A esmagadora maioria dos autarcas afectados pela barragem de Foz Tua, em Trás os Montes, está disposta a sacrificar a linha do Tua em troca de compensações para as populações, segundo opiniões recolhidas hoje pela Lusa.
O presidente da Câmara de Vila Flor, Artur Pimentel, compara mesmo a linha do Tua à perda de um ente querido.
"Nós temos sempre pena das pessoas que nos são queridas e morrem, mas temos de olhar para o futuro e o futuro é a barragem não é a linha do Tua", considerou o autarca socialista.
Artur Pimentel diz-se "um saudosista da linha do Tua" mas não vai defender a sua manutenção a qualquer custo na reunião de quarta-feira, em Carrazeda de Ansiães.
A reunião já foi adiada duas vezes e, depois de marcada para 08 e 15 de Abril, tem agora nova data para dia 16, em Carrazeda de Ansiães.
Concertar posições para negociar compensações pela construção da barragem é o propósito deste encontro entre os presidentes das Câmaras de Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Alijó.
No conflito entre a barragem e a linha, a única excepção é o presidente da Câmara de Mirandela, o social-democrata José Silvano, que estará isolado nesta reunião, como admitiu hoje à Lusa.
"Se houver posições conciliáveis tudo bem, se não houver alguma coisa terá de ser sacrificada e, se tiver que ser a linha do Tua, que o seja, com as devidas compensações" disse à Lusa o autarca de Carrazeda de Ansiães, o social democrata Eugénio de Castro.
O anfitrião desta reunião contesta também os argumentos dos ambientalistas, lembrando que há mais de cem anos a construção da linha do Tua foi em si "uma grande ofensa ao ambiente".
Apontou também o caso mais recente da construção da barragem de Picote, no Douro Internacional, considerada na actualidade um exemplo da arquitectura moderna.
"Deve também ter sido, naquela altura- há 50 anos- uma ofensa ao ambiente e hoje está prestes a ser classificada como monumento nacional", afirmou.
A ideia da reunião para concertar uma posição surgiu depois de ter sido conhecida, a 23 de Março, a única concorrente à construção e exploração da barragem, a EDP.
A proposta apresentada pela EDP indica uma cota de 195 metros, que inundaria quase toda a linha do Tua, vinhas e olivais nos distritos de Bragança e Via Real.
A cota só será decidida em sede de Declaração de Impacte Ambiental e de acordo com os resultados dos estudos que a concessionária terá que desenvolver.
A cota mínima, de 160 metros, agrada aos quatro autarcas de Alijó, Carrazeda, Murça e Vila Flor, apesar de o último troço da linha do Tua e o mais atractivo turisticamente ficar inundado.
Enquanto que os colegas estão dispostos a negociar compensações para as populações por esta e outras perdas, José Silvano, que é também presidente do Metro de Mirandela, responsável pelo transporte ao serviço da CP, "só quer saber o que está previsto para a linha do Tua.
Nomeadamente quanto dos 20 por cento do valor da obra para a minimizar impactes e compensações se destinam à Linha do Tua.
Segundo os valores apresentados pela EDP, estes 20 por cento corresponderão a cerca de 68 milhões de euros, já que o investimento estimado é de cerca de 340 milhões para uma cota de exploração de 195 metros, o que implicará uma capacidade instalada de 324 mega watts (MW).
O que é certo é que nenhum autarca conhece ainda as propostas da EDP em relação à linha e outros interesses afectados.
O presidente executivo da EDP, António Mexia, garantiu recentemente que "a empresa apresentou alternativas claras para todas as partes da linha que não podem ser preservadas".
Não concretizou, porém essas alternativas, afirmando apenas que "o que está em causa é maximizar a diferença entre o efeito positivo e o efeito negativo".
António Mexia disse ainda que "a EDP está determinada em ter a melhor combinação entre desenvolvimento regional e aproveitamento hidroeléctrico e isso é algo que vai ser trabalhado entre a EDP, o Ministério do Ambiente, as Câmaras e as populações locais".
O presidente da Câmara de Alijó, o socialista Artur Cascarejo, diz que é necessário encontrar "um ponto de equilíbrio" entre o aproveitamento hidroeléctrico, o ambiente e os interesses das populações que serão afectadas com a subida das águas".
