quinta-feira, 12 de junho de 2008

INAG discorda das compensações

O presidente do Instituto Nacional da Água entende que os autarcas do Vale do Tua não devem reclamar compensações pelo facto de se construir uma barragem na região.

O presidente da Câmara de Mirandela não aceita as explicações O presidente do Instituto Nacional da Água (INAG), Orlando Borges, sustenta a sua afirmação tendo em conta "a lógica da solidariedade nacional", em que todos os empreendimentos dão energia para o país e "não há que reclamar por isso outras compensações", afirma. O presidente do INAG vai mais longe e mesmo que se coloque a possibilidade de se analisar a questão na lógica do potencial hidroeléctrico, verifica-se que a barragem de Foz-Tua "vai produzir energia que é rigorosamente igual à que é consumida na região". Por isso, Orlando Borges diz não fazer sentido a reivindicação dos autarcas para que a verba que a EDP teve de pagar ao Estado, cerca de 53 milhões, pela adjudicação provisória da barragem, seja para os seus municípios. "O que faz sentido é negociarem com o Governo as medidas de desenvolvimento regional, independentemente dos projectos", sustenta o presidente daquele instituto, acrescentando que "se fossem apenas 10 milhões, certamente que não chegaria para os autarcas negociarem medidas de desenvolvimento". Relativamente às consequências resultantes da construção do empreendimento, Orlando Borges admite que, no caso de ser construído à cota máxima de 195, "os impactes negativos são muito significativos", mas considera que há cotas intermédias, entre 170 e 180, que podem resultar em danos menos significativos. Relativamente à linha férrea do Tua, o presidente do INAG diz estar de acordo com o presidente da Câmara de Mirandela, quando defende que a via tem uma mais-valia do ponto de vista turístico e entende a necessidade de haver uma ligação sustentável e eficaz à linha do Douro. No entanto, o presidente do INAG sustenta que essa ligação não tem obrigatoriamente de ser feita de comboio. "Pode haver outras alternativas que agora todos têm a oportunidades de indicar em sede de discussão pública". O presidente da Câmara de Mirandela não aceita as explicações do presidente do INAG, porque considera que os municípios do Vale do Tua deviam receber o dinheiro exigido à EDP pela construção da barragem. José Silvano acha estranho que pela primeira vez o Governo tenha pedido dinheiro pela adjudicação provisória de uma barragem e que a verba vá para os cofres do Estado "em vez de fazerem parte da compensação dos municípios que sofrem as consequências negativas dessa construção". Para além disso, o autarca está convicto que a EDP vai dizer aos autarcas do Vale do Tua que "só pode negociar a partir do dinheiro que der ao Estado, conforme a cota a que for construída a barragem", afirma. O autarca também não acredita na neutralidade do Governo neste processo. JN

3 comentários:

mario carvalho disse...

Para Recordar:


Barragem do Rio Tua
EDP encomendou estudo socioeconómico, para confrontar autarcas
para trás
A ser construída, a Barragem do Rio Tua vai submergir nove pontes, a linha-férrea do Tua e dezenas de quilómetros de vias rodoviárias, num total de cerca de 791 hectares de área inundada. No entanto, a infra-estrutura que deverá custar cerca de 237 milhões euros promete possibilitar a criação de condições para fazer do Tua «um local de referência, a nível ibérico, no âmbito do turismo fluvial». “Não há bela sem senão” – lembrou Álvaro Sousa, Director de Produção da EDP, durante a apresentação, no dia 23, a vários autarcas do concelho de Murça, de um estudo socioeconómico que expôs os prós e os contras da construção da Barragem do Rio Tua, uma infra-estrutura que irá afectar várias freguesias dos concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela e Vila Flor.

Segundo o mesmo responsável, o objectivo da EDP é trabalhar, em conjunto com a as autarquias, a população em geral, as associações e várias organizações das localidades afectadas pela Barragem, para encontrar a melhor solução, no que se refere à sua construção, ou não.

“Temos consciência do que se vai perder e não estamos a esconder nada, temos é que ver, também, que a Barragem não vai trazer, apenas, coisas más”, sublinhou o Director de Produção da EDP, explicando que o estudo realizado, em estreita colaboração com a população, veio antecipar o estudo de impacte ambiental que deverá avançar, no primeiro trimestre de 2007.

Apesar da garantia de que ainda não há certezas sobre a construção da Barragem, Álvaro Sousa salientou que não será a EDP a decidir pela população, mas, sim, o Governo e, nessa altura, espera que haja um consenso, entre todos.

