Lanterna de esperança…
Os factos…
É impressionante como nada, ou quase nada muda. Por isso continuamos, cada vez mais, na cauda.
Um povo resignado, humilde e sonâmbulo, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de prepotência, um povo em catalepsia final, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda no íntimo da sua consciência uma lanterna de esperança, reflexo de astros brilhantes que ande surgir no futuro próximo.
A burguesia instalada, cívica e politicamente até à medula, não descrimina já o bem do mal, sem palavras, sem carácter, descambam na vida pública em sevandijas, capazes de tudo, e a nossa gente vai sofrendo. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado dos compadres; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime de todo o seu carácter.
Amigos e compadres sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, que se partiram e voltaram a unir, apesar disso, pela razão lógica dos actos praticados, comem na mesma tigela.
A lanterna…
Um dia, na nossa praça principal, eis que surge um corajoso, “ESPERANÇA”, andava de lanterna acesa, em pleno dia. Os transeuntes abanavam a cabeça, pensando que enlouquecera. Alguns mais afoitos perguntaram-lhe o que fazia àquela hora do dia com a lanterna acesa. “ESPERANÇA” respondeu-lhes que andava à procura de homens de palavra, que honrassem o prometido.
A nossa terra perdera tantos valores que “ESPERANÇA” tinha dificuldades em encontrar um Homem no sentido verdadeiro da palavra.
O gesto foi repetido, nas várias praças da nossa querida terra, mas “ESPERANÇA” não conseguia encontrar o homem perfeito para agarrar o tempo perdido.
O gesto foi repetido, nas várias praças da nossa querida terra, mas “ESPERANÇA” não conseguia encontrar o homem perfeito para agarrar o tempo perdido.
No entanto, o Povo num acto de coragem grita: Coerência, Responsabilidade, Carácter. “ESPERANÇA” ficou confusa sem saber o que fazer, pois as traquinices eram tantas, que se perguntou a si mesma, e agora, onde encontrar este homem?
A coerência implica uma maneira de estar na vida de acordo com o que se pensa. E não ser como os cata-ventos das torres das igrejas que mudam de posição conforme sopram os ventos. Mas quantos encontramos por aí que, conforme os seus objectivos, alteram os seus pontos de vista de manhã para a tarde, primeiro os seus interesses, depois o Povo. A responsabilidade leva a assumir em consciência os compromissos. E a cumpri-los inteiramente. E a não brincar com coisas sérias. Veja-se os irresponsáveis que se passeiam à nossa volta não assumindo a sua palavra. E a quem nada se pode confiar.Ter carácter íntegro é ser o que se é na aplicação das suas convicções. Sem malabarismos nem manipulações. Nem segundas intenções. Com rectidão e consciência limpa. Não se pode viver em sociedade sem nos relacionarmos com os outros na verdade. Ter duas caras envenena qualquer relação humana. E gera o ódio e o rancor. “ Ser ou não ser”, eis a questão. Tanta mentira que pula por aí vestida de simpatia. E tantos punhais apontados nas costas com ar das maiores juras de amizade pela frente. Porém, para “ESPERANÇA” é tempo de continuar em frente, enfrentar o medo com que temos de viver, aprender a lidar com a adversidade e construir uma terra cheia de sonhos. Coragem!LANTERNA DE ESPERANÇA não é um filme de ficção, mas uma maneira de traduzir a realidade que nos rodeia.
Júlio César
10 comentários:
"A lanterna...um dia na nossa Praça principal..."
Cumprimento respeitosamente o anónimo Júlio César.
Tudo neste concelho chegou a um ponto tal, que não há lanterna ou candeia que até à luz do dia possam ajudar a encontrar o homem que se precisa, de palavra, coerente, responsável, honesto,que olhe de frente os problemas que nos afligem e tocam fundo num tempo em que achamos merecer desenvolvimento para nossos filhos e netos e ainda para nós, se possível.
Onde está ele, equidistante apenas quanto baste, de afilhados, de amigos e compadres que não comam da mesma malga, conspurcada de poder político que temos vivido?
A propositura de homens para cargos políticos, por mera convicção daqueles, acham possivel enganar tantos homens e mulheres, e durante tanto tempo?
Como é possível num tempo de exigência, assistirmos à falta de convicções esclarecidas, à propositura séria de planos e projectos razoáveis e nunca, irresponsavelmente megalómanos?
A falta de coerência, a tal mentira vestida de simpatia bacoca, há-de afogar-nos em vergonha de não sermos capazes de participar na escolha de um HOMEM!