Já o colega socialista João Teixeira, autarca do concelho mais afectado em termos agrícolas, o de Murça, apoia a barragem a uma cota mínima, que salvaguarde a maior parte da área de vinha e olival. RTP
O presidente da Câmara de Vila Flor, Artur Pimentel, compara mesmo a linha do Tua à perda de um ente querido.
"Nós temos sempre pena das pessoas que nos são queridas e morrem, mas temos de olhar para o futuro e o futuro é a barragem não é a linha do Tua", considerou o autarca socialista.
Artur Pimentel diz-se "um saudosista da linha do Tua" mas não vai defender a sua manutenção a qualquer custo na reunião de quarta-feira, em Carrazeda de Ansiães.
A reunião já foi adiada duas vezes e, depois de marcada para 08 e 15 de Abril, tem agora nova data para dia 16, em Carrazeda de Ansiães.
Concertar posições para negociar compensações pela construção da barragem é o propósito deste encontro entre os presidentes das Câmaras de Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Alijó.
No conflito entre a barragem e a linha, a única excepção é o presidente da Câmara de Mirandela, o social-democrata José Silvano, que estará isolado nesta reunião, como admitiu hoje à Lusa.
"Se houver posições conciliáveis tudo bem, se não houver alguma coisa terá de ser sacrificada e, se tiver que ser a linha do Tua, que o seja, com as devidas compensações" disse à Lusa o autarca de Carrazeda de Ansiães, o social democrata Eugénio de Castro.
O anfitrião desta reunião contesta também os argumentos dos ambientalistas, lembrando que há mais de cem anos a construção da linha do Tua foi em si "uma grande ofensa ao ambiente".
Apontou também o caso mais recente da construção da barragem de Picote, no Douro Internacional, considerada na actualidade um exemplo da arquitectura moderna.
"Deve também ter sido, naquela altura- há 50 anos- uma ofensa ao ambiente e hoje está prestes a ser classificada como monumento nacional", afirmou.
A ideia da reunião para concertar uma posição surgiu depois de ter sido conhecida, a 23 de Março, a única concorrente à construção e exploração da barragem, a EDP.
A proposta apresentada pela EDP indica uma cota de 195 metros, que inundaria quase toda a linha do Tua, vinhas e olivais nos distritos de Bragança e Via Real.
A cota só será decidida em sede de Declaração de Impacte Ambiental e de acordo com os resultados dos estudos que a concessionária terá que desenvolver.
A cota mínima, de 160 metros, agrada aos quatro autarcas de Alijó, Carrazeda, Murça e Vila Flor, apesar de o último troço da linha do Tua e o mais atractivo turisticamente ficar inundado.
Enquanto que os colegas estão dispostos a negociar compensações para as populações por esta e outras perdas, José Silvano, que é também presidente do Metro de Mirandela, responsável pelo transporte ao serviço da CP, "só quer saber o que está previsto para a linha do Tua.
Nomeadamente quanto dos 20 por cento do valor da obra para a minimizar impactes e compensações se destinam à Linha do Tua.
Segundo os valores apresentados pela EDP, estes 20 por cento corresponderão a cerca de 68 milhões de euros, já que o investimento estimado é de cerca de 340 milhões para uma cota de exploração de 195 metros, o que implicará uma capacidade instalada de 324 mega watts (MW).
O que é certo é que nenhum autarca conhece ainda as propostas da EDP em relação à linha e outros interesses afectados.
O presidente executivo da EDP, António Mexia, garantiu recentemente que "a empresa apresentou alternativas claras para todas as partes da linha que não podem ser preservadas".
Não concretizou, porém essas alternativas, afirmando apenas que "o que está em causa é maximizar a diferença entre o efeito positivo e o efeito negativo".
António Mexia disse ainda que "a EDP está determinada em ter a melhor combinação entre desenvolvimento regional e aproveitamento hidroeléctrico e isso é algo que vai ser trabalhado entre a EDP, o Ministério do Ambiente, as Câmaras e as populações locais".
O presidente da Câmara de Alijó, o socialista Artur Cascarejo, diz que é necessário encontrar "um ponto de equilíbrio" entre o aproveitamento hidroeléctrico, o ambiente e os interesses das populações que serão afectadas com a subida das águas".
Já o colega socialista João Teixeira, autarca do concelho mais afectado em termos agrícolas, o de Murça, apoia a barragem a uma cota mínima, que salvaguarde a maior parte da área de vinha e olival. RTP
1 comentário:
A Linha do Tua significa utilizar transportes públicos:
http://www.youtube.com/watch?v=mreovKPBsg8
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