quinta-feira, 17 de abril de 2008

Autarcas do Tua querem projecto para desenvolver vale

Os presidentes do Municípios ribeirinhos do Tua vão mandar elaborar um estudo para apurar o modelo de desenvolvimento possível para o vale, quer se faça ou não uma barragem junto à foz.

Autarcas do Tua 3.jpgA decisão saiu de uma reunião de quase três horas, ontem à tarde, na Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães.

Esperava-se mais do encontro que juntou os autarcas de Alijó, Carrazeda, Mirandela, Murça e Vila Flor, e também o chefe de projecto da Estrutura de Missão do Douro. No final, apenas um comunicado de duas páginas, lido pelo anfitrião, sem direito a explicações, e sem qualquer referência a uma reivindicação específica a fazer à EDP, previsivelmente a concessionária da barragem.

Os restantes participantes também não fizeram qualquer declaração, o que poderá deixar antever que, a partir de agora, apenas falarão a uma só voz, desde que o motivo seja o seu projecto conjunto. Um projecto que assenta na “defesa intransigente da população do vale do Tua” e na implementação de um “programa de acção de desenvolvimento integrado”.

De resto, ficou claro que a reunião teve como base o arranque de um projecto conjunto e não a discussão de um ou outro investimento isolado. Os autarcas entendem-no como “indispensável” a um território do interior Norte, que dizem estar “esquecido e isolado”, para além de precisar de “iniciativa, apoios e discriminação positiva”.

Só que antes de darem mais algum passo, os responsáveis por aqueles concelhos querem inteirar-se da real situação económica, social, ambiental e cultural da região abrangida. Para tal, decidiram que deve ser elaborado “um estudo que complete todos os cenários de evolução possíveis, incluindo ou não a construção da barragem, bem como a manutenção, ou não, da linha do Tua”. E o projecto terá de ter em conta o ordenamento do território, a mobilidade, a agricultura, o turismo e o património.

Da tradução do comunicado resulta ainda claro que todos os intervenientes estão imbuídos do espírito de “procurar riqueza, competitividade e inovação”, materializado num projecto “público e privado”, de várias facetas, que esteja voltado para o interior do vale do Tua.

Dos cinco autarcas apenas o de Mirandela tem lutado contra a construção da barragem, mas no final da reunião de ontem também não ficou a saber-se se mantém a luta ou se concordou com os seus homólogos. Refira-se, porém, que no comunicado está explicito que o processo ontem iniciado afasta qualquer cenário de “extremar de posições cegas de quem está a favor ou contra uma obra, sem uma avaliação prévia cuidada”. Os autarcas comprometeram-se mesmo a “partilhar, discutir e fazer convergir” em torno de um projecto de “inclusão social alargada”, que não prende acentuar divergências.
Eduardo Pinto/JN/Rádio Ansiães

4 comentários:

Anónimo disse...

Concluiu-se então, que, divergências, EXISTEM, só que não vão por aí, não colocando em causa a fraternidade demonstrada à mesa !
Quem patrocina o projecto?
Que projecto de inclusão ou implosão?
Qual o tempo de estudo para o mesmo e quem o realiza?
Vão reunir de novo, não se sabe bem quando e onde e depois, depois se verá!
Eles (o povo) são ceguinhos e estorpiados!

Anónimo disse...

Ora ai está mais uma bela jogada, a táctica foi muito bem conseguida, tenho dúvida quanto à técnica dos intervenientes, bem no fundo junto à superfície, a maioria dos presidentes das câmaras aspira a construção da barragem mas, e há sempre um mas, se a teta for bem espremida melhor. Trocando por miúdos com o intuito de agradar a gregos e troianos, aos verdes porque ainda não se deu o sim e a EDP ainda não se fechou a porta, e convém que esteja sempre entreaberta, estamos em período negocial, e como o segredo é a alma do negócio, vamos compondo o ramalhete.
Assim se faz política em prol dos supremos interesses da população, ou será que devíamos entregar o ouro aos “bandidos” sem regatear o preço?
No fim do negócio se saberá quem ganhou e quem perdeu. A maioria dos habitantes destas paragens, como sempre, mantêm-se a leste no nordeste, comem o que lhe dão, é a resignação, ou a confiança no poder instalado?
Sabre07

Anónimo disse...

À mesa, eles comem tudo!
A fotografia foi tirada no início do adocicado lanche!
Já valeu a pena reunirem-se!
Só dão destes espectáculos!

mario carvalho disse...

Estou convencido que o Dr Silvano não provou os bolos....Deus queira que não...

parabéns a todos os que acreditam

mario