Bom Senso
Já lá vão quase 40 anos quando, num jantar de aniversário de uma grande Companhia onde tive o privilégio de prestar a minha colaboração, ouvi o Presidente do Conselho de Administração da referida Companhia afirmar que, para ele, o maior património das Empresas do Grupo não eram as inúmeras fábricas que detinham, nem os equipamentos mais modernos e sofisticados ou quaisquer outros bens, mas sim, o conjunto dos inúmeros colaboradores (entenda-se empregados), porque, na sua óptica, uma empresa para “trabalhar no duro”, teria as mais variadas máquinas e outros equipamentos, mas para pensar, discernir e usar o bom senso só o ser humano tinha essas capacidades.
Daí considerar que, qualquer empresa, só teria sucesso com gente que pensasse, discernisse e usasse o bom senso, quando tivesse que tomar decisões ou actuar nas suas funções.
Segundo o mesmo Presidente de Administração, poderia haver uma quantidade infindável de leis, regulamentos, organogramas, hierarquias e tudo o mais que é indispensável a uma organização, mas tudo aquilo não teria qualquer efeito prático se quem decidisse ou actuasse não ponderasse qual seria a melhor solução para este ou aquele caso – isto é, em síntese, usasse e abusasse do BOM SENSO.
Daí ser aquele jantar o reconhecimento da Administração para quem punha ao serviço das suas funções aquelas qualidades, criando, com isso, um bom ambiente de trabalho, alta produtividade e principalmente a manutenção do bom-nome da Companhia com os clientes – razão única da sua existência.
Tratava-se de facto de uma empresa privada, mas se, com os devidos cuidados, extrapolarmos para as hoje “empresas públicas” que são todas as Repartições Públicas incluindo aquelas com que mais lidamos no nosso dia-a-dia ou sejam as Autarquias Locais, teremos necessariamente que reflectir e interrogarmo-nos se, efectivamente, aquilo que é apanágio numa empresa privada tem qualquer analogia com uma pública.
Será que a maioria dos funcionários que desempenham as suas funções “perde tempo” a pensar, discernir e a usar o bom senso para a resolução fácil, atempada e simples das inúmeras questões postas ou aos pedidos da prestação de um serviço, pelos cidadãos contribuintes – afinal a principal razão da sua existência como tais?
Pelo contrário, salvo honrosas excepções que importa referir e há algumas, refugiam-se no estatuto duma carreira ou de funções que pomposamente exercem, agigantam-se, geram conflitos internos e externos, encenam cenas de evidente prepotência, arrogância e de humilhação com os seus interlocutores, tentando com isso, muitas vezes, encobrir a sua mal formação, a falta de carácter e dos conhecimentos mínimos necessários às funções que exercem, pondo a descoberto a falta das mais elementares regras de boa educação e de vivência humana.
Se numa empresa privada tal acontecesse, facilmente se adivinharia qual seria o fim de um colaborador que pusesse em causa o bom-nome da mesma mas, infelizmente, nas nossas “empresas públicas”, alguns “colaboradores” fazem-no todo o dia, com a passividade, impunidade e o beneplácito de quem tem a obrigação de zelar por um melhor, célere e competente serviço público, esquecendo, afinal, que a única razão da sua existência naquelas funções é servir todos os cidadãos com igualdade, lisura e comportamentos adequados, procurando a mínima satisfação de todos nós mortais pagantes, mas que tivemos a ousadia de os “incomodar” .
Porque será que também nestas situações, por quem tem a responsabilidade pela orgânica institucional, não impera a obrigação de pensar, discernir e utilizar o BOM SENSO, para pôr cobro a isso, em nome do “bom-nome”?
Vai-se lá saber porquê, ou melhor, para quem pensa e discirna, há muito que entende.
Tiago Verde
Daí considerar que, qualquer empresa, só teria sucesso com gente que pensasse, discernisse e usasse o bom senso, quando tivesse que tomar decisões ou actuar nas suas funções.
Segundo o mesmo Presidente de Administração, poderia haver uma quantidade infindável de leis, regulamentos, organogramas, hierarquias e tudo o mais que é indispensável a uma organização, mas tudo aquilo não teria qualquer efeito prático se quem decidisse ou actuasse não ponderasse qual seria a melhor solução para este ou aquele caso – isto é, em síntese, usasse e abusasse do BOM SENSO.
Daí ser aquele jantar o reconhecimento da Administração para quem punha ao serviço das suas funções aquelas qualidades, criando, com isso, um bom ambiente de trabalho, alta produtividade e principalmente a manutenção do bom-nome da Companhia com os clientes – razão única da sua existência.
Tratava-se de facto de uma empresa privada, mas se, com os devidos cuidados, extrapolarmos para as hoje “empresas públicas” que são todas as Repartições Públicas incluindo aquelas com que mais lidamos no nosso dia-a-dia ou sejam as Autarquias Locais, teremos necessariamente que reflectir e interrogarmo-nos se, efectivamente, aquilo que é apanágio numa empresa privada tem qualquer analogia com uma pública.
Será que a maioria dos funcionários que desempenham as suas funções “perde tempo” a pensar, discernir e a usar o bom senso para a resolução fácil, atempada e simples das inúmeras questões postas ou aos pedidos da prestação de um serviço, pelos cidadãos contribuintes – afinal a principal razão da sua existência como tais?
Pelo contrário, salvo honrosas excepções que importa referir e há algumas, refugiam-se no estatuto duma carreira ou de funções que pomposamente exercem, agigantam-se, geram conflitos internos e externos, encenam cenas de evidente prepotência, arrogância e de humilhação com os seus interlocutores, tentando com isso, muitas vezes, encobrir a sua mal formação, a falta de carácter e dos conhecimentos mínimos necessários às funções que exercem, pondo a descoberto a falta das mais elementares regras de boa educação e de vivência humana.
Se numa empresa privada tal acontecesse, facilmente se adivinharia qual seria o fim de um colaborador que pusesse em causa o bom-nome da mesma mas, infelizmente, nas nossas “empresas públicas”, alguns “colaboradores” fazem-no todo o dia, com a passividade, impunidade e o beneplácito de quem tem a obrigação de zelar por um melhor, célere e competente serviço público, esquecendo, afinal, que a única razão da sua existência naquelas funções é servir todos os cidadãos com igualdade, lisura e comportamentos adequados, procurando a mínima satisfação de todos nós mortais pagantes, mas que tivemos a ousadia de os “incomodar” .
Porque será que também nestas situações, por quem tem a responsabilidade pela orgânica institucional, não impera a obrigação de pensar, discernir e utilizar o BOM SENSO, para pôr cobro a isso, em nome do “bom-nome”?
Vai-se lá saber porquê, ou melhor, para quem pensa e discirna, há muito que entende.
Tiago Verde
2 comentários:
É preciso que os serviços públicos
sejam orientados,supervisionados e
fiscalizados por quem tenha a
mentalidade que refere. Os fiscais
devem andar sempre em cima dos
acontecimentos e não precisam de
gastar muito tempo com relatórios.
Ou a administração se moderniza ou é privatizada na medida do possível. Os próprios fiscais devem
ser escolhidos entre aquelas pessoas que tenham a mentalidade
indicada.
Nada mais!
Concordo absolutamente com o Dr. João Lopes de Matos!
carlos Fernandes-Pombal
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