Como travar o esvaziamento demográfico e o declínio socioeconómico das regiões do Interior? A pergunta tem sido colocada repetidamente nos últimos trinta anos e tem dado origem aos mais variados discursos, políticas e medidas. Quase tantos quantos a criatividade nacional e os fundos europeus permitem melhoria das acessibilidades; construção de infra-estruturas e equipamentos; oferta de solo industrial a preços simbólicos; redução de impostos e de taxas municipais; criação de sociedades de desenvolvimento regional ou de capital de risco; majoração dos incentivos à criação de empresas e de emprego; subsídios de natalidade, etc. Sem grande sucesso, como o demonstram de forma eloquente todos as estatísticas disponíveis. Daí a interrogação: porque fracassaram essas políticas e medidas? (...)
Leonel de Castro, JN
2 comentários:
Uma resposta que eu não sei dar e que, pelos vistos, ninguém consegue encontrar. Tudo o que foi feito era mais ou menos necessário.
Mas ninguém foi capaz de fazer a mudança de uma sociedade arcaica para uma sociedade avançada. Em vez de se ter a alegria do novo,tem-se a tristeza do paraíso perdido. Em vez do entusiasmo da mudança , sente-se o apego ao passado. Em vez do culto das novas ferramentas, sente-se o orgulho do uso da enxada.Em vez da confiança da abertura ao exterior,há a desconfiança própria do isolamento.Toda a sociedade envelhece e não se encontra processo de a fazer renovar.
Não estará, portanto, o mal na própria gente que habita o interior?
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