Ninguém melhor que o nosso Rei sabe como presentear todos os seus opositores e não opositores: presenteá-los com elefantes brancos.
Os elefantes brancos são raros na natureza, portanto são sagrados. Como são sagrados são intocáveis. Mas elefantes sagrados também comem, e comem demasiado. O suficiente para transformar um Concelho rico num miserável.
A semelhança entre estes elefantes são as suas prendas. De acordo com os termos das doações, a maior parte deve ser gasta em sistemas de bombagem de água. Um moderno sistema de bombagem é imensamente caro. É verdade que nós o obtemos em troco de nada. Mas tal como os elefantes brancos, este sistema mais uma vez custa ao Povo. Precisa de Pilotos, cujo treino custa uma fortuna. Precisa de população calma e serena. Todas estas despesas são muito maiores do que o preço da própria bombagem.
Mas que Povo pode recusar umas prendas tão maravilhosas?
O nosso Povo está prestes a receber enormes quantidades das mais avançadas promessas. O preço afixado ainda não foi possível calcular. Aparentemente, as promessas são necessárias para fortalecer o ego do nosso Rei: Aos olhos de todos, este agora é o grande perigo.
Como é que isto aconteceu? Durante as duas últimas décadas a nossa Terra serviu como reserva de elefantes brancos. Quando o Rei derrubou o regime anterior, toda a região sonhou. O governo instalado rapidamente dominou as milícias revoltosas. O Rei está agora mais poderoso que nunca, está a estender o seu longo braço a todos os que ainda acreditam.
O Rei, na sua infinita sabedoria, fez com que quase todas as enormes reservas se esgotassem. Se estas reservas fugirem do controle do Rei, isto provocará uma mudança drástica no equilíbrio de poder.
No entanto os príncipes, têm direitos adquiridos nestes arranjos convenientes. Quando estes levantam a sua voz contra um negócio de sistemas de bombagem de água ou outros, logo o Rei numa lógica da objecção estende o seu manto para abafar todos os males. Esta é a base para que os Elefantes Brancos não se tornem visíveis, aos olhos do Povo.
O que fazer? É fácil: oferece-los ao Povo como prenda, a fim de manter "o equilíbrio de poder" e a nossa "superioridade qualitativa sobre todos os Povos vizinhos".
Mas isto, naturalmente, não é o fim da história.
Os tempos mudaram. O Rei é uma pessoa respeitável. Pode ser uma celebridade, objecto de adulação para o Povo.
Só que um multimilionário havia-se fixado na ideia de adquirir um elefante branco, a fim de impressionar os seus colegas. Mas é rigorosamente proibido exportar elefantes brancos desta terra, porque são património de todos nós.
Entretanto um esperto prometeu-lhe obter um elefante branco, e disse-lhe mesmo como faria isso: pintaria o elefante de cinza antes de contrabandeá-lo.E na verdade, no prazo prometido chegou uma gaiola, e dali saiu um elefante cinzento. Quando a tinta cinza foi lavada, revelou-se um elefante branco. Mas com um bocado mais de lavagem, a tinta branca também foi descascada e, por baixo, o elefante era cinzento.
Um negócio é um negócio. Um Elefante será sempre um Elefante.
Júlio César
A semelhança entre estes elefantes são as suas prendas. De acordo com os termos das doações, a maior parte deve ser gasta em sistemas de bombagem de água. Um moderno sistema de bombagem é imensamente caro. É verdade que nós o obtemos em troco de nada. Mas tal como os elefantes brancos, este sistema mais uma vez custa ao Povo. Precisa de Pilotos, cujo treino custa uma fortuna. Precisa de população calma e serena. Todas estas despesas são muito maiores do que o preço da própria bombagem.
Mas que Povo pode recusar umas prendas tão maravilhosas?
O nosso Povo está prestes a receber enormes quantidades das mais avançadas promessas. O preço afixado ainda não foi possível calcular. Aparentemente, as promessas são necessárias para fortalecer o ego do nosso Rei: Aos olhos de todos, este agora é o grande perigo.
Como é que isto aconteceu? Durante as duas últimas décadas a nossa Terra serviu como reserva de elefantes brancos. Quando o Rei derrubou o regime anterior, toda a região sonhou. O governo instalado rapidamente dominou as milícias revoltosas. O Rei está agora mais poderoso que nunca, está a estender o seu longo braço a todos os que ainda acreditam.
O Rei, na sua infinita sabedoria, fez com que quase todas as enormes reservas se esgotassem. Se estas reservas fugirem do controle do Rei, isto provocará uma mudança drástica no equilíbrio de poder.
No entanto os príncipes, têm direitos adquiridos nestes arranjos convenientes. Quando estes levantam a sua voz contra um negócio de sistemas de bombagem de água ou outros, logo o Rei numa lógica da objecção estende o seu manto para abafar todos os males. Esta é a base para que os Elefantes Brancos não se tornem visíveis, aos olhos do Povo.
O que fazer? É fácil: oferece-los ao Povo como prenda, a fim de manter "o equilíbrio de poder" e a nossa "superioridade qualitativa sobre todos os Povos vizinhos".
Mas isto, naturalmente, não é o fim da história.
Os tempos mudaram. O Rei é uma pessoa respeitável. Pode ser uma celebridade, objecto de adulação para o Povo.
Só que um multimilionário havia-se fixado na ideia de adquirir um elefante branco, a fim de impressionar os seus colegas. Mas é rigorosamente proibido exportar elefantes brancos desta terra, porque são património de todos nós.
Entretanto um esperto prometeu-lhe obter um elefante branco, e disse-lhe mesmo como faria isso: pintaria o elefante de cinza antes de contrabandeá-lo.E na verdade, no prazo prometido chegou uma gaiola, e dali saiu um elefante cinzento. Quando a tinta cinza foi lavada, revelou-se um elefante branco. Mas com um bocado mais de lavagem, a tinta branca também foi descascada e, por baixo, o elefante era cinzento.
Um negócio é um negócio. Um Elefante será sempre um Elefante.
Júlio César
6 comentários:
MUITO BOM!
SUGESTIVO E COMPETENTE!
Esta alegoria é simplesmente fabulosa, mas é preciso saber lê-la bem nas entrelinhas... Este JC começa a habituar-nos a textos de excelente qualidade criativa, numa semântica enleante mas cognosciva.
(socialista)
Semântica "facilmente conhecida", pois, mas de facto não deixa de se ler muito bem nas entrelinhas.
É uma maneira de dizer "coisas" que mesmo no abstracto vão "lá" direitinhas.
No entanto o "povão" não entende e a juventude não está para se ralar com significâncias de editoras.
No nosso meio a objectvidade, mesmo razoavelmente "picante", com educação, funciona melhor.
O artigo é bom, mas depois lá vêm os comentários cheios de eduquês e lugares comuns: competente, cognosciva, objectivo que não se deixa ler: só nas entrelinhas. E o povão não entende e a juventude não apanha. Objectivo. Não há pachorra!
Este blogg está cheio de imperadores: Júlio César, Augusto… Este Júlio é o primus inter pares, mas tem de ter cuidado, se se deixa ir pelo séquito e começa a distinguir as pessoas em inteligentes que lêem nas estrelinhas e jovens parvos que só divisam as linhas. Se calhar é melhor começar a confiar nestes, pois foi dos outros que surgiu Brutus, o bruto que depois o mataria.
J. C.
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