sexta-feira, 9 de maio de 2008

Acessos são a revolução esperada

O ano de 2011 está a ser apontado como o ano de viragem da região transmontana. O Governo promete "uma revolução" no distrito que não tem um só quilómetro de auto-estrada. As mudanças que ocorrerem, para bem ou para mal, ficarão a dever-se à execução de três concessões lançadas há alguns meses, nomeadamente a auto-estrada transmontana, que ligará Quintanilha a Amarante, o túnel do Marão e a concessão Douro Interior (IP2 e IC5).
O IP2 fará a ligação entre Macedo de Cavaleiros e Celorico da Beira, e o IC5, ligará Miranda do Douro à Povoa de Varzim. Tratam-se de duas vias que atravessam o interior do distrito, a zona mais penalizada em termos de falta de infra-estruturas rodoviárias. Dentro da própria região poderão operar mudanças indeléveis com a construção das novas ligações. Actualmente, há concelhos que distam mais de uma hora da capital de distrito, como é o caso de Freixo de Espada -à -Cinta, Torre de Moncorvo, Carrazeda de Ansiães, Mogadouro e Miranda do Douro. A execução destas estradas trará ganhos nos tempos de viagem. A redução para o Porto será de 35% e 40% para Vila Real.
Autarcas, empresários, sociedade civil e população estão expectantes porque tudo aponta para que, finalmente, seja saldada uma dívida para com o Interior. Com as novas acessibilidades, "Bragança deixará de ser o último para ser um dos primeiros", afiançou Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, esta semana, durante uma visita a Bragança.
A opinião generalizada é de que a falta de boas acessibilidades é um entrave ao desenvolvimento regional. No último Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro, realizado em Bragança, em 2002, as estradas surgiram no topo das exigências. "Vai ser um momento para desencravar o Nordeste Transmontano, Bragança passará a ter o Plano Rodoviário cumprido quase a 100%", referiu o presidente da Câmara de Bragança, Jorge Nunes. O Governador Civil, Jorge Gomes, diz que "nada terá tanto impacto".
O autarca brigantino arriscou mesmo dizer que a falta de acessibilidades é o "maior problema" da região. "Pensar Bragança após 2011 é pensar noutras condições para o desenvolvimento da Economia, para a mobilidade da população, estaremos a trabalhar num cenário mais optimista", afirmou.
O presidente do Nerba -Associação Empresarial do distrito de Bragança, Rui Vaz, admite que a falta de ligações rápidas ao Litoral é "uma das condicionantes" ao desenvolvimento, "os custos dos transportes onera os encargos das empresas". Com frequência o presidente da Câmara de Vimioso, José Rodrigues, aponta a falta de boas vias de comunicação como um obstáculo à fixação de empresas na zona industrial da vila, onde os terrenos são vendidos a um cêntimo por metro quadrado.
Rui Vaz considera que as mudanças trazidas pelas estradas só serão visíveis muitos anos depois da data apontada como revolucionária. JN

2 comentários:

Unknown disse...

É verdade que tudo se alterará com essas estradas.Deixa de haver desculpas.O que é longe passará a ser demasiado perto. A nossa visão modificar-se-á.
Será que aproveitaremos as novas facilidades para reter as pessoas ou para definitivamente as perdermos?Será que Carrazeda ganhará força ou a perderá ainda mais?
Acontecerá com as estradas o que agora acontece com os barcos: limitar-nos-emos a ver passar as pessoas nos carros assim como as vemos passar agora nos barcos?
JLM

Anónimo disse...

Esse é tambem o meu grande medo bloguista João.
Será que só as vias de acesso resolvem?...