quarta-feira, 23 de abril de 2008

Daqui e dali... Júlio César

O nosso espelho…
Retrato…


Entrou em cartaz no cinema da nossa terra, na última sexta-feira, o documentário de longa-metragem “Juízo - Afinal havia outra”, dirigido por Rodrigo Cardoso Boavida.
Rodeado por críticas absolutamente negativas, como a da revista ‘POVO’, o filme foi tema de inúmeras reportagens e conversas de café, tendo surgido em alguns cafés brigas sérias de galos, que não passaram de arrufos.
Aqui na NECRÓPOLE não foi diferente, e a história já ganhou muitos adeptos.
A NECRÓPOLE é uma associação sem fins lucrativos que, definitivamente, já deixou de existir, independente de algumas espécies lutarem contra tudo e todos. Os aspectos sociais, devem andar em constante harmonia, sob pena de não se alcançar o objectivo mais importante do ano – o controle da crise orçamental. O filme ganha grande intensidade ao tratar de um tema real e cruel com grande coragem. O processo de produção do filme durou alguns anos, duas décadas.
Desde a concepção do enredo narrativo, o director de ‘’Juízo - Afinal havia outra” passou muito tempo em busca de patrocínios. Depois de alguma espera, os recursos injectados pelo POVO e uma parceria com a poderosa empresa Emoções Produções Fornecimento de Água, Lda responsável por diversos filmes da treta, foram suficientes para que a história fosse finalmente apresentada. O realizador encontra-se neste momento a retirar grandes dividendos financeiros das parcerias efectuadas.
As filmagens foram divididas em muitas etapas.
Em primeiro lugar, houve uma longa pesquisa para saber quais os actores com potencial para causar maior impacto no público. Depois disso, centenas de audiências reais foram efectuadas na sala oval. Por lei, é proibido mostrar o rosto dos actores. A solução encontrada foi brilhante: as cenas em que os actores são mostrados de costas para o POVO retratam o momento do julgamento de facto. Para mostrá-los de frente sem usar tarjas pretas ou imagens desfocadas, a produção contratou jovens que apresentam semelhanças físicas com os envolvidos. Mais recentemente o director decidiu empurrar para outro+a) s. A táctica está a dar certo. O que se vê na tela é um verdadeiro retrato da política local.
Locais como o Instituto dos Copos, que recebe os homens condenados, e o Sempre Avante, lugar destinado às meninas, não têm qualquer higiene ou zelo pelas pessoas que ali se deslocam. É difícil imaginar que alguém saia de lá melhor do que entrou.
Apesar de estes locais já terem recebido investimentos e melhorias depois que a equipe de produção de “Juízo - Afinal havia outra” passou por lá, ainda há muito a ser feito. É preciso criar urgentemente um sistema transparente, para que haja maiores oportunidades para todos.
Júlio César

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito curioso este artigo!!!
JPR

Anónimo disse...

Ainda bem que conseguiu patrocinios,senao o filme nunca mais era lançado,afinal sempre tinha a sua razao, depois de alguma espera. quem espera sempre alcança,muita historia ficou por contar! quem sabe um dia...