O que é "EB 2,3/S"?
Matricula de um automóvel? - Podia ser.
Prazo de validade de um iogurte? - Podia ser.
Referência de uma peça de um gira-discos? - Podia ser.
Modelo de uma máquina de costura?- Podia ser.
Nome de Escola em Carrazeda de Ansiães? - Não pode ser ! Mas é.
EB 2,3/S, significa Escola Básica 2º e 3º Ciclo com Secundário.
Quando perguntei ao Filipe de onde vinha a resposta deixou-me confuso: "-Venho da Básica 2,3" . Imediatamente me lembrei do Gouveia, homem rude de Mogadouro, que por ter chumbado na especialidade, ficou Soldado Básico e passou o resto da tropa na cozinha a descascar batatas. O Gouveia era o Soldado Básico nº. 23 da Companhia de Comunicações do Porto.
Caso se peça ao Gouveia, para falar do seu passado, certamente não falará do seu tempo de tropa. Até porque ele nunca foi aos jantares dos antigos militares da Companhia de Comunicações. Evidentemente o Gouveia não se identifica com a nossa Companhia. Quanto aos restantes soldados, ainda hoje temos orgulho da tropa que fizemos. E porquê? - Porque o curso de comunicações criou em nós uma identidade que nos caracterizava e nos diferenciava dos outros pela positiva.
A criação de identidade é um dos aspectos mais importantes na construção da personalidade. As pessoas, e nomeadamente os mais jovens, sentem uma necessidade intrínseca para se identificarem com algo. Seja a um clube de futebol, a um tipo de música, a uma modalidade desportiva, ou até mesmo à marca dos ténis ou à marca das calças. As pessoas, necessitam de pertencer a um grupo que os caracterize e os diferencie.
Proponho por isso ao Conselho Executivo da EB 2,3/S de Carrazeda de Ansiães, que dê um nome digno à escola que presidem. Um nome com que os seus alunos, funcionários e docentes, se identifiquem pela positiva. Seja: Escola D. Duarte, Escola Camões, Escola Miguel Torga, Escola Lopo Vaz de Sampaio, ou outro nome que faça jus à nossa terra. Um nome que crie uma identidade nas pessoas que lá trabalham, que lá estudam ou estudaram.
Porque Básico 23, foi o Gouveia e nunca gostou de o ser.
Zaratustra.
segunda-feira, 2 de julho de 2007
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5 comentários:
Gostei muito do seu artigo .Apelo a que se faça chegar esta sugestão tão construtiva à Escola.
Concordo. O mesmo se passa com a vizinha Vila Flor. Parabéns pela forma como expõe os seus pontos de vista.
Olá.
Parabéns pelo pertinente comentário e interessante análise comparativa.
É um caso de identidade que ninguém ainda teve coragem de assumir. Parece que dá trabalho, intelectual, pôr um assunto desses em debate e dará de certeza uma trabalheira para gerir vontades e interesses que se posicionam quando é caso de dar um nome a uma coisa pública.
É um debate que tarda e entretanto uma identidade colectiva que se esfuma num frígido debitar de números 2.3.
Saudações.
At Ento
Depois de uma ideia bem oportuna deixada neste blog pelo titular do artigo que antecede, sobre o nome a dar à Escola E,B-2,3 de Carrazeda, que também a meu ver se justifica plenamente, não consigo perceber porque razão a pessoa não empresta à sua boa ideia, o seu verdadeiro nome. É pena e lamento que assim seja.
Carlos M. Fernandes-Pombal
Boa ideia!
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