quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Daqui e dali... Alexandre Quinteiro

A Ascenção, a Queda e o Tamanho M
Não, não vou fazer uma análise política às recentes eleições internas do PSD. Podia fazê-lo, mas não quero.

Depois de manter esta janela aberta horas a fio, encontrei um bom tema para deixar "escorrer" a "tinta": "Não ter tema". Exactamente.

Escrever é uma actividade que deriva dos primóridos da Humanidade e que, hoje, nos é ensinada desde tenra idade. E ainda bem.

Gosto bastante de escrever, sabe-me bem, seja num teclado ou na areia molhada, com um lápis mal afiado ou com as letras da sopa, adoro escrever, e foi essa uma das razões pelas quais criei este blog: a necessidade de escrever. Mas quando escrevo gosto de ter um motivo para o fazer (hoje é excepção), um bom tema que me permita ser acutilante ou simplesmente divagar...


Há vários dias que não tenho tema. É frustrante abrir o Blogger e fechá-lo de novo sem ter escrito o que quer que seja, ou escrever um parágrafo e apagá-lo pois este não nos leva a outro local que não um sombrio beco sem saída.

ESTOU OFICIALMENTE SEM TEMA. COM INSPIRAÇÃO MAS SEM TEMA!!!

Até um dia.
(espero que amanhã)

"O tempo corre, não anda, ele é quem manda."

P.S.: O título é uma semana mais antigo que o texto. Era o titulo de um dos tais parágrafos inconclusivos, mas como me pareceu bonito decidi mantê-lo.

Alexandre Quinteiro in Silêncio é o Barulho Baixinho

9 comentários:

Anónimo disse...

Muito interessante o texto. Parece-me é que está a deixar-se imbuir de certo sentimento existencialista que se traduz em reduzir tudo a um sem sentido e a deixar apenas que a sua energia se escoe numa qualquer actividade, neste caso a escrita,para a qual puxam os seus impulsos.

Hélder Rodrigues disse...

Olá, J. A. Q. (já reparaste que os dois primeiros substantivos do teu tema começam por A. Q. ?).

1- primeiro, permite-me uma pequena correcção em relação ao teu 3º parágrafo: "Escrever é uma actividade que (NÂO) deriva dos primórdios da Humanidade", pois, como sabes (tenho a certeza que sabes), atribui-se aos Fenícios a invenção do alfabeto fonético,(fenício arcaico, entenda-se) algures entre os sécs XXI a XVI a. C., que assim se impôs à então escrita cuneiforme e hieroglífica. Já agora, sempre te digo que o alfabeto que hoje nos permite comunicar aqui e agora foi adoptado do primitivo alfabeto fenício que era composto por 22 letras... portanto, antes dos fenícios já havia muitos milénios de Humanidade!
2- Como me sabe bem dizeres que te "sabe bem" escrever! A mim também, como muito bem sabes... E já agora, como me sabe bem o teu "Silêncio é o Barulho Baixinho": lembras-te?...
3- Quanto à janela aberta no blogue (ou o papel em branco): essa é, para mim, a angústia mais saborosa do escritor, pois sabe que é esse NADA no papel (ou no blogue) que virá ter com ele, demore o que demorar, como muito bem citas nesta aparente antonímia: "o tempo corre, não anda, ele é quem manda". Ora experimenta esperar... até te doer... (no fundo é o que me parece implícito neste teu texto: uma certa dor!)...
4- Ah! E escreve sempre. Há sempre um tema à tua espera (quem melhor do que eu (que ajudei a cavar os caboucos do belo edifício intelectual que tu és), sabe que deves escrever sempre? Anda, escreve. O blogue ou o papel são bons "ninhos" para nos deixares impresso o teu muito prometedor scriptum!
Um abraço amigo.

h. r.

vitorino almeida ventura disse...

O que é interessante no teu texto é que te revelas um escritor. Não escolhes, foste escolhido. Tens de fazê-lo, não é, Alexandre? Que força é essa que te impele à catarse? Que não te abre portas para o exterior, só a janela da líbido em contracção ao Ego, para te levar em mão ao Paraíso das letras?...

Das letras como poesia!

Ab.,

vitorino almeida ventura

Anónimo disse...

Olá Professor.
Não tinha reparado nessa coincidência entre as minhas iniciais e as iniciais do título do texto, mas não deixa de ter a sua graça.

Quanto ao surgimento da escrita quero, desde já, agradecer-lhe o esclarecimento dado, embora não fosse minha inteção referir-me à escrita com base no alfabeto fonético, mas sim à necessidade que já os primeiros seres humanos tinham de registar o seu dia-a-dia, através de desenhos nas rochas, aquilo a que hoje chamamos pinturas rupestres.

"Silêncio é o Barulho Baixinho!...", sem dúvida uma expressão carregada de significado. Obrigado por tudo professor.

Sim, é uma dor...

Grande abraço

Anónimo disse...

Bom, aqui se encontram dois grandes responsáveis pela minha necessidade de escrever, talvez os dois principais responsáveis. Um grande obrigado aos dois.

Com o Prof. Hélder Rodrigues e com o Prof. Vitorino Ventura aprendi a escrever e a ouvir, se um me ensinou muito e muito me influênciou na infância, o outro fê-lo igualmente na adolescência.

Agora, dirigindo-me ao Prof. Vitorino (uma vez que já respondi ao Prof. Hélder Rodrigues): catarse é sem dúvida a palavra-chave, que resume na perfeição aquilo que me leva a escrever, havendo ou não tema...

Grande Abraço

vitorino almeida ventura disse...

Alexandre,

continuo a achar que o único responsável pela tua necessidade de escrever és tu mesmo. E só. Foste escolhido (por uma força tamanha), não escolheste...

O que existiu entre nós (desculpa-me), nunca foi uma relação paternal ou de um substituto como é sempre o professor da figura paterna, mas algo parecido com o xadrez. Tu avanças com a tua dama, Linda Martini, eu com o bispo dos Caveira, etc. etc. Tu com os Ornatos Violeta, eu com os Low Budget Research Kitchen, não sei se ouviste...

Para Freud, uma das profissões impossíveis era a de professor... pela impossibilidade de haver uma perfeição! E os bons alunos, para mim, dispensam os professores... Investigam, eles-mesmos de acordo com o seu foco de interesses.

Ab. fraterno,

vitorino almeida ventura

Hélder Rodrigues disse...

Amigo A.Q.

Não precisas de agradecer. Nada deves. O prof. apenas ajuda a abrir caminhos. Cabe ao outro escolher se o quer seguir ou não. E tu seguiste-o! Nunca o percas!...

Um abraço.

h. r.

Anónimo disse...

Vou ser um pouco dissonante: - Acho que ter propensão para a escrita é muito bom. Mas não deve ficar-se por aí: - escrever por escrever. Há que ver se se tem propensão para o romance, para o ensaio, para a investigação, etc..E, escolhido o caminho( não há pressas), atendendo à propensão e á utilidade do fim, então há que trabalhar para adquirir os conhecimentos necessários ao exercício superior do caminho escolhido.

vitorino almeida ventura disse...

Ó caro JLM, por favor, deixe-nos ser fúteis um dia... Nem tudo pode ser útil. Se apenas queremos o agradável de vaguear sem rumo, como ao nouveau roman.

Por favor, um dia sem um tema ou uma história.

Ab.,

W.