Extemporânea e violenta, a tempestade de vento, trovoada, chuva e granizo que assolou ontem o Norte do país, com particular incidência em Trás-os-Montes, surpreendeu toda a gente, alagando ruas, casas e lojas, destruindo colheitas e carros. Um pandemónio que deixou avultados prejuízos.
O concelho de Vila Flor foi o mais sacrificado, devido ao granizo, cujas quantidade e proporções há muito não eram vistas, e um homem chegou a receber tratamento médico após ter sido atingido por uma pedra de gelo na cabeça, suturada com seis pontos. No parque de campismo local, o granizo deixou mossas nos carros e caravanas e arrasou as tendas dos campistas. Pior ficaram as aldeias de Samões, Seixo de Manhoses e Arco, daquele concelho. O presidente da Câmara de Vila Flor, Artur Pimentel, disse que alguns agricultores se queixam de perdas para lá dos 80%, valores que poderão ampliar-se, "pois nos próximos três dias, as culturas vão estragar-se ainda mais com o sol", afirmou. Vinha, oliveiras, pomares e hortas sofreram danos irreparáveis.
A vinha principalmente. Estimativas provisórias apontam para danos superiores a 75%. "A pedra caiu com tal força que cortou os bagos redondos", explicou José Barbosa, produtor de vinho. A dimensão dos estragos deverá aumentar, porque "o que fica apodrece, e a podridão acaba por alastrar a todo o cacho". A produção deste ano estará completamente perdida. Pimentel diz que vai contactar a Direcção Regional de Agricultura para fazer o levantamento dos prejuízos e tentar obter compensações. As pedras de gelo "eram do tamanho de ovos", descreveu um habitante de Samões, "uma coisa nunca vista por aqui", garantiu. JN
Sem comentários:
Enviar um comentário