Uma das grandes preocupações com a construção da Barragem passa pela destruição de várias centenas de hectares de terrenos agrícolas, distribuídos por cerca de 17 localidades que, parcialmente, ficarão no fundo da futura Albufeira do Vale do Tua.

Se os contras abarcam, ainda, a submersão da Linha do Tua, de cinco pontes e quatro pontões, das Caldas de São Lourenço e de Carlão e o final de mais de 700 hectares cultivados (Agricultura e Floresta), também há os prós, como apresentou Heitor Gomes, da empresa Cedru que, em conjunto com outras duas, pertence ao consórcio que elaborou o estudo, encomendado pela EDP.

Para além da dinamização económica, proveniente dos trabalhos de construção da infra-estrutura, que duração cerca de cinco anos, o estudo sublinha, ainda, os benefícios ao nível do abastecimento de água, controlo de cheias, novas vias de comunicação e mobilidade e aproveitamento enérgico, dando, no entanto, especial ênfase à questão do turismo e lazer.

“Esta proposta apresenta um projecto que pretende fazer do Tua um local de referência, a nível ibérico, no que diz respeito ao turismo fluvial”, sublinhou o responsável pela Cedru, exemplificando várias possibilidade de aproveitamento do plano de água da Barragem, para projectos inovadores, como a exploração de “barcos-casas”, ao longo dos seus 37 quilómetros de extensão.

João Teixeira, Presidente da Câmara Municipal de Murça, mostrou-se reticente, relativamente ao projecto ambicioso, ao nível do turismo e lazer, para a Barragem.

“Até parece que ouvimos falar sobre o aproveitamento hidroeléctrico do Vale do Paraíso”, comentou o autarca, ironicamente, lembrando que, “para levar este tipo de projectos, para o terreno, é preciso muito dinheiro, para investir”.

Este primeiro estudo está a ser apresentado nos vários concelhos da região que serão afectados com a possível construção da Barragem do Tua que irá produzir cerca de 350 gw/hora, uma produção de energia que corresponde ao consumo médio de uma cidade de 80 mil habitantes, representando duas vezes e meia o consumo actual dos cinco concelhos transmontanos.

O actual projecto prevê uma cota de altura de 195 metros, o que representará uma capacidade de cerca de 215 milhões de metros cúbicos de água. No entanto, Álvaro Sousa reiterou que esta é a solução que traz mais impactos e que constitui, apenas, uma primeira possibilidade que poderá sofrer ajustamentos.

Maria Meireles

Anónimo disse...

Com tristeza, verifico que a construção da barragem é um projecto irreversível.Será que vão ser assim tão grandes as vantagens? O vil metal, disfarçado de progresso, sacrifica tudo. Por isso mesmo a floresta Amazónica está a ser dizimada sem dó nem piedade. Qual o futuro das nossas crianças e até mesmo dos mais velhos? Ninguém tem respeito pela Natureza. O lucro fácil e imediato é mais importante do que tudo o resto. O homem está a transformar-se num ser totalmente irracional. Perdeu completamente o norte.

mario carvalho disse...

Penso que devemos agradecer com bandeirinhas (a cor fica ao critério de cada um) e aplausos esta decisão

Tivemos a sorte de , por mérito de todos nós, sermos beneficiados com a limpeza do lixo da Linha do tua das termas de S Lourenço e de Carlão, das vinhas velhas, das oliveiras velhas, das terras que produzem alimentos piores que os da Espanha e ainda nos fazem o favor de nos construirem um barragem enorme.. digna de ser vista por qualquer estrangeiro que venha do Douro e que vai produzir energia para alumiar os 5 concelhos
sem termos de pagar nada ... a não ser as taxas , a electricidade e a parte daqueles que não pagam... também é justo ... os senhores do sorriso são tão simpáticos
Agora é vai ser progresso... muita gente estrangeira nas obras , nós temos de ser simpáticos e oferecer o nosso presunto e o vinho e mais uns repolhos e... talvez não ou talvez sim pode ser que ajudem a aumentar a natalidade com a vantagem de irem embora e deixarem cá ficar os rebentos...

Temos obrigação de nos sentirmos verdadeiramente Orgulhosos
Portugal pode perder no Futebol mas nós... Já ganhámos

Parabéns a Todos os que se esforçaram para que este exito fosse conseguido e Parabéns Carrazeda pelos ditosos filhos que tens!!!