Esta lenterna de esperança, não é, como diz o "nosso" Júlio César, um filme de ficção. Traduz, sim a realidade que nos rodeia!
Estou ESPANTADO!
O artigo do J. César = Espectáculo!
1º comentário = Fantástico!
Mas quem será esta gente?
Acho que é necessário conhecer esta gente que, de certeza, vive a nossa TERRA com amor e esperança!
Precisa-se um comandante convicto e determinado cuja visão vá mais além da biqueira ... com marinheiros embuídos dum único sentido: o de servirem e não se servirem. Capazes de envolverem sem se deixarem envolver, distantes de todos os interesses mas sempre perto daqueles que são os verdadeiros interessados, abertos à sabedoria e às ideias dos que pensam que nada sabem, respeitadores dos saberes contrários, galvanizadores daqueles que podendo até hoje nada quiseram com o passado e o presente, tudo isto para conseguir encontrar a resposta à questão que nos pode dar a tal esperança:
O QUE É QUE EU QUERO PARA A MINHA TERRA?
Ateu
Boa!
Parabens sr. Ateu
Parece impossível como todos são tão sebastianistas:afinal, o problema resolve-se com um milagreiro,capaz,sozinho, de fazer tudo,como se não precisasse de mais ninguém,um D. Quixote,capaz de lutar contra todos os moinhos.
Não. A solução há-de vir de homens normais,capazes de,em equipa, forjarem uma alternativa.E,sobretudo, uma equipa jovem,com idades entre os 20 e 50 anos.Em conjunto,estudarão o caminho a traçar e percorrê-lo-ão sempre entreajudando-se.
Se não forem lá assim,lhes garanto que não encontrarão o tal salvador.
Até porque este,sendo mortal,pode morrer de um momento para o outro e ficarão todos ainda mais desorientados.
JLM
Caro Dr. JLM:
Quando se fala em HOMEM, fala-se óbviamente em chefe de uma equipa, na qual todos têm o seu próprio lugar com responsabilidade.
Claro que esse HOMEM deve ser escolhido pelos seus pares e alguém terá de ser!
Aliás, saído de uma boa equipa, qualquer deles pode ser!
Hoje em dia não há "sebastianismos", porque como bem quer significar,já passou de uso.
Mas por favor, os 50 anos não pode ser limite, senão o Senhor JLM ficava de fora e isso não é justo, tratando-se como todos sabemos, de uma + valia indiscutível e que muito poderia ajudar o nosso conbcelho.
Estou um bocado baralhado com os últimos acontecimentos ocorridos neste blogue.Não sei até que ponto vai a brincadeira e quando se fala a sério.
Pessoalmente, só tenho a dizer que não estou nada interessado em meter-me em lides politico-administrativas. Tenho a idade do sr. presidente da câmara,acho que ele deve sair e dar lugar a gente mais nova. Não seria coerente da minha parte participar de algum modo na substituição de alguém que considero já não muito novo.
A juventude que apareça e entre na liça.Por mim, sinto-me bem,instalado na liberdade de que finalmente gozo. Gosto de ser independente e de poder ir ou estar onde me apetecer. Não me apetece assumir compromissos.
Aliás, como gosto de brincar um pouco com a própria vida,penso que agora estão a brincar comigo.
JLM
este joão deve ter muitos pseudónimos e quer é gozar os ateus e outros mas goza é sozinho
Este último comentário deixou-me profundamente desgostoso.Como pode pensar uma coisa dessas? Os meus comentários vêm no início com o nome "João", que é o computador que o dá, e no fim com JLM,que sou eu que o ponho,excepto quando me esqueço de o pôr.O meu gozo não é assim tanto com isto tudo!!
JLM
Claro que é como diz o João!
Assim todos se identificassem...
Caro JLM:
O meter-se ou não em lides político-administrativas, tem tudo a ver com disponibilidade de tempo e mental.
Quem teve uma vida de trabalho, como é o seu caso, aprecia agora na aposentação a felicidade de ser livre e não haver tempo que o condicione.
Assim tenha saúde e oxalá não lhe falte!
Compreendo por outro lado que não é pera doce vir a fazer parte de uma estrutura em falência, onde se acumularam tantos e tantos erros políticos, pessoais e disparates técnicos.
Dou-lhe razão, até porque caminho para essa aposentação, onde pretenderia, pelo menos, escrever muito.
Rascunhos e doc. já há muitos, mas a cada dia que passa há sempre mais e infelizmente pelas piores razões do nosso NÃO desenvolvimento.
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