As obras de modernização das ruas comerciais de Carrazeda de Ansiães têm dado muito que falar. E não pelas melhores razões. Se é certo que toda a gente concorda com elas, porque dão outra dignidade à vila, também não o é menos que há erros crassos que urge corrigir. Exemplo a localização dos postes de iluminação pública.
Pois dos 94 postes colocados, 14 já foram danificados e alguns mesmo partidos e tombados. E ainda a procissão vai no adro. Ora, o que inicialmente parecia tratar-se de obra de vândalos avessos a tudo o que é novo, surge agora aos olhos de todos como uma consequência de um projecto em que a estética é inimiga da funcionalidade. As obras privilegiaram o peão, alargando os passeios, e deixaram a faixa de rodagem suficiente para a passagem de veículos ligeiros. Acontece que os postes de iluminação estão no topo do passeio. Uma pequena distracção do condutor, um encostar ao lancil para se desviar de uma manobra de carga-descarga, e, inevitavelmente, o retrovisor esbarra no poste.
"Deviam tê-los deixado mais recuados", protesta José Pereira, que já deu por si a desviar, por uma unha negra, o retrovisor direito de um poste na rua Luís de Camões. "Toda a gente vê que estando à beirinha da estrada é mais fácil bater", acentua. "Estão bons é para partir espelhos", critica Manuel de Almeida, enquanto que Hugo Lopes reparte as culpas pelo "projecto e pela falta de civismo de algumas pessoas". Um defeito humano visível, sobretudo nos "mecos" colocados para impedir o estacionamento de viaturas, alguns deles já arrancados.
O presidente da Câmara Municipal, Eugénio de Castro, diz que o problema não está na obra executada, mas sim no seu projecto que "está errado". Como os erros não foram antecipadamente localizados no papel, é preciso agora "procurar soluções que evitem os estragos permanentes que têm vindo a acontecer e que, provavelmente, vão continuar".
Uma das soluções poderá passar por fazer recuar todos os postes de iluminação para dentro do passeio, nomeadamente "alinhando-os com os 'mecos' que impedem o estacionamento". A Câmara espera agora pelo orçamento da alteração para iniciar a obra.
Entretanto, um grupo de comerciantes enviou um abaixo-assinado à Assembleia Municipal de Carrazeda em que protesta contra o reduzido número de lugares de estacionamento e também contra a falta de zonas específicas para cargas e descargas. Alegam que complica as tarefas, sobretudo, às casas comerciais que lidam com artigos mais pesados. Eduardo Pinto in JN
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