terça-feira, 15 de janeiro de 2008

CP quer ouvir câmara de Mirandela sobre Linha do Tua

No dia 22 de Janeiro a CP quer reunir com o presidente da câmara de Mirandela para saber se vale a pena reabrir a Linha do Tua. Neste encontro, a administração dos Caminhos de Ferro vai confrontar o autarca com o facto de, por motivos de segurança, num troço de 30 quilómetros as composições só vão poder circular com “marcha à vista”, ou seja, velocidade reduzida, de forma poder parar a qualquer momento. Perante este cenário, a viagem entre Mirandela e o Tua, que em circunstâncias normais demora uma hora e trinta e cinco minutos, passaria a demorar mais de duas horas. José Silvano, o autarca de Mirandela, refere desde já que se a “marcha à vista” se aplicar a toda a extensão da linha, não pretende retomar a circulação. RBA

3 comentários:

mario carvalho disse...

Barragem Foz Tua: construção pode fechar linha ferroviária


A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, admitiu hoje que a construção da Barragem projectada para o rio Tua poderá levar ao encerramento da linha ferroviária que serve aquela região.

O concurso para a construção da barragem, projectada para a zona onde o Tua desagua no rio Douro, está prestes a ser lançado e os estudos prévios já foram alvo de discussão pública.
Esses estudos confirmam que, independentemente da cota que vier a ser decidida depois de feita a avaliação ambiental, os últimos quilómetros da linha do Tua ficarão submersos.

«Não está absolutamente decidido se a linha do Tua ficará submersa», afirmou Ana Paula Vitorino, em declarações à margem da cerimónia de tomada de posse do novo presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM).

De acordo com a governante, o encerramento da linha ferroviária «depende da localização exacta da barragem, da cota da barragem, que ainda não estão definidos».

No entanto, Ana Paula Vitorino admite que a existência de «uma linha ferroviária e uma barragem, ambas com interesse do ponto de vista ambiental e económico», poderão «ser conflituantes», ainda que os «benefícios sociais da construção de uma barragem serão superiores», uma vez que «a linha do Tua tem níveis de procura de poucas dezenas de passageiros por dia».

Neste sentido, e caso a opção seja o encerramento da linha ferroviária, o Governo, a Refer e a CP «terão de pensar num sistema de transportes alternativos» para servir a região.

Diário Digital / Lusa

15-01-2008 20:15:00

mario carvalho disse...

vai-se repetir tudo ... só promessas e depois ... nem combóio nem autocarros ... nem barcos

vale a pena recordar

http://www.linhadotua.net/3w/index.php?option=com_content&task=view&id=31&Itemid=2

mario carvalho disse...

Futuro da Linha do Tua decidido na próxima terça-feira

Os presidentes da CP e do Metro de Mirandela vão discutir, terça-feira, se vale a pena reabrir o troço acidentado da linha do Tua, encerrado há quase um ano.
Os dois responsáveis vão analisar se há condições para retomar a circulação, face às restrições impostas pelo LNEC e devido às consequências da construção da barragem na foz do rio Tua.

A informação foi dada hoje à Lusa pelo presidente do Metro, que assegura o transporte ao serviço da CP, e também autarca de Mirandela, José Silvano.

Silvano disse ter agora «a certeza de que a responsável pelo atraso na reabertura do troço é a barragem».

O último troço, dos cerca de 60 quilómetros de ferrovia que ligam Mirandela ao Tua e à linha do Douro, está encerrado há quase um ano, desde o acidente de 12 de Fevereiro em que morreram três pessoas, devido ao desabamento de pedras sobre a linha.

Os trabalhos de reposição da infra-estrutura estão concluídos desde Outubro, mas o troço mantém-se encerrado entre a Brunheda e o Tua, com o percurso a ser feita de táxis ao serviço da CP.

O acidente ressuscitou o fantasma do encerramento da linha, que já tinha sido desactivada entre Bragança e Mirandela, em 1992, e é já interpretado a nível local como um mau prenúncio.

A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, admitiu terça-feira que a construção da barragem poderá levar ao enceramento da última linha ferroviária do Nordeste Transmontano.

A governante disse que «não está absolutamente decidido se a linha do Tua ficará submersa», mas o autarca assegurou não ter «nenhuma dúvida de que é isso que vai acontecer, com base nos estudos já feitos».

Os estudos prévios, que já estiveram em discussão pública, apontam o local de Fiolhal para a construção do paredão, a pouco mais de um quilómetro da foz do rio Tua.

De acordo com os mesmos documentos, disponíveis no sítio da Internet do INAG (Instituto Nacional da Água), independentemente da cota que vier a ser adoptada, parte da linha vai ficar submersa.

Com uma cota de 200 metros mais de metade da linha do Tua é «afogada», restando apenas alguns quilómetros entre Mirandela e o Cachão.

O INAG recomenda que se estude a cota mínima de 160 metros, mas mesmo assim os últimos 15 quilómetros, entre a foz do Tua e a Brunheda, serão engolidos pela barragem.

«Só se as pessoas saíssem no meio da água para ir de barco até à estação do Tua é que era possível manter a linha», ironizou o autarca.

Silvano reitera que ele próprio defenderá o encerramento se a barragem cortar a ligação à linha do Douro, na foz do Tua, e consequentemente do interior ao litoral.

Perante as consequências da barragem e as restrições impostas pelo LNEC para que se circule em marcha à vista em metade da linha até ao Tua, o autarca tem dúvidas «se vale a pena reabrir o troço, a uma velocidade reduzida de 10 quilómetros por hora».

Em resposta por escrito a pedidos de esclarecimento da Lusa, a REFER afirmou ainda não ter sido contactada sobre a barragem.

A CP diz que desconhece «que tenha sido tomada alguma decisão sobre a barragem na foz do Tua, que implique o encerramento total ou parcial da exploração ferroviária na linha do Tua».

O partido ecologista «Os Verdes» tem liderado a contestação ao empreendimento, alegando que «vai destruir uma das mais belas linhas estreitas do mundo».

A dirigente nacional do partido, Manuela Cunha, disse à Lusa que não estranha que «as empresas responsáveis pela linha [REFER e CP] não tinham sido oficialmente informadas».

Realçou, no entanto que depois do acidente de 12 de Fevereiro, «Os Verdes» tiveram uma reunião com a REFER e «já nessa altura foram discutidas as consequências da barragem».

O partido ecologista vai pedir nova reunião ao presidente da REFER dado que Manuela Cunha também entende que «o protelar da reabertura do troço encerrado se prende com os interesses da barragem».

O partido vai usar da prerrogativa parlamentar do debate potestativo para «obrigar o Governo a ir à Assembleia da República falar sobre o plano nacional de barragens, em que se inclui a da Tua», disse à Lusa a dirigente ecologista.

Até a albufeira encher, o autarca de Mirandela espera que ao menos o percurso seja aproveitado pelos cerca de 20 mil turistas que anualmente viajam na linha, nos meses de Primavera e Verão, e que não se importam da velocidade a que anda o comboio.

Diário Digital / Lusa

16-01-2008 10:42:00