segunda-feira, 15 de junho de 2009

Agricultores criam associação para contestar Lei dos Poços

Um grupo de 30 agricultores do concelho de Bragança quer criar uma associação com o objectivo de negociar com o Governo uma alteração da Lei dos Poços.
Consideram que o diploma é um absurdo, uma aberração e incompreensível.
Alguns proprietários de poços, furos e outro tipo de captações de água de algumas aldeias de Bragança reuniram-se sexta-feira à noite para dar o primeiro passo com vista à criação da associação.
Em primeiro lugar, contestam o facto de só poderem fazer o registo na Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte.
De todo o distrito e até de toda a região Norte têm de se deslocar a Mirandela” afirma impulsionador da associação acrescentando que “conforme a lei prevê, queremos que essa competência seja delegada nas autarquias, através da juntas de freguesia”.
Por outro lado, os agricultores também não concordam com o pagamento para efectuar o registo e posteriormente para o consumo da água. “Não achamos que o Estado tenha legitimidade de nos obrigar a pagar para registar os poços e depois consumir água para fins agrícolas” refere Carlos Fernandes.
Alguns agricultores ouvidos pela Brigantia confessam que preferem tapar os poços e deixar de lavrar a terra. “Se tiver e registar mais vale tapar o poço e deixar os terrenos ao abandono porque pagar não é correcto” considera Octávio Reis. “Está-se mesmo a ver que isto é para depois pagarmos uma renda para o regadio” desconfia Carlos Vale acrescentado que “ninguém que se convença que o registo é de graça pois paga-se entre 150 a 180 euros”.
A maioria dos poços ainda não foi registado e há agora agricultores que preferem esperar pelos resultados da luta que a associação vai travar. “Esta lei é um absurdo porque há poços centenários e não tem lógica nenhuma estar agora a registá-los” defende José Miguel Lousada que ainda não registou os poços de que é proprietário porque quer esperar “para ver os frutos que esta associação possa colher”.
Esta associação quer alargar a sua abrangência a todo o território nacional e para além de uma audiência com o Governador Civil de Bragança ponderam já organizar um abaixo-assinado para enviar ao Ministério da Agricultura. Brigantia

4 comentários:

Unknown disse...

Isso de cadastrar minas e poços abandonados não lembra ao diabo!
Isto deve ter sido feito para infernizar a vida dos velhos e para os matar com esta derradeira preocupação!
Algum picuinhas de Lisboa achou que seria bom colocar na internet informações necessárias aos passeios seguros pelos montes de todos os estrangeiros que fazem fila para visitar o interior.
JLM

Sónia disse...

É por isto que o admiro primo João, se é que me permite trata-lo assim.
Dr.João, isto dos poços é mais um massacre aos nossos idosos por quem todos perderam o respeito, porque não se lembram de que um dia também chegarão a essa idade, eu pessoalmente depois de ter todos os papéis nas mãos e ler tudo pensei: - "Como farão as pessoas para preencher 12 folhas com coordenadas geograficas, com medições de terrenos? E como descobrirão elas de onde vem o caudal"...é surreal mesmo.
Mas o seu bom humor até me fez sorrir neste dia cinzento.
- Queria ainda dizer-lhe que postei um comentário no outro blogue que como é costume não foi publicado , não lhes convém sabe ;).
Cumprimentos a si e aos seus e volte rápido para uma visita que já temos saudades da sua boa disposição, dos seus sensatos e sábios conselhos e de ouvir as suas gargalhadas.
Ass: Sónia Matos

Unknown disse...

Cara prima:
Como havia de tratar-me?
Mas já agora que gosta dos meus conselhos: - tenha calma,não ferva em pouca água.Até breve.
JLM

Sónia disse...

Obrigada pelo conselho mais uma vez...verdade que fervo em pouca água, mas luto pelos principios que sempre me foram incutidos e pelos valores que tenho como linha orientadora de vida: igualdade, respeito e justiça para todos.
Por isso tenho a profissão que sempre quis, e se fervo em pouca água meu querido primo é porque a água aqui é tão escassa que tem de se poupar...o Dr. sabe tão bem como eu!!! Nem água suficiente me dão para puder ferver!!
Saudações a toda a familia e um abraço para si.
Ass: Sónia Matos