melhor uma boa ideia a brincar que um desconchavo dito com toda a seriedade.
Peço-lhe desculpa, mas quando digo "um qualquer Dr." digo-o para significar que é um Dr. fora da especialidade de obras, como sendo da vertente hidráulica ou de engenharias do betão etc. e nunca para o ofender, o que nunca faria, como é óbvio.
É bem visto modo de não deixar o homem fugir à promessa promessa. Gostei!
Obrigado pela ajuda.
Não se aflija.Claro que eu sou um doutor como outro qualquer.Agora confesso que estava a brincar. Peço desculpa por tê-lo obrigado a ficar com problemas de consciência.
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