terça-feira, 27 de maio de 2008

Daqui e dali... João Lopes de Matos

O Senhor Presidente da Câmara

Desde que escrevo nos blogues que tenho tentado que as discussões não se resumam à vida pública e privada do sr. Presidente.

Nem tudo depende dele e é bom sermos capazes de estudar, de discutir e de resolver problemas, seja quem for que ocupe a cadeira presidencial.
Mas nada feito.

Cheguei à conclusão de que o único assunto que as pessoas gostam de discutir é o que faz o presidente, o que não faz, como se a vida dos munícipes dependesse apenas dele, o todo-poderoso.

Os blogues, reconheço, por vezes, afunilaram tudo no sentido pretendido por toda a gente.
Tanto me cansei de ouvir falar dele, que me apetece agora dizer sobre ele alguma coisa.
Para já, qual a função do presidente?
Proporcionar as infra-estruturas básicas de bem-estar e de desenvolvimento ou fazer também o próprio desenvolvimento económico?
Parece-me que apenas as duas primeiras: estradas, arruamentos, abastecimentos de água e electricidade, proporcionar o saneamento, ser o suporte de serviços como a educação, a saúde, a segurança, infra-estruturas industriais e outras.
Agora, o desenvolvimento económico? Se assim for, que cabe às pessoas fazerem?
Este presidente, vamos ver, tem cumprido?

Fez (ou mandou fazer) estradas (a da Fontelonga ao Seixo tem um significado especial para mim, pois com ela sonhei décadas), caminhos (agora para a senhora da Costa, outro sonho meu antigo), abastecimentos de água, saneamentos, embelezou as aldeias (arruamentos e recintos desportivos), sobretudo, Carrazeda (bem sei que alguns candeeiros estão tortos, mas lá se hão-de endireitar), piscinas de água quente, etc., etc..

Mas por muito que faça ou tenha feito, dizem-me que já cansa. E, se ficar, não deixa nada para os outros fazerem.

O seu estilo é popular, terra a terra, mas, julgo que a brincar, por vezes, é ditador.
A sua permanência, no entanto, já faz pensar que os carrazedenses sem si não são nada.

Deixe entrar outro (sim, porque se o senhor quiser, o senhor fica), novo de preferência (até escolhido por si), que aproveite todo o vencimento de presidente, já que o senhor recebe apenas um terço, o que não compensa de modo algum tanto aborrecimento.
Além disso, está a preparar-se para ser, quem sabe, um ilustre advogado. Dá realmente a entender que quer ir embora.

Eu não lhe peço que fique. Pelo contrário.

Vai ver que não é mau de todo ser livre. Digo-lho eu que estou reformado.

Mais uma vez (COMO SEMPRE) o que digo no blogue a seu respeito é por mim assinado.
A minha consideração.

João Lopes de Matos

8 comentários:

Anónimo disse...

Como sempre, concordemos ou não com o que diz, JLM prima pelo "savoir faire". Mariana

Anónimo disse...

Uma coisa é certa e bem visível, Carrazeda desenvolveu-se imenso e, presentemente, é uma vila onde se nota que houve progresso e desenvolvimento. Não sei de quem é o mérito, se deste ou de outros presidentes ou talvez de todos, mas a realidade é tão somente esta. Por conseguinte,devem apoiar-se, para ocupar estes lugares, pessoas que têm ideias, horizontes rasgados, queiram o melhor para o seu concelho, independentemente da sua filiação partidária.Nas nossas apreciações temos de ter sempre esta preocupação. Também sabemos que, quando se planeiam grandes obras não pode ter-se em conta apenas a satisfação dos interesses pessoais de a) ou b), em particular, mas de toda a população em geral. Para terminar, quero dar os parabéns a este presidente e a todos os outros que se esforçaram para que Carrazeda fosse catapultada à posição que hoje detem. E estou perfeitamente à vontade para fazer este comentário, porque não conheço o actual nem os anteriores. Estou a julgá-los com base na obra que fizeram.

Unknown disse...

O senhor presidente tem dado sinais seguros de que não se recandidatará.O que para mim foi inequívoco foi a transformação da sua sede de campanha em talho.
JLM

Anónimo disse...

leia-se
sede de campamha= matadouro

Anónimo disse...

Progresso? Desenvolvimento??
Onde?
A que chamam os amigos bloguistas PROGRESSO?
À construção urbana em grande parte à custa dos nossos ainda emigrantes e com recurso à banca?
Piscinas cobertas cujo custo de manutenção inviabilizará a curto prazo a sua abertura?
Ao centro civico que é um dos responsáveis pelo endividamento da autarquia?
À repavimentação RASCA das estradas de acesso às aldeias?
Jardins e mobiliário de rua?
Arranjos?
Imagino que é a tudo isto que se referem.
Mas,
todas estas obras deveriam ser um reflexo do bem estar financeiro da autarquia proporcionado por VERDADEIRAS infra-estruturas de desenvolvimento.
Aproveitamento turístico do vale do Douro e S. Lourenço que com vontade politica seria uma alavanca de desenvolvimento do concelho.
Ou seja,
obras de sustento NENHUMA;
obras de consumismo, algumas.
Resultado:
Défice excessivo, e sem poder financeiro para devolver verbas já recebidas;
Era isto que os senhores queriam para o n/v/ concelho???

Unknown disse...

Belo comentário o anterior, a merecer uma assinatura no fim.
É polémico, incisivo, põe o dedo nas feridas, só pressupõe uma actuação que levaria a uma saída fácil para os problemas, o que não me parece possível.
Refere-se a uma construção feita pelos emigrantes, do seu ponto de vista meritória, mas dá a entender que ela poderia ser feita pela Câmara ou pelo Estado. Discordo. Estas construções têm que ser realizadas pelos particulares, não pelos organismos públicos, a não ser para acudir às classes mais desfavorecidas, sector em que há, efectivamente, um défice.
As piscinas cobertas são, em si, meritórias. Levantam, no entanto, um problema de auto-sustentação. A decair a população concelhia como tem estado a acontecer, com a juventude em decréscimo acelerado, não sei realmente quem irão de futuro servir as piscinas e como irão ser sustentadas.
Fala no centro cívico e tem mais uma vez razão: para quem e para quê servirá? Não me aflige tanto a indefinição do estado actual que um dia se resolverá. Aflige-me mais o que fazer com o edifício.
Não vejo, na realidade gente que possa beneficiar com certas obras. Parece, no entanto, que aqui vêm bater todos os problemas do concelho: a falta de pessoas que usufruam as obras realizadas e estas não têm, realmente, sentido se não lhes for dado uso.
Fala em estradas com defeitos mas não acho que seja tanto assim: no domínio das vias de circulação, acho que se tem feito muito.
O senhor acha que, construindo determinadas infra-estruturas, o progresso virá por acréscimo. Realmente algumas das infra-estruturas indicadas e outras poderão proporcionar um desenvolvimento económico assinalável. Será, no entanto, o suficiente para repovoar o concelho? Sim, porque o problema que se põe hoje já não é apenas o estancar da desertificação mas o do repovoamento.
Isso gostaria o senhor presidente de saber como se faz. E eu e muitos outros também.
Continue a dizer de sua justiça.
JLM

Anónimo disse...

Caro JLM.
Eu tentei resumir o seguinte:
NENHUM dos recursos que o concelho tem foram aproveitados.
Primeiro estes e depois sim, as piscinas, centros, etc. etc.
Na forma actual a casa foi começada pelo telhado e o resultado está à vista. Está a ruir.
Eu também não quero que a autarquia financie obras de desenvolvimento.
Quero que crie as condições necessárias para que terceiros possam intervir com as devidas cautelas, claro está.
E depois há aspectos que ao que se comentou "pela rama" me parecem de um desproveitamento completo.
Uma famosa fábrica de sumos que foi para um concelho limítrofe.
Uma proposta de investimento na área do turismo em Coleja que foi cortado pela raiz...
Estes e outros nunca foram discutidos publicamente - foram engavetados... ou se quiser - encapotados!
Meu caro:
Nós vivemos de resultados como sabe. E o resultado de 30 anos foi apenas de emblezamento, nada mais.
E,
por mais que nos custe não podemos evitar a comparação com outros concelhos.
Têm exactamente o mesmo ou mais que nós e têm uma situação financeira pelo menos mais equilibrada... A nossa gestão (má) caseira já prejudicou quem por cá vais resistindo.
E já não falo dos nossos filhos porque esses vão-se embora.
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Quando os comentários são escritos com educação e de conteúdo capaz pouco interessa a identificação.
Pode chamar-me Ateu.

Unknown disse...

Não lhe chamarei ateu ou crente(ou agnóstico). Que tenho eu a ver com as suas crenças, descrenças ou dúvidas? Isso é algo do seu foro íntimo.
Até saber o seu nome tratá-lo-ei por sr. anónimo.Acho que volta a ter razão: o que interessa são as ideias,os assuntos e a educação com que se tratam.
JLM