Há dois comboios a vapor que já foram portugueses e que circulam agora nas montanhas do Jura, a cordilheira que protege a cidade de Neuchatel onde está instalada a selecção portuguesa de futebol. As duas máquinas estiveram ao serviço nas linhas do Douro e do Tua. Foram compradas à CP por uma associação privada suíça que as pôs novamente nos carris. São duas máquinas centenárias: uma de 1897, a outra de 1905. As locomotivas abrem ao público nos meses do Verão mas no resto do ano, se a neve o permitir, podem ser alugadas para todo o tipo de iniciativas. O enviado especial da TSF ao Euro 2008, André Tenente, apanhou o comboio, conversou com Stephan Carroza, o homem que as conduz, e registou os sons que contam a história dos primórdios do caminho-de-ferro. TSF
quinta-feira, 19 de junho de 2008
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12 comentários:
estes suiços são mesmo burros..
nós é que somos espertos ...
demos a sucata e ainda comemos os chicolates
Foram compradas por uma empresa privada.
JLM
Associação privada,melhor dito.
O que impede que aqui muitas coisas sejam feitas por iniciativa dos cidadãos?Porque havemos de esperar ou exigir que seja o Estado ou as autarquias a fazerem tudo?
JLM
Caro Senhor
Ideias há muitas.. quem as ponha em prática há poucos.. porque isso obriga a "trabalhar no duro"
Penso que não terá a veleidade de pensar que mais ninguém pensou nisso..!!!
Por isso se permite sugiro ...
Comece...e cito
"Associação privada"
e se conseguir serei o primeiro a felicitá-lo
se não conseguir depois de anos de tentativas... não desista.. continue a acreditar que é possível
se entretanto não quiser desperdiçar anos, como a nossa experiencia infelizmente comprovou.. junte-se a nós e será bemvindo
cumprimentos
mario
Ah Gostei imenso do artigo do VAV
daqui e dali
parabéns
Notícia do PÚBLICO, em 19 06 2008
Sugiro a leitura atenta da parte final
depois tirem conclusões e comparem com o que passou aquando do encerramento Mirandela Bragança e com tudo o que tem sido feito contra Tras os Montes
mario
Petição pela Linha do Tua entregue no Parlamento
19.06.2008, Carlos Cipriano
a O Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT) entregou ontem na Assembleia da República uma petição com mais de 5000 assinaturas que procura alertar os partidos para a preservação desta via-férrea, ameaçada pela a construção de uma barragem no rio que lhe dá o nome.
Daniel Conde, daquele movimento cívico, diz que o objectivo não é só impedir que a barragem destrua aquela via-férrea centenária. É mais ambicioso, pois pretende a reabertura da linha entre Mirandela e Bragança e o seu prosseguimento até à cidade de Puebla de Senabria, onde ligaria à rede ferroviária espanhola.
Os amigos da Linha do Tua esperam que "os deputados da Assembleia da República tomem consciência que a barragem destrói um património arquitectónico único" e aguardam uma definição dos partidos, uma vez que até agora apenas "Os Verdes" se pronunciaram abertamente a favor da manutenção em funcionamento da via-férrea.
A CP alterou, entretanto, os horários dos comboios na Linha do Tua, tornando mais curta a estada de quem faz a viagem por motivos turísticos. Antes podia-se sair de manhã do Porto, almoçar em Mirandela e regressar ao fim da tarde, mas agora a estada naquela cidade transmontana ficou limitada a 35 minutos, o que desencoraja potenciais visitantes que não têm, assim, tempo para tomar uma refeição nem para dar um passeio na marginal junto ao rio.
Ainda assim, no passado fim-de-semana as automotoras tiveram muita procura por parte de turistas, com alguns passageiros a terem de viajar de pé. Em Maio (ver PÚBLICO de 24/5/2008) a CP assegurava que seria possível vender bilhetes para o Tua em qualquer bilheteira da sua rede - o que permitiria conhecer com mais detalhe a procura e reforçar a oferta de automotoras - mas tal ainda não se verifica.
Já as razões do descarrilamento que ocorreu no dia 6 de Junho são cada vez mais misteriosas. Depois de a Refer ter rejeitado a possibilidade de o mesmo ter tido origem na infra-estrutura, o que indiciava que as causas poderiam estar no material circulante, o PÚBLICO apurou que a EMEF (empresa de manutenção da CP) não descobriu nada na composição sinistrada que pudesse explicar o sucedido. O inquérito ainda está em curso.
Pequeno destaque em caixa com fundo que tambem pode servir de legenda para a fotografia do lado esquerdo
Quanto à constituição da "associação",penso que a iniciativa deve pertencer aos subscritores da petição.Eu não, que vejo qualquer das soluções como a mesma disposição de espírito.
Opto um pouco mais pela barragem porque a energia nos dá jeito,porque não vejo qualquer viabilidade na linha até Bragança e porque mesmo só até Mirandela penso que terá poucas hipóteses de se tornar auto-sustentável.
Em qalquer dos casos,a persistir, isso só será +possível com uma grande modernização da linha,embora podendo manter algumas das características do passado.
Penso para mim que o último acidente se deveu a uma desadequação do metro com a linha,que leva a que o material circulante descarrile com muita facilidade.
JLM
História da Linha do Tua
Caminho de Ferro Foz-Tua-Mirandela-Bragança
1º TROÇO - FOZ-TUA-MIRANDELA
Ano de 1878
Foram apresentados dois projectos para a construção de uma linha que ligasse Mirandela e Bragança com o caminho de ferro do Douro:
- Um apresentado pelo engenheiro militar João José Pereira Dias e pelo condutor Bernabé Roxo, sob a direcção do engenheiro Sousa Brandão, pela margem direita do Rio Tua;
- Outro da autoria do engenheiro António Xavier de Almeida Pinheiro, pela margem esquerda do Rio Tua.
22 de Junho de 1882
A Câmara Municipal de Mirandela deliberou representar à Câmara dos Pares pedindo a aprovação do projecto de lei que concedia a subvenção de 135 contos de réis para garantia do juro de 5% à empresa que viesse a construir a linha férrea Foz-Tua a Mirandela. Várias individualidades importantes do Porto, nomeadamente Clemente Meneres, coadjuvaram os esforços e as petições da câmara.
11 de Janeiro de 1883
A Câmara Municipal de Mirandela representou a El-Rei, pedindo a construção da linha férrea até Mirandela e dirigiu-se à Associação Comercial do Porto solicitando os seus bons ofícios para apoio da pretensão.
Dezembro de 1883
O Governo adjudicou ao Conde da Foz a construção da linha férrea de Foz-Tua a Mirandela. Mais tarde, trespassou o contrato de construção à Companhia Nacional de Caminhos de Ferro, cujos trabalhos foram dirigidos pelo engenheiro Dinis da Mota.
26 de Maio de 1884
Essa adjudicação foi confirmada por um decreto do Governo.
30 de Junho de 1884
Assinatura do contrato definitivo.
16 de Outubro de 1884
Inauguração dos trabalhos em Mirandela.
27 de setembro de 1887
Abertura solene da linha ao público, com 54 kms de distância e várias obras de arte.
29 de Setembro de 1887
Inauguração da linha com a presença de El-Rei Dom Luís, da rainha D. Maria Pia, de vários ministros e convidados, salientando-se o artista Rafael Bordalo Pinheiro. A companhia construtora ofereceu um lauto jantar com duzentos talheres no barração do cais das mercadorias, pintado por Manini e decorado por Marques da Silva.
Na mesa real tomaram lugar o Visconde das Arcas, governador civil de Bragança, Bispo da Diocese, General Malaquias de Lemos, Presidente da Câmara Municipal de Mirandela e Visconde de Moreira de Rei, etc.
As locomotivas, que tinham os nomes de Vila Real e Mirandela, foram benzidas pelo Bispo de Bragança, que foi acolitado por 20 eclesiásticos.
01 de Outubro de 1887
O Diário do Governo dá conta do acto de inauguração.
2º TROÇO - MIRANDELA-BRAGANÇA
20 de Julho de 1903
Graças ao empenho do Conselheiro Abílio Beça, que foi deputado por Bragança e Governador Civil de Bragança, o governo resolve pôr em arrematação o prolongamento da linha férrea até Bragança, tendo-se iniciado os trabalhos após decisão da Câmara Municipal de Bragança.
Estiveram presentes nessa reunião:
- Vice-Presidente da CM de Bragança, Sebastião dos Reis Macias;
- Secretário da câmara;
- Governador Civil de Bragança, Abílio Augusto de Madureira Beça;
- Representante do Governo, engenheiro-chefe da fiscalização da linha
Foz-Tua-Bragança, Afonso Pereira Cabral;
- Representante da Companhia Nacional de Caminhos de Ferro, inspector
da linha férrea de Foz-Tua a Mirandela, Simão Marques Pinheiro;
- Engenheiro director da construção do caminho de ferro de Mirandela
a Bragança, Manuel Francisco da Costa Serrão;
- Empreiteiro geral da construção da linha férrea de Mirandela
a Bragança, João Lopes da Cruz;
- Bispo de Bragança, D. José Alves Mariz.
Compareceram também outras classes sociais da área comercial, industrial e artística.
As pessoas mais directamente ligadas à construção da linha férrea de Mirandela a Bragança tiveram um destino infeliz. O Conselheiro Abílio Beça morreu sob a s rodas de um vagão na estação de Rossas quando tentou subir para o comboio em andamento. O empreiteiro Lopes da Cruz faliu sem ter chegado ao final da construção e o engenheiro Costa Serrão não conseguiu, por isso, satisfazer os seus débitos.
Junho de 1905 – reatamento das obras para conclusão do troço Mirandela-Bragança.
2 de Agosto de 1905 – abertura até ao Romeu.
15 de Outubro de 1905 – Chegada a Macedo de Cavaleiros.
18 de Dezembro de 1905 – a linha abre-se até Sendas.
14 de Agosto de 1906 – chegada a Rossas.
1 de Dezembro de 1906 – finalmente está concluída a obra até Bragança.
1910 – O Conselheiro Abílio Beça morre num incidente na Estação de Salsas, atropelado pelo comboio. O empreiteiro João da Cruz faliu por causa da linha.
Década de 1940 - A Linha do Tua passa para a CP.
Década de 1980 – desapareceram as locomotivas a vapor.
15/12/1991 – Encerramento do troço Mirandela-Bragança
28 de Julho de 1995 – Reabertura do troço Mirandela-Carvalhais com o modelo de Metropolitano de Superfície. As automotoras eram as Duro Dakovic, série 9500 e foram denominadas de Lisboa, Paris, Estrasburgo e Bruxelas. Esteve presente o 1º Ministro Cavaco Silva no acto de inauguração
2001 – o clássico comboio formado por locomotiva Alsthom (da série 9020, com uma potência de 1000 cavalos) e carruagens "napolitanas" (construídas em Nápoles em 1931), foi substituído por uma automotora a diesel, mais leve e de exploração mais barata. O Metro de Mirandela (empresa municipal participada pela C.P., E.P.) passa a explorar toda a via, desde o Tua até Carvalhais. Mudança radical nos horários, e introdução, temporária, de autocarros de substituição. Início das obras de reconversão da estação de Bragança.
24 de Janeiro de 2004 - Inauguração da estação rodoviária de Bragança, no edifício da estação ferroviária e espaços adjacentes.
Abril de 2004 – o Conselho de Gerência da CP deliberou instaurar um inquérito pelo alegado roubo de 504 toneladas de carril num troço desactivado entre Carvalhais e Avantos; no entanto a empresa de Ovar, a O2, assevera ter actuado na mais perfeita legalidade.
Outubro de 2006 – é formado em Coimbra o Movimento Cívico pela Linha do Tua.
12 de Fevereiro de 2007 – uma carruagem cai ao rio Tua ao quilómetro 6, vitimando três pessoas e ferindo mais duas.
Fonte: «Mirandela - Apontamentos Históricos» de Padre Ernesto de Sales
2001 – o clássico comboio formado por locomotiva Alsthom (da série 9020, com uma potência de 1000 cavalos) e carruagens "napolitanas" (construídas em Nápoles em 1931), foi substituído por uma automotora a diesel, mais leve e de exploração mais barata. O Metro de Mirandela (empresa municipal participada pela C.P., E.P.) passa a explorar toda a via, desde o Tua até Carvalhais.
Caro Senhor
Desde 2001 que o material que circula LRV, adequado ou não (na minha opinião não muito) não teve qualquer acidente até se falar e intervencionar na zona com maquinaria e outras formas de efectuar os estudos geológicos.. a partir daí e apesar dos investimenr~tos realizados .. houve tres acidentes e com mortes-.. Porquê?
Os inquéritos hão.de ser tornados públicos..
Quanto às asssociações sabe que a CP ou a Refer ou quem quer que seja não cede o seu material.. Tivemos essa experiencia na Linha do Tamega com um investidor internacional.. mas continuamos..
Há nesta fase , vários estudos aprofundados sobre o desenvolvimento de toda essa área e de entidades altamente preocupadas e responsáveis e que ~passam sempre pelo aproveitamento da linha do Tua
Para terminar os argumentos que utiliza para defender o seu ponto de vista , terá de concordar que não são argumentos nenhuns pois não passam de um porque eu penso ou a mim parece-me... ou seja não tem opinião nenhuma..
Se estamos aqui a tentar trocar ideias e informar as pessoas penso que essa não será a forma mais correcta .. por isso pergunto-me ? Valerá a pena responder?
Penso que sim porque muitos formarão a sua opinião...
cumprimentos
Sabe,um comentário é uma consideração ligeira, não é nenhum tratado sobre a matéria. Outra vez" penso "que os seus comentários são muitas vezes extensos em excesso,correndo o risco de nem sequer serem lidos.Muitas das minhas razões já foram expendidas noutras alturas.Não vou estar a repetir sempre as mesmas coisas. E o senhor já não terá dito tudo?
Acho que não.Vamos continuar.Por agora vou deixar-lhe apenas uma pergunta:Pensa mesmo que certas pessoas e entidades são tão maquiavélicas ao ponto de,para atingirem os seus fins,matarem propositadamente certas pessoas?
JLM